Misty ficaria a noite toda fazendo carinho na cabeça e no rosto de seu amado Ash. ele ficava lindo dormindo e sorrindo ao mesmo tempo, o que será que ele estava sonhando? Ela o olhava, seus olhos brilhavam.

E se um dia eu ter que me separar de você Ash? O que iria ser da minha vida sem você ou sem o Brock? Principalmente sem você, poderia manter contato com o Brock facilmente, mas você, é difícil, não teria coragem, o que aconteceria? Como eu seria feliz, sem você ao meu lado? Sem nossas brigas, sem nossas conversas, sem seu sorriso, e seu olhar, sem sua idiotisse? Seria impossível, eu queria ter coragem para dizer a você, que eu te amo, mas não tenho, sei que você, nunca iria se declarar, não gosta de mim do mesmo jeito, nem me vê como mulher. Para você, eu sou apenas uma grande amiga, que mora no seu coração, mas não passo de uma amiga, as vezes, eu queria que me olhasse com olhos diferentes, mas sei que seria difícil, as vezes parece que você gosta de mim do mesmo jeito, mas Misty, pare de pensar assim, acorde para a vida, para ele, vocês são apenas amigos, e ainda, um dia vocês irão se separar, mas ele não irá sofrer tanto, você não quer que ele sofra, então acorde, vocês nunca serão mais que amigos para ele – ela pensava.

Misty, depois desses pensamentos, deixou uma lágrima escorrer pelo seu rosto. Era verdade, tudo o que tinha pensado, eles vão se separar, e Ash, nem vai perceber quase, mas continuarão sendo melhores amigos, não importa a distância.

A lágrima que escorreu no rosto de Misty, acabou caindo na bochecha de Ash, este não acorda, mas faz uma cara, como se algo tivesse acontecido. Ela logo limpa a lágrima, acha que Ash pode ter sonhado com algo não muito agradável, como perder uma batalha, ou um de seus pokémons terem se machucado, algo do tipo.

Ela ainda está fazendo carinho na face do rosto de seu amado, mas ela escuta um barulho, um raio.

A garota imediatamente recolhe seus braços para si e olha pra fora da caverna. Estava escuro, mas a caverna era um pouco iluminada pela luz da lua. Ela sente seus braços tremerem, estava com frio, não havia notado antes, estava presa em seus devaneios, mas, agora, sentia plenamente seus braços tremerem.

Quando, de repente, um raio acerta uma árvore, Misty tem vontade de gritar, mas coloca suas delicadas mãos na frente. A árvore cai para o lado, em cima de outra árvore… imagina se a árvore, tivesse caído em cima da caverna? Iriam cair pedras? Ficaria presa com Ash para sempre? Misty, apenas pensava, aterrorizada, não conseguia tirar os olhos da floresta na sua frente. Estava perplexa, isso realmente poderia ter acontecido…

Ash acorda, não porque Misty parou de fazer carinho em sua cabeça, mas pelo barulho dos raios. Eram muitos, Misty ficava cada vez mais aterrorizada. A cada raio, seu olhar ficava mais assustado.

Ash apenas abre os olhos, mas não se mexe; vê que os olhos esmeralda de sua linda e doce sereia estão assustados, prontos para transbordarem a qualquer segundo.

ASH: Misty, o que aconteceu?

A ruiva fica espantada ao ver que Ash acordou, ela discretamente limpa algumas lágrimas que cismam em sair de seus olhos, ela tenta abrir um sorriso.

MISTY: O quê? Ah, nada, não se preocupe, acordei você?

ASH: Não, esses relâmpagos, raios e trovões me acordaram, mas me fala, por que está triste?

MISTY: Não estou triste! – ela estava falando sério, não estava triste. Estava com medo, além dos pokés insetos, Misty tinha outra fobia: tempestades

ASH: Claro que está, quando eu acordei você estava quase chorando.

MISTY: Claro que não, é que caiu um cisco no meu olho – cara, essa é a desculpa mais velha do mundo, espero que Ash caia, não quero contar a ele… vai me achar uma idiota…

ASH: Misty, fala sério, você está me achando com cara de idiota? Essa é a desculpa mais velha do mundo.

MISTY: M-mas é verdade – ela não conseguia mentir, por que tinha que ser apaixonada por ele? Por quê?

ASH: Misty – ele se levantou, sentou na sua frente. Ela dobrou as pernas e ele se aproximou, e sussurrou em seu ouvido – confia em mim.

Ela estremeceu com a atitude do amigo e ficou vermelha, mas tentou disfarçar.

MISTY: Você vai me achar uma idiota.

