O Dia-a-dia Da Família Shion escrita por Hari Zang Elf


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo! Dessa vez está um pouco longo, mas acho que ficou melhor assim. Os próximos também serão um pouco.

E agora, que os jogos comecem*-*.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/408500/chapter/6

– E então? - Chihaya pergunta, já ficando estressada com a espera, pegando a xícara de chá preto, mas sem conseguir saboreá-lo direito.

– Estava pensando em como deveria começar... - Diz o velho senhor enquanta pega uma fatia de um belo bolo de morango a frente deles e a serve. Mesmo com um único braço ele ainda era incrívelmente habilidoso.

'E pensar que ele já tem mais de 80 anos!' Chihaya se retorcia por dentro ao pensar nisso. Ela respirou fundo. Ele não era mais um inimigo. E se aquela situação também não lhe era satisfatória, ele poderia até se tornar um aliado temporário. Precisava manter a calma. 'Lembre-se do tratamento'.

– E como o Riku está? Já faz alguns anos que não o vejo... - Sua voz tinha retornado ao tom usual, e seus olhos se concentraram na perfeita fatia na sua frente.

– Bem. O escritório tem estado bastante agitado, ele queria vir hoje, mas não pode. Ele disse que se tiver tempo ele dará uma olhada nas crianças. - Responde o homem bebericando o chá em seguida com um rosto inexpressivo. - Cumprimente-o se puder.

– Farei isso, CLARENCE. - Chihaya enfatiza o nome estrangeiro dele e vê uma ruga se formar em seus olhos ao levantar a sombrancelha, fazendo com que dê um sorriso discreto.

– Acho que vou começar com uma pequena historinha... - Clarence diz levemente irritado, quase fazendo ela cuspir o chá.

– E lá vamos nós... - Seu suspiro era de pura resignação. 'Ele deve ter brigado com o Riku'. De outra forma aquilo não teria o irritado tanto a ponto de ele querer lhe contar de forma indireta.

–Tudo começou a ... 30 anos atrás? Tinha uma bela jovem na cidade, crescida em uma família respeitada, mas com vários problemas, principalmente em sua personalidade... - Sua voz suava tranquila, como se ele estivesse contando aquilo para os netos e não para uma mulher adulta. Embora aquilo lhe soasse estranhamente familiar. - Quatro rapazes se apaixonaram por ela, e ela lhes retribuiu fazendo com que guerreassem entre si. Esses jovens uma vez já tinham sido grandes amigos. Mas um dia um novo rapaz chega a cidade. Ele era atraente e logo se tornou amigo dos garotos. Mas qual não foi a surpresa quando a menina se apaixonou por ele?

– Estranho... Lembro dessa história de forma diferente... - 'Aonde ele queria chegar lembrando do passado dela?' Ela pensava ficando curiosa agora. Embora ainda tivesse a chance de ele estar falando de outra pessoa aquilo lembrava muito ela mesma...

– Acredito que sim... - Ele disse com um sorriso de aprovação, continuando a falar como se não tivesse sido interrompido. - Apesar do garoto gostar dela ele tinha juízo, pelo menos. E se não fosse por isso ele provavelmente viraria um peão dela também... Como uma prova de que ela realmente o amava e lhe queria, ela prometeu que faria o possível para não ferir ninguém, física ou verbalmente, mas só depois que terminasse com os outros pretendentes.

– Não me diga que...

– Um aceitou com resignação e manteve a amizade. - Ele continuou sem prestar a atenção nela, dizendo aquilo com um tom irritado, mas continuando no mesmo tom de voz suave de antes. - Outro teve o orgulho ferido e partiu em uma viagem, onde encontrou alguém melhor e a perdoou. Outro em desespero tentou o suícidio, que sem sucesso graças ao amante da garota que o salvou. Os dois se esforçaram para que ele tivesse uma melhor vida, e ele se tornou feliz. O último sumiu, sem deixar rastros.

–Não me ignore! - Chihaya grita, exaltada, usando todas as suas forças para não pular no pescoço dele. Mas ela não podia. Prometera ao marido. Prometera a si mesma. E não queria ver os filhos decepcionados com uma mãe assassina, é claro.

