Apórtemis escrita por Larissa Armstrong


Capítulo 5
V - Apolo


Notas iniciais do capítulo

qnt tempo ne gnt? dps de um bloqueio criativo de meses voltei. espero que gostem do capitulo e comentem! :X



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Quando Apolo ouviu aquela voz firme, achou que tudo tinha acabado.

Mas quando se virou não encontrou a pessoa que esperava. Ao invés de um guerreiro de cabelos negros e de saia, ele encontrou uma garota alta com cabelos pretos e azuis, e olhos da cor do céu num dia ensolarado. Thalia. Thalia, com aqueles olhos hipnotizantes arregalados, e de queixo caído.

Ártemis estava de cabeça baixa, provavelmente não sabendo o que falar. Eles dois ainda estavam abraçados, e nenhum dos dois se desgrudava. Os irmãos estavam sem reação, sem o que falar. Um silêncio perdurou por muito tempo. Então Apolo se afasta da deusa e coça a garganta.

–Hey, Thalia. Hum... – não adiantava mentir para si mesmo. Ele não sabia o que falar. Afinal, o que falaria? ‘’Olha Thalia, eu estou mesmo beijando a minha irmã, e se você contar para alguém eu te mato. Literalmente.’’ Ou que tal o clássico ‘’não é nada disso o que vice está pensando’’?

Ele respira fundo. Ártemis escondia seu rosto em suas costas, o que ele acharia amável se não estivesse numa situação tão complicada.

–Senhor Apolo... não precisa se explicar para mim.

–Qual é, Thalia...

–Não, não precisa. Olhem para mim! Eu sou apenas uma semideusa, e vocês dois são Ártemis e Apolo. – ela sorri, mas ele sente uma ponta de ressentimento vindo dela. –Vocês dois não tem que falar nada.... vocês fazem o que vocês quiserem.

–Por favor, não conte isso a ninguém. – ele se sentia um miserável falando aquilo.

–Nós ainda estamos no processo de contar a todos.

Ela assente. Ártemis sai de trás do irmão, com um rosto avermelhado.

–Isso é muito mais complexo do que você imagina. Não estamos juntos há muito tempo. – o clima estava sufocante e inquietador. –Apenas... não conte nada às meninas.

–Eu não vou contar. Eu prometo. – Thalia diz com uma voz trêmula. Seria medo?

A deusa se concerta e logo depois indaga:

–Você... me chamava para...?

–Para duas coisas. Perguntar se a senhora queria que guardassem comida para você e para Apolo, e chama-lá, pois Órion está a sua procura.

–Ah, claro. Sempre ele para estragar. – O deus revira os olhos e bufa, e ao perceber o ciúme Thalia deixa escapar uma risadinha. Apolo a encara por um segundo e sorri para ela.

–O.K. – Ártemis fala, interrompendo a troca de sorrisos. Eu vou entrar... vocês vem?

–Não. – ele responde rispidamente. Apolo sabia que aquele comportamento de ciúmes era bobo e imaturo, mas, quem ligava? –E Thalia também não vai.
Ártemis e a caçadora se entreolharam. Thalia parecia desconfortável, enquanto Ártemis dizia um ‘’tudo bem’’ com os olhos.

–Está certo... eu volto daqui a pouco. – Aquilo soou muito mais como uma ameaça do que como um aviso. Ártemis dá as costas e anda em direção a cabana, mas antes se vira e fala em voz alta: - Lembre-se que, eu sempre escuto e vejo tudo. Essas árvores e essa neve tem olhos, ouvidos e, principalmente uma boca para dedurar qualquer um.

–Vai embora ver aquele idiota! – Apolo exclama, impaciente.

–É melhor você se comportar, estressadinho. Se eu quiser, trago Thalia para a cabana e você nunca mais vai vê-lá. E nem a mim.

Ao perceber que o irmão inclina levemente o olhar para a neve, Ártemis sorri como se tivesse ganhado a briga e some.

Apolo se certifica que a irmã foi embora, para começar a falar.

–Cara, eu odeio ele!

–É, eu percebi! – Thalia ri.

O deus se pega sorrindo ao ver aquela garota rindo. Algo nela o encantava profundamente, irresistivelmente.

Ele deixa o olhar fixo em sua boca, automaticamente tendo pensamentos sórdidos e indecentes com aquele par de lábios rosa.

Apolo pigarreia.

–Bom, eu não te chamei para falar mal dele. – ele se aproxima da caçadora, que por sua vez engole em seco e luta para sustentar o olhar, mas falha. Nesse momento Thalia olhava para os pés, e seu coração saltitava ao ponto de poder ver seu pescoço pulsar.

Quando ele chega bem perto dela, tão perto que sente o cheiro delicioso de seu hálito de hortelã, Apolo desvia o olhar e constrói, sem tocar um dedo na neve, um banco improvisado.

–Senta aí. – ele aponta com o queixo para o lugar e Thalia rapidamente o obedece.
O deus caminha para perto dela, ficando em sua frente, fazendo com que a caçadora tenha que manter a cabeça erguida para conseguir ver o seu rosto.

–Eu quero sua ajuda. – ele diz, sem rodeios.

–Para...?

–Para me deixar ciente do que acontece entre Órion e ela quando não estou por perto.

–Você quer que eu seja uma espiã?

–ISSO! Quer dizer... NÃO!

–Sim, é isso. Você quer que eu esqueça que sou uma caçadora, que fiz votos para chegar onde estou e que sua irmã é minha líder para atender seus caprichos, o seu ciúme. Resumindo: você quer que eu fofoque com você tudo o que acontece com ela.

–Thalia, faça-me o favor! Você sabe que não estou pedindo isso.

–Não! A resposta é um grande ‘’não’’ para o que quer que você peça.

Ao invés de raiva, Apolo sentiu algo oposto. Atração. Ele sempre gostou de coisas difíceis, e lutar para conquistar o que ele quer sempre foi excitante para ele.
Dafne que o diga. Ela era uma ninfa que vivia feliz até Apolo se apaixonar por ela. Resultado? Ele destruiu a sua vida, e os deuses, com pena, a fizeram virar uma flor. As vezes não é legal negar algo a um deus, e Apolo não sabia se Thalia estava ciente disso, por que ela o tratava como algum mortal qualquer.

Ele sorri para ela.

–Você sabe quem eu sou, não é?

Thalia tentava manter a sua postura firme, mas seus olhos piscavam rápido e seu lábio inferior tremulava. Talvez tenha percebido que acabara de dizer ‘’não’’ diversas vezes para o deus Apolo.

–Sim, eu sei quem você é. E ainda não vou fazer isso. – ela se levanta para ficar face a face com ele. –Me peça qualquer coisa. Mas trair Lady Ártemis não é algo que eu possa fazer.

O cheiro amadeirado vindo dela e aqueles olhos azuis desconcertantes estava instigando o deus de uma forma inimaginável. Nesse momento a única coisa que Apolo pensava era como ela era excitante.
Ele passa a mão por sua cintura e ela tenta se afastar, mas ao mesmo tempo fica sob domínio dele.

–Tudo bem... – ele diz com uma voz lenta e suave no ouvido de Thalia: - você pode me dar outra coisa que eu desejo...


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