A Terapeuta escrita por Bellice


Capítulo 11
Capítulo XI


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, pessoal! Tudo bem com vocês?
Me esforcei para terminar de escrever esse capítulo rapidinho e trazer pra vocês logo! Sério, vocês são demais!
Falo mais algumas coisinhas nas notas finais, agora vou deixar vocês lerem o capítulo.
Boa leitura! Haha



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Capítulo XI

Já ficou preocupado por isso poder ser arruinado?

Isso faz você querer chorar?

Quando você está por aí fazendo o que você está fazendo

Você está apenas sobrevivendo?

Diga-me, você está apenas sobrevivendo?

Onde há desejo, haverá uma chama

Onde há uma chama alguém está sujeito a se queimar

Mas só porque queima não significa que você vai morrer

Você tem que se levantar e tentar, e tentar, e tentar.

Try – P!nk

~.~

Ponto de vista por Edward Cullen

Eu juro que nem percebi o tempo passar. Brincar com Mandy era algo surpreendentemente bom, no entanto, me surpreendi ao ouvir Isabella me dizer que já era tarde. O início da noite despontava lá fora, e o horário de visitas já tinha acabado há algumas horas.

–Como não nos expulsaram porta a fora ainda, então? –Perguntei a Isabella, assim que consegui me despedir de Mandy, com muito esforço. Meu rosto estava, sem exagero nenhum, todo babado por conta dos beijinhos molhados da pequena. Isabella só observou a cena, enquanto revirava os olhos. No fim, eu sabia que ela estava morrendo de ciúmes de todo o carinho exagerado, mas decidi não provocá-la.

–A enfermeira achou Mandy tão feliz que deixou ficarmos um pouco mais. –Franzi o cenho. Mandy sempre me pareceu feliz, mesmo que eu só a tivesse visto duas vezes. Eu não conseguia imaginá-la triste.

–Mas ela não me pareceu infeliz em nenhum momento. Não estendo. –Bella suspirou, acho que pensando se deveria me contar algo ou não. Por fim, resolveu falar:

–Rosalie, a minha irmã, e Emmett, meu cunhado, não estão lidando bem com a situação dela, Edward. Não conseguem entender o motivo de isso ter acontecido na família deles, acham que não mereciam isso e toda aquela coisa que você sabe de cor e salteado. Eles têm pena de Mandy e pena de si mesmos. Não aceitam a realidade, sabe? É muito mais fácil culpar alguém, Deus ou seja lá quem for, pela situação que se está vivendo. O difícil é encarar o problema de frente. Eles estão tão indignados, se perguntando coisas que não têm respostas, que esquecem que ela não morreu, ela está viva ainda, e que pra tudo se tem solução, com exceção da morte. Mandy fica triste porque os próprios pais não conseguem ficar com ela sem chorarem desesperados e a olharem com pena.

Eu não sabia o que dizer. Entendia onde Bella queria chegar. Emmett e Rosalie estavam vivendo mais ou menos como eu estava: procurando culpar Tanya por coisas que simplesmente aconteceram, coisas que não tinham como ser remediadas. Tudo o que restava era lutar para consertar o futuro e eu entendia isso agora. Esperava que os dois entendessem isso também, para o bem da pequena princesinha.

De fato, eles estavam certos em um ponto. A família deles não merecia isso, não mereciam uma doença tão horrível em uma criança tão doce. Porém, que família merecia? Ninguém deveria passar por isso, mas milhares de pessoas no mundo passam por essa dor o tempo todo. Faz parte da vida, eu acho. Sofrer. E batalhar para não sofrer mais. E ser feliz. E se não obtiver sucesso, tentar, e tentar de novo, até alcançar o almejado. Isabella estava certa: tudo tinha solução, com exceção da morte.

Era óbvio que um câncer era algo terrível. Contudo, não dava para simplesmente negar: vivenciar uma doença dessas de perto, te fazia pensar sobre a amplitude da vida. E o quanto seus problemas pareciam insignificantes perto de uma situação dessas. O maior erro das pessoas é achar que os seus problemas são mais trágicos do que os dos outros. E não é bem assim. Sempre tem alguém com um problema maior. Sempre. Era isso que fazia (ou deveria fazer) a vida valer tanto. A vida é tão valiosa porque não é algo que você possa ter uma segunda vez, e cada vida tinha suas particularidades: amigos diferentes, trabalhos diferentes, problemas diferentes.