– Mas você já entendeu, não é? - Ele perguntou com um olhar sério e penetrante, visivelmente preocupado. - Ele está de volta.

Nesse instante a conversa foi interrompida com uma mulher ruiva entrando na sala. Chihaya caiu dura no sofá, sem saber o que fazer. 'Aquilo podia se tornar pior do que imaginava... Mas, por quê?'

*

A floresta era densa e escura, e os poucos raios de sol que atravessavam as folhas das árvores tinham um brilho especial. Zeito observava silenciosamente os irmãos brincando de pega-pega na clareira abaixo junto com os gêmeos Kagamines, sem ser notado. Chegava a ser entendiante. Zatsune ao seu lado comentava de outra briga que ela teve com a prima, parecendo bem chateada. Mas nesse instante ele ouviu um farfalhar de folhas. Quase imperceptível. Mas foi o suficiente.

– Hey, Zeito! Aonde você está indo? - Pergunta Zatsune ao vê-lo se mover como um gatuno entre os galhos.

Ela se silencia e o segue, sem ruídos, sempre olhando para trás e observando os garotos logo abaixo. Mas logo eles vêem uma sombra próxima, também vigiando as crianças. Zeito estreita os lábios, visivelmente irritado. Zatsune retira um soco inglês do bolso da saia, dando um sorriso. Mas algo alerta o suspeito, fazendo com que ele fuja rapidamente.

– Droga!

– Zatsune! Fique com eles! - Responde o rapaz, impedindo-a de prosseguir e logo saindo em debandada.

– Mas... - Ela começou, mas logo parou, naquele terreno ele era mais ágil, e eles não sabiam se tinha mais alguém por perto... Ela deu meia volta e começou a descer na direção das crianças.

*

– Peguei você! - Disse Len, tocando no ombro do Nigaito e saindo em disparada para o outro lado, ao se virar vendo o pequeno garoto tentando alcançar a sua irmã.

– Opa! Foi quase! - Exclama Rin ao desviar dele, logo ele estava caçando outro alvo.

– Eu vou pegar um de vocês!

–Eh, parece que vocês viraram alvos dele! - Gritou Kikaito bem humorado ao deixar de ser perseguido, dando risada quando viu ele pular para pegar Rin, mas ela desvia e atinge o Len que estava logo atrás, ambos caindo em uma poça de água.

–Len! Você manchou meu vestido favorito!

– Vocês não deveriam ter feito o Nigaito de alvo! - Diz Kaiko com uma risadinha, ajudando Nigaito e Len a se levantarem.

–Tem razão! Ele é mais espertinho do que parece! - Reclama o loiro tentando em vão dar um jeito na roupa empapada de lama enquanto olha para o rosto do garotinho emburrado e misteriosamente quase intacto!

– Chega de brincadeiras! - Eles ouvem o berro raivoso de Zatsune enquanto ela se aproxima com o soco inglês na mão.

– O que houve? - Pergunta Rin, ficando séria.

– NADA! Vamos voltar para a pousada! Agora! - Responde a outra, guardando a arma no bolso novamente, os garotos a seguem, confusos.

Logo que começam a andar eles avistam Zeito na floresta. O braço dele sangrava. Ele olha para Zatsune e acena em negativa.

–Que corte feio! - Kikaito pega o braço dele, surpreso.

– Oni-chan! O que houve? - Pergunta Kaiko, preocupada.

– Tropecei - Responde o irmão com um sussurro, mas os irmãos continuam preocupados e com cara de choro, Kikaito emburrado e os Kagamines olhavam para ele desconfiado.

'Com certeza não sou bom para essas coisas'.Ele acaricia a cabeça de Kaiko e Kikaito, tentando acalmá-los.

– Vamos logo! - Zatsune interrompe e continua avançando, os outros seguindo-a silenciosamente até a cabana.

*

– Ah, chegaram finalmente! Estava ficando entediada! - Meiko se aproxima de Kaito, praticamente pulando em cima dele para abraçá-lo. - E os outros também! Já faz tanto tempo!

–Porque você sempre faz isso comigo? - Pergunta Kaito sem receber uma reposta, tendo o pescoço apertado com mais força.

– Meiko! Você parece ótima! Como foi o passeio? - Mokaito é o próximo a abraçá-la, só que desta vez sem tanta força.

