Inalcançável escrita por Gaia


Capítulo 14
Terceiro andar




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As duas ficaram escondidas até ouvirem Karin abrir a porta para Sasuke e Naruto, que a segurou de leve, como prometido. Sakura encarou Hinata como se perguntasse se estava tudo bem para irem e a morena acenou, já convicta de seu próprio envolvimento.

– Temos que ser muito cuidadosas. – Sakura disse baixinho. – Sasuke pode ser um Uchiha, mas nós ainda somos apenas um bando de adolescentes rebeldes na visão dos seguranças.

Hinata acenou em concordância e Naruto fechou a porta por trás delas. Os três olharam em volta, estavam em um amplo corredor que mais parecia um depósito. Havia de tudo ali, desde bicicletas abandonadas até mesas com computadores inutilizados.

Seguiram Sasuke e Karin sorrateiramente e logo estavam no saguão principal, onde a secretária foi para trás do grande balcão e começou a atender telefonemas freneticamente.

Os três não saíram de trás da grande porta que separava o depósito do saguão. Apenas encaravam a cena por uma pequena janela de vidro que tinha em uma das paredes.

– Impossível pisarmos ali, tem gente entrando e saindo o tempo todo. Olha quantos seguranças na entrada. – Sakura disse, apontando para a grande porta de vidro que dava para o lado de fora, onde se encontrava uma fileira de seguranças imóveis.

– Já falo com você, querido. Só deixa eu me livrar desse barulho chato. – Karin disse para Sasuke que apenas acenou. Hinata percebeu a tensão de seus ombros, ele também não queria ser reconhecido.

O Uchiha encarou a janela de lado, querendo se comunicar de alguma forma. Ele apontava discretamente com a cabeça para três mulheres que tinham acabado de entrar, vestidas exatamente da mesma forma: jalecos brancos, longos e fechados por grandes botões pretos.

Naruto entendeu na hora e imediatamente saiu pela porta. Por um minuto, Hinata pensou que ele fosse sequestrar as três e roubar suas roupas, mas ele apenas ficou esperando do lado de fora.

As três entraram em um porta batendo os seus crachás e saíram com um grande carrinho próprio para lixo tóxico. Coberto com um grande saco plástico, o espaço dentro era grande suficiente para que uma delas entrasse.

– Sasuke não esta seriamente pensando nisso, está? – Sakura perguntou, indignada e Hinata apenas se conteu em dar um sorriso contido, ao perceber Naruto entrando na porta por onde as três tinham saído.

Sakura respirou fundo, aceitando o plano, mesmo sabendo ser suicida.

– Vamos precisar de um jaleco daqueles. – ela disse por fim.

– E um crachá de identificação. – Naruto disse por trás, de repente, fazendo Hinata pular.

Ele estava atrás delas com um jaleco em uma mão e um crachá em outra. Sakura assustou-se com o susto de Hinata e depois mais ainda com os objetos flutuantes.

– Naruto! – ela exclamou em reprovação.

– Relaxa, eu não bati em ninguém, tinham vários aventais desses lá naquela sala. E aposto que a moça não vai sentir falta desse crachá, ela já usou. – ele explicou-se e Hinata só conseguiu se concentrar no uso de “aventais” invés de “jalecos” e riu.

– Não quero saber das suas desculpas. – Sakura falou revirando os olhos, já prevendo as palavras não ouvidas de Naruto. – Vamos.

Hinata ficou encarando a colega enquanto ela entrava no carrinho e se cobria com umas toalhas próprias para reduzir os líquidos dos lixos. Por que ela não estava colocando o jaleco? Elas precisavam de alguém para conduzir o carrinho e Hinata certamente não era a melhor escolha. Ela não sabia mentir e nem saberia improvisar se algo errado acontecesse.

– Sakura... Eu... – começou, sem saber como protestar.

