A Terapeuta escrita por Bellice


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Tudo bom com vocês?
Bem, nada desculpa a minha demora, eu sei, mas recebi uns comentários nada agradáveis e muito menos incentivadores sobre algumas histórias minhas aqui no Nyah! e isso me chateou um pouco.
Contudo, sei que a maioria não tem culpa disso e estou aqui depois de eras, atualizando a história. O outro capítulo já está quase pronto e eu pretendo postar ao menos duas vezes na semana, então, por favor, se alguém ainda estiver lendo isso aqui, mande pelo menos um oi, ok? Ok.
Tenham uma boa leitura



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Capítulo IV

“Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.”

Carlos Drummond de Andrade

Edward não havia me procurado na sexta, nem no resto no final de semana, nem no começo desta. Então, presumi que ele ainda achava que a proposta que lhe fiz de passar uma semana comigo era só conversa. Contudo, não me deixei abater. Ele iria passar uma semana comigo, longe de Tanya e de toda a vida infernal que ele levava.

Não que eu me julgasse o exemplo de felicidade, mas sabia apreciar as pequenas alegrias da vida. Aqueles momentos inesquecíveis que acontecem em dias totalmente inesperados, ou o surgimento de um sentimento puro e verdadeiro... Enfim, essas coisas todas que dinheiro nenhum compra.

Por isso, na quarta, logo cedo, decidi entrar em contato com ele.

–Alô? –Sua voz parecia sonolenta e um tanto quanto raivosa, eu diria. Uh, olha só quem já estava de mau humor logo pela manhã.

–Sr. Cullen? É Isabella Swan. Bom dia!

–Seria um dia excelente se a Srta. não estivesse me ligando tão cedo. –Eu revirei meus olhos. Tão reclamão.

–Bem, eu estou ligando porque hoje começa a nossa semana juntos.

–Eu não lembro de ter concordado com isso. –Mas era óbvio que havia concordado. Eu tinha certeza que no fundo, Edward queria ser uma pessoa feliz novamente. Apenas não acreditava que isso fosse possível mais.

–Concordou. Disse que adoraria me ver tentar. Isso foi um sim. Então, espero que já tenha comunicado no seu emprego que faltará uma semana. E espero que já tenha arrumado sua pequena mala.

–Você não pode estar falando sério. –Ouvi sua risada alta e incrivelmente sarcástica no telefone e bufei. Edward Cullen era terrivelmente irritante.

Mas eu também sabia ser irritante e ah, dois podem jogar esse jogo.

–Eu sou uma profissional seríssima, Sr. Cullen. E vou lhe ajudar porque, como já lhe informei, não há graça na vida sem um bom desafio. Então faça o que eu estou mandando, ou eu vou entrar em meu carro e dirigir até a sua casa e obrigá-lo a vir à força.

Sua risada só se tornou ainda mais estrondosa e debochada. Eu mordi meu lábio, contendo um grunhido de irritação que eu estava prestes a deixar escapar, porém não daria esse gostinho ao Cullen.

–Se é assim que prefere, Sr. Cullen. Estou indo lhe buscar. Esteja pronto em 15 minutos.

Foi tudo o que eu disse antes de desligar o telefone na sua cara e sair correndo em direção ao estacionamento. Bom, se ele queria que fosse do jeito difícil... Seria.

(...)

Não precisei verificar o endereço novamente ao parar na rua constava na ficha de cadastro de Edward em meu consultório. De todo o bairro, a casa do Cullen era a mais chamativa e ostentosa. Típico de gente como ele, que acha que bens materiais podem suprir o vazio em seus corações frios e solitários.

Também não foi surpresa para mim, que Edward não estivesse me esperando do lado de fora de sua casa. Ele achava mesmo que eu estava brincando, mas eu simplesmente não estava.

Sim, eu sabia que era loucura e, talvez, essa semana não melhoraria em nada a sua vida e só ferraria a minha, mas eu precisava tentar ajudar. Nunca me perdoaria por nem ao menos tentar. Era o meu trabalho, afinal. Ajudar quem precisava. E eu amava o meu trabalho.

Liguei para ele novamente.

–O que você quer, caramba? –Bem, pelo menos ele não estava mais com voz de sono, porém a raiva com certeza continuava lá, só que mais evidente agora.

–Estou do lado de fora da sua casa te esperando para começarmos nossa semana produtiva, Sr. Cullen. Já arrumou suas coisas?

