Apórtemis escrita por Larissa Armstrong


Capítulo 3
III - Apolo


Notas iniciais do capítulo

oi gentxi



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Apolo se sentia nas nuvens.

Enquanto ele enroscava e entrelaçava sua língua na língua tímida de Ártemis, pensava em quão maravilhoso aquele momento ela. Ártemis ainda se mantinha hesitante, mas ele não poderia julga-lá; ela não deve beijar alguém há muito tempo. Apolo passa a mão pelas duas pernas de Ártemis que estavam coladas umas nas outras. Sobe a mão ao seu tronco, e se movimenta devagar no contorno de sua silhueta. Pula a parte dos seios (pois sabia que deveria ser uma coisa de cada vez, e sabia também que Ártemis sairia de lá se ele a tocasse desse jeito, mas vontade era o que não faltava nele), e coloca a mão direto em seu pescoço, depois a sua nuca, e por fim massageia os cabelos dela com a ponta dos dedos. Ao notar a respiração ofegante da irmã, ele puxa seu cabelo suavemente, possibilitando que eles se afastem.

Apolo a observa. As suas bochechas e seu pequeno nariz estavam vermelhos. Ela estava corada de um jeito irresistivelmente inocente; Ártemis mantinha os olhos fechados, e diferente do inicio do beijo suas feições eram muito mais tranquilas.

Percebendo que o irmão a olhava, Ela abre seu olho direito, espiando-o. Ele dá um sorriso de lado e lhe deposita um beijo na testa. Ela abre os dois olhos e respira fundo, deixando os ombros caírem.
Ela estava decepcionada? Apolo se pergunta.

-Acho melhor eu voltar para a tenda...- Ártemis indaga ainda olhando para os pés.
-Você... não gostou do beijo? – ele pergunta franzindo o cenho.
-Não, não é isso, é que...
Apolo se levanta, com um misto de raiva dela e raiva de si mesmo.
-Eu te entendo, você está arrependida e decepcionada com o beijo e agora...

Ártemis o cala com um beijo rápido nos lábios. Ela envolve os braços finos pelos ombros de Apolo e assume uma expressão travessa.

-Quer saber? Estou sim decepcionada. Mas por você não ter continuado a me beijar.

Ele até tentou controlar o frio na barriga e a excitação que sentiu ao ouvir aquelas palavras, mas sem sucesso. Quando se tratava de conversar com Ártemis, qualquer palavra boba tinha um efeito catastrófico nele, e agora ele se segurava para não joga-lá ali mesmo, na neve e fazer o que ele tinha vontade de fazer desde que ficou a sós com ela.

-Mas mesmo assim, eu não posso demorar muito aqui. – ela deu de ombros.
Apolo revira os olhos.
-Mais uns trinta minutos?
Ela olhou para cima e contraiu os lábios, pensando na possibilidade.
-É, trinta está bom.
-É tão difícil ter tempo com uma pessoa tão ocupada como você. – ele debocha.
-Fazer o que se sou importante? – ela sorri.
Apolo se afasta, tirando os braços de Ártemis dos seus ombros.
Ele se vira, e anda pela clareira, subitamente muito preocupado com algo.
-Apolo? O que há com você? Por que ficou sério de repente? – ela toca no braço dele, e o deus se vira.
-Estou com medo.
Ártemis franze o cenho.
-Medo? Medo de quê irmão? – ela o abraça.
-De duas coisas.
-Prossiga. – ela diz, impaciente. A deusa nunca gostara de respostas incompletas.
-Medo do que vai acontecer depois que sairmos daqui, e como o que aconteceu aqui vai repercutir na sua vida; e medo, pois estou com um pressentimento muito ruim, mas eu não trouxe as minhas conchas para ver o futuro, então eu só fico assim: inseguro e desconfiado.
-Em relação à primeira coisa: nem eu sei. O que tivemos aqui... isso quer dizer... hum, estamos tipo juntos agora?

