A Terapeuta escrita por Bellice


Capítulo 10
Capítulo X


Notas iniciais do capítulo

Gente, não deu pra vir quarta, mas olha, nem demorei tanto, né?
Espero que gostem desse capítulo e tenham uma bola leitura! :)



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Capítulo X

"Não importa o cargo que você ocupa, ou quanto ganha no fim do mês. Importa o quanto você é feliz de verdade, e os amigos leais e verdadeiros que guarda em seu coração. Pois essa felicidade que traz paz de espírito, essas amizades que vão além da eternidade, dinheiro nenhum compra. Não tem preço."

Lílian Tassara

Meus braços doíam. Aliás, quase meu corpo todo parecia meio adormecido, como se pequenas formigas estivessem andando sob minha pele. Essa estranha sensação me fez acordar. Mas, espera. Acordar? Eu nem ao menos me lembrava de ter adormecido em algum momento.

Assim que abri meus olhos, enxerguei o motivo do incômodo. O Sr. Cullen estava completamente em cima de mim. Eu sentia sua respiração em meu pescoço, e aquilo estava começando a me arrepiar. Suas mãos estavam praticamente me abraçando, contudo como aquilo foi possível eu não sabia dizer.

O que diabos tinha acontecido?! Ah, merda. Se eu já tinha dúvidas sobre a minha ética profissional, agora eu tinha certeza: ela se fora desde que Edward apareceu em minha vida.

Com muito esforço, consegui olhar para o rosto dele. Edward parecia muito tranquilo ali, num sono profundo. Mas claro que ele estava tranquilo, não é? Não era ele quem estava embaixo. Eu não me lembrava como tínhamos pegado no sono, pois minha última lembrança foi a voz incrivelmente bonita e rouca de Edward me agradecendo por não ter desistido dele. E que eu fui a melhor coisa que aconteceu na vida dele. E que eu era a pessoa mais adorável. E louca também.

Sorri abertamente. Eu juro que não queria agir como uma garotinha apaixonada, mas nem em meus melhores sonhos eu imaginaria que o Sr. Cullen que eu vi no meu consultório na primeira vez, diria essas coisas para alguém, quanto mais pra mim. Ah, meu Deus! O que eu faço agora? Nós nos beijamos! Ele foi incrivelmente doce. Nós nos beijamos!

Certo, controle-se, Isabella. Vamos por partes. A primeira coisa que eu tenho que fazer é visitar Mandy no hospital. No entanto, para isso acontecer, eu precisava tirar Edward de cima de mim. E hoje nem água eu poderia jogar nele para que acordasse, visto que eu me encontrava impossibilitada.

–Edward, acorda. –Com a o meu braço que estava livre do aperto dele, fiz carinho em seus cabelos, esperando que ele acordasse. Depois da nossa madrugada, ele não iria se importar, certo?

–Hmmm. Só mais cinco minutinhos. –Inacreditável. A minha sobrinha pedia isso o tempo todo quando alguém tentava acordá-la, mas ela era uma criança. Já Edward...

–Sr. Cullen! Eu preciso ver minha sobrinha e não posso com você em cima de mim! Acorda! Eu não quero morrer assim, soterrada por um gordo! –Claramente era uma mentira deslavada. Edward Cullen com certeza não tinha nada de gordo, muito pelo contrário. Eu podia sentir algum de seus músculos em mim, inclusive.

–O quê? Eu não sou gordo. –Ele resmungou e, abrindo os olhos, lentamente saiu da pequena cama e, consequentemente, de cima de mim. Pela primeira vez na vida, eu desejei ter uma cama de casal nessa casa. Ah, sim. Ninguém precisaria ficar em cima de ninguém para dormir, apenas para executar outras atividades mais interessantes... Merda! Foco, Isabella.

Quando finalmente me levantei da cama, procurei Edward pelo quarto, mas ele não estava. Vendo a porta do banheiro trancada, presumi que só podia estar lá. Ri. Ele com certeza havia ficado chateado com o “gordo”. Edward não entendia brincadeiras muito bem, e isso era chocante. Afinal de contas, como seria a vida sem o bom humor? Falando nisto, era uma coisa que Edward não tinha pela manhã, bom humor. Por isso, decidi ir para o meu quarto e tomar um banho também, me arrumar e ir ver Mandy. O início da tarde já começava lá fora, mas não me culpei por ter acordado tarde, devido a hora que fui dormir.