ASH: Não vou, me conte, o que te deixa tão triste?

MISTY: Já disse, não estou triste.

ASH: Então, se não é tristeza, o que é?

MISTY Medo – ela abaixou a cabeça, agora tinha certeza, Ash a achava uma covarde.

ASH: Aqueles Caterpies não vão voltar aqui, não com essa tempestade.

MISTY: É, você tem razão – ela tentou disfarçar, tinha até se esquecido dos pokémons idiotas e nojentos.

Nesse momento, cai um raio perto da caverna e a ruiva olha diretamente para o local. Era muito perto, mais 2 metros e teria atingido a caverna em que eles estavam.

Ash percebeu que sua amiga não estava com medo dos pokes, tinha outra coisa.

ASH: Não são os Caterpies que estão assustando você, né?

MISTY: Não – ela abaixou a cabeça, tinha esperança de que Ash não percebesse.

ASH: Então me fala – ele levantou o queixo da amiga com dois dedos e a fez olhar em seus olhos – de que você tem tanto medo?

Misty odiava quando ele fazia isto. Ela não conseguia mentir, nem desviar o olhar, era como se os olhos dele fossem hipnotizantes para ela.

MISTY: Eu – seus olhos se enxeram de lágrimas novamente, mas ela não permitiu que elas ousassem sair – eu, tenho medo – ela conseguiu olhar para baixo – tenho medo de tempestades. Nunca gostei, sempre tive fobia, você deve me achar uma idiota.-- uma lágrima cai de seu olho, e escorrega pelo seu rosto claro.

Ash solta o rosto de Misty, e se assusta com o que escuta. Sua amiga queria esconder dele, isso? Que tinha medo de tempestades? Ele, com a mesma mão que antes levantara o rosto de Misty, limpou a lágrima de seu olho.

ASH: Claro que eu não acho você idiota, todos temos medo de algo, Misty.

Ela levanta a cabeça surpresa.

MISTY: Sim, mas eu tenho dois medos bobos, medo de Caterpies, e fobia de tempestades.

ASH: E daí? Não faz diferença.

MISTY: Sério?

ASH: Sim, mas você tem fobia de tempestades desde que você nasceu, ou você ganhou a fobia quando já era mais velha por algum motivo? E não tente mentir pra mim, conheço você.

MISTY: Tem certeza de que você quer saber? Eu prefiro, não falar sobre esse assunto.

ASH: Mas, você não quer desabafar? Às vezes é bom, ajuda.

Misty fica triste, seus olhos se enchem de lágrimas, mas ela começa.

MISTY: Quando eu tinha 5 anos, meus pais haviam viajado para Veridia; eles foram comprar poções para os pokémons – sua voz baixou de tom e uma lágrima escorreu de seus olhos – eles disseram a mim e às minhas irmãs que já voltavam. Eu queria muito um bichinho de pelúcia que tinha apenas lá, era um Starmie de pelúcia…

ASH: Quer dizer que desde pequena você sempre gostou de pokes aquáticos?

MISTY: Sim, desde os meus 2 anos eu tenho o starmie, era da minha mãe…

A lágrima, continuava escorrendo no rosto de Misty, Ash a limpou novamente.

MISTY: Liguei para eles e pedi que me comprassem o brinquedo… eles falaram que sim, então eles voltaram, estavam no outro lado da cidade. Vendiam o bichinho, apenas em uma loja de brinquedos e esta ficava muito longe do CP. Eles estavam de carro, e não demoraram muito para chegar, ficaram uma meia hora lá, até acharem. – outra lágrima saiu de seus olhos, Ash se aproximou dela e colocou seu braço ao redor de seu ombro – então, começou uma tempestade – ela falava entre soluços, pois estava chorando – eles estavam voltando para Cerulean quando um raio atingiu a pista e a quebrou. Meu pai desviou e, por acidente, outro raio acabou atingindo o carro dos dois. Eles rolaram precipício abaixo, e acabaram morrendo – ela não aguentava mais, chorava, Ash a puxou para si, e a abraçou.

ASH: Sshhhh

MISTY: Foi tudo minha culpa, minha culpa – ela retribuía ao abraço do amigo

ASH: Claro que não Misty, você não teve culpa.

MISTY: Minhas irmãs falaram que sim, e que se não fosse por mim, mamãe e papai ainda estariam aqui com a gente.

ASH: Suas irmãs não falavam sério, elas estavam tristes também.

Eles continuaram se abraçando, aquilo era confortável. Misty se sentia tranquila e aliviada como se, nos braços de Ash, ela não tivesse mais culpa do que acontecera.