Cap. 7- I Love The Apocalipse

Estava sentada no topo do edifício, sentindo a brisa fria que se aproximava, o inverno se aproximava. Estava pensando naquele beijo, incrível e me convenceu, demasiado, não dormi a noite inteira. Olhei para meus pés balançando naquela parede gigante

-Bom dia.- Afirmou uma voz, eu a conhecia e fazia cócegas nos meus ouvidos agradável, estremeci um pouco olhando para os meus pés- Bom dia?

-Bom dia.- Me virei sorrindo meio sem graça, coçando a nuca. Olhei para o céu de novo, um pouco de sol apareceu, olhei para fora da prisão, aqueles walkers tentavam algo impossível, entrar aqui, por enquanto.

Ele se sentou ao meu lado.

-Então, que faz?- Questionou Carl

-Nada, apenas vendo isso e comendo, dessa vez não é chocolate.- Brinquei. E o silêncio reinou. Calma Sam! Não pode morrer agora, quer dizer, depois de tanto tempo de sobrevivência, você vai morrer de ataque cardiáco?!

-Sam.- Estremeci de novo- Eu... Ontem, eu fiz aquilo, porque...- Meu cérebro não esperava grande coisa, já meu coração, estava esperando três palavrinhas mágicas. Não podemos mesmo evitar isso?

-Carl. Eu...- Queria dizer a mesma coisa, as três palavrinhas mágicas que tinham dois destinos, a infelicidade ou a felicidade, seria a segunda opção. Que faço, também quero dizer, mas tenho vergonha!

Eu apenas entrelacei meus dedos aos seus, colocando uma mecha de cabelo meu atrás da orelha, olhando com ela com um sorriso enquanto meus lábios esbarravam um no outro, ele sorriu, será que?

-Será que...?- Agora fiquei pior que um jalapeno, mais quente e picante que ele, me atrapalhei um bocadinho e acabei por abanar a cabeça afirmativamente. Ele se aproximou de novo, fechei os olhos e selámos os lábios, de novo, a mesma sensação

-Carl.

-Sim.- Olhámos para a frente, mesmo assim de mãos dadas, cocei meu pescoço, tentando descontrair.

-Tenho um segredo para você.

-Daqui a três anos, esse segredo não vai resultar.- Brincou e eu ri

-Porquê? Significa que te vou deixar de amar daqui a três anos?- Ele me olhou admirado, rindo um pouco sem graça, começando a ficar vermelho. Encostei a cabeça no seu ombro- Eu te amo.- Declarei, olhando um bocadinho para ele, que sorria e deu uma tosse a fingir.

-Isso significa que somos namorados?- Confirmei balançando a cabeça afirmativamente- Sam, eu estou muito feliz.

-Eu também, mas eu pensava que você gostava da Beth.- Por acaso... Se ele andar com as duas, lhe dou uma martelada na cabeça

-Gostava, mas depois conheci outra garota.- Olhou para mim solidariamente. Sou eu, sou eu! Observei aquilo tudo e lá em baixo observei Beth com Lucas e Hershell, meu irmão não desiste, espero que o velho simpático perceba a sua persistência.

Olhei de longe, fora da prisão, havia uma carrinha ali com um grupo de homens, Carl olhou na mesma direcção. Peguei na espingarda de pressão que tinha aquele vidrozinho para espreitar tudo, e faziam pontaria, o tiro foi feito, e gritos ouvidos no pátio, era Axel, se não me engano, o loirinho pedófilo.

Disparei na direcção daquela carrinha, atingindo dois no peito, mas esses apontaram as armas para nós, coloquei o braço no peito de Carl o atirando para baixo comigo e eles falharam o tiro.

-Au!- Queixou-se- Está bem?- Se levantou, mas um tiro veio na nossa direcção.

-Sim, apenas se abaixe- Ficou por cima de mim

-Sabe, essa posição, não é assim tão má.- Comentou e eu o mirei revirando os olhos, peguei noutra arma atirando, mas quando vi, eles tinham colocado zumbis dentro do pavilhão, me concentrei mais nisso. Outro tiro foi para o pátio, mais gritos se ouviram, quando vi, Lucas tinha sido atingido.

Lucas, não, tudo menos ele! Comecei correndo mais rápido que podia, se me atirasse daquele parapeito, ficaríamos no mesmo estado, Carl tentava me acompanhar, cheguei ali, me ajoelhando e vendo se tinha pulsação, estava fraca, procurei o tiro, tinha sido no ombro.

-Sammy.- Disse ele

-Cala a boca desgraçado.- Estanquei ali em cima da ferida e ele gemeu de dor- Menininha.

Daryl e Glenn o levaram para o bloco, Hershell viu o braço dele.

-Não é nada de mais Sam.- Disse meu estúpido irmão

-Eu mato aquele desgraçado, eu o mato.- Suspirei fundo tentando suster minha raiva, sem resultado- Não quero saber se tem uma cidade inteira, eu vou explodir aquela merda inteira com dinamite, vai ver!

-Calma.- Afirmou Carol

-Calma não, nunca se me com um Scherbatsky, e aquele Governador vai ver, ou isso ou não me chamo Samantha.- Prometi olhando para o vazio zangada, mesmo assim, pronta para derrubá-lo- Ele tirou o pátio, o máximo que temos é essa parte cinza, ele matou um dos prisioneiros.

-Por acaso os dois.- Levei minhas mãos ao cabelo

-Eu vou matar aquele homem, eu mato, eu enterro vivo, irei cortá-lo em pedaços e atirá-lo aos cabrões. Depois, depois, mato todos os que lhe comeram, assim ele não volta, nunca mais.- Eles me olhavam chocados- Claro que estou brincando, ainda precisávamos mais de armas, algo que não temos.

Que não temos...