A Terapeuta escrita por Bellice


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Eu sei que demorei, mas último ano na escola é difícil pra caramba, ainda mais pra quem tá estudando junto pro vestibular fica mais complicado ainda né? :/
Enfim, acho que esse foi o melhor capítulo que escrevi até agora, espero que vocês gostem também! :3
Se é que tem alguém aqui ainda... Boa Leitura! =D



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Capítulo III

Tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo.”

Friedrich Nietzsche

–Decidiu ajudar-me a colocar juízo na cabeça de minha mulher, Srta. Swan? Sabe que eu pago bem, não sabe? –Sr. Cullen levantou uma sobrancelha e eu fiz um esforço enorme para não revirar os olhos.

Sua prepotência era gigantesca e aquilo estava começando a me incomodar, estava quase arrependida de tê-lo chamado para conversar em meu escritório. Eu e a minha mania de querer ajudar tudo e todos. Porém, agora eu já havia prometido para Tanya.

–Não. Imagino que pague bem, Sr. Cullen, mas eu sou terapeuta, não santa pra fazer milagre. Seu casamento está arruinado, aceite isso. –Minha mãe sempre me disse que o melhor a se fazer era ser direta.

–Quem você pensa que é para falar assim, Srta. Swan? Meu casamento sobreviverá até eu colocar um ponto final. Tanya merece pagar por tudo que me fez. –O ódio que eu via em seus olhos era alarmante. Mas não me deixei abalar.

–Não vê que as coisas não são bem assim, Sr. Cullen? Estamos lidando com sentimento aqui, não está fazendo apenas Tanya sofrer por ficar ao lado de quem não ama, mas também está sofrendo, se privando de uma vida nova de felicidade.

–Felicidade não me interessa mais. Fui privado disso há muito tempo. –Edward ia se levantando para ir embora, mas eu o impedi. Eu sentia a dor em cada palavra da sua ultima frase. Eu precisava vê-lo feliz. Custe o que custar.

–Mas Sr. Cullen, as coisas não precisam ser assim. Por favor, me escute até o fim, e se você decidir que mesmo assim veio em meu escritório em vão, eu prometo nunca mais o procurar. –Ele ponderou um minuto. Já estava abrindo a porta de minha sala, mas acho que eu o convenci por ora, pois logo voltou a sentar-se.

–Tudo bem, Srta. Swan. Vou deixá-la falar, mas já aviso que é perda de tempo.

Sorri. Não seria perda de tempo não. Eu ia convencê-lo de tentar ser feliz novamente. Ah, se ia.

–Sua esposa me procurou ontem e me contou tudo. –Ele me encarou chocado.

–Tanya veio aqui e contou tudo pra você? É particular! Como ela pôde? É uma víbora mesmo.

–Não, Sr. Cullen. Tanya é uma boa pessoa. O Senhor é uma boa pessoa. Coisas ruins aconteceram, mas não precisa remoê-las para sempre. Eu vejo que quis fazer Tanya feliz quando se casaram, porém não era bem o que ela queria e o senhor acabou sem esperanças e se tornou desse jeito, mas pense que nem todos lidam com as fatalidades da vida do mesmo modo. Tanya apenas não sabia como proceder em tal situação. Ela não é ruim por estar vivendo algo que não queria.

–Eu abri mão de Harvard por ela! Por uma vida feliz longe daqui! E ela beijou o primeiro que apareceu depois de todo o meu esforço de fazê-la se sentir bem, de querer fazê-la feliz. –Edward gritava, colocando pra fora toda a raiva que havia guardado todo esse tempo, mas eu não me importei. Isso era um bom sinal.

–Aí é que está o problema, Sr. Cullen. Você aceitou a imposição dos pais de vocês, ou se conformou, não sei. Tanya não. E a felicidade não se faz, se sente. Se não havia sentimentos desde o início, desculpe, mas estava mesmo fadado ao fracasso. Suas intenções eram boas, mas Tanya não tem culpa de você ter aberto mão de seu futuro longe daqui. Os únicos culpados são os pais de vocês por forçarem algo que deveria ser natural.

