Apórtemis escrita por Larissa Armstrong


Capítulo 1
I - Apolo


Notas iniciais do capítulo

comentem e deem opiniões, espero q vcs gostem gnt ♥



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Apolo não aguentava mais.

Todas as pessoas acham que eu sou só mais um galanteador? Eu me apaixonei de verdade. Por que ninguém acredita em mim? Pensou o deus já irritado, o que fazia exalar ainda mais calor por onde passava, derretendo a camada grossa de neve que se formava sobre seus pés. Seu semblante era de puro descontentamento, indo de encontro à irmã, que armou um lugar para ficar numa clareira. Enquanto Apolo ia de encontro a Ártemis, lembrava do episódio que lhe ocorrera no dia anterior, no Olimpo.

-Sabe, estou apaixonado de novo... –Apolo disse sentado na cama colossal que Afrodite guardava no seu quarto, enquanto ela em frente a sua penteadeira escovava os cabelos cor de mel.
 - Você? – ela parou de pentear os cabelos e se virou para o deus. -Apaixonado? – Afrodite riu e se virou para o espelho – O.K, próxima piada, por favor. – a deusa disse voltando a sua atividade.
Ele ficara indignado.
-Não é por que você não pode interferir na minha vida amorosa como interfere na dos mortais que eu não esteja apaixonado.
-É. – ela disse, mostrando como não gostou do ‘’você não interfere na vida amorosa’’, já que isso é a coisa que ela mais gosta de fazer. – Só que você é Apolo! Ah, oras. Você compreende o que eu digo.
- Como assim? Você acha que eu não posso me apaixonar?
-Não é isso... é que... todos sabem que você gosta mais de curtir... ah Apolo, você sempre teve muitos amantes e todos nós sabemos disso. – ela revira os olhos
- Você falando sobre infidelidade! – ele disse de um modo sarcasticamente surpreso. –Olha quem fala!

-Apolo... – Afrodite tenta falar, mas o deus já tinha ido, deixando pra trás uma Afrodite confusa pela sua reação.

Agora ele se dirigia a pequena cabana, localizada no meio da floresta, com as caçadoras montando guarda em frente. Apolo contou todas. Todas estavam fora da cabana. Ótimo. Ártemis estava sozinha ou... Não quis pensar na possibilidade de ela estar com uma visita. Mesmo sabendo que a deusa jurou castidade eterna, era insuportável pensar na ideia de um homem sozinho com a irmã. 

Quando se aproximou das caçadoras, elas ficaram desconcertadas imediatamente. Todas se entreolharam e assentiram pra uma ruiva, que deu um passo a frente.
-Lady Ártemis não poderá te atender. – ela disse, tentando manter a tranqüilidade em sua voz. Ela estaria intimidada com Apolo, ou escondia algo dentro da cabana?
-Ela nunca pode. – ele sorriu, e uma delas soltou um suspiro, e logo pigarreou, tentando disfarçar. –Enfim... deixe-me passar, sim? – ele já ia andando em direção a fenda que dava entrada onde sua irmã estava, quando o braço da ruiva o impediu.
-Eu disse que ela não pode atender.
-Eu ouvi. Eu não sou surdo. Agora me deixe passar. – em outras circunstâncias ele tentaria usar seu charme, mas sabia que com as caçadoras não funcionava.
-Não. – ela disse, olhando fixamente nos olhos dele. Então ele teve uma ideia. -O que você está fazendo? – ela pergunta assustada, tenta desviar o olhar, mas ele sabe. Quando ele usa seus poderes dessa forma, mortal nenhum consegue desviar os olhos dele. Como um imã. Apolo estava fazendo a pele da ruiva queimar, como se estivesse exposta há muitas horas a um sol forte. Ele sorria enquanto fazia a garota arder. Sua pele branca, agora estava vermelha como sangue. – por favor, pare!

Ele desviou o olhar, e se virou, enquanto a garota gritava, esfregava neve nos braços, por dentro da roupa, deitava no chão pra tentar parar o ardor.  Foi em direção a cabana. Dessa vez as caçadoras abriram espaço para ele entrar.

Os gritos lá foram já não eram nada. A cabana não deixava passar nenhum som do que acontecia lá fora. Apolo já iria fazer mais uma de suas piadas, sobre como as cabanas da irmã eram mais confortáveis do que muitas mansões ,quando ele enxerga, a pouco mais de 2 metros dele. Então Apolo vê o porquê elas não queriam deixá-lo entrar. Sua irmã, sentada numa banheira de madeira, de costas pra ele.  Ela pegou um recipiente fundo do que parecia ser feito de carvalho e levou ao alto da sua cabeça, despejando água em seus cabelos louros.

