E era isso, um ano havia se passado, Percy não vira seu pai desde aquele dia, não havia sido expulso e estava no terceiro ano do ensino médio. A cada dia morria aos poucos de saudades, mal via a hora de ir para o acampamento. Já era 28 de junho, ele estava saindo da escola, na verdade não era tão longe de casa, passou em uma cafeteria, comprou um copo de capuccino bem quente, estava fazendo frio naquele dia. Foi direto para a casa, chegou no apartamento, abriu com a própria chave e largou a mochila no sofá.

– Mãe? - Ele chamou, terminando de beber seu capuccino.

– Oi querido! - Ela disse, saindo da cozinha e indo abraçar o filho.

– Oi! - Ele disse sem conseguir conter o sorriso no rosto.

– Animado? - Ela perguntou batendo palmas.

– Muito! - Ele disse, com o mesmo sorriso.

– Pois bem, fique pronto, vamos mais tarde, ok? - Ela perguntou, olhando para o relógio.

– Claro... claro... tudo bem! - Ele falou energicamente e subiu para o quarto. Se largou na cama, com tamanha felicidade que mal percebeu quem o olhava pela janela aberta.

– Hem, hem - Tossiu uma voz de garoto

Percy deu um pulo na cama, tirou a caneta do bolso, que logo se transformou em espada, foi direto para a janela, e ficou aliviado ao ver quem era.

– Seu... - Ele procurava palavras que não ofendessem tanto - Seu filho de Hades! Quase me mata!

O garoto sorriu, tinha cabelos negros que estavam bagunçados, usava uma calça jeans preta, assim como o all star e a camisa, que não era totalmente negra pois tinha os dizeres em vermelho "Immortal's party" que pode ser traduzida em português como "Festa do imortal", os olhos do garoto eram até assustadores, mas Percy estava acostumado. Sim, na sacada de seu quarto, observando o movimento lá embaixo, estava Nico Di Angelo!

– Percy! E aí cara? - Ele disse, batendo na mão do filho de Poseidon.

Percy jogou a espada em qualquer lugar do quarto, sabia que ela voltaria ao seu bolso.

– Muito engraçado, me assustou! - Percy disse com má vontade.

– Ah, fazer o que, sou o cara! - Disse Nico entrando no quarto (N/A: Pra quem ficou confuso: Percy tem uma janela no seu quarto, é como se fosse uma porta, dá pra passar por ela e ficar na sacada do apartamento, olhando tudo de lá de cima). O filho de Hades sentou-se na cama de Percy, que também voltou ao quarto.

– E aí, vai pro acampamento, é? - Perguntou ele, sentando-se em uma cadeira que ficava na frente da mesinha com seu computador.

– Ah, cansei de ficar no mundo inferior e viajando pelas sombras, ficarei lá um pouco, posso dar sorte e encontrar uma gata... - Nico disse, mas foi interrompido pela gargalhada de Percy.

– Olha, o Di Angelo todo galã!

– Cala a boca cara! - Nico jogou uma almofada em Percy.

– Ei, eu preciso tomar um banho, se importa se eu avisar minha mãe que você está aqui? Ela gostaria de te ver.

– Claro, até porque tô faminto. - Disse Nico passando a mão no estômago.

Percy saiu do quarto, andou pelo pequeno corredor, parou em cima da escada e gritou:

– Mãe, o Nico tá aqui!

– Mande-o descer, deve estar faminto, e quero vê-lo!

Percy voltou ao quarto.

– Você ouviu! Agora vou tomar banho, desce, vou tirar as roupas e soaria meio gay você aqui!

Nico foi até as escadas e viu Sally o esperando, lá embaixo. Desceu e foi parado pelo abraço da mãe de seu amigo, ela soltou Nico e o observou.

– Como cresceu! Está lindo Nico, mas não derrete com tantas roupas pretas? - Disse ela passando a mão, tentando abaixar os cabelos rebeldes do garoto.

