Em Forma de Lenda escrita por Nana


Capítulo 4
[...]




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O quarto dele era a metade da minha casa. Uma parede era azul marinho e as outras brancas. O quarto era lindo e cheio de tecnologias. A Cama era de casal, gigante. O guarda-roupa ocupava a parede da direita inteira.

Sentamos em uma escrivaninha e começamos a procurar nos livros e na internet.

Ele digitou, é muito mais rápido nisso do que eu.

Depois de um tempo.

- Uma paradinha para o café?! - Ele perguntou.

-Claro! - Eu estava morrendo de fome...

- Por aqui. - Ele disse enquanto caminhava em direção a porta.

Eu o segui até o primeiro andar. A cozinha era entre as duas escadas. Uma porta do tamanho da de entrada. A cozinha era linda como o resto da casa. Branca com algumas coisas carvalho. Um tom extremamente elegante.

- Vou chamar a Takita. Espere ai.

Ele entrou em uma porta que eu ainda não tinha percebido antes.

Ele voltou com uma senhora de cabelos escuros com poucos fios brancos. Ela estava vestida como...

- Ela vai colocar a mesa para tomarmos café.

... empregada.

Ele tinha uma empregada? Ele é muito rico mesmo... Me senti até meio humilhada.

- Sente-se aqui! - Ele apontou para uma cadeira na mesa de vidro redonda.

-Ok!

Ele se sentou ao meu lado.

- Gosto da sua casa! - Alguém tinha que quebrar o silêncio. - Ela é bonita!

- Obrigado! Que bom que gostou! - Ele abriu ainda mais seu sorriso.

E eu estava começando a ficar deslumbrada...

Depois da mesa posta que me toquei: A mesa estava cheia de coisas que não era só café preto e pão com margarina. Eram sucos, biscoitos, pães, café, leite, chocolate em pó e muitas outras coisas que eu nunca tinha visto. Nada era de um só sabor, sempre tinha outra opção!

- Pode pegar! - Ele disse me oferecendo - Qualquer coisa!

Fiquei olhando para toda a mesa, indecisa. Eram muitas coisas para escolher, muitas mesmo.

Ele soltou uma gargalhada alta.

- Ops... Desculpa. - Desculpou - se ele - Pode pegar qualquer coisa!

- Ok...

Peguei um copo de suco de morango e um pedaço de bolo de fubá. Uma delicia, tanto um conto o outro!

- Hum... Delicia!

- Gostou mesmo?!

-Claro!

Ele pegou um tipo de bolachinha caseira e café.

- Me passa o leite quente? - Perguntou ele.

- Claro!

 Peguei o leite e o entreguei. A mesa estava tão cheia que quase derrubei uma jarra de suco de laranja e três potes de bolacha só para pegar o leite.

Ele fez café com leite.

- Seu pai? - Perguntei curiosa.

- Acho que no mesmo lugar que o seu...

Hun?

- Como você sabe?

- Sei o que?

- De meu pai...

- Bem... Depois eu te explico. Outro dia.

Como assim? Ele estava bisbilhotando minha vida e queria me explicar depois como se fosse algo normal?

- Meu pai foi viajar para muito longe. - Isso não ia ficar assim.

Enfiei uma garfada maior que o necessário dentro da boca e comecei a tentar mastigar, eu estava nervosa.

- Eu entendo... Meu pai também.

-huntunuru...

Ainda bem que eu não podia abrir a boca...

Uma coisa que eu não gosto é de falar a minha vida com os outros. E uma coisa que eu odiava mesmo, era que os outros falassem da minha vida com os outros sem mim.

Eu não sei não, mais eu acho que estava vermelha.

Quando comecei a engolir o bolo já peguei mais outra garfada e enfiei na boca, caindo quase a metade do que tinha no garfo.

Ele começou a tomar o café com leite devagar e com muita delicadeza.

ARG. Eu odiava tanto aquilo... O que ele iria querer com minha vida?

- Você esta bem?

Claro que não, não da para ver! To com a maior raiva de você seu imbecil!

Arg. Vou arrancar a sua cabeça fora!

- Quer ir ao banheiro?

Mastiguei tudo, tomei uma golada de suco e:

-Não!

-Não o que?

- Não se meta na minha vida!

Me pus de pé num salto.

- Calma...

Rosnei quase como um lobo.

- Vamos terminar o trabalho outro dia?

- Vamos! - Disse quase gritando.

De onde tinha vindo tanta raiva? De onde tinha vindo tudo isso?

- Desculpa... - Disse, mais calma.

O que era isso? Essa casa estava mexendo com meus sentimentos. Estava com medo, será que era ele? Mas o que ele ganharia em troca? Não... Mas não agüento mais ficar aqui nem mais por um minuto se quer.

- Desculpa - Repeti

Ele olhou par mim com uma cara de choro. O que eu tinha feito.

Desculpa - Ele falou.

O que?

-AAAAARGG

Ele bateu as duas mãos em cima da mesa com muita força. Se levantando velozmente.

O que aconteceu. Ele deu a volta na mesa e saiu da cozinha.

O que eu fazia? Ele estava bravo comigo? O que eu fiz a ele? Eu deveria segui-lo?

Não...

- O que foi?!

Ouvi o ­­­­­­­­­­­Kase dizendo alto o bastante para eu ouvir, eles não estavam longe.

- Cale a boca seu metido. Você sabe do que ela é capaz.!

O que? Eles estavam falando de mim?

 -Pare! Ela pode ouvir! -Ouvi o garoto dizendo um pouco mais baixo.

- Dane- se! Ela vai ter que saber um dia. E você fazendo isso não vai adiantar muita coisa.

- Mas ela nem percebeu moleque!

- Claro que sim!

Ouvi um novo rosnado entre dentes. Provavelmente de Taiyoo.

-Ok... - Taiyoo disse.

Já estava calmo?

- Pare de usar isso em mim, se não vou te de queimar vivo...

Nossa!

- Agora vai embora daqui e só volte à noite! - Ele voltou a gritar!

O que esta havendo aqui? Isso não é certo...

Esperei um tempinho e abri a porta, só estava Taiyoo ali.

- Oi...

- Sui! - Ele disse com um sorriso mau feito no rosto.

- Esta tudo bem?

Mesmo sabendo que não eu queria saber...

- Você já sabe...

- Seu irmão...

- Vamos dar uma volta? Te levo para casa...

- Tah.

Eu não queria mais ficar nessa casa mesmo...

Subimos para pegar minhas coisas e ele aproveitou para pegar um casaco, estava com cara de que iria chover.

Decemos as escada em silencio total. Nunca estive num clima desses. Suspense? Não... O que então?

Ele queria falar alguma coisa comigo só que não queria. Ou algo assim?

Ao abrirmos a porta olhamos para cima, tinham poucas nuvens.

- Dizem que vai chover a semana toda! - Disse abrindo um sorrisinho.

- Você gosta de chuva, não é?

- Muito!

- É eu sei...

Sabe de mais para o meu gosto...

Fomos caminhando devagar para o portão que ficava a metros de distancia da casa.

- É melhor você não vir muito aqui... - Ele disse olhando para baixo.

- O que? - Perguntei assustada. - Por quê?

- É melhor para você...

 O que eu podia fazer?...

- O que vocês estavam falando na sala?

- Eu não queria falar sobre isso hoje...

Ele estava com uma voz... Eu olhei em sua direção e com as pontas dos meus dedos levantei sua cabeça.

Ele estava... Estava... Chorando?

Ele arregalou os olhos quando viu meu movimento, mais não recuou.

- Esta bem... Não vou mais puxar nesse assunto até que você me queira contar de verdade.

- Obrigada Sui... Você é uma garota muito gentil.

Eu soltei minhas mãos as deixando cair em minhas pernas.

Ele levantou a cabeça. E me puxou entre seus braços, em um abraço carinhoso e forte.

Ele recuou um pouco e olhou para mim.

- Por quê? - Ele falou enquanto secava sua lagrimas.

- Por que, o que? - Eu disse.

- Por que água e o fogo, não podem ficar juntos?

Ele estava me confundindo. Onde ele queria chegar nessa conversa de água e fogo?

- Não sei...

- Isso não é justo. Se o fogo quiser a água?

-... Ele se apaga - Continuei - E se a água quiser o fogo...

-... Ela evapora. - Ele me interrompeu.

O homem alto estava la, ele abriu o portão para agente.

Fomos caminhando em silencio até a pracinha que tinha a uns dois quarteirões.

Eu fui pensando: Será mesmo que um dia água vai querer o fogo e o fogo a água? Eles não poderão ficar juntos. Realmente era injusto.

Mas eu já vi na TV um avião que caiu no mar e começou a pegar fogo nas coisas, mesmo estando na água... Será que isso vale?

Só coisas ruins acontecem para eles ficarem juntos...

- Isso é injusto - Eu repeti.

- E se... - Ele falou. - E se... O fogo se apaixonar pela água?

Sentamos cada um em um balanço feito de pinéu que estava entre as arvores da praça.

- Ai o fogo vai sofrer um monte por não poder ficar perto de sua amada... - Lamentei.

- Você conhece aquela lenda da água e do fogo?

- Qual?

- Uma que os elementos se apaixonaram ai então, eles não poderiam ficar juntos e foram feitos como humanos... Uma coisa assim...

- Não conheço.

- Algo do tipo: ‘Humanos podemos não abraçar e nos beijar’

- Interessante - Abri um sorrisinho.

- Bem... Dizem que o fogo se apaixonou pela água, mas a água não se apaixonou pelo fogo. Porque ele parecia ser muito agressivo.

- Que triste... - Lamentei de novo.

-... Ai ele foi reclamar para o Deus que ele queria ser um pequeno humano para poder ser amado e chamado de ‘menininho’...

- Que fofo!

Ele olhou para mim assustado pela minha expressão. O que eu falei?

- O que foi? - Perguntei.

- E então Deus falou... - Continuou ele. -... Que então todos os quatro elementos teriam que virar humanos também para ser justo.

- E então...?

- E então o fogo e os outros elementos concordaram.

- Fogo, água, terra e ar?

- Sim... E esses humanos foram criados em anos diferentes. Eles têm idades diferentes.

- Será que é verdade?

- Deus confiou na terra que estava sempre com ele para se lembrar de tudo. - Ele não me respondeu - Então a ser humana-terra tinha a missão de convocar os quatros humanos-elementos. Ele tinha o dever de ensiná-los como usarem seus poderes.

- Ual! Adoro lendas.

Eu estava me interessando cada vez mais com essa historia.

Comecei a me balança com os pés lentamente.

- Deus era muito generoso - Ele continuou. - Ele sempre quis dar poderes para os humanos. Mas ele sabia que nem todos os humanos iriam escolher o caminho do bem, então ele não os deu esses poderes. Ele deu para os elementos.

- Que bom... Assim o fogo e a água podem ficar juntos! - Isso estava ficando legal.

- Sim, mas a humana-terra não era tão fiel a Deus...

-O que?! - Ele me pegou de surpresa.

- A humana-terra pode controlar a terra e a força dos outros. O humano-ar pode controlar o ar e os sentimentos dos outros. O fogo pode controlas o fogo e trocar coisas feitas por 30 segundos atrás...

- Como assim? - O interrompi.

- Tipo... Se uma pessoa vai dar um passo para a direita, o humano-fogo pode te virar para esquerda antes de você dar o passo para a direita.

- Ainda não entendi...

De novo, ele estava me confundindo.

- Por exemplo. - Ele continuou - Você tem uma blusa vermelha e uma amarela.  Em menos de trinta segundos você pega a amarela. O Humano-fogo pode voltar o tempo e te fazer pegar a vermelha... Entende?

- Acho que sim...

Mais ou menos para falar a verdade... Mas eu queria que ele continua-se a contar a lenda.

- E a água, qual o poder dela?! - Perguntei entusiasmada.

- A água? Eu não sei qual o segundo poder. Mas ela pode controlar a água...

- Quase tudo é feito por água, não é? Ela deve ser muito poderosa!

- É sim... Pó isso que a Humana-terra se virou contra Deus.

- O que?

Já tinha me esquecido dessa parte.

- Ela queria o poder de controlar quase tudo que a pobre Humana-água tem...

- Essa historia vai ter um final feliz ou não?

- Ainda não sei. Não vi o final da história.

- Pois eu acho que no final o bem sempre vence. E a água e o fogo vão ficar juntos!

Abri o maior sorriso que eu podia. E ele? ... Também!

Depois conversamos sobre vários assuntos diferentes, e nos divertimos muitos naquelas ultimas horas.

Ele me levou até o portão de casa e marcamos que iríamos terminar de fazer o trabalho no outro dia às cinco horas porque eu não poderia sair mais cedo. Na escola dessa vez, vamos procurar nos livros...

 

 

 

 Capitulo 1... fim


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