Depois de arrumada e limpa, fui para a cozinha ver se achava alguma coisa para o nosso café da manhã barra almoço, mas para minha surpresa, Edward estava lá. Cozinhando. De costas pra mim. Sem camisa. Com uma calça de moletom e nada mais. Meu Deus, eu tinha que parar de babar nele e simplesmente me anunciar, mas Edward parecia tão delicioso ali, na minha cozinha, de frente para o fogão. Era sexy.

Infelizmente, Edward foi mais rápido que eu. Antes que eu pudesse sair da entrada da cozinha e simplesmente dar bom dia, ele me viu ali parada, secando-o descaradamente. Corei envergonhada.

–Admirando o gordo aqui, Srta. Swan? –Eu não sei o que era mais excitante: Edward pronunciando meu sobrenome, ou o meu nome. Acho que qualquer coisa que viesse daquela boca me encantaria, de qualquer forma. Droga, eu estava mesmo apaixonada. E era tão errado.

–Você sabe que não é gordo, Sr. Cullen. Mas continua sendo mais pesado que eu, então, da próxima vez, eu fico por cima. –Abri a boca chocada quando me dei conta do que eu disse. Eu não sabia o que era pior: o sentido literal da frase, admitindo que queria dormir com ele mais de uma vez, ou o sentido conotativo da frase, onde ficar por cima poderia significar sexo.

Para a minha surpresa, Edward riu. Ele não disse nada, apenas mexeu a cabeça e riu. Para mim. Ele deveria fazer isso sempre. Parecia tão mais leve. E feliz.

–Sabe, eu pensei que seria constrangedor ficar perto de você depois de... bem, depois de ontem. Mas você está se constrangendo sozinha e me fazendo rir, então, muito obrigado, Bella. –Ele riu mais uma vez, e por mais que eu quisesse ficar brava com ele, não consegui. Ele não parecia estar arrependido sobre ontem à noite, afinal de contas.

–O que você está cozinhando aí? Já que se meteu na minha cozinha espero que valha a pena. –Mudei de assunto. Eu realmente precisava visitar Mandy ainda hoje.

–Fiz ovos mexidos. E café. –Revirei os olhos para ele, debochada.

–Não me olhe assim. Eu sei cozinhar, e muito bem. Mas era só isso que tinha na sua dispensa, tirando as massas instantâneas. –Era um bom argumento.

–Bom, você sabe a minha teoria sobre o desperdício de tempo que é cozinhar, Sr. Cullen.

Ele sorriu, mas novamente, não disse nada. Apenas me serviu um pouco de ovos mexidos e sentei à mesa para comer, ele fez o mesmo em seguida.

Imaginei que seria difícil lidar com Edward depois do nosso beijo ontem, mas por incrível que pareça, tudo estava mais fácil ainda do que antes. O silêncio que dividíamos no momento era agradável, e eu estava feliz. Ele parecia bem. E decidi que não pensaria mais no que estava acontecendo conosco. O que fosse para ser, seria. E era isso.

(...)

Ponto de Vista por Edward Cullen

Isabella saiu apressada de casa, e me arrastou junto. Era sábado e iríamos ver a Mandy, a garotinha encantadora que sorriu para mim. Fiquei contente quando Isabella perguntou-me se eu queria ir com ela. Quer dizer, eu estava gostando –até demais– de fazer parte da vida dela, mesmo que isso só durasse por essa semana.

Qualquer coisa que viesse de Isabella parecia interessantíssima para mim, e cada vez mais eu queria saber mais sobre ela. Eu não tinha a mínima ideia do que estava acontecendo comigo. Depois daquele beijo, eu simplesmente joguei um monte de palavras sinceras em cima dela sem nem ao menos me dar conta delas antes que saíssem. Eu não estava pensando antes de agir, não mesmo. Meu lado emocional –quem diria que ele ainda existia– estava controlando absolutamente tudo. E eu não poderia me importar menos.

Certo, eu não sabia o que aconteceria quando esta semana acabasse, mas quem se importa? Isabella não queria que eu aprendesse a viver? Então. Eu viveria. Intensamente. Consertaria tudo o que pudesse consertar, e arrumaria um novo rumo para a minha vida. Eu ainda tinha meus medos e os meus pessimismos. Meus arrependimentos e remorsos. Mas estava disposto a tentar. Por Isabella, mas principalmente, por mim mesmo. Algo dentro de mim sabia que ela estava certa quando disse que todos merecem uma segunda chance. De fato, todos merecem. E eu não estava disposto a desperdiçar a minha.

Assim que entramos no quarto de Mandy, ela ficou eufórica quando viu Isabella.

–Tia, você veio! E trouxe o Tio Edwald com você! Ele pode brincar comigo? Pode? – Talvez o problema fosse comigo, mas eu simplesmente não conseguia entender como aquela criança poderia ficar feliz com tão pouco, estando na situação que estava. Eu estava admirado com Mandy. Muita gente não lidaria tão bem com uma situação dessas. E por mais que ela fosse apenas uma criança, sabia o que estava acontecendo. Eu a via como uma mini Isabella.

–Mandy, –Isabella a abraçou carinhosamente, antes de continuar: –Ele não é seu tio, certo? Apenas um paciente da titia. E você tem que perguntar a ele se quer brincar com você, não a mim.

–Ah, mas eu gosto do tio Edwald. Quero que ele seja seu namorado, porque ele é muito mais legal e lindo que o tio James, eu não gosto do tio James. –A cena era cômica. Mandy estava deitada em sua cama de hospital, mas não parecia se importar. Cruzou os seus pequenos bracinhos, como se quisesse mostrar à Bella que estava indignada. Mas, espera. Tio James? Sério? Isabella tinha um namorado, então. Onde esse idiota estava esse tempo todo? Bem, pelo menos Mandy me achava muito mais lindo e legal que o babaca. E olha que eu nem havia conversado com a menina direito ainda.

–Oi, Mandy. O tio Edward adoraria brincar com você. Onde estão suas bonecas? ­–Frisei bem o “tio Edward” para que Isabella notasse que eu não me importava, pelo contrário. Eu não precisava estar junto com Bella para ser o tio da menina. Eu era melhor que o “tio babaca James”, e Bella tinha que aceitar isso. Merda! Eu estava com raiva de um cara que eu nem conhecia. Isso era doentio.

–Eu vou pegar pra gente, vem! –Surpreendendo-me, Mandy pulou da cama em segundos e puxou-me pela mão até um canto do seu quarto em que tinha um grande tapete e alguns dos seus brinquedos espalhados. A garotinha me entregou um Ken que parecia meio gay, mas não liguei. –Edwald você vai ser o meu príncipe encantado, tá? Tem que me salvar do dragão!

Eu ri baixinho, e percebi que Isabella tinha se aproximado e ria também. Como eu já me encontrava sentado no tapete, pertinho de Mandy, tive que levantar a cabeça para olhar para Isabella.

–Eu vou buscar um café na cantina, vai ficar bem com a minha sobrinha por alguns minutos, príncipe? –Ela riu, mas eu via um certo brilho em seus olhos. Isabella parecia estar feliz. E orgulhosa. Orgulhosa de mim? Eu realmente esperava que sim. Assenti, lembrando-me que ela tinha me feito uma pergunta.

–Tio Edwald, esperando você me salvar. demorando, hein?! –Eu ri mais uma vez, e decidi deixar para pensar na tia de Mandy depois. Agora, uma princesinha necessitava da minha total atenção.

–Ah, não tema, linda princesa! O charmoso príncipe Edward está indo salvá-la do terrível dragão que a mantém presa! –Fiz a voz mais polida e grossa que eu podia, e observei Mandy bater as palminhas em empolgação, para depois soltar uma gargalhada alta e extremamente gostosa.

E para ouvir aquele som emitido daquela adorável garotinha mais vezes, eu faria qualquer coisa. Inclusive ser o Ken barra Príncipe barra Gay.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Edward e Mandy tão fofinhos!
Comentem, tá? E se acharem a fic digna de tanto, recomendem, por favor! XD
Até logo, lindas! Boa semana e beijos!