– Não Sra. Jackson - Disse ele rindo.

– Venha, vamos comer algo! - Ela o puxou até a cozinha, onde ele sentou e aguardou.

Ela colocou um prato com 4 pedaços de torta de frango e um copo com refrigerante.

– Ouça querido, hoje não fiz almoço, Percy fica ansioso demais nesses dias e Paul está fora, então... - Ela disse desconcertada.

– Mas isso é o paraíso! - Disse ele arregalando os olhos para o prato, pegando um pedaço e enfiando uma grande parte na boca.

Sally se divertiu, gostava de Nico. O garoto acabou de comer, agradeceu, enquanto a mãe de Percy lavava a pequena louça. Nesse momento um pássaro de cor cinza, bem escuro, entrou na cozinha, provavelmente pela janela aberta de Percy, Sally olhou desconfiada, mas o passarinho pousou no ombro de Nico.

– Ahhh... - Ele disse como se esquecesse de algo - Esse é o Trevas! Eu achei ele em uma cidade por aí, enquanto viajava pelas sombras, ele me seguiu, então adotei ele, bem, ele sai pra comer e tudo mais, porém volta sempre!

– Entendo, Percy vive querendo um cachorro, mas acho que daria muito trabalho ter um aqui!

– Nem me fale de cachorros, Perséfone arranjou mais um, ele é grande e feroz. Ela o mima, meu pai nem liga, mas eu vivo em pé de guerra com ele! O cachorro tenta invadir minha privacidade, dá licença, mereço isso não! - Nico disse em tom revoltado, Sally sorria.

– Como é ficar lá com seu pai?

– Ah é legal sabe? Nossa relação está boa, mas o problema é quando Deméter faz visita, claro de acordo com o período do ano. Ela me faz comer cereal três vezes por dia, é nojento! Ainda diz pro meu pai que sou um rebelde, que tudo o que me falta é agricultura! - Ele fez cara de quem vê uma comida ruim. A Sra. Jackson deu um risinho curto.

– Cheguei, bando de fofoqueiros! - Percy descia as escadas, estava com uma bermuda larga vermelha, a camisa do acampamento e um all star, laranja, combinando com a camiseta. O cabelo estava totalmente bagunçado, mas de propósito, pois ele tomara banho e bagunçara os cabelos para secar mais rápido. Sally pareceu radiante.

– Santo Poseidon! Como está lindo!

Percy corou.

– Obrigada, mãe!

– Que tal vocês irem até a cobertura do apartamento? Aposto como está vazio essa hora, podem aproveitar um pouco, não podemos ir agora, deixei o bolo no fogo!

– Só se a senhora prometer me dar uns pedaços quando tiver pronto! - Disse Nico, acanhado. Percy bateu no seu braço.

– Esfomeado!

– Sou mesmo! - Nico riu.

Os dois saíram do apartamento, pegaram o elevador e foram até a cobertura. Era realmente linda, com piscinas, cadeiras de descanso e uma vista totalmente linda de tudo lá embaixo, claro, haviam grades em volta do lugar, para ninguém cair de propósito. Percy gostava do lugar, fazia muito tempo que não ia ali, a última fez que ele havia ido, devia ter uns 6 anos, e foi escondido de Gabe! Ele se encostou na grade, sentindo o vento no rosto, Nico fez o mesmo.

– E então, como as coisas estão? - Percy perguntou.

– Estão legais sabe, não fico tão exausto agora, quando faço viagem pelas sombras.

– Que bom cara! - Percy disse sem muita animação.

– E você? Evoluiu em algo? - Nico perguntou, com os olhos brilhando, como quando conheceu o acampamento pela primeira vez.

– Na verdade não! - Percy não havia parado para usar os poderes, desde que as aulas voltaram. Ele olhou para a piscina da cobertura, se sentou em uma cadeira ali perto, fez um movimento concentrado com as mãos e fez uma pequena pilha de água subir uns 50 centímetros e derrubou-a. Parecia divertido. Nico sentou-se na cadeira ao lado.

