Não demorara nem mesmo três dias para que o magnifico Rei de Roudel arrumasse tudo o que fosse necessário, deixando o controle temporário do Reino em nas hábeis mãos de sua mãe, Rainha Anastácia e de seu irmão: Andrey. E não demorara nem cinco minutos para que ele mandasse uma carta ao seu filho mais velho – que encontrava-se em Milão – para que se encontrasse com ele imediatamente em Vallée Roux. E demorara menos ainda para que aparatasse para a residencia Roux.

Primeiramente ele observou a casa. Ou melhor a mansão. Era grande, construída por volta de 1800 e pouco, possuía dois andares, mais o sotão e o porão. As janelas possuíam canteiros, mas não grades. As janelas de vidro possuíam armações de madeira pintadas em branco que se destacavam na tintura amarelada que cobria a mansão, em contraste com os velhos e bem cuidados telhados azuis.

A casa se encontrava logo atras de um pequeno bosque que separava a propriedade da pequena cidade de Rosaria. A propriedade era grande, tendo um pequeno estábulo e um grande prado para um bom caveleiro.

A casa era parte da propriedade conhecida comoVallée Roux, uma antiga residencia pertencente a nobilíssima família Roux. Família que se extinguira a poucas gerações atrás: Quando Felícia Roux ainda vivia deu a luz a três lindos bebês, dois meninos e uma menina. Um dos meninos morrera com poucos meses por conta de uma grave infecção, o outro, Marcus, morrera aos 15 em uma impensada corrida a cavalo. Então os Roux acabaram, pois só restara Hermione Roux que se casara com Benjamin Blanc e com ele tivera Tom Blac, o avó de sua amada esposa.

A casa o enchia de lembranças. As maiorias boas. Se lembrava de como Helena o enlouquecera quando se negava a casar com ele. E como ele a cortejou para que esta o aceitasse. Também fora ali que ela o aceitara, e onde tiveram sua primeira noite. E nessa mesma casa ele descobrira que ele a vira morta. E onde ele descobriu que sua filha estava desaparecida. E ali descobrira que sua sogra não o ajudaria a encontrá-lo. 

E como um turbilhão todas essas lembranças, boas ou não voltavam a sua mente sempre que pisava naquela propriedade.

– Aqui estou eu novamente, Vallée Roux. Que lembranças me dará dessa vez?

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Definitivamente não há nada melhor do que cavalgar. Ainda mais para quando se faltam menos de vinte e quatro horas para conhecer seu pai e seu irmão. Logo me lembrei de Lucas, meu irmão adotivo, e também me lembrei de meus pais adotivos, que na verdade eram meus tios.

Logo me cansei e desci de Tempest, meu cavalo. Me perguntava como seria minha vida de agora por diante. Sentei em um tronco caído, próximo a uma arvore. Observei a a pradaria ao redor, eu estava perto do rio o que significava que havia ido muito longe. Fiquei ali, olhando os lindíssimos prados, debaixo de uma das poucas arvores existentes por ali.

Tempest aproveitou-se para se alimentar do prado enquanto eu não fazia nada. Em minha mente se passava milhões de perguntas. Sabia que bem logo Lucas viria de Eton College para cá, junto a John que viria de Madrid e Megan que viria Liverpool. Céus eu estou tão ferrada. E ainda tem meu pai biológico e meu irmão.

– Não se preocupe, vai ficar tudo bem! –Disse um espirito aparecendo próxima de mim. Ela era bonita de cabelos castanhos e pele levemente morena, também possuía os olhos negros e ferinos ela usava um vestido bem decotado na corverde.

– Claro, não é você que vai enfrentar um furacão em poucos minutos. – Disse ligeiramente irritada, para aquela que deveria ser a provável sétima Vincent. Logo vi que apareceu um segundo espirito do outro lado.

–Não é como se fosse a pior coisa do mundo! – Disse esta.

Ela era idêntica a outra, mas ainda havia algumas diferenças: seus olhos não eram tão ferinos, eram suaves e seuvestidobranco era mais comportado do que o da outra. E mesmo um tolo perceberiam que elas eram gêmeas.

– E fecha-se o ciclo! – Murmurei.

–Exatamente! – Exclamou a de branco. –Eu souEvangeline Vincent.

–E eu souEvelyn Vincent!

– Gêmeas!

–Obviamente... – Disse Evelyn. –E você tem razão eu nunca vou passar pelo que você está passando. Mas você deveria ser mais forte!