–Não interessa de quem é a culpa. Eu não merecia viver esse inferno. Eu não queria viver desse jeito, custava que ela colaborasse e tentasse viver de bem comigo?

–Aposto que não foi bom pra ela viver todo esse tempo com alguém que ela não amava, Sr. Cullen. Se conformar não leva a nada. Preferia que ela fingisse ser feliz, para o senhor também fingir que estavam num casamento real? Sabe que não mudaria nada.

Edward ficou quieto por alguns minutos, o que eu estranhei. Ele abria e fechava a boca várias vezes, porém não falava nada. Era estranho vê-lo assim, sem fala. Ele sempre tinha uma resposta afiada para me dar.

­–Se não mudaria nada ou não, eu não sei. Mas o fato é que se não mudou até hoje, não muda mais. Nada pode ser consertado. O tempo passou. E Tanya tem que entender isso.

–Não diga absurdos, Sr. Cullen. Nunca é tarde para buscar a felicidade. Tanya ama outro homem, por que não deixa a mulher viver a vida dela e dá logo esse maldito divórcio?

–Egoísmo. –Ele sussurrou, não querendo que eu ouvisse, acho.

–Como assim?

–Todos esses anos ela foi infeliz comigo. Eu chegava do trabalho e pelo menos tinha alguém para ver, mesmo que triste. Eu não quero ficar nesse inferno que é a minha vida sozinho. Não quero ficar mais solitário do que já sou, Srta. Swan.

Sua voz consumida pelo vazio me fez, num impulso, levantar e ir até a cadeira onde estava sentado. Eu não gostava de ver as pessoas sofrerem, e, mesmo sem saber o motivo, não gostava mais ainda quando essa pessoa era Edward.

–Me escute, Sr. Cullen. –Com as mãos em seu rosto, eu o fiz levantar a cabeça e olhar para mim. –O Senhor não está sozinho, tá bem? Pode contar comigo pra qualquer coisa e, além do mais, saiba que pode recomeçar. Ter uma vida. Amigos. Um novo amor, quem sabe? Nada dura pra sempre, muito menos a infelicidade. Apenas se permita e verá como a vida pode ser maravilhosa.

Ele me lançou um sorriso triste e apertou suas mãos em cima das minhas, que continuavam em seu rosto. Decidi que essa era a hora perfeita para lhe dizer a minha proposta.

–Passe uma semana comigo. Apenas sete dias e eu te provo como a sua vida pode ter felicidade.

–A troco de quê quer tanto me ajudar, Srta. Swan? –Ele parecia duvidar de minhas verdadeiras intenções. Eu não o culpava. Afinal, qual pessoa seria louca o suficiente para se meter com uma pessoa tão problemática como ele sem nem o conhecer? Ninguém além de mim, óbvio.

–Pense em mim como uma nova amiga. Só quero vê-lo bem, assim como Tanya. Isso é tudo.

–Isso é loucura, Srta. Swan. E além do mais, está errada. Só iria se decepcionar ao tentar me ajudar.

–Eu adoro testar os meus limites, Sr. Cullen. O que é a vida sem um belo desafio? –Lhe lancei um sorriso e, impressionantemente, ele me lançou outro. Um sorriso de verdade. O primeiro que eu via em seu rosto desde que o conheci.

–Vou gostar de vê-la tentar, Srta. Swan. –Edward piscou para mim, levantou-se de sua cadeira e, lentamente, saiu de meu escritório. Eu ainda estava chocada e sem fala, mas feliz e esperançosa.

É, Isabella Swan, mãos a obra, pois acho que isso foi definitivamente um “aceito”.

Era hora de mostrar a Edward Cullen o verdadeiro significado de felicidade!


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Notas finais do capítulo

E aí, mereço reviews? Recomendações? Presente de Natal, né gente? :B
Beijão! ♥
Qualquer coisa, me procurem lá no bellicefanfics.blogspot.com.br
:D
Feliz natal!