– Tem joguinhos novos no seu celular?

– Claro Nico! E nos seus? Duvido! - Percy desafiou.

– Fechado! Passa o seu pra cá, te passo o meu, não se sinta humilhado com minhas pontuações em jogos de fuga! - Ele debochou.

– Nem você, com minhas pontuações e corridas urbanas! Saiba você, que chegaram carros novos! - Os olhos de Nico brilharam ao ouvir isso, trocaram os celulares e ficaram em tempo indeterminado jogando.

– Achei que tinham morrido! - Sally exclamou, na frente deles, assustando os garotos.

– Eu perdi mãe, culpa sua! - Percy disse emburrado.

– É Sra. Jackson, eu quase desbloqueei modelos novos de carros! - Nico falou feito criança quando perde doce.

– Como são lindos! - Ela disse com uma cara de quem estava morrendo com tanta fofura - Vocês comem bolo e nós vamos ao acampamento.

Depois de descerem, comerem, beberem, Percy foi ao banheiro, escovou os dentes, vai que encontrasse uma tal de Annabeth e por algum acaso muito desconhecido se beijassem. Depois de tudo pronto, inclusive a mochila, Percy e Nico entraram no carro de Sally, no meio do caminho Nico colocou sua camiseta do acampamento, um detalhe que não havia contado: a camisa do acampamento que Percy comprara era nova, sem mangas. Sim, depois do que Poseidon dissera, Percy começou a malhar, na academia que ficava perto da escola. Estava com os braços bem fortinhos, pois estava malhando há um ano, a barriga estava firme e o peitoral começando a ficar definido, sim, parecia um atleta. Nico usava apenas uma camisa comum, com manga e laranja desbotada. Chegaram ao acampamento por volta das 14:00, Sally se despediu deles e fez questão de ficar 10 minutos falando todos os cuidados que Percy deveria tomar. Entraram e o acampamento estava muito agitado, a saudade remoeu seu estômago, ele procurou Annabeth mas nem sinal, de certo, chegaria mais tarde. Começou a andar, caminhando aos poucos, para observar tudo. Parece que haviam chegado vários campistas novos, garotas do chalé de Afrodite passaram por ele, com risadinhas e piscadelas, com certeza olhavam os braços fortes do garoto, que nem pareceu ligar. Algumas olharam pra Nico, suspirando. Nico disse que iria para o seu chalé deixar as coisas e Percy disse que faria o mesmo. Porém, se assustou, a porta do seu chalé estava aberta, se assustou mais ainda, sentada no lado de cima de um beliche, estava uma garota de cabelos cor de areia, batendo nas costas, eram meio enrolados, lindos. Ele ainda estava em choque, entrou no chalé e chamou:

– Oi, você!

Ela se virou, tinha olhos verdes, não tão profundos como os seus, mas eram verdes, um pouco claros, pareciam águas do mar em uma praia deserta, num dia de verão.

– Oi! - Ela disse em um tom amigável, usava uma calça jeans rasgada, camiseta do acampamento e era um pouco mais alta que Percy. - Você deve ser o Percy, não?

Ele respirou.

– É, olha, não querendo ser grosso, o que você tá fazendo no meu chalé?

Ela sorriu.

– Sou filha de Poseidon!

Percy a encarou com a boca aberta, ela devia ter uns 14 anos, era uma garota bonita, porém, como assim? Então seu pai também tinha outros filhos quase na época em que teve ele?

– Sério? É, como você chegou?

– Já ouviu falar em Hotel & Cassino Lótus? - Ela perguntou, como se não gostasse do lugar, Percy então percebeu do que se tratava, ela era bem mais velha que ele, não por aparência, mas por idade.

– Ahhh, é horrível ficar lá, sinto muito! - No fundo estava enciumado por ter outro irmão.

– Eu fiquei tempo demais, perdi minha família mortal. Poseidon me tirou de lá faz uma semana, não sei porque havia me mantido, mas tudo bem. - Ela disse triste.

