Mas O Que É Mesmo O Amor? escrita por AlanSnape


Capítulo 8
Legilimens


Notas iniciais do capítulo

Perdoem os possíveis errinhos, revisei o capítulo, mas nunca se sabe...



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Era o terceiro dia de aula e a cabeça de Lizzy já estava cheia. As tarefas costumeiras das disciplinas já começavam a surgir, mas sua preocupação era outra. “É hoje”, pensou ela, ao acordar, “é hoje que meu segredo vai ser revelado pra ele”. Não queria levantar-se da cama, mas precisava cumprir com suas obrigações. Ao levantar, percebeu que Charlotte piava triste e abriu a gaiola para que a coruja pudesse sair e voar um pouco. Após se arrumar e pegar seu material, desceu até o salão comunal e logo encontrou Eric, seu amigo querido, com quem não teve oportunidade de conversar depois da detenção do dia anterior.

- Bom dia, Lizzy! Que horas você chegou ontem? – perguntou o amigo, preocupado.

- Oi Eric! Cheguei 10 horas da noite... Mas você já tinha ido para o seu quarto, não quis te incomodar.

- Podia ter ido, eu tentei dormir cedo e não consegui mesmo. Fiquei preocupado com você, sozinha lá com o morcegão. Como foi?

Lizzy sorriu ao ouvir o apelido de Snape. Queria poder contar tudo a Eric sobre seus sentimentos, mas não tinha coragem. Imaginava que o amigo ia ficar decepcionado, ou talvez rir dela. Preferiu então, continuar com a mentira.

- Foi normal, não chegou a ser tão ruim. Ele só me pediu para organizar seus livros. Hoje talvez eu deva fazer umas cópias, nada demais. – Lizzy odiava mentir para o amigo, mas não tinha outro jeito. Não podia contar tudo que havia acontecido, pois isso a levaria a contar toda a história desde o início.

- Ah, que saco, hein? Espero que essas detenções não durem muito. Senti sua falta para conversarmos e repassarmos a matéria do dia. – o rapaz olhou para Lizzy com carinho. – Você é minha melhor amiga, Lizzy. Vê se não vai mais responder a nenhum professor, eu preciso de você.

- Pode deixar, vou ficar mais quietinha. – disse Lizzy, rindo e abraçando o amigo.

Os dois seguiram, como sempre, juntos para o Salão Principal, onde tomaram o café da manhã conversando animadamente. O humor de Lizzy estava razoavelmente melhor, principalmente por não ter visto Bellatrix ainda. Somente Snape estava sentado à mesa mas não comia, conversava apenas com outros professores. Lizzy olhou para ele de relance, a preocupação ainda rondando seus pensamentos. “Eu preciso pensar em alguma maneira de evitar que ele consiga ler minha mente hoje à noite”, pensava, “Eu preciso conseguir ocultar meus sentimentos dele, preciso”.

O resto do dia correu normalmente, embora, na hora do almoço, Lizzy tenha fugido por uns minutos de Eric, para ir à biblioteca ler um pouco mais sobre Oclumência. Quando se encontraram novamente, o rapaz estranhou o sumiço da amiga.

- Onde você estava, Lizzy? – perguntou, desconfiado.

- Fui à biblioteca dar uma olhada em uns livros de Poções. – “Uma mentira leva à outra”, pensou Lizzy.

- E por que não me chamou pra ir com você? Sabe que eu sempre te acompanho...

- Ah, você estava com muita fome, não quis atrapalhar seu almoço. Mas não faço mais, desculpe. – sorriu para o amigo, que sorriu de volta.

- Tudo bem, vai. Não consigo ficar chateado com você! – o rapaz sorriu – Mas agora vamos, temos aula e tarefas ainda hoje.