– Hinata, você consegue. – a outra respondeu quase que imediatamente. Já sabia que não era do caráter da morena qualquer coisa que a tornasse visível, mas nesse caso era inevitável. – Eu não posso fingir ser uma funcionária, Karin e outras pessoas me conhecem.

Os olhos da Hinata estavam prestes a marejar e ela sentiu seu corpo começando a tremer. Ela não conseguia fazer aquilo. Simplesmente não conseguia.

Encarou Naruto, que apenas a fitava com seu olhar usual de confusão e seu coração apertou. Ela estava ali por ele. Tudo o que ela estava fazendo era por ele. Não podia desistir agora. Não podia fraquejar, ele estava dependendo dela.

Respirou fundo e pegou o jaleco e o crachá.

– Vamos.

Sasuke bufou do outro lado do balcão, quando os três iam começar a agir? Não aguentava mais ter que ouvir a voz estridente de Karin.

– E ai, lindo, só falei de mim. Como você está? Eu soube do Itachi, sinto muito. – era a primeira vez na conversa que ela o deixara falar.

– Como raios você acha que estou? – ele perguntou seco e Karin o encarou com pesar.

– Sinto muito. Ele era um cara legal. – ela retrucou, agora com outro tom. Sasuke apenas acenou e olhou para a janela de relance. Será que já podia sair dali? – Alô? Oi Suigetsu... Eu não quero saber.... Que?! Qual é o seu problema?

Ela voltou sua atenção para os telefones e Sasuke suspirou. De repente, sentiu sua mão sendo puxada e simplesmente soube que era Naruto. Encarou Karin para ver se ela estava prestando atenção, mas ela parecia estar mais concentrada em gritar com o tal de Suigetsu.

Ele saiu sorrateiramente de sua vista e deixou que Naruto o guiasse. Era extremamente estranho ser puxado por uma mão invisível, mas aquilo tornava o amigo mais real. Era bom saber que ele realmente estava ali, apesar de tudo. Ele sabia que estava egoísta em preferi-lo morto do que completamente ausente, mas não ligava. Naruto era o seu único amigo de verdade.

Sasuke viu Hinata vestida como as moças do laboratório e suspirou, aquilo nunca daria certo, por que Sakura não se encarregou da parte de fingir-se ser outra pessoa? Aquela menina tímida e contida nunca daria conta.

– Cadê a Sakura? – perguntou, ao ver que estavam sozinhos perto do elevador.

Hinata apontou para o carrinho e ele entendeu.

– Não é melhor vocês duas trocarem de lugar? – ele disse sem delongas e Hinata acenou com a cabeça. Era óbvio que sim.

– Não, Hinata consegue fazer isso! Sakura pode ser reconhecida! – Naruto disse para Sasuke, que apenas encarava Hinata. Ela corou e encarou o loiro com gratidão, ninguém nunca acreditava nela como ele acreditava. Não podia decepcioná-lo.

– Sakura... Pode ser reconhecida. – foi tudo o que ela conseguiu dizer em sua defesa.

Ele apenas bufou com a resposta e deu de ombros. Já não se importava mesmo. Eles entraram no elevador e Sasuke apertou o terceiro andar sem hesitar. Felizmente, não tinha ninguém os acompanhando, apenas a música ambiental que deixava Naruto ainda mais inquieto.

“Quarto andar.”, a voz eletrônica disse e os dois se entreolharam, confusos. Sasuke tinha apertado o terceiro andar, tinha certeza. A porta se abriu e ele apertou o botão novamente, esperando que o elevador descesse, mas apenas ficou imóvel.

– Que porra é essa? – ele perguntou para ninguém em particular.

Eles desceram até o térreo novamente, quando outros empresários entraram. Sasuke apertou o mesmo botão de novo, mas o elevador parecia ignorar a ordem.

Quando estavam sozinhos novamente, Sasuke parecia furioso.

– Elevador de merda! Vamos ter que ir de escada! – ele exclamou, saindo no quarto andar.

Sakura colocou a cabeça para fora e resmungou:

– Como exatamente, gênio? Estamos com um carrinho aqui.

Sasuke bufou, irritado.

– Sakura, sai dai, não ligo se te reconhecerem. Eles não vão atirar na minha namorada. – ele disse, de uma forma que não era para parecer heroica e nem carinhosa, mas acabou soando mesmo assim. Ele quis dizer que eles não atirariam na namorada de um Uchiha e não que ele não iria deixar ninguém atirar nela por algum ato louco de amor. Ele soube que Sakura entendeu da mesma forma, quando ela revirou os olhos e não o puxou para um beijo.

– Você não tem como saber disso, tem gente louca nesse mundo. – retrucou, já saindo do carrinho.

– Deixa de ser ridícula. – o Uchiha murmurou e ajudou-a a sair.

– Isso é muito estranho. – Naruto disse, do nada. E Hinata virou-se para fitá-lo. – Como que o elevador não parou no terceiro andar?

– Não sei. – ela respondeu. – Acho que eles realmente querem proteger aquele escritório.

O casal voltou-se para ela com um olhar indagador e ela explicou:

– Naruto achou estranho o elevador não parar no terceiro andar.

Tudo está muito estranho. – Sasuke concluiu. – E eu acho que tudo isso tem a ver com Itachi.

Todos ficaram em silêncio, mas sabiam que o que ele dizia era verdade. Realmente tudo estava muito estranho e não de um modo bom. Hinata estava com medo da verdade, de que fossem cavar um buraco fundo demais e não conseguissem sair depois. Sabe-se lá quais eram os segredos que as paredes Uchihas guardavam.

Ficou calada por todo o tempo que desceram o lance de escadas. Sua boca apenas abriu-se em completo espanto, quando Sasuke abriu a porta e deparou-se com uma fileira de seguranças. Tudo foi em um segundo, de repente, sua boca foi coberta por uma mão robusta e seus braços imobilizados. Ela olhava em volta e via Sakura na mesma situação e Sasuke se contorcendo freneticamente para sair do aperto de um dos seguranças.

Seu olhar então foi para Naruto, que apenas olhava tudo com um seu olhar característico de malandragem. Hinata tentou se comunicar com o olhar, mas ele não precisou de seu olhar para dizer:

– Não se preocupe, Hinata, eu cuido disso.

– O que esses pirralhos estão fazendo aqui? – os homens gritavam. – Como eles chegaram aqui?

Lentamente, os três estavam sendo arrastados para uma sala e a visão de Hinata ficou mais limitada, já não conseguia ver os outros e muito menos Naruto. Torceu para que seu plano fosse realmente bom e que ele de verdade soubesse o que iria fazer.

Rapidamente, se encontrou sentada em uma cadeira, com uma fita na boca e as mãos amarradas por trás. Parecia uma cena de um filme ou uma passagem dos mangás que gostava de ler. Aquilo não podia ser vida real, ela nunca tinha se metido em nenhuma encrenca e agora parecia estar em uma continuação de Missão Impossível.

– Como os três pirralhos entraram? – um homem alto de cabelos negros falou, enquanto circulava-os. – Ah, claro. – ele riu maniacamente. – Eu os calei para que não gritassem. Mas sabem, essa sala é a prova de som, então não adianta gritar, tá legal? Vou tirar a fita agora, por favor não me testem.

Hinata simplesmente sabia que ele estava falando a verdade. Não adiantava gritar por socorro. Eles que invadiram a empresa, eles que estavam errados, ninguém ia ajudá-los ali dentro.

Estavam completamente sozinhos e dependiam apenas de Naruto. Hinata suspirou, estavam perdidos.


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Notas finais do capítulo

--
Ooie, cap novo pra vocês lindocos,
Gostaram??

Beijocas, até a prox :**



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