– Qual seu nome?

– Jhennifer, Jhennifer Collins, prazer! - Ela disse apertando a mão dele.

– Percy, Percy Jackson! - Ele sorriu, tentando ser amigável.

Ela olhou para os braços dele, que estavam à mostra.

– Saudável, hem Percy?

Ele corou.

– Ei, você é minha irmã! Mais nova, ainda! - Na verdade, era bom ter companhia, então ele aceitou.

– Não fico interessada em irmãos, relaxa, agora pode me explicar a função dessa fonte ali no canto? - Ela perguntou, indicando a fonte de água salgada.

– Enviar mensagens de Íris, para me comunicar. - Ela ficou confusa, mas assentiu.

– Tudo bem, logo eu aprendo, tá afim de apostar uma corrida?

– Só não chora se perder!

Os dois saíram correndo em direção ao lago, com roupas mesmo, na verdade nem iriam se molhar. Iriam atravessar o lago, eram braçadas fortes, cada um usava seus truques, Percy pedia ajuda pegando impulso por correntes de água, ela tentava ir em ondas, no fim os dois caíram juntos, rindo e cansados, do outro lado.

– Essa foi demais, cara! - Ela disse, rindo ainda.

– Você viu aquela onda que fez? - Perguntou, passando a mão nos olhos.

– E a corrente que te ajudou? Aposto como é o preferido do papai, aposto que ele fala muito contigo. - Ela disse suavemente, porém com alguma mágoa.

Percy não queria falar que seu pai até fora em seu apartamento, brincara com sua mãe e tinha o abraçado, ficou com pena da garota, afinal, antes de tudo ele também era solitário.

– Ah, relaxa, ele gosta de todos! - Disse, sem encarar a menina, Percy podia jurar que viu uma pequena parte da água borbulhar, em agradecimento, ele resmungou um "De nada" qualquer.

– E então Percy, pega muitas gatinhas?

Imediatamente ele pensou em Annabeth, novamente sentiu saudade.

– Ainda não. - Disse se sentando.

– Também, com essa lerdeza! - Ela debochou, por mais estranho que fosse ele riu, os dois passaram o resto da tarde brincando e conversando, Jhennifer era uma garota ótima, Percy deduziu que poderiam conviver, era como se tivesse uma boa convivência por natureza, como se eles se acostumassem um com o outro na mesma hora em que se conhecessem, poderia ser verdade, já que eram meio que irmãos.

Na hora do jantar, a mesa de Poseidon tinha dois ocupantes, mais o Grover que se sentou para cumprimentar o Percy. Eles conversaram, Grover foi simpático com a garota também, logo depois saiu de lá. Ninguém estava cochichando, parece que a garota havia chegado um tempinho pequeno, atrás. Porém se agitaram quando Nico, sentou-se na mesa de Hades, ele sorria, nem parecia solitário, um passarinho estava pousado em seu ombro e um sátiro sentou-se com ele, e conversaram energicamente sobre um novo jogo de cartas, parece que eram amigos. Jhennifer olhou para a mesa do senhor dos mortos, e sentiu seus olhos brilharem, Nico também a avistou, estudou-a até onde a vista permitiu, ficou meio corado.

– Seu amigo? - Jhenni perguntou apontando para Nico.

– Sim, por que? - Percy disse sem ligar.

– Muito gato! Olha aqueles olhos! - Ela falou hipnotizada.

– Ei, sou seu irmão, mesmo que apenas por um dia, eu sou! - Percy disse enciumado, se apegara muito rápido na garota.

– Você já viu deuses Percy? - Ela perguntou interessada.

– Sim. – Ele falou sem dar importância.

– Eles visitam o acampamento? – Ela perguntou olhando para a entrada do pavilhão.

– Não, nunca. Quer dizer, com exceção do Sr. D – Ele revirou os olhos.

– Pode me dizer se aquela é Afrodite?

