Apórtemis escrita por Larissa Armstrong


Capítulo 2
II - Ártemis


Notas iniciais do capítulo

esse cap é bem pequeno, ams espero q vc curtam :3



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Ártemis não acreditava no que via.

-Você pode me dizer o que você fez com ela? – a deusa bufava de raiva.

Apolo engole em seco.
-Elas não queriam facilitar, aí... – ele é calado com uma bofetada.
-Ai! – Apolo arregala os olhos boquiaberto.
-Estamos bem agora. Cure a Savannah, e estaremos melhor ainda

Ele respira fundo. Puxa a garota pelo braço bruscamente, toca dois dedos da mão direita em sua nuca, e os dedos da mão esquerda em sua testa. Recita algumas rimas e com um pequeno estalo ela volta ao normal. Dava até para perceber seu sorriso de alívio. Ele olha pra Ártemis, impaciente:

-Pronto? Podemos ir? – Apolo olha para o pulso mesmo não tendo nenhum relógio nele.
-Alguma emergência Lady Ártemis? – todos se viram para ver as recém chegadas. Era Thalia, e mais três caçadoras.
-Thalia! – Ártemis exclama feliz. –Como foi a sua missão?
Ela suspira.
-Cansativa.
Apolo pigarreia.
-Olá-á?
-Oh. – a deusa revira os olhos. – Esse é meu irmão, Apolo.
-E aí? – ele pisca para Thalia.
Ela parecia surpresa.
-Esse é... Apolo?
Ele dá um sorriso safado.
-Isso aí. Em carne e osso. Bem, não exatamente. – Ele ri da sua própria piada, como sempre fazia. Por alguns instantes Ártemis o observa rindo travessamente, e lembra de como era bom estar ao lado dele, vendo o quão estúpido e divertido ele era. Desde o momento em que Ártemis o viu, em seu parto, soube que o amava, e talvez também não só como um amor de irmão. Repreendendo a si mesma, ela volta suas atenções  para as recém chegadas.

Thalia parece encantada ao ouvir sua risada. Apolo já se acostumara, mas normalmente, as caçadoras da sua irmã não davam bola a ele. O deus estava apreciando os lindos olhos da caçadora, e Ártemis deduzira que ele estava lembrando de Dafne, seu antigo amor.
Isso... é mesmo uma troca de olhares? A deusa se pergunta, um tanto quanto irritada.
-Hm, Apolo... – ela coça a garganta, tirando a atenção do irmão a caçadora. – Sabia que Thalia é praticamente nossa meia-irmã?
-Sério...? – ele volta a olhar para ela, que, mesmo se sentindo desconfortável, olhava dentro dos olhos do deus.
-Eu acho que beleza vem de família. – ele diz sorrindo para a garota.
A pele do rosto de Thalia, antes de um branco neve, ficou vermelha feito sangue. Ela solta uma risada sem graça.
-Oh. Obrigada senhor Apolo. – ela ri de novo. Artemis cerra os olhos.
Mas o que...
-Venha cá, - ela puxa o irmão pelo braço (que estava numa temperatura febril, como sempre), o afastando das caçadoras. - não íamos à floresta, conversar a sós? - Ela pergunta com raiva.
-Hã? – Apolo pergunta sem atenção, e vira o tronco para olhar novamente Thalia.

Ele está flertando com ela?

A deusa revira os olhos. Ela o puxa pelo mão, adentrando a clareira e se despede das garotas.
-A senhora tem certeza que não quer ser acompanhada? – Elisa pergunta quase gritando cautelosa e desconfiada do deus.
-Ah.. tenho. Obrigada Elisa. – ela se vira ao grupo maior. – Meninas, ajudem Thalia e as outras a se instalarem, e ajudem-nas nos ferimentos, se precisarem.
-Olha, se você quiser eu posso ajud...
-Não! – Ártemis interrompe o irmão. –Quer dizer... vamos? – ela sorri.
Ele morde os lábios. Olhando para trás, ainda de olho em Thalia.
-Vamos...
 

Andando até a clareira mais próxima, Ártemis comenta:
-Você estava interessado nela? – ela franze a testa.
-Hey, isso é ciúme?
Ele tenta se segurar para não rir.
Artemis revira os olhos.
-Já vi que não dá para conversar com você.
-Já eu adoro conversar com você. – ele envolve seu ombro e a puxa para mais perto do seu corpo.
-Aham. – Artemis odiava ter que fazer isso. Ter que se fazer de durona. Queria apenas falar para ele como adorava que ele estivesse ali, pertinho dela, e também queria passar os braços sobre sua cintura, encostar a cabeça no ombro do deus, brincar, rir, abraçar ele. Mas tinha medo de ser julgada, já que quando ela fez sua escolha, muitos do olimpo (principalmente Afrodite, de quem ela em particular não se dá bem) não acreditaram que seu voto duraria.

Apenas Zeus, seu pai,  e Apolo, seu irmão, a apoiaram. Zeus indagou que, se ela queria ser livre e viver sem compromissos ele aceitaria.

Claro que o deus dos deuses queria ver filhos ou filhas de Ártemis caçando e lutando mundo a fora, mas se essa era a escolha da sua filha, ele aceitaria.
Ela não se arrependia do voto, já que a única vez em éons em que ela pensou em quebrá-lo foi quando Órion surgiu, porém, a questão não era o voto em si.

Era o que ela realmente sentia pelo irmão, que ela ajudou nascer, e que sempre fora o caçula para ela.
-Bem, é aqui. – a deusa diz ao chegarem numa clareira cheia de neve, e com arvores altas e com troncos grossos em volta. Era uma clareira média, mais ou menos do tamanho da sua tenda. Do seu lado esquerdo havia um tronco de arvore retorcido caído no chão. Ela se desvincula dos braços de Apolo e se senta lá, fechando os olhos e ouvindo o som das folhas e de galhos balançando, e o som dos pequenos animais.

Ele se senta junta a ela, mas ela não esbanja nenhuma emoção, mesmo estando muito nervosa por dentro. Há anos eles não ficaram assim, a sós, e agora ela estava nervosa com o que podia acontecer.
-É ótimo estar assim com você, sem olhos nos vigiando e tudo mais... – Apolo fala, como se estivesse ouvindo os pensamentos da irmã mais velha.
-É, é mesmo... é bom estar sozinha as vezes.
-O.K. senti cheiro de indireta. - Ele finge se levantar, e Ártemis abre os olhos sorrindo e o puxando para sentar novamente.
-Você me entendeu muito bem. – ela dá um tapa no peitoral dele.
Ele a observa com um sorriso bobo no rosto.
-Tem muito tempo que eu não vejo seu sorriso. – Assim que  ele fala isso, o sorriso dela se desfaz. –Eu tinha quase esquecido de como meu coração ficava quando eu via você sorrir, estar relaxada e de bem...
-Apolo, diga logo o que queres. – ela respira fundo e vira o rosto, para não mostrar a expressão de dor.

A mão quente dele toca na mão minúscula da irmã. Ela pensa em recuar, mas se segura para se manter firme. Apolo faz movimentos circulares com o indicador nas costas da mão de Ártemis, e depois a envolve, apertando de leve.

Sem permissão, um suspiro invade a garganta da deusa. Ela se amaldiçoa, quando sente as mãos de Apolo virando suavemente o seu rosto. Ela fecha os olhos apertando-os, com medo do que poderia acontecer.
Sem esperar, ela sente algo macio em seus lábios. Era uma sensação totalmente nova, excitante e mágica.

 Era os lábios do seu irmão, a beijando.


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Notas finais do capítulo

:D



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