–Você vai me sequestrar por uma semana? Eu tenho uma vida, você sabia? Não posso simplesmente abandoná-la porque uma estranha está pedindo. –Suspirei, tentando manter a calma. Deus, ele era um teimoso.

–Sim, eu te sequestrarei por uma semana. Eu sei que você tem uma vida. Uma vida de merda, aliás, e é por isso que eu estou desperdiçando o meu tempo com você, para ajudá-lo. Então, por favor, não me faça esperar demais, porque eu não vou sair daqui até você aparecer, entrar no meu carro e ir comigo em todos os lugares que eu quiser por uma semana.

O silencio foi tão total e demorado do outro lado da linha que eu pensei que agora, ele tinha simplesmente decidido me ignorar.

–Está bem. Só me dê mais alguns minutos. –Dizer que eu não fiquei surpresa seria uma mentira. Ele estava mesmo cedendo, afinal? Bem, já era alguma coisa.

Pela primeira vez no dia, sorri enormemente, feliz com o pequeno progresso de Edward. Eu o ajudaria, era uma promessa.

(...)

Ponto de vista por Edward Cullen

Louca. Esta era a única palavra que definiria bem Isabella Swan. Só uma pessoa completamente pirada acharia mesmo que eu tenho salvação. Além do mais, ela estava mesmo perdendo o tempo dela tentando me ajudar? Era absurdo.

No começo, quando a Srta. Swan me chamou em seu escritório e fez sua proposta, eu não achei que ela fosse realmente séria. Afinal, ninguém se envolveria assim com um cara totalmente estranho. Ninguém normal, pelo menos.

Eu realmente quis ignorá-la. Ignorar sua proposta, porém quando ela me ligou esta manhã, pela segunda vez, eu não pude simplesmente fazer isso.

A irritante Srta. Swan estava esperando-me do lado de fora da minha casa. Esperando para que eu pegasse um punhado de roupas, enfiasse numa mochila, dissesse adeus ao meu emprego, a minha casa e a minha mulher por uma semana e fosse com ela para sei lá aonde. Era loucura.

Uma loucura extremamente tentadora.

Por isso, esquecendo por um momento de tudo em que eu tinha convicção, eu fiz a porra de uma mala pequena, deixei um bilhete para Tanya dizendo apenas que voltava em uma semana e liguei para meu chefe dizendo que faria uma terapia para salvar meu casamento e me ausentaria por uma semana.

Ele pareceu compreensivo até demais e me desejou boa sorte. Eu o agradeci, mas revirei meus olhos. A última coisa que podia ser salva ali era meu casamento, porque ele nunca existiu, de fato. Mas fora a melhor desculpa que pude pensar, então fiquei grato por não ter um chefe tão insensível. Não que eu ficaria muito triste caso fosse demitido, realmente.

Quando saí da propriedade, logo avistei Isabella encostada em seu carro, em frente à minha casa. Quando me viu, a mulher me lançou um sorriso tão radiante e tão verdadeiro que eu não pude simplesmente não retribuir. Srta. Swan parecia ser uma mulher tão cheia de vida, feliz e completa que, não entrava na minha cabeça o porquê dela estar se prestando ao papel de tentar ajudar um fodido problemático como eu.

Eu simplesmente não tinha mais conserto. Sempre seria um babaca egoísta que ninguém ousava amar, que vivia num casamento infeliz arranjado por meio de uma promessa dos pais, que tinha um emprego ao qual odiava por não ter conseguido nem ter feito faculdade onde sonhou.

–Olá, Sr. Cullen. Pronto para começarmos o nosso animado dia? –Entretanto, todos os meus pensamentos depreciativos de dois segundos atrás foram esquecidos quando a voz da Doutora Isabella soou em meus ouvidos.

Ela não mudaria minha vida em absolutamente nada, mas que eu queria vê-la tentar, queria mesmo.

Aliás, o que eu tinha a perder? Não havia como minha vida ficar pior do que já estava mesmo.

Eu acho.


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Notas finais do capítulo

E então? Eu sei que esse capítulo não foi muito "animado", mas contou um pouco dos dois, não é? No próximo, a Bella vai começar o "tratamento" de Edward e as coisas vão ficando mais interessantes.
Então, era isso!
Espero que gostem, beijos!
Até quinta! :*