– Passeio? Do que está falando? Eu estava a trabalho! As vezes acho que o diretor quer me matar de trabalhar!

– Pensei que você quase não cantasse ma... - Pergunta Akaito, movendo o braço dolorido de carregar as malas enquanto entrava na espaçosa sala de visitas, sendo interrompido por outro abraço "caloroso".

– Não canto tanto quanto antes mas consegui uma vaga na área de marketing da gravadora. Não vão se livrar de mim tão fácil... - Ela sorri perversamente, colocando um dedo no queixo dele, fazendo ele engolir em seco. Mas a ruiva interrompe o gesto, apontando para o casal sentado no fundo da sala que apreciava um bom chá com bolo de morango com um ar pesado. -Já que vocês chegaram, que tal dar um jeito naquilo? O clima não está nada bom...

–Mamãe e o senhor Kagamine? O que está acontecendo aqui? - Pergunta Mokaito estranhando a cena.

– A mamãe conhece o avô dos Kagamines? Essa é nova! - Diz Akaito se desvencilhando de Meiko finalmente.

– Mas a mamãe nunca comentou nada sobre isso... - Mokaito começa a coçar o queixo, preocupado.

– Mamãe, o que houve com a senhora? O passeio não fez bem? Ou foi a viagem? - Kaito se aproxima preocupado, a mente da mãe parece voltar do lugar para onde foi e ela lhe dá um caloroso sorriso.

– Não é nada querido! Apenas más lembranças!

– Sério? Eu as considero interessantes... - Responde o avô dos gêmeos enquanto pega a xícara de chá, lançando aos dois um olhar divertido.

O rosto da mãe se contorce em uma careta irritada. Os filhos sentem um calafrio. Da última vez que ela fez aquela cara foi quando um idiota tentou atirar no pai deles durante um assalto. E não tinha sido nada agradável. Principalmente para o assaltante que teve a cara desfigurada com as unhas da mãe deles.

– Mamãe... O papai não estava se sentindo bem... Você já foi dar uma olhada nele? - Pergunta Kaito com uma voz esganiçada.

– Sim, sim! Você poderia levar um remédio para ele! - Diz Akaito acompanhando a deixa, tentando distraí-la, enquanto o senhor Kagamine ria das tentativas dos filhos, o que estava fazendo o sangue dele começar a correr mais rápido e o da mãe também.

– A viagem foi cansativa, eu vou preparar um banho para a senhora. - Mokaito começa a limpar a mesa rapidamente, aproveitando para tirar qualquer talher "pontudo" da mesa.

– Mamãe, não fique assim! - Akaito sussura para a mãe enquanto tenta arrancar o garfo que ela usava para comer o bolo da mão dela. - Ele é só um velhinho inofensivo!

– Velhinho inofensivo!!!! - Grita Chihaya, se levantando em um pulo e derrubando Akaito e Kaito no chão.

– Ah, as crianças também chegaram! - Meiko exclama no mesmo instante enquanto olha pela janela, mas a expressão dela muda. - Ué? O Zeito está machucado?

Ao dizer isso a senhora Shion interrompe o ataque e sai como um furacão pela porta, atropelando até o marido nas escadas.

– O que houve? - Chihaya se aproxima do filho machucado desesperada, pegando seu braço e examinando-o, dando um suspiro. - É superficial, já vi o Taito com piores!

– Você gosta de compará-lo com o maníaco-depressivo, não? - Comenta Zatsune com desprezo, subindo os degraus.

–É melhor tratar dele, as filmagens logo, logo vão começar!- Meiko sai da pousada com um sorriso, apontando para duas micro vans e um carro que se aproximavam. - As coisas vão esquentar!

– Sim, com certeza vão! - Chihaya range os dentes, se esforçando para exibir um sorriso. Agora ela ia poder fazer o próprio show, não é?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

.Meiko! Ela não é a minha favorita, mas gostei da personalidade dela aqui, acho que vou me divertir muito com ela atazanando o Kaito!

Oliver! Big Al! Venham logo!

Alguma dica? Está muito longa? Odeio editor de texto! Agradeço a todos que leram e especialmente aos que estão acompanhando!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Dia-a-dia Da Família Shion" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.