O virgem de 19 anos escrita por AmndAndrade


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oiê, voltei! Antes que vocês lessem, queria que soubessem que estão arrasando com os reviews :3 obrigada! E pra constar, tive uma recomendação LINDA de Ichigorin, SURTEEEEEEEEEEI, OBRIGADA!

Agora, Caio pra vocês, e o capítulo é seu, Ichigorin:



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Mesmo com toda minha experiência, tropecei quatro ou cinco vezes para descer aquela maldita ladeira. Os outros faziam qualquer referência à uma garota das Humanas, mas eu não entendi do que eles estavam falando e estava irritado demais para prestar atenção.

Enxuguei as palmas das mãos várias vezes até lembrar-me do guia rabiscado que eu tinha preparado com Vanessa, especialmente para as horas que iriam se seguir. Pensar nela não ajudava e eu já estava começando a ficar com raiva de toda a situação.

Sabe que eu concordo plenamente com ela nisso? Desnecessário, muito desnecessário. O que valeria mais a pena: sustentar uma promessa ou sustentar uma mentira? Talvez nenhum dos dois, na verdade. Deus, estou me sentindo tão idiota. Sustentar a promessa me parece bem menos viável, mas muito mais correto. Estou disposto a contar a verdade quando as luzes dos Fliperama me cegam e eu olho todos aqueles caras inteligentes e socialmente rejeitados afogando suas mágoas em máquinas de jogos. Não, eu não quero acabar assim.

Sustentar a mentira? Claro, uma ótima ideia.

– Já fez tuas apostas? – A voz de Marcos me tira de meu transe. Pisco algumas vezes para afastar a imagem de mim com óculos fundo de garrafa e afogando minhas mágoas em achocolatado morno e jogos dos mais variados tipos.

– Quero dar uma olhada no lugar primeiro – digo com o maior índice de casualidade possível.

Eles assentem e indicam um corredor estreito com a cabeça. Enquanto ando, não consigo deixar de reparar em o quanto o lugar é mal iluminado. Talvez, se as coisas fugirem do controle, isso seja uma coisa boa. Passo por um bocado de crianças que pilotam carrinhos falsos e me sinto muito tentado em escolher um desses carrinhos como minha parceira noturna.

Qual o seu problema, Caio?

O corredor termina ao lado de alguns brinquedos infantis, desativados por falta de público ou de defeito, não consigo identificar. A luz é bem mais regular aqui – não pulsante como no outro cômodo –, mas isso só faz com que meu estômago fique mais embrulhado. Desvio o olhar do brinquedo em formato de cachorro que me encara, quase sussurrando para ele o quanto eu estou ferrado.

Qual o meu problema eu não sei, mas com certeza eu tenho algum.

Há uma reentrância bem grande na parede. Ela abriga uma mesa azul e alguns estofados de vinil no mesmo tom, em volta. A mesa semi-úmida e o pacote de guardanapos claramente recém colocados indicam que o lugar foi habitado por humanos há alguns minutos. Sendo assim, posso eliminar a esperança de ser arrancado da minha pseudo-transa por algum segurança por estar em local proibido. Bom, a esperança é a última que morre.

Eduardo, sempre tomando a frente, ignora minha expressão perturbada e empurra a porta de compensado na qual eu não reparara. Também, como reparar em alguma coisa já que os objetos do cômodo são quase todos azuis? Se fossem vermelhas e tivessem uma cama redonda e umas luzinhas aqui e ali, a coisa podia ser facilmente convertida em um quarto de motel.

Não que eu já tenha estado em algum, mas antes de fazer a promessa eu dava uma olhada em revistas. Meu azar todo é que eu tive de fazer a promessa com dezesseis anos de idade, e eu não tive tempo para assistir a coisa de fato antes disso.

Praticamente suspiro de alívio quando percebo que o cômodo ali revelado não tem todas as paredes azuis. Apenas uma, mas o tom quase tão escuro quanto preto e os planetas pintados ali dão um ar quase alegre ao meu matadouro. No centro, uma mesa de totó que parece não ser usada há algum tempo. Sinto cheiro de desinfetante quando chego perto do móvel que comporta uma televisão grande, dois vídeo games e vários jogos. O lugar está cercado por máquinas. Algumas estão apagadas e outras emitem uma luz tênue e fantasmagórica enquanto os desenhos nelas parecem rir de mim.

Calor. Não tem a ver com a experiência, mas estou com calor. Percebo que as janelas estão fechadas com uma tranca e o único ventilador de teto é tão lento quanto um cata-vento de criança. De repente, sinto-me extremamente grato. Primeiro pelo ventilador fazer tanto barulho e segundo pelo quarto abafado: quanto mais suado eu parecer, melhor.