Percy arregalou os olhos, olhou em direção ao que a garota apontara e quase deixou o queixo cair no chão. Havia uma garota na entrada, com um short branco bem curto, a camisa do acampamento colada ao corpo, tinha cabelos compridos, loiros, caindo em cascatas, lábios carnudos, bem avermelhados. Ele voltou a examinar, que pernas grossas, preso na barrinha do short, havia um boné, dos Yankees, ele mal se lembrou de nada, quando voltou a examinar o rosto da garota encontrou olhos cinzas, revoltosos, olhos iguais ao de... Annabeth? Céus, era ela e como estava perfeita, sim, mais do que já era! Ela sorriu, seu sorriso poderia iluminar uma cidade se faltasse luz. Quando percebeu, já estava de pé, tudo impulso da saudade. Ela foi correndo até ele e se jogou, ele a abraçou forte, como se tivesse ficado séculos sem vê-la.

– Cabeça de alga! - Ela dizia, tentando acalmar a respiração.

– Sabidinha! - Ele sorriu - Você se atrasou!

– Ou seu relógio é que está adiantado! - Ela debochou, voltou andando para a mesa de Atena, mas ao passar pelas outras mesas os garotos dos chalés soltaram assovios e gritaram. Annabeth apenas revirava os olhos, parece que não tinha noção do quanto estava linda. Na verdade, um pouquinho mais alta, Afrodite iria amaldiçoar Percy depois daquele dia, pois ele ousou pensar que a deusa não chegava nem aos pés de Annabeth Chase. Annabeth nem havia percebido a garota ao lado de Percy, quando se sentou na mesa de Atena, suas irmãs ficaram falando como ela estava linda, no momento em que olhou para a mesa de Poseidon, Percy conversava com uma garota. Ela olhou feio para lá, ele percebeu que ela estava olhando e fez um movimento rápido com os lábios dizendo "Irmã". Ela assentiu e voltou sua atenção para a comida. Depois dos ritos habituais, todos estavam saindo do pavilhão, a garota andava ao lado de Percy.

– Eu vou falar com seu amiguinho ali! - Disse indicando Nico.

Percy bufou.

– Não volte tarde ou te deixo pra fora!

Ela riu e foi em direção ao Nico, Percy estava apenas caminhando, quando olha para trás e vê Annabeth indo em sua direção, o problema é que os idiotas dos garotos de Hermes não paravam de mandar cantadas, ele ficou para trás e quando ela chegou passou um braço pela cintura dela, enquanto eles andavam, batendo os quadris uns nos outros.

– Acho seu short muito curto! - Ele resmungou.

– Ora, não creio que está assim por causa disso. - Ela sorriu, era bom ter seu amigo de volta, olhou para o lado, a fim de ver seu rosto. Ele ficou um pouco mais alto, e deuses, que braços eram aqueles! Ela suspirou baixo.

– Como foi com seus pais?

– Foi legal, melhor do que esperava. Bom, passei de ano, obviamente, agora estou no terceiro, como deve saber. Nos demos bem até! E o seu?

– Foi bom também Annie! Ta afim de ver o lago? - Perguntou.

– Ok!

Continuaram andando, Percy não soltou a cintura dela, olhava revoltado para quem encarasse as pernas da garota. Chegaram ao lago, pararam um em frente ao outro, Percy percebeu o quanto estava mais calmo por ver ela ali, Annabeth poderia ter feito mágica? Deuses, como estava linda. Ela encarou aqueles olhos verdes, sentiu que eles atravessavam os seus olhos cinzas, passou seus braços em torno da cintura de Percy, que sem perceber foi se aproximando mais dela, colocou uma mecha de cabelo dela atrás da orelha, abaixou a cabeça quase tocando os lábios dela.

– Ficam lindos juntos! - Era uma voz conhecida, a de Travis e Connor Stoll, que falaram juntos. Eles se afastaram, como se acordassem.

– Não era nada disso, tá? - Ela disse.

