O virgem de 19 anos escrita por AmndAndrade


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Hey galeraaaaaaaaaa HAUAHUAH tudo bem com vocês? Bom, vamos ver o tamanho da merda :P

Caio pra vocês:



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Mais tarde, mesmo dia. Quase preparado psicologicamente para resistir à tentação e manter a minha promessa, eu continuo inquieto e não consigo ficar mais que alguns segundos sem encarar a roupa separada no cabide. Janela, cabide, cama, mesinha. Janela, cabide, cama, mesinha.

Vanessa me segue com os olhos enquanto eu ando de um lado para o outro no quarto. Sentada em minha cama, ela tem uma expressão quase de dor de tanto que retesa o riso enquanto eu mudo o cabelo de posição e faço algumas caras na frente do espelho.

Seis da tarde, eu suspiro ao conferir o relógio de pulso.

– Caio, as horas não vão ter mudado significativamente se você ficar olhando o relógio de dois em dois minutos.

Fuzilo-a com os olhos, sem conseguir pensar numa boa resposta. De shorts claros, camiseta da Biologia e os pés descalços, ela está relaxada de um jeito que só me deixa ainda mais nervoso. Atiro-me ao seu lado na cama, cobrindo o rosto com as mãos e enfiando os polegares nos olhos.

– Também não vai fazer diferença ficar cego. – Escuto uma risada abafada. – A única coisa de que você vai precisar essa noite é da sua linda e sedutora voz – ela finaliza num tom sensual. Abro os olhos para encarar seu rosto a centímetros do meu, olhando com uma expressão clara de diversão.

– Pode zoar mesmo, vá em frente. – Afasto seu rosto com uma das mãos, tentando focalizar o quarto entre os vários pontinhos brancos que surgiram na minha visão.

– Qual é, Caio. – Ela volta a recostar-se na cabeceira. – Você está absolutamente nervoso sem necessidade alguma. A gente já treinou ontem. – Ela sorri e percebo que suas bochechas estão um pouco rosadas. – E você só tem que dar a entender a coisa, talvez não precise nem dar um beijo na infeliz.

– Vanessa... – tento interrompê-la, mas ela não permite.

– Aliás, se você não tivesse mentido esse tempo inteiro sobre ser virgem e não tivesse amigos tão idiotas como tem, não estaria numa situação dessas!

– E qual o problema, então? – Ouço-me estourar todo meu nervosismo. Meu tom de voz está tão alto quanto o seu. – Eu não sair transando com qualquer uma igual você? Pelo menos, não sou uma piranha, Vanessa!

Ela me encara com a boca levemente aberta por alguns segundos e vejo quando seus olhos começam a brilhar. De raiva, provavelmente. Tudo bem, admito que forcei a barra um pouco.

– Então é isso que você acha, não é? – Ela se levanta e puxa a bolsa da cadeira, quase a derrubando.

– Vanessa, eu não quis dizer... – Tento falar, mas ela já está saindo do quarto pisando duro.  

Atravesso o corredor a passos largos e rápidos para finalmente conseguir segurar seu braço. Ela já está na porta da sala e faz algum esforço para se soltar e permanecer de costas para mim. O coque do cabelo está desfeito e os fios soltos agora roçam minha mão. Seguro firme o suficiente para que ela pare e também para que não a machuque. Ela finalmente me encara.

– O que é? – ela rosna. Agora, olhando para ela, posso ver que arfa um pouco. Os lábios e o nariz estão avermelhados e uma lágrima desliza por sua bochecha. – Vai ficar me olhando com essa cara de idiota, seu virgem?

Ignoro a pseudo-ofensa, focado em consertar as coisas.

– Vanessa, eu não tive a intenção...

– Não teve, é? – Ela ri de um jeito amargo. – Mas quem liga? Você não precisa de mim mesmo. Pode ficar com seus amigos idiotas, porque eles não são vadios como eu, certo? Aliás, pede ajuda pra eles pra você aprender a gemer certo, porque desse jeito parece um cachorrinho que caiu da mudança!

Ela puxa seu braço com mais força que o necessário, uma vez que minhas mãos já estão frouxas há alguns segundos. Tento chamá-la mais uma vez, mas a porta já foi batida na minha cara. Então talvez esse seja o meu destino idiota: morrer virgem e sem bons amigos, por conta da minha incompetência mental.