Era engraçado pensar no mundo por esse ponto de vista; milhares de pessoas por aí, vivendo suas vidas da melhor maneira que podiam. Com alegrias, tristezas e obstáculos. Pensando bem, a vida era uma montanha russa. Uma montanha russa de emoções. Onde num minuto você pode estar subindo e indo a toda velocidade, e num outro você pode descer lentamente, como se nunca fosse chegar aonde quer realmente. E sabe? Isso era maravilhoso. Apesar de todas as adversidades.

Só temos uma vida. Uma vida muito breve, muito curta. Então, o que sobrava para nós, além de sermos felizes? Era isso o que realmente importava. Ser feliz. Realizando os seus sonhos. Vivendo com quem você quiser, ou simplesmente vivendo sozinho. O essencial mesmo, era fazer aquilo que nos traz a paz. A paz com nós mesmo. Aquela sensação gostosa de realização que há tempos eu não sentia.

E, tomado por essa certeza, decidi: eu daria o divórcio a Tanya. O mais rápido que eu pudesse.

Ponto de Vista por Isabella Swan

Desde que saímos do hospital, Edward não dissera nenhuma palavra. Parecia fazer tudo automático. Enquanto eu dirigia pelas ruas da cidade, imaginava no que ele tanto pensava. E, pela primeira vez naquela semana, não tinha em mente nenhuma tática para ajudá-lo. Mas é assim mesmo, não é? Têm certas coisas que ninguém pode resolver além de nós mesmos.

–Nós podemos, por favor, jantar alguma coisa decente hoje à noite? –Foi um alívio ouvir a sua voz, ainda mais tão tranquila como soava. O olhei por um segundo, e foi uma surpresa vê-lo sorrindo para mim, parecendo leve. Leve de uma maneira que ele não estava antes. Algo tinha mudado nele. Não fisicamente, mas lá dentro. Seus pensamentos. Sua mentalidade. Alguma coisa o tinha feito refletir, e eu esperava, realmente, que fosse uma reflexão boa para ele. Mesmo.

–Reclamando da minha comida, Sr. Cullen? –Já que o clima estava tão despreocupado, decidi continuar com um assunto no mesmo nível. Ele pareceu compreender, e riu.

–Convenhamos, Srta. Swan. Não podemos chamar aquela massa mole de comida, por favor. –Ele revirou os olhos, parecendo ser o dono da razão, e aquilo me fez sorrir abertamente. Às vezes, ele parecia uma criança grande. Uma criança muito fofa, eu tinha de admitir. –Ainda bem que você não decidiu por gastronomia em vez de psicologia, ou já estaria falida essas horas.

–Está certo. Nós jantaremos fora hoje, e amanhã você irá ao mercado e me fará a melhor comida que eu experimentarei na vida, já que encheu a boca hoje mais cedo para dizer que cozinhava muito bem. Fui clara, Sr. Cullen? –Eu pisquei para ele assim que o semáforo ficou vermelho à minha frente, e ele engoliu em seco. Se eu fosse só mais um pouco prepotente, diria que ele estava afetado por mim tanto quanto eu estava por ele. Mas achei melhor ficar de boca fechada.

–Como cristal, Srta. Swan. –Edward riu e, em seguida, colocou delicadamente uma de suas mãos sobre a minha coxa. –Estou louco para lhe mostrar as minhas habilidades.

Puta merda. Eu queria não levar aquela frase para o sentido malicioso da coisa, mas era impossível, ainda mãos quando ele piscou para mim e, quase imperceptivelmente, tirou sua mão de mim. Eu me segurei muito firme para não pular em cima dele do nada. Afinal, estávamos no trânsito, eu era sua terapeuta e seria antiético.

Ah, merda. Antes que eu decidisse replicar sua frase, o semáforo ficou verde, e eu segui para o restaurante que havia perto de onde eu morava. Não era nada muito elaborado, muito menos especializado na culinária de alguma região em especial, mas era um lugar magnífico. Tanto pelo ambiente tranquilo, quanto pela comida. Ah, e aos sábados tinha uma música ao vivo simplesmente divina!

–Espero que goste daqui. –Disse assim que parei o carro no estacionamento do estabelecimento. Edward olhou para a fachada do prédio com um pouco de desdém. De fato, ele não era muito convidativo pela aparência exterior. Contudo, era engraçado a cara de nojo de Edward. Ele parecia um menino mimado que nunca tinha ido a lugares daquele tipo. Ah, pobre Edward, tinha tanto o que viver!