– Cara, a tensão sexual entre vocês é enorme, seus corpos, sei lá, combinam? - Travis perguntou ao irmão.

– Claro que sim, ficam perfeitos! - Assentiu Connor.

– Dão o fora! - Annabeth disse furiosa.

– Uuuuuui, tá bem hem? - Travis disse secando as pernas dela.

Percy ficou na frente dela.

– Por que não tentam achar algo pra saquear?

– Ai cara, assim nos ofende! - Disse Connor.

– Pretendo fazer pior! - Percy disse.

– Não tá aqui quem disse! - Travis se explicou, logo em seguida desaparecendo com o irmão.

Annabeth bufou enquanto se sentava.

– Crianças!

– Claro que sim! - Ele disse, sorrindo.

– Está lindo! - Ela disse, mas tampou a boca, "Calada Annabeth!" sua consciência gritou.

– Você também! - Ele disse olhando pra ela.

– O que eu tenho de beleza você tem de algas na cabeça! - Ela debochou, ambos começaram a rir.

– Nunca vai facilitar? - Ele disse arqueando as sobrancelhas.

– Nunca! - Sussurrou ela.

Deitaram-se no chão mesmo, olhando o céu, onde várias estrelas formavam a imagem de uma caçadora. Era Zoë. Percy lembrou então, de quando foram procurar Annabeth e Ártemis, lembrou-se daquele verão, quando ele segurou o céu por Annabeth. Ela olhava para ele, como se ele estivesse com cara de bobo.

– Seguraria quantas vezes fosse preciso! - Percy sussurrou.

– O que? - Ela perguntou, sorrindo ainda, porém confusa.

– O céu! - Ele disse, sorrindo.

Annabeth percebeu o que ele falara.

– E eu faria o mesmo! - Ela disse observando aqueles olhos verdes.

– Você não existe Annabeth Chase! - Ele disse balançando a cabeça.

– Claro, sou uma amiguinha imaginária que te persegue desde os doze anos de idade! - Ela disse, com divertimento na voz.

Ele sorriu, ela tinha resposta pra tudo. Se levantaram, voltaram para a ala dos chalés, Percy acompanhou Annabeth até a porta do chalé 6.

– Ah, a propósito, quem era aquela garota? - Ela perguntou, se referindo ao momento em que viu Jhennifer.

– Filha do meu pai, estava presa no Hotel & Cassino Lótus, é bem legal.

– Não ficou enciumado? - Perguntou ela energicamente.

– Um pouco. - Ele disse fazendo biquinho. Ela apertou as bochechas dele.

– Um pouco, neném? - Disse, imitando o biquinho.

– É, um pouco. - Ele ainda fazia bico.

Quando perceberam, estavam mais próximos do que antes, quase se beijando novamente, era incrível, quando estavam juntos não havia nada que controlasse os corpos, era automático. O mundo não importava.

– Boa noite! - Sussurrou ela.

– Boa! - Respondeu ele abobalhado, a porta se fechou em seu rosto. Ele acordou, voltou para o chalé, Jhennifer não havia chegado, se largou na cama, pensou no quanto precisava ter Annabeth perto, percebeu que estava completamente apaixonado, fechou os olhos, foi interrompido por Jhenni que entrava no quarto exausta.

– Rolou festa no chalé de Hermes!

– Huummm - Disse Percy boiando.

– Aquele Nico beija bem! - Ela disse se abanando.

– Beijava, porque agora ele é um homem morto! - Percy gritou, levantando da cama.

– Calma maninho, eu sei me cuidar, aliás, percebi muito bem sua proximidade com a filha de Afrodite!

– Atena! - Corrigiu ele.

– Mas é linda! - Admitiu ela.

– Claro que sim! - Ele disse, sorrindo.

– Topa brincar de quem dorme primeiro?

– Já! - Ele disse, óbvio que ela ganhou, até parece que Percy Jackson conseguiria dormir depois de ter uma surpresa daquelas.