Apórtemis escrita por Larissa Armstrong


Capítulo 4
IV - Ártemis


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demoraaaaaa e desculpa o cap tão pequeno :X espero q gostem :D



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Ártemis não sabia o que falar. Por isso, chorava silenciosamente.
 

-Ah, pare já com esse drama, Ártemis. – Apolo revira os olhos enquanto observa o homem com trajes antigos de guerreiro: Órion. Aquele que um dia Apolo tentara matar, mas agora não sabe se concluiu o que queria.

Órion a olhava com compaixão. Ártemis o observa, por entre lágrimas pois todas as suas lembranças agora se manifestam no presente.

Ele estava com um escudo na mão, e na outra sua espada. Sua pele bronzeada e seu cabelo negro que pendia na altura do queixo, uma mecha atrás da orelha e a outra solta, tomando boa parte de seu olho esquerdo. Ele usava um peitoral de bronze que moldava seu corpo até a sua cintura. Ele usava uma saia, e ao longo dela um cinto para prender a espada.

Apolo o olhava com os olhos cerrados.
-Bela saia. – ele zomba.
-Obrigada, senhor. – ele faz referência à Apolo. –Lady Ártemis, posso... te dar um abraço?
Ártemis balança a cabeça freneticamente sendo interrompida pelo abraço forte do antigo amor. Ela retribui, enquanto o irmão finge vomitar. Ela aperta os olhos e respira fundo, fazendo o aroma de Órion penetrar em suas narinas.
Apolo pigarreia.
-Então... como é que você surge do nada, depois de morrer daquela maneira estúpida..? – O deus pergunta de sobrancelha levantada. Ele examinava as unhas, num completo sinal de descaso com a volta do guerreiro.
-Não sei se vocês ouviram as notícias, mas... os portões da morte estavam abertos, e... bem, mesmo que o Elísio seja um lugar perfeito, literalmente, eu sentia muita falta de você, Ártemis. Muita, muita mesmo.
Os olhos da deusa brilharam novamente com suas lágrimas de alegria.
Ela queria gritar pra ele o quanto sentia sua falta, o quanto lá sofreu com a sua morte, porém estava deslumbrada demais para falar qualquer coisa.
-Só que no último inverno um grupo de jovens conseguiram fechar os portões, o que quer dizer que se eu morrer novamente, não terei uma terceira chance. – Órion dá de ombros, com um sorriso torto nos lábios. – Mas eu juro que dessa vez não vou deixar um escorpião idiota me matar.
Os irmãos se entreolharam rapidamente.
Então quer dizer que ele não sabia? Não sabia que Ártemis era quem o tinha matado, a mando de uma aposta tola com o irmão? A deusa não sabia se ficava feliz ou triste por Órion não saber de tudo. Se sentia envergonhada e até desonesta, mas não queria contar que, na verdade, ela foi quem mandou-o para o campo de Elísio mais cedo do que deveria.
-Hm.. então Órion, que tal conhecer minhas caçadoras? – Ártemis pergunta quebrando o silêncio.
O guerreiro franze o cenho.
-Caçadoras?
-Oh. – Ártemis ri se dando conta que ele não chegou a conhecer as caçadoras, afinal, só depois que ele morreu é que a deusa abdica do prazer carnal, ganhando adeptas e seguidoras. –Longa história. Enfim, vamos sair daqui? Quero que você conheça todas elas.
-Bem... sem problemas!
-

Ártemis anda em direção a cabana com Órion e Apolo do seu lado. Seu irmão mantinha uma expressão carrancuda, enquanto a deusa falava o quanto tudo mudou desde a partida de Órion. Enquanto eles caminhavam, Apolo sibila para Ártemis um ‘’quero conversar com vocês a sós, mais tarde’’ que fez o coração dela acelerar.

Assim que eles chegam, Ártemis acena para as duas caçadoras que estavam de guarda, e fez um sinal para elas entrarem. A deusa queria apresentar a todas o ‘’recém chegado’’.