Finalmente entramos no restaurante, e logo John, um dos garçons do restaurante –e ex-namorado– decidiu me cumprimentar.

–Hey, Bella! Fazia tempo que você não aparecia, hein? Muito ocupada com o trabalho? –Para a minha surpresa, ele se aproximou rapidamente e deixou um beijo em minha bochecha. Revirei os olhos. Provavelmente só estava fazendo isso porque um homem estava comigo, e eu sempre ia ali sozinha. Nem James, que tinha sido minha mais recente decepção, eu tinha levado ali.

Ouvi uma leve tosse fingida e olhei para Edward. Ele não parecia muito feliz, e encarava o coitado do John. Suspirei pela décima vez naquele dia. O que diabos estava acontecendo com Edward? Comigo? Conosco?!

–É, John. Muito trabalho, sabe como é. Pode arrumar uma mesa para nós dois?

–Ah, claro. Por aqui. –Ele pareceu meio decepcionado por não dar muita conversa a ele, mas não me importei. Como que por impulso, peguei a mão de Edward com a minha e o puxei na direção que John nos levava. Edward pareceu surpreso, mas antes que eu pudesse tirar minha mão da dele, achando que estava forçando o contato, ele segurou a minha mais firme. E foi impossível deixar de sorrir.

(...)

–Por que aquele idiota chamou você de Bella? –Edward parecia realmente irritado, e eu me perguntava mentalmente o motivo. Ele não poderia estar com ciúmes de mim, não é? Era babaquice.

Tínhamos terminado de comer, finalmente. Pedimos um pouco de tudo, e Edward realmente elogiou a comida. Disse que nunca tinha comido nada tão misturado como ali, mas que era bom. Isso só aumentava minhas suspeitas: a família de Edward tinha dinheiro. Certo. Não que fizesse alguma diferença, mas isso só provava mais uma vez aquele antigo ditado: dinheiro não traz felicidade.

–Meus amigos me chamam de Bella, Edward. –Foi tudo o que eu pensei para respondê-lo. Aonde ele queria chegar, afinal?

–Ele não me pareceu só seu amigo, sabe. Não que eu tenha alguma coisa com isso, mas, bem, eu sou seu paciente, eu sei, mas estou morando na sua casa, e tanta coisa já aconteceu nesses dias que, sei lá, sabe, eu queria saber sobre a sua vida também, mesmo sabendo que eu não tenho esse direito, mas...

Ele não parava de falar, e se enrolava cada vez mais. E mexia no seu cabelo o tempo todo, deixando-o mais bagunçado ainda. Eu ri. Lembrei-me da madrugada, e de hoje de manhã, quando toquei em seus cabelos macios. Ah, eu queria estar fazendo aquilo exatamente agora.

–Tudo bem, Edward. Você sabe sobre a minha maior riqueza, que é Mandy. Pode saber dos adicionais também. –Sorri para ele, percebendo que ele ainda estava nervoso e meio inseguro por mostrar interesse sobre mim, sobre a minha vida. Acho que era algo novo para ele isso, de se importar com alguém que não fosse ele próprio. –Eu e John namoramos um curto tempo, mas não deu em nada.

–Ah, -Ele pareceu ponderar sua próxima pergunta. –E por que não?

–Bem, ele queria me controlar. Quer dizer, ele não era do tipo mandão, mas eu não gosto de homens que confundem namoro com o fim da liberdade, entende? Um relacionamento tem que ser algo leve, livre, solto. Eu sei que às vezes, todos nós ficamos inseguros por algum motivo, mas não é isso que deve basear um relacionamento, e sim confiança. Se houver confiança, você não vai precisar brigar com seu parceiro por mulher nenhuma que olhou para ele com segundas intenções; se houver confiança, você não vai ter que parar de ver seus amigos porque seu parceiro não confia neles simplesmente por serem homens. Entende? Relacionamentos têm que ser liberdade, não prisão. E eu me senti presa em todos que tive até hoje, com exceção de James.