– Parece legal – digo, sorrindo e secando as palmas das mãos na bermuda. Oh Deus, estou cada vez mais parecido com aqueles esquisitões lá fora.

– Sabíamos que você ia adorar. – Marcos ri de um jeito sinistro. – Agora, vamos escolher a primeira vítima?

Vontade de socá-lo pela frase? Obviamente.

Saio da sala e sigo na frente deles, pensando no tipo de perfil que eu teria que escolher para que o plano desse certo. O que é meio difícil, já que até as garotas mais bem apessoadas podem se render a esse antro de perdição que alguns chamam de cidade.

Tento flertar com algumas versões femininas dos esquisitos, mas elas fazem piadas estranhas demais, as quais eu geralmente não entendo. Desisto delas. Algumas outras garotas parecem arrancar minha bermuda com os olhos e isso pode ser perigoso demais. Outras, acompanhadas de seus pais, são novinhas demais. Não que eu duvide, do jeito que o mundo está, de que elas fariam objeção a ficar entre quatro paredes comigo.

É então que a vejo. Sentada, sozinha, encarando um copo de suco bem grande. A garota parece ter menos de dezessete anos, mas não está com nenhum responsável. Não toma achocolatado nem bebida alcoólica, o que a exclui de dois grupos que eu formei em minha mente. É uns trinta centímetros mais baixa que eu e tem cabelos cacheados loiros, além de olhos verdes muito bonitos.

– Boa escolha – Eduardo comenta, seguindo meu olhar. – Sempre achei que você gostava das mais quentes. – Ele curva a cabeça ligeiramente na direção de uma ruiva que eu encaixei no grupo das que tiram a bermuda com os olhos.

Dou de ombros para o seu comentário, respirando fundo e me preparando para ir falar com a loirinha solitária.

– A escolha da garota ainda é minha, não é? – pergunto de forma sarcástica, sem me virar para ver a reação deles.

Antes de me aproximar, dou uma secada mais intensa na garota, para não gerar desconfiança. Mentira, é porque eu quero mesmo. Ela tem a cintura bem fina, de um jeito que conseguiria cobrir com minhas duas mãos se quisesse. Não tem muito peito, mas cara, que bumbum lindo! Quando ela vira para sentar, vejo minha chance. Sento ao seu lado num estofado amarelo e sorrio do jeito mais arrebatador que consigo.

– Demorei um pouco pra perceber que a luz verde que vinha daqui vinha de seus olhos, e não de uma máquina – digo com a voz rouca. Ela segura um risinho e olha para o lado, desviando do meu olhar. Não a culpo. Eu nunca usei uma cantada tão ridícula em toda minha vida.

Bom, talvez tenha usado sim, mas não vem ao caso.

– Você gosta de vídeo games?

Ela estreita os olhos como quem pergunta “se eu não gostasse o que estaria fazendo aqui?”, mas sua boa educação apenas faz com que ela meneie a cabeça.

– Tem uma sala com uma televisão, dois consoles e vários jogos ali. – Dou de ombros de um jeito casual, recostando-me no banco. Minha voz não está sexy, nem nada do tipo, já que agora eu estou sendo honesto; não quero nada afinal de contas, não é?

– Ali onde? – ela pergunta e é a primeira vez que escuto sua voz. Doce e calma.

– Depois desse corredor. Costumo jogar lá sempre – minto. – Conheço bem o lugar. Quer jogar?

Ela olha o corredor estreito e azulado por alguns segundos. Em seguida, olha para Eduardo, Marcos e Marcelo, que estão num esforço inútil para se manterem discretos. Resisto ao impulso de xingá-los.

– Qual a dos guarda costas? – Ela sorri.

– Eles não querem só jogar – sussurro. – Mas eu sim – completo com um riso fraco.

Ela deve ter gostado desse meu jeito de retardado mental, porque deu de ombros e começou a se levantar da mesa. Ainda sentado, ela me olha.

– Vamos?

Quando estou de pé, deixo que ela passe na minha frente para que os garotos me vejam encarando seu bumbum redondinho. Não que isso seja um esforço. Com a mão em suas costas, guio-a até a sala e abro a sala de jogos. Quando ouço passos nos seguindo e inalo o cheiro de desinfetante, me dou conta de que não há saída: agora, é tudo ou nada.


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Notas finais do capítulo

Vishhhhhhhhhhh, gostaram da Bia?
HAUAUH acham que vai rolar? ~~ particularmente, eu acho ela até gente boa. E vocês?
Beijos, até mais!