O deus estava hipnotizado. Via a água descendo lentamente pelas costas da irmã, seu cabelo pingando vagarosamente, gota por gota, enquanto o vapor enchia todo o lugar. Ao contato com a água quente a deusa suspirava de alívio, o que poderia ser facilmente confundido com um suspiro de prazer, mas Apolo não queria pensar nisso. Fez o que toda pessoa sensata faria: fingiria que não viu nada.

Ele deu alguns passos pra trás, cuidadosamente, rezando (se é que um deus pode rezar) para que não tropeçasse em nada. Quando estava quase na entrada da cabana, ele soltou um suspiro alto, para que ela percebesse que ele estava lá, mas que tivesse uma impressão de que  tinha acabado de entrar. 
-Nossa, não há mortais mais chatos no mundo inteiro do que as suas caçador...
-APOLO! – Ártemis grita assustada, enquanto pega uma toalha e se levanta na banheira, se cobrindo.
-Hã... foi mal. Elas simplesmente disseram que você estava aqui e... –ele gesticulava, tentando se explicar, mas a expressão corporal da deusa dizia apenas uma coisa: CAIA. FORA.
-Você é maluco? Entrar enquanto me banho?
Ele apenas ria, um pouco nervoso.
-Ah, até parece que nós somos desconhecidos maninha! – ele bufa.
-Por que você não vai embora hein? – ela revira os olhos, saindo cuidadosamente de dentro da banheira. Apolo sabia que ela estava o tratando assim pelo episódio que ocorrera com uma de suas caçadoras. mas aquilo era passado, não era?
-Por que eu quero falar com você. – Ele diz se aproximando dela. Seu cabelo ainda pingava, e seus olhos inocentes fixavam nos seus. Eles se olhavam com a boca entreaberta, levemente inclinados para frente. Ela engole em seco e vira de costas. 
-Falar o quê? – ela pergunta de cabeça baixa, mexendo nas unhas. –Seja rápido. Tenho uma caçada importante ainda hoje.
Ele engole em seco. Como pode ficar tão nervoso em conversa com ela? Isso é estupidez demais.
-Ontem fui falar com Afrodite. – ele disse. Ela deixa de mexer nas cutículas, olhando para frente, mas ainda de costas para o irmão.
-Afrodite? – ela pergunta, o tom de sua voz era meio alarmante... seria... ciúmes? Apolo suspira. Prometera si mesmo que tiraria todos os pensamentos errados em relação a irmã.
-É... eu disse a ela que estava apaixonado.
Ártemis fica paralisada. E só depois de alguns segundos ela respira novamente e lentamente se vira para ele. A deusa estava com os olhos semicerrados. Estaria ela tentando decifrar a expressão dele? Apolo tentava ao máximo parecer normal, mas estava suando pelas mãos.
-E... ela... zombou de mim. – ele franze o cenho e olha de novo para o rosto da irmã. A sua expressão era incompreensível.-Por que o espanto? – Ártemis pergunta erguendo a sobrancelha, perguntando friamente.
-Foi como se eu nunca tivesse amado antes alguém.
-Além de si mesmo? – a deusa tamborila os dedos no queixo. -Eu acho que não. Você não amou ninguém. Era só isso? Tenho compromissos.
Ele engoliu em seco. Ela mal sabia a verdade...
-É, era só isso. – a voz dele saiu com esforço, pois estava sendo difícil falar enquanto lidava com o nó que se formara em sua garganta. –Até mais irmã. – ele se esforçava para que as lágrimas não caíssem. Deu um beijo na testa da deusa, e foi para a saída da cabana. Quando Ártemis o chama novamente.
-Irmão...
-O quê? – sua voz saiu um pouco mais dura do que pretendia.

Um longo silêncio pairou sobre a cabana, o envolvendo, sufocando-o. Uma parte dele dizia que era melhor ir embora, outra para ficar, dizer algo para aliviar o clima tenso, continuar a companhia da irmã. Só que ele não conseguia raciocinar nada de bom para falar.

Sentia-se totalmente inconveniente perto de Ártemis, como se sua presença a incomodasse profundamente.