À noite, no salão comunal, Eric se encontrava novamente chateado por ver a amiga saindo para a detenção com Snape. Lizzy tentava parecer despreocupada, enquanto em sua cabeça a mesma pergunta se repetia de novo e de novo: “E se ele conseguir ler minha mente?”. Continuou repetindo a pergunta para si mesma até chegar à porta de Snape, sem chegar a uma resposta. Novamente, às 8 horas da noite em ponto, o professor abriu a porta e mandou que a menina entrasse e se sentasse na mesma cadeira do dia anterior.

Dessa vez, Snape também se sentou em frente a ela e disse que iriam começar como no dia anterior, com a menina tentando ler sua mente. Lizzy concordou com a cabeça e, após a autorização do professor, iniciou a magia.

- Legilimens – disse a menina, apontando a varinha para o professor.

Facilmente, Snape bloqueou a tentativa da menina, que, aconselhada por ele, tentou mais algumas vezes sem sucesso, até que...

Lizzy sentiu que a sala ao seu redor desaparecia. Viu algumas sombras, ouviu gritos, mas não sabia do que se tratava... Olhou em volta, não reconhecia aquele lugar... Foi andando com calma até ver alguém caído no chão, sangrando, à beira da morte. Snape. Foi então que percebeu: estava na mente do professor, no momento de sua quase morte. Chegando mais perto, viu também Harry Potter gritando, clamando por socorro enquanto via a vida do professor esvair-se de suas mãos... Lizzy, embora soubesse o desfecho da história, se desesperou também e começou a olhar em volta, procurando quem pudesse salvá-lo. Logo viu alguém chegando correndo com a varinha em punho. Harry gritava, implorava para que a pessoa salvasse Snape. A mulher, que Lizzy ainda não reconhecia, conjurou um vidro de uma poção, que deu a Snape de imediato. Lizzy não conseguia saber quem era a salvadora, até que ela se virou para Harry e seu rosto ficou totalmente visível...

Não. Não pode ser.

Lizzy foi puxada para fora da mente de Snape e voltou a perceber a sala ao seu redor.

- Muito bem, Srta Austen! Conseguiu ver um pouco das minhas memórias, não é mesmo? – Snape disse animado, pois desejava ver o progresso da menina.

- Sim... – Lizzy ainda se sentia mal pelo que vira.

- O que houve, Srta? Está se sentindo mal? – Snape viu que Lizzy perdera toda a sua cor, estava pálida.

- Senhor... – Lizzy ignorou a pergunta de Snape e fez a sua própria. – Aquela pessoa que eu vi... Que estava com um vidro de poção... Era... Ela...

- Sim, Srta Austen. Era a professora Bellatrix Delair. Ela me salvou quando fui mordido por Nagini. Devo a ela a minha vida. – Snape disse, emocionado.

- Eu... Eu preciso ir embora... – Lizzy sentia-se mal, não podia acreditar que deveria ser grata àquela mulher por ter salvado a vida de seu amado – não me sinto bem...

- Quer que eu a leve para a enfermaria? Vamos, eu levo a Srta até...

- Não! – Lizzy cortou Snape – não precisa, senhor... Eu só preciso ir para meus aposentos e deitar um pouco...

- Eu posso acompanhá-la até lá, estou preocupado com o seu estado – Snape estava sendo sincero.

- Não, não precisa, senhor... Eu vou sozinha... Boa noite!

Lizzy saiu quase correndo da sala, as lágrimas caindo de seus olhos, o desespero tomando conta de seu coração. “Foi ela... foi ela que o salvou... e ele a ama... é por isso que ele a ama... e eu... eu nunca serei ninguém pra ele... NUNCA!”.

Sabia que se chegasse ao salão comunal mais cedo que de costume, Eric estaria lá, esperando por ela... Não queria falar com ele, não podia... Mudou de caminho e foi correndo para a torre de astronomia, onde se sentou e chorou, sentindo seu coração doer como se estivesse se despedaçando dentro de si.


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Notas finais do capítulo

Vocês não acharam que tudo ia se resolver tão facilmente, não é? Ainda tem muita história pra rolar... Próximo capítulo "A Verdade"..