James era um caso extremamente raro. Em nenhum momento ele vinha com brigas bobas, e em nenhum momento queria mandar em mim como se eu fosse sua posse. O problema era que nós éramos incompatíveis, de alguma forma. Nos dávamos super bem como amigos, mas éramos terríveis em beijos, ou até mesmo no sexo. Resumindo, não tínhamos química. No entanto, eu pensei que era o máximo que eu teria, e me contentei por um tempo. Depois, eu vi que estava sendo injusta com James, pois de alguma forma, eu estava prendendo-o. Prendendo-o em um relacionamento fadado ao conformismo e, consequentemente, ao fracasso.

–James é o cara menos bonito que eu, certo? –Edward sorriu para mim, tentando mascarar o quanto aquela informação vinda de Mandy o tinha deixado exultante. Infelizmente, ele não conseguia esconder as coisas de mim.

–Realmente, Mandy tem razão nesse ponto. Ele é muito bonito, mas você com certeza ganha dele.

Certo, eu deveria mentir para ele. Deveria dizer que Mandy estava apenas deslumbrada com o tio Edwald, no entanto, a quem eu queria enganar? Edward era muito mais bonito, muito mais encantador, muito mais apaixonante do que James. Por favor, eu estava apaixonada!

Estava aí uma coisa engraçada. Eu nunca havia me apaixonado antes. Sempre fui muito racional, em todos os aspectos da minha vida. Contudo, as sensações que eu estava tendo por causa de Edward eram inacreditáveis. Diferentes de tudo o que eu já havia sentido antes. Óbvio, não estou dizendo que eu queria fazer loucuras agora, sem pensar em mais nada, só por que Edward tinha aparecido em minha vida, mas não pensava mais em cada atitude minha. Apenas deixava o sentimento controlar minhas ações. Era automático. Era mágico. Era surreal.

Pela primeira vez na vida, eu queria fazer dar certo com alguém. Mas, como? Eu nem ao menos sabia se Edward se sentia da mesma forma. E ao analisar seu histórico amoroso, eu pensava que não.

Eu estava tão absorta em meus pensamentos, que não notei que Edward também estava entretido novamente em seus próprios. Queria lhe perguntar o que estava acontecendo. Queria perguntar se eu tinha feito algo errado, ou qualquer coisa. Queria ajudá-lo, de alguma forma.

E antes que eu me decidisse sobre qual forma seria melhor abordá-lo para saber o que estava acontecendo, ele simplesmente me olhou nos olhos, e disse:

–Vou dar o divórcio à Tanya. Ela merece ser feliz. E principalmente, merece o direito de escolher com quem repartir a vida e a felicidade dela.

Eu sorri, e mesmo com a distância em que estávamos por ainda estamos sentados em lados opostos da mesa do restaurante, procurei chegar o mais próximo possível.

–Eu estou tão orgulhosa de você, Edward. –Foi incontrolável. Quando eu percebi, lágrimas rolavam de meus olhos e dos dele, e nossos dedos estavam entrelaçados.

Eu estava orgulhosa, emocionada, e feliz. Não por ter conhecimento de algum interesse de Edward em mim, ou qualquer coisa desse tipo. Não. Eu estava orgulhosa dele por ter tomado essa decisão sozinho, sem ajuda ou pressão de ninguém; estava emocionada, porque de alguma maneira surpreendente, Edward estava percebendo a importância de viver; e estava feliz, pois minha promessa estava, aos poucos, se cumprindo.

Edward estava feliz. Ou ao menos, no caminho para isso.


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Notas finais do capítulo

Primeiro: eu sei que nesse capítulo não teve beijo, nem nada, mas eu espero que vocês tenham entendido que as coisas estão indo devagar e naturalmente. Edward tem problemas que ele precisa resolver sozinho antes de se envolver emocionalmente com alguém. Vocês sabem né? Para amar aos outros, precisamos nos amar primeiro.
Segundo: Quero agradecer muito, muito, muito mesmo à Michelly Cullen Mars Grey, que deu à fanfic sua segunda recomendação, e que me fez chorar feito boba que nem a primeira. Muito obrigada, Michelly, sério, significa muito pra mim o incentivo de todas vocês. Quero agradecer a todas as leitoras fieis da fanfic, as leitoras novas, e as fantasminhas que estão saindo do armário. Ah! E um agradecimento especial pra BDCullenFairchildPrio, que comentou em todos os capítulos já postados, mesmo começando a ler a fanfic só hoje!
E terceiro: Espero que vocês me digam o que acharam do capítulo nas reviews, tá bom? Tomara que o início de mês de vocês seja bom! E ah, eu volto logo! Beijão pra vocês!