De repente ele sente a mão da irmã em seu ombro, forçando-o a virar para olhar para ela.
-Perdoe-me. Fui estúpida. – seus olhos azuis o encaravam, atravessando sua alma. Ela parecia arrependida e... confusa? Sua expressão era difícil de decifrar.
-Tem razão. – ele declara com um sorriso torto.
-Ei! – Ártemis protesta batendo em seu peito, fazendo os dois gargalharem.
Ela suspira angustiada.
-Não me leve a mal... só estou um pouco... cansada. 
Apolo se aproximou dela. Ficara preocupado. Queria perguntar: qual foi o monstro dessa vez? Conte-me que eu vou onde ele está e parto a cabeça dele ao meio! Só que ao invés disso, só saiu um:
-Cansada de quê Ártemis?
-Todos se apaixonando. E eu aqui. Sempre. Depois de Órion, nunca mais me apaixonei novamente. Não fico triste por isso, tenho orgulho da minha escolha, só que... as vezes lembro dele. Sua habilidade com seu arco e flecha, como ele nadava...  sempre tão firme, tão decidido no que queria... assim como eu. Apaixonei-me por ele pela forma de como éramos parecidos. – ela seu outro suspiro, dessa vez sonhador, distante.
A fúria subiu no deus. Vê-la falando assim de outro homem, na frente dele...
-Ele sempre foi um idiota! – ele disse, quase gritando.
-Não, não era. – ela disse de modo calmo, olhando-o como se pudesse atacá-lo a qualquer segundo. Parece que ela o observava planejando o melhor ângulo de matá-lo. Por fim, virou-se em direção ao biombo para se trocar. - Espero que você não comece novamente com essa ladainha. – ela fala, atrás da divisória longe do alcance de visão de Apolo. Tirou a toalha e pendurou-a. – Até por que sabemos quem é o errado disso tudo. Sabemos quem foi o egoísta, quem mandou um maldito escorpião persegui-lo enquanto nadava.  E eu, tola, aceitei uma de suas apostas. Lembra, irmão? – ela pergunta, num tom calmo que irritava Apolo. – Pois eu lembro. Lembro quando eu não distinguia o que se mexia no mar, pois Órion nadava fugindo de seu escorpião. Não conseguia vê-lo. Culpo-me até hoje. Você disse: ‘’vamos ver quem é o melhor então, maninha. Você não consegue superar a  minha habilidade com o arco, mas lhe dou uma chance. Acerte aquilo. – você apontou –‘’ eu perguntei o que era, e você disse ‘’nada de perguntas Ártemis. Se você é tão boa, acerte.’’ Infelizmente estava de bom humor naquele dia,  decidi aceitar sua estúpida aposta. Mal sabendo eu que estava matando meu amado. 

Ele fecha os olhos, respirando fundo. No fundo de seu consciente uma frase se repetia em sua mente. ‘’Era preciso.’’

Quando ele volta a abrir os olhos, ela já estava em sua frente, vestida com seu vestido prateado de um ombro só, um cordão também prateado enrolando e apertando sua cintura, o tecido fino do vestido caindo um pouco acima do joelho. Usava suas gladiadoras de sempre nos pés, trança caindo por suas costas e envolta em jóias. Ela exalava um aroma inigualável. Mas ele não estava no clima para elogiá-la(por mais que tenha lutado consigo mesmo para não falar o quanto ela estava linda).
-Agora... – ela diz, calma, sorrindo de leve. – saia já daqui.
-Tudo bem – Apolo diz chegando perto dela. – Continue vivendo do seu passado com aquele estúpido semideus. Só te poupei de toda a dor irmãzinha. Esqueceu que sou o deus dos oráculos? – ele sorri, encarando-a. Ártemis estava de cabeça baixa. – Mas ao invés disso, você gosta de viver nesse mundo de ilusão. Bem, divirta-se. Mas pense bem. Só fiz isso para se bem, se você não quer entender, que seja. – ele vai em direção a fenda.
-Eu te odeio. – ela diz baixinho.
-E eu amo você. – ele diz imediatamente- Quero cuidar de você. Não quero que nada te machuque ou a ofenda. Agradeço todos os dias por você ter feito a sua escolha. Assim nenhum homem te terá, irá te desonrar. Você não precisa namorar com eles, não precisa se apaixonar. São uns vermes. Tantos os mortais quanto os semideuses. Não te quero nos braços de alguém que nem sei se cuidará bem de você. Não é possessão é só... precaução. Aliás... – ele já estava cansado de fingir. Respirou fundo e confessou - não é cuidado. É amor. E não te amo como minha irmã.