Atravesso o corredor sentindo meu estômago embrulhar, e sei que não tem a ver com louças sujas que já estão quase ganhando vida dentro da pia. Só tenho que agüentar mais um dia até que a faxineira venha, afinal de contas. Quando estou ajoelhado, recolhendo os papéis, olho o relógio de pulso mais uma vez.

Ironicamente, já são quase sete da noite. Vanessa está certa, afinal de contas.

Sobre o que mais ela está certa? Sobre a qualidade dos meus outros amigos, talvez. Tenho quase certeza que sim. Implicitamente, ela me chamou de idiota várias vezes. Talvez até explicitamente, mas eu não consigo lembrar-me de sua fala exata agora. Disse que eu não sei gemer certo, não tenho muito argumento contra isso sendo que a voz da experiência na situação era ela. Sim, Vanessa está certa mais uma vez e é meio triste admitir isso.

Mas sobre eu não precisar dela? Absolutamente errada.

Coloco a bermuda, a camisa branca lisa e a camisa xadrez azul que ela separou hoje à tarde. Até passo perfume, caso a garota queira cheirar o meu pescoço. Minha barba está por fazer, mas deixo assim mesmo, já que desde a época de Espírito Santo as pessoas dizem que desse jeito a cor dos meus olhos fica mais bonita.

Suspiro, sentando na cama e agarrando o celular de debaixo dela. Tento escrever uma mensagem de texto para Vanessa, mas sou tão inexperiente com palavras quanto com sexo. Jogo o celular de volta para debaixo da cama e viro de lado, até adormecer.

Tive um sonho muito engraçado. Não estou num Fliperama, mas propriamente dentro de um jogo. Consigo pegar uma garota de jeito – sim, a história do cachorrinho perdido é verdade –, mas assim que passo de fase, vejo meu resultado no vestibular ser anulado e eu começo a trabalhar numa rede de fast-foods. Sim, com aquele boné esquisito e tudo mais.

Acordo com o grito de alguns clientes, já que aparentemente eu não sou capaz nem de servir sanduíches. Abro os olhos assustado e percebo: os gritos vêm da sala da minha casa. Focalizo a visão enquanto o som de passos fica mais alto, mas ainda estou bem grogue quando Marcelo, Eduardo e Marcos entram no meu quarto.

– E aí, pronto pra mostrar prazeres desconhecidos a alguma biscate? – Eduardo pergunta, seu sotaque paulista carregando algumas palavras. Ele sorri.

Prazeres. Biscate. A conversa com Vanessa.

– Ah. – Solto um som desanimado, sentando na cama e esfregando os olhos.

– Qual é, Caio, nem parece que vai ter um happy hour daqui meia hora. Adianta, senão as melhores vão ser escolhidas.

Adianta? Meia hora? Como...?

– Que horas são?

– Nove e trinta e cinco – diz Marcelo. – Vamos, estou doido pra ver o Caio mandar ver.

Olho para ele como quem diz “qual é o seu problema?” e ele ignora.

– Todo mundo sabe do que você gosta, Marcelo, mas pode guardar a opinião para você. – Marcos revira os olhos.

– Lespa! – responde o viçosense, esquivando-se da piadinha maldosa.       

Lespa, eu suspiro ao me levantar. Tem coisas que escutamos em Viçosa que simplesmente não conseguimos deixar de rir, mesmo depois de certo tempo vivendo ali. A gíria, por exemplo, significa algo como "cai fora".

E ainda têm a coragem de reclamar de "pocar" ou "pão de sal".

– Pronto? – pergunta Marcos enquanto eu me espreguiço.

Pego a carteira em cima dos livros e a enfio num bolso da bermuda com um sorriso fraco.

– Vamos acabar logo com isso.


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Notas finais do capítulo

Vishhhhhhhhhhhh, tá decidido o cara.

Bom, e a Vanessa? D: coitada, ela só queria ajudar, juro
Acham que o Caio precisa pedir desculpas? Ou a Vanessa mereceu ser chamada de piranha? KKKKK espero a resposta :3