Mas O Que É Mesmo O Amor? escrita por AlanSnape


Capítulo 7
Detenção


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo... Espero que gostem!

Obrigada pelos comentários, por separarem um tempinho pra ler meu trabalho! Agradeço de coração :)



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Lizzy passara o segundo dia de aula inteiro ansiosa. Depois de tudo que aconteceu no dia anterior, era até um alívio pensar que iria para a detenção com Snape. Deu um beijo na testa de Eric e se despediu vendo a cara fechada do rapaz, que havia ficado extremamente chateado com o professor por ter dado esse castigo à amiga devido somente a uma resposta sincera – segundo Lizzy havia lhe contado.

Essa fora a desculpa que Lizzy conseguiu inventar: Snape havia perguntado a ela sobre sua atitude na aula de professora Delair. Lizzy respondeu que a professora agiu mal em tirar pontos de sua casa, pois sua poção estava correta, o que fez com que Snape se irritasse e a mandasse para a detenção.

Como Eric acreditou nessa história mal contada, Lizzy não sabe. Mas ficou feliz que o tivesse feito. Assim, o amigo não tocou mais no assunto, embora, à noite, quando Lizzy saiu da sala comunal para ir até a sala de Snape, ele tenha ficado chateado e irritado por não ter sua amiga por perto para conversar e estudar um pouco antes de dormir.

Lizzy havia, assim como no primeiro dia de aula, tentado se arrumar ao máximo. Mesmo não acreditando que haveria qualquer possibilidade restante para ela, seu coração não deixava que simplesmente fosse indiferente a uma situação como essa. Uma oportunidade única. “Somente eu e ele na sala...” pensava Lizzy “poderia ser uma linda história, se não fosse a nojenta da Bellatrix de um lado e a minha falta de coragem do outro...”, se lamentava.

Enquanto caminhava até a sala de Snape, Lizzy pensava no que diria. “Boa noite, professor! Como está? Não, não posso dizer assim, parece que estou feliz com a detenção... Bom, na verdade estou... Mas não posso deixar isso transparecer!” pensava aflita a menina “Olá, professor, boa noite. Estou aqui para a detenção, como combinado – é, acho que assim fica melhor. E, por favor, Elizabeth Austen, tire o sorriso da cara ao dizer isso!”, ela brigava consigo mesma.

Quando estava à frente da porta de Snape, exatamente às 8 da noite, Lizzy congelou. Não sabia se batia na porta ou entrava de uma vez. “Seja educada, bata”, pensou ela. Levantou a mão fechada e já ia encostá-la na porta quando a mesma se abriu e Snape apareceu em sua frente.

- Boa noite, Srta. Vejo que chegou bem na hora. – disse ele.

- Boa noite. – foi só o que Lizzy conseguiu dizer.

Snape, com um gesto, pediu que a menina entrasse e apontou a cadeira onde ela deveria se sentar. Lizzy fez o que lhe era indicado, em silêncio, somente aí se dando conta de que, embora fosse passar um tempo com seu amado, ainda era uma detenção, o que significaria que alguma tarefa nada agradável lhe aguardava. Para sua surpresa, Snape não parecia irritado ou nervoso, pelo contrário, parecia animado e tão ansioso quanto ela por esse momento. Ele permaneceu em pé de frente para a menina, apoiando-se em sua mesa de modo descontraído. “Droga, ele tem que ser tão lindo? ... pare de pensar nisso, Elizabeth, pare!”

- Srta Austen. Chamei-a aqui para, na verdade, conversar com a Srta. – disse ele, calmamente.

“Conversar? Numa detenção?”

- Conversar comigo, senhor? – estranhou Lizzy.

- Sim, Srta. Percebi que a Srta é muito capaz, ao praticar uma magia difícil como a Legilimência. Embora tenha sido extremamente errado de sua parte tentar realizá-la comigo, reconheço que tive que me esforçar para ocultar minhas memórias da Srta. O que demonstra que sua habilidade com esta magia é grande.

Lizzy não dizia nada, apenas olhava para o professor sem entender aonde ele queria chegar.

- Entretanto – continuou Snape -, ainda assim acredito que a Srta mereça ser castigada, o que me levou a esta detenção. Mas não desejo desperdiçar sua capacidade pedindo o mesmo que peço a outros alunos. Não quero que limpe, organize e nem copie nada. Vou fazer algo diferente com a Srta.

Lizzy, ainda sem entender nada, somente concordava com a cabeça, atônita.

- A Srta tem algum conhecimento de Oclumência, Srta Austen?

- Não, senhor. Apenas já ouvi falar, mas nunca pratiquei nem estudei.

- Pois bem. O que desejo, aqui, Srta Austen, é aperfeiçoá-la em Legilimência e ensiná-la a arte da Oclumência. A Srta tem uma habilidade ótima de Legilimência, mas não o suficiente para conseguir ultrapassar um bloqueio como o que eu instaurei em minha mente. Do mesmo modo, precisa saber bloquear a sua própria mente para evitar possíveis ataques. O que me diz, Srta?