O coração de Apolo gela, e mesmo com aquele sentimento sufocante explodindo nele, ele conseguiu sorrir.
-É o que você quer?
-Eu perguntei primeiro! – ela exclama indignada.
-Temos de resolver isso... juntos.
-O.K. Em relação ao seu pressentimento: você não tem nem ideia do que acontecerá?
-Bem, eu estou vendo lampejos de imagens, mas nada concreto. – Apolo aperta as têmporas com força. –Eu vejo você sorrindo, e abraçando alguém, um homem... Ai. – Ele passa de leve o dedo indicador no espaço entre seus lábios e seu nariz, afasta a mão e percebe que há icor, o sangue dos deuses, banhando seu dedo.
-Ah céus, você está bem? – Ártemis o força a sentar novamente, e pega um punhado de neve no chão para estancar o sangue e empurra de leve sua testa, fazendo com que o nariz de Apolo aponte para o céu. Sem cerimônia, ela pressiona o gelo no local.
-Ai. – ele cerra os olhos enquanto deixava o gelo fazer efeito. Apolo sabia que, se ele quisesse, podia fazer o nariz para de sangrar em instantes. Mas ao invés disso, optou por receber os primeiro socorros da irmã, e admirar o quão ela ficara preocupada com aquele pequeno sangramento.
-Algo está errado. – Ártemis morde os lábios.
-É, está mesmo. Parece que algo está me impedindo de ver, como uma barreira para minha visão, e quanto mais me esforço para ver claramente, mais dor eu sinto. Isso está me dando mais medo ainda. Se fosse um monstro qualquer ou outro perigo, eu viria sem a ajuda das conchas...
-Acho melhor voltarmos. As caçadoras podem estar em perigo. – a deusa descarta o punhado de neve que antes era branco, e agora dourado por causa do icor. Pega outro punhado de neve limpa, e pressiona novamente.
-Não, eu não acho que tenha a ver com elas. Parece ter a ver com você.
-Pensando bem, talvez não seja algo tão ruim, se nos seus lampejos você me vê sorrindo.
Ele dá de ombros.
-Às vezes eu também falho. Talvez seja algo muito bom e eu só não esteja conseguindo ver por eu não estar concentrado totalmente. –o deus mente. Ele estava usando toda a sua concentração para conseguir ver alguma coisa.
-Você tem razão. Não precisa se preocupar. – a deusa fala, mesmo transpirando nervosismo.
-É, não precisamos mesmo. Já... –  Apolo afasta a neve do seu rosto. – Já estou bem.

Ele sorri, se levantando. Abraça a irmã, colocando a cabeça em seu ombro e apertando suas costelas com força.
-Obrigada. – ele sussurra no ouvido de Ártemis.
Ela se arrepia automaticamente e torce para que ele não perceba.

Quando ele se afasta, a deusa fica na ponta dos pés rapidamente para alcançá-lo e lhe beija.

Ele a puxa pela cintura bruscamente, para ficar mais perto do seu corpo, e ela retribui o ato com um gemido baixo. Apolo tinha quase certeza que, se ela deixasse escapar um gemido como aquele de novo, não se controlaria.

Dali para frente, eles conversaram, riram e fizeram o que mais gostavam de fazer, quando eram mais jovens e consequentemente mais unidos: fofocar sobre o olimpo. Na verdade, Apolo falava mais do que a irmã, pois ele freqüentava muito mais o lugar do que Ártemis. Entre uma conversa e outra, eles se beijavam, e às vezes, quando as coisas esquentavam, eles se afastavam alternadamente. Na conversa, eles dois tinham um objetivo: fazer um ao outro esquecer o pressentimento ruim de Apolo.

Já estava quase anoitecendo quando os irmãos ouvem passos vindos da floresta. Automaticamente se levantam sem fazer barulho e dizer uma palavra: ele tira um arco das costas (que não estava ali antes em momento algum) e alguma flechas, assim como sua irmã. Ele fica de um lado da clareira ao leste, e Ártemis no outro extremo, ao oeste, com a flecha já apontada para o desconhecido.

Eles se entreolham e ela sibila:
 

‘’Tome cuidado.’’

Os passos são mais altos a medida que a criatura se aproxima. No meio deles dois, ao norte da clareira, a criatura começa a tomar forma em meio a neblina que toma o lugar.

Era um homem alto, musculoso e com uma espada nas mãos. O homem adentra a clareira, olhando para o deus.
 

Mas que merda é essa?

Foi a última coisa que Apolo conseguiu pensar.


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Notas finais do capítulo

gostaria de agradecer as meninas que me mandaram review e tudo mais! vcs n sabem o ânimo que dá para escrever quando vemos que alguém curte o que a gnt faz, obrigadaaaa!
curtiram o cap? :X



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