Ele se vira e vai em direção a ela. Ártemis balançava a cabeça devagar, negando que tudo isso acontecia, recua, mas Apolo não lhe dá chance: a puxa pela cintura e a encurrala num canto da cabana. Por alguns segundos eles só ficam se olhando. A respiração de deusa estava acelerada, e ela fixava o olhar em sua boca. Nesse momento ele soube que ela o desejava tanto quanto ele a ela. Afinal, se a deusa desejasse, ela sairia dali na mesma hora que Apolo se a prendeu. O deus prossegue devagar chegando perto do pescoço da irmã, mantendo contato visual, cauteloso e sem fazer movimentos bruscos. Apolo encosta os lábios em seu colo, beijando-a, passa a língua de leve perto do ombro descoberto de Ártemis, fazendo todos os pelos da deusa se eriçarem. Foi traçando um caminho de beijos molhados até o queixo dela, e quando ia beijá-la, a deusa desvia, indo para o outro lado da cabana.
 

Ela engole em seco. 
-Está errado. Está errado e você sabe disso. Quantas vezes tenho que te dizer isso? Algo parecido já aconteceu, e... eu quase...  Se alguém souber o que aconteceu aqui... eu não quero nem pensar nisso. – ela balança a cabeça tentando as lembranças. - Você já imaginou se nos filmam e nos exibem no olimpo naquela estúpida TV Hefesto? 

Ela continua tagarelando, mas Apolo não ouve. Só observa o quanto ela ficava linda tentando explicar algo que a deixava irritada. Como ela gesticula as pequenas mãos delicadas ao falar. O jeito como ela piscava rápido quando estava nervosa. Seus lábios mexendo rapidamente... Ah,  há quanto éons Apolo não sonhava com aqueles lábios?
-Você não está me ouvindo não é? – ela revira os olhos.
-Não... – ele responde reprimindo o riso. Ártemis suspira. 
-Eu já sabia. Nós devíamos... –ela hesita, baixando a cabeça.
-Sair daqui. – ele completa com um sorriso malicioso nos lábios.
-Não Apolo. Você devia. Está ficando tarde, e minhas caçadoras devem estar congelando. E...
-Hã... acho que não. Com toda certeza não estão congelando – ele ri, como estivesse se divertindo com uma piada interna com ele mesmo.
Ártemis cerra os olhos. 
-O quê... você fez... COM MINHAS CAÇADORAS?
Ele estremece com o grito da irmã e faz cara de vítima.
-Você... – ele diz, como se estivesse muito magoado para continuar. Passa a mão nos olhos, mesmo não tendo lágrimas nenhuma para enxugar. –Como ousa dizer que fiz algo com elas? Eu nunc...
A deusa continua de olhos semicerrados.
-Tá! – Apolo suspira, desistindo da atuação. – Ela não quis me deixar entrar então eu simplesmente... ah, eu dei uma queimada nela e tal... – Apolo dá de ombros.
-Você o quê? 
-Pelo menos ela está bronzeada! E olha que ela nem precisou me pedir, ta vendo como e sou generoso com suas caçadoras? – ele sorriu abrindo os braços para abraçar a irmã.

Ela respira fundo, fechando os olhos, contando nos dedos até três. Várias vezes.
-O.K. Apolo, eu não vou brigar mais com você. Trate de sará-la e vá embora. 
-Com uma condição.
-Sem condições!
-Ártemis! 
-Eu digo sim ou não à sua condição.
-Fechado. A minha condição é que você as deixe aqui dentro enquanto conversamos no bosque. Eu saro a ruivinha...
-Savannah! – ela o corrige.
-É, tanto faz, eu a saro e você conversa melhor comigo lá fora. Temos muito que conversar. – ele tenta não sorrir prevendo o que irá acontecer. Ártemis respira fundo novamente.
-Tudo bem. Mas terá que pedir desculpas.
-O QUÊ?! 
-É. – ela diz com tranqüilidade. – Você fez algo de errado e agora pedirá desculpas. 
-Nem pens... Tá! Ta bom, eu peço. Chame as chat... quer dizer, as caçadoras.
 


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Notas finais do capítulo

e aí, oq acharam? nesse cap eu gostaria de agradecer a minha friend linda e goxxxxtosa gabi zogbi (http://fanfiction.com.br/u/297298/) por fzr essa capa linda pra mim! ♥
fiquem ligados no prox cap :D