-Olá gente! – ela diz ao entrar na cabana, atraindo a atenção de todas, e fazendo-as pararem o que estavam fazendo (lendo, comendo, conversando, e até jogando Monopoly!). –Eu queria muito apresentar uma pessoa a vocês. –ela espera todas se levantarem.- Este é o Órion. – Ártemis o pega pela mão e o coloca em destaque. – Ele é um, digamos... Velho amigo. – ela tenta não sorrir, automaticamente falhando. A deusa fica vermelha ao senti-lo a observando.
Apolo revira os olhos ao seu lado.
-Enfim, ele vai fazer companhia a nós durante algumas semanas, até ele resolver onde vai morar...
Cochichos e burburinhos tomaram a cabana espaçosa. Sarah toma a iniciativa.
-O que? Isso é sério, Lady Ártemis? – a caçadora fala em tom de protesto, com os olhos esbugalhados. –Porque ele é... um homem. – ela sussurra a ultima palavra, como se fosse um xingamento.
-Na verdade ele é um semideus, como a maioria de vocês... ele é basicamente meu primo, ele é filho de Poseidon... e sim, isso é sério. A história é muito longa, mas com certeza vocês entenderiam o por que estou deixando ele conviver conosco. – culpa era a palavra que piscava na mente de Ártemis.
-Ártemis... – a voz rouca de Órion sussurrando no seu ouvido fez com que os pelos do braço da deusa se eriçassem. Ela se vira devagar para ele.
-Sim?
-Não sei se quero viver com todas vocês durante esse período de readaptação. – um murro no nariz doeria menos. –Está claro para mim e para o senhor Apolo que não sou bem vindo aqui. Por que... eu sou um... homem? – ele junta as sobrancelhas e balança a cabeça.
-Órion, eu vou te explicar como tudo isso funciona, eu só preciso que você tenha paciência e...
-Olha, para resumir bem pra você, - Apolo começa a falar, e Ártemis sentia que não viria coisa boa pela frente. – a metade das garotas presente aqui tiveram desilusões amorosas, e a outra metade odeiam os homens. Elas se juntaram à minha irmãzinha e vivem de maneira tediosa caçando monstros por aí. Ártemis jurou castidade depois de um lance – ele olha para a deusa – e todas as seguidoras delas juraram também. Só que elas levam tudo muito a sério, e agora são garotas odiosas e totalmente doidas.
Ártemis dá um tapa na cara de Apolo. O segundo no dia.
-Ai! – ele arregala os olhos e se perguntava como aquela mãozinha era tão poderosa.
A cabana explode em gargalhadas, e até Órion ri baixinho.
Apolo respira fundo e se vira para o guerreiro.
-Bem, querendo ou não, essa é basicamente a verdade.
-Então eu estava certo sobre não ser bem vindo.
-Órion, pare com isso! Você é bem vindo sim! Minhas caçadoras não são garotas odiosas como Apolo disse. Elas só não estão acostumadas com a presença de homens. Mas durante os próximos dias elas vão se acostumar, e entender nosso lado, não é?
Elas pareciam descrentes, mas assentiram.
-Uhul, todos felizes. Podemos conversar agora, ou ainda tem que ficar nesse bla-bla-bla?
Ártemis o fuzila com os olhos.
-Tenha um pouco mais de educação.
Ele bufa.
-Estou te esperando lá fora. Se você demorar eu venho aqui te buscar.
Para as caçadoras e para Órion aquilo era um comentário comum. Mas Ártemis sentia a tensão que estava acontecendo entre ela e Apolo. Ele pisca para ela e sorri maliciosamente.
-Até mais, Órion. – ele fala em tom sério enquanto aperta a mão do homem que ele odiava tanto. – E até mais, chatas! – ele sorri de modo travesso e parte para a saída.
-Não liguem para ele. Nem em um milhão de éons ele amadureceria. – ela dá de ombros. –Voltando, meninas... Quem está na cozinha hoje?
-Nós duas! – Isabelle e Helene levantam as mãos.
-O que temos hoje?
-Sopa, bife, purê, macarrão... – Helene responde.
-Tem cupcakes de amora e framboesa também! –Isabelle acrescenta.
-Ótimo. Órion, você deve estar com fome, não é?
Ele toca na barriga e assente.
-Thalia, leve-o para a ala da cozinha. E vocês, podem comer, não precisam me esperar. – Ela diz saindo da cabana. –Ah Órion, fale para elas toda a história. Com certeza vão se impressionar. – Ártemis sorri e vai em direção a saída.
A deusa se sente um pouco tonta com a mudança repentina de clima (a cabana estava quentinha, aconchegante. E lá fora o frio estava alucinante), e vai até a lateral da tenda.
-Quer uma ajuda?
Ela se vira e dá de cara com o irmão, que ainda estampava aquele sorriso malicioso nos lábios.
-Não... Eu só estava com frio. – ela dá de ombros.
-Ah, é?
Ele a abraça, aconchegando seu rosto os cabelos da irmã. Ela por sua vez coloca sua cabeça entre o ombro e o queixo dele.
Mas a palavra culpa, infelizmente, volta a piscar em sua mente. Onde ela estava com a cabeça? Ela estava abraçada com Apolo enquanto Órion estava dentro da cabana, com a suas caçadoras. Ártemis se afasta, empurrando as mãos contra o peito dele. Ela vira de costas para ele, para o deus não perceber a sua cara de remorso.
-O que foi...? – ele a envolve por trás, beijando seu pescoço. Ela se desvincula novamente, dessa vez ficando de frente para ele.
-Vamos lá Apolo, diga o que você estava querendo...
Ele suspira.
-Eu não quero que ele fique com você.
-Espere... – ela começa a contestar, mas é interrompida.
-Não! Eu esperei muito tempo para te ter, e eu não vou deixar que ele retorne do inferno para me atazanar novamente.
Ele dá alguns passos e a segura pela cintura com uma mão, e com a outra segura sua nuca fazendo com que seus rostos fiquem próximos.
-Você é minha. Sempre foi. E eu não vou perder de novo.
Ele a beija de maneira agressiva, apressada e autoritária. Ela tenta se afastar, mas quanto mais ela tentava, mais ele a segurava com força. Apolo tira sua mão da nuca da deusa e segura a lateral de sua coxa, a puxando para cima. Ártemis se vê apoiada em uma perna só, enquanto a outra está sendo segurada com força pelo irmão. Ela relaxa e se deixa levar pelos movimentos bruscos e cada vez mais ousados do irmão.
-Lady Ártemis...?


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Notas finais do capítulo

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