Mas O Que É Mesmo O Amor? escrita por AlanSnape


Capítulo 6
Olhos Verdes


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo. Espero que gostem :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/407346/chapter/6

- Eu... É... Eu... – Lizzy suava frio e tremia como nunca havia antes. Não sabia o que responder. Sim, tentara ler a mente do professor, mas não havia pensado nas consequências disso! Snape era um especialista em Legilimência e Oclumência... Por isso sabia que o que ela estava tentando fazer e sabia como evitar. “Burra, burra, burra!” pensava Lizzy, sem conseguir pensar em nada para responder ao professor.

- Achou que eu não perceberia, Srta Austen? Como já deve saber, sou um especialista em Legilimência e Oclumência. Percebi o que tentava fazer e me surpreendi, pois nunca imaginei que uma aluna de 7º ano soubesse realizar esse tipo de magia.

Snape, embora incomodado com a situação, parecia admirado com a capacidade daquela menina. Olhava para ela, que, de cabeça baixa, não conseguia responder nada, e sentiu que estava assustando-a.

 - Eu lhe fiz uma pergunta, Srta. É sua obrigação me responder. Está com medo de mim, por acaso?

- Não, senhor. – Essa resposta Lizzy sabia de cor. Nunca tivera medo dele. Tinha tudo, menos medo. E principalmente, tinha amor...

- Então me responda! O que foi aquilo? Por que tentou ler minha mente durante a aula?

Lizzy respirou fundo. Sabia que esse era o momento. O momento pelo qual ela esperou exatos 6 anos. Precisava dizer, precisava tentar... Onde está a coragem da Grifinória nessas horas?

- Eu não sei, senhor. – Lizzy acovardou-se. – Eu estava apenas testando minhas habilidades em Legilimência. Me distrai e esqueci que o senhor poderia perceber isso. Me perdoe. – Lizzy estava prestes a chorar, tanto pela vergonha de ser descoberta quanto pela raiva de si mesma por não ter tido coragem de dizer a verdade.

- E a Srta resolveu testar suas habilidades... Em mim? Tendo tantos amigos estúpidos que nunca perceberiam nada que estivesse tentando fazer? A Srta não pode estar me dizendo a verdade! – disse Snape, já irritado com a tentativa daquela menina de enrolá-lo.

- Estou sim, senhor. Fui burra, me perdoe. Já havia tentado com meus colegas – mentiu – mas acho que tive vontade de tentar com alguém mais poderoso, para ver se conseguiria.

- Mas não conseguiu. E, a propósito, onde aprendeu Legilimência? – Snape já estava mais curioso do que irritado.

- Em casa... Peguei uns livros e aprendi a teoria. Nunca havia tentado na prática. – a menina tinha os olhos marejados e só desejava correr dali e chorar como nunca antes.

- Sozinha? – surpreendeu-se Snape.

- Sim, senhor.

Snape estava espantado com a capacidade daquela menina tão nova de aprender uma magia tão difícil sozinha. Até mesmo Harry Potter, que foi ensinado por ele, não conseguiu aprender com essa facilidade. “Mas Potter era um idiota. Estava mais preocupado em me odiar do que em aprender alguma coisa.” pensou ele. Nesse momento, sua curiosidade sobre aquela menina se atiçou. Queria saber mais sobre ela, sobre suas habilidades. Mas não podia deixar a tentativa absurda de ler sua mente sem um castigo. Depois de pensar um pouco, olhando a menina cabisbaixa, Snape disse, sério:

- Pois bem. Detenção. Começa amanhã, nesta mesma sala, às 8 da noite. Não se atrase.

Lizzy levou um susto. Esperava tudo, menos uma detenção. Não porque não merecesse – “Ora, sua tonta, de onde tirou essa maluquice de tentar ler a mente de um professor de DCAT!”, pensou – mas porque não conseguia ver a possibilidade de passar um tempo sozinha com Snape como castigo. Embora ainda sentisse que não tinha nenhuma chance, já seria um consolo para seu coração ficar ao menos perto dele. Olhou para o professor – seus olhos lindos, profundos e negros – e confirmou com a cabeça.

Snape, pela primeira vez, viu os olhos de Lizzy: verdes, brilhantes, como os de alguém que já conhecia... Ficou sem palavras. Engoliu em seco e somente conseguiu dizer:

- Até amanhã, Srta.

- Até amanhã, professor.

Lizzy saiu da sala confusa, sem saber se chorava de alegria ou tristeza. Não ligava para seu currículo escolar, não importava que tivesse conseguido uma detenção no primeiro dia de aula. Uma oportunidade de estar com Snape não era algo que pretendia jogar fora. Foi andando calmamente para o salão principal, onde iria encontrar Eric, pensando em alguma desculpa para explicar o castigo ao amigo.

Enquanto isso, Snape fechava a porta da sala e se sentava, pois não conseguia conter o sentimento que, de repente, havia aflorado em seu coração. Aqueles olhos, olhos verdes e brilhantes, lindos, só lembravam uma pessoa.

- Lily... – balbuciou Snape, antes de começar a chorar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!