Lizzy estava chocada. Em um momento, achou que iria limpar toda aquela sala, ou talvez organizar livros empoeirados ou copiar mil vezes algo como “Não tentarei ler a mente de meus professores”. Mas Snape estava lhe oferecendo... aulas?

- Professor, desculpe... O senhor tem certeza do que está fazendo? – Lizzy sabia que estava sendo ousada em perguntar isso, mas não conseguia acreditar no que ouvira.

- Ora, Srta Austen, a Srta acha que não sei o que faço? – respondeu, ríspido. – Reconheço um bom talento quando vejo um e acho que a Srta poderia se sair muito bem em situações de perigo se aprender um pouco mais sobre essas magias. Não acho que seja bom para o mundo bruxo desperdiçar uma habilidade como a sua. – disse, um pouco mais calmo – Entretanto, para que evitemos possíveis problemas, encobriremos nossas aulas sob o título de detenções. Apenas quero saber se a Srta está disposta a isso.

Snape olhou diretamente para Lizzy, que levantou a cabeça e encarou o professor. Ambos sentiram algo estranho, uma sensação de estarem se perdendo, um nos olhos do outro. Ela, envolvida por aqueles olhos negros e profundos. Ele, lembrando-se de seu amor do passado ao olhar para os olhos verdes e brilhantes da menina. Ambos se olharam por alguns segundos, quando de repente, voltando a si, Lizzy respondeu:

- Estou sim, senhor. Quando podemos começar? – disse decidida. Esta era a oportunidade da sua vida. Mesmo que, depois de Hogwarts, nunca mais visse Snape, ao menos poderia sorrir ao se lembrar do último ano na escola e dessas aulas que, ela tinha certeza, seriam as melhores que já teve.

- Agora mesmo, Srta Austen. Trouxe sua varinha?

- Sim, sempre ando com ela. – respondeu Lizzy tirando a varinha das vestes e mostrando-a a Snape.

- Muito bem. Vejo que já pensa como um bruxo responsável.

- Sim, senhor. Depois da guerra, acho que todos aprendemos a ser mais responsáveis. – sorriu Lizzy.

Snape viu o sorriso da menina pela primeira vez. Ora, será possível que nunca havia reparado nela? Já estava no 7º ano, havia 6 anos que tinha aulas com ele, que andavam pelo mesmo castelo, que faziam suas refeições no mesmo salão principal. Como era possível que nunca tivesse reparado em seus brilhantes olhos, no seu cabelo longo e em seu lindo sorriso? “Eu devia estar cego”, pensou ele, “cego com todas as responsabilidades que essa guerra maldita me trouxe”.

Snape sorriu de volta para Lizzy, que agradeceu mentalmente por estar sentada, pois suas pernas bambearam.

- Bom ouvir isso. A guerra trouxe consequências para todos, entre boas e ruins. Espero que, em seu caso, seja somente a primeira opção. – disse sincero. Estava cansado de ficar fechado para o mundo e essa menina lhe parecia confiável o suficiente para uma conversa amigável.

- Não sei ainda dizer, senhor. Estou avaliando as possibilidades para o meu futuro. – Lizzy foi sincera, embora quisesse dizer muito mais que isso.

- Espero que minhas aulas a ajudem nesse ponto. – sorriu novamente e completou: - A Srta tem realmente muita responsabilidade para abdicar de suas noites para vir ter aulas. Admiro isso.

- Não é nenhum sacrifício estar aqui, professor. – Lizzy falou sem pensar.

- O que disse, Srta Austen? – Snape surpreendeu-se.

- Nada, senhor. Desculpe. Quis dizer que não tenho nada mesmo para fazer à noite, e ter aulas com o senhor será ótimo para a minha formação como uma boa bruxa. – “Droga de coragem que some quando mais preciso... Definitivamente aquele chapéu seletor estava com defeito!”

- Ah... Sim, Srta. Vamos começar, então. Às 10 da noite a Srta já deve estar de volta aos seus aposentos.

Snape começou a primeira aula explicando a Lizzy do que se tratava a Oclumência. Depois disso, pediu a menina que praticasse novamente a Legilimência em sua mente, que ele bloqueou com facilidade. Faltando pouco para as 10 da noite, Snape disse a Lizzy que deveriam terminar a aula e continuar no dia seguinte, se ela realmente quisesse continuar.

- Sim, senhor, quero sim. Estou gostando muito de aprender mais sobre essas magias – sorriu Lizzy, sincera, enquanto saía da sala.

- Que bom, Srta Austen. Amanhã nos vemos às 8 da noite novamente. E prepare-se pois vamos treinar a sua Oclumência, e eu tentarei ler sua mente. Boa noite. – disse Snape fechando a porta da sala.

Com o barulho da porta se fechando, Lizzy pareceu acordar de um sonho.

“LER MINHA MENTE? Ah, droga, como eu não havia pensado nisso???”.

Lizzy se desesperou. No dia seguinte, Snape tentaria ler sua mente. Provavelmente conseguiria. E o que ele veria... Lizzy só conseguia tremer ao pensar que todo o seu segredo seria revelado.


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