–E eu sou forçada a concordar com minha querida Evelyn. Você é mais forte do que isso, Katharina, então erga a cabeça e seja apenas a princesa dentro de você!

– Não é facil!

–Ninguém nunca disse que seria...

– Pense sempre positivo: Os imbecis da Sonserina jamais poderão te chamar de Sangue-Ruim novamente! – Brincou Evangeline. Eu torci o nariz. Ser filha do Rei de Roudel me colocaria na mira de Voldemort. E sabe-se lá de quem mais.

–E se você avaliar por um outro lado, você terá dois pais, uma mãe maravilhosa e dois irmãos. – Disse a outra. E estava certa.

Lucas fora adotado por Megan e John quando tinha 2 anos. Eu também tinha essa idade. Meus pais acharam que era o melhor para mim que eu não ficasse sempre sozinha em Clyvedon. Ai eu fui chamada para Hogwarts e ele foi para Eton College, o mais renomado colégio para jovens da Inglaterra – E o mais antigo também! –. E agora teria outro irmão,  Nikolai – Nikki? –, do qual eu não sabia nada.

Suspirei pesadamente. Eu e Lucas havíamos partilhado momentos, mas e esse garoto, eu não sabia nada sobre ele. Simples e literalmente nada. Como ele seria? Como seria seu pensamento sobre o mundo? Como seria sua personalidade: tímida como a de Harry, divertida como a de Ron ou misteriosa como a de Zabini? Seus preconceitos? Seus gostos e desgostos?

–Hey! Não fique no mundo da Lua quando estou falando com você! – Gritou uma indignada Evelyn, me despertando dos meus pensamentos. 

– Me desculpe...

– Se está preocupada se eles vão ou não gostar de você, você vai ter que montar em Tempest e voltar para a casa de sua avó! Imediatamente! – Disse-me Beatrice aparecendo do nada.

– Como?

– Sua Majestade Real de Roudel acaba de chegar para se hospedar na maravilhosa propriedade de Vallée Roux. – Comunicou-me Cristal. – Respira fundo e siga em frente! – Disse-me.

Eu respirei fundo e tomei Tempest, tão logo o montei fiz com que ele corresse em direção aos estábulos. Enquanto cavalgava senti o vento bater em meu rosto e sentia meu cabelo chicoteando minhas costas, ao mesmo tempo em que voava a medida que cortava o ar, buscando meu espaço e avançando pela pradaria.

Cavalgar daquele jeito era a melhor sensação do mundo. Me deixava na boca o gosto da liberdade e no corpo a sensação de que nenhum problema existia mais. Mas existiam. E eu percebi isso quando me aproximava do estábulo e percebi que alguém aparatara ali.

Desci de Tempest e com varinha em mãos me aproximei do estábulo, até que vi alguém ali: um garoto. Ele com certeza não passava dos 18 anos e tinha um porte atlético. De cabelos castanhos dourados e rosto dotado de traços fortes e indomáveis, reais eu diria e tinha seus olhos azuis e neles eu podia ver um desespero misturado com uma estranha amargura e também havia fúria, mas um anseio pelo desconhecido. Essegaroto, por que eu me sentia tão ligada a ele?

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Havia algo diferente no ar. E ele não sabia o que era. Há poucos minutos ele, um poderoso druída com quase um século de experiência, havia sentido algo mudar. Era na Terra. Os ventos se tornaram mais brandos, mas o céu se fechara de forma negra e assustadora. Havia algo errado. E ele sabia. Sempre saberia.

Ouviu batidas na porta de seu escritório e mandou com que a pessoa entrasse.

– Aconteceu algo, Minerva?

– O senhor Zabini pediu para que perguntasse se você sabe como está a Srt Granger.

Sim! Zabini, o jovem druida que se achava dono do mundo, que pensava saber de tudo. Riu internamente, o menino se achava apenas por saber distinguir bruxos e druidas. Claro ele já percebera que Zabini desconfiava de sua magia, e também percebera que ele sabia de outros druidas que nem faziam ideia de sua ascendência mágica. Era esperto, mas não era tão esperto assim.

Sorriu internamente com o pensamento.

– Diga-o que a senhorita Granger encontra-se, como ela mesma explicara na carta, na Alemanha, junto a sua enferma tia Charlotte Suhr. – Pediu-lhe.

Era mentira. Granger se encontrava na França. Em uma aldeia pequena e discreta, pouco conhecida por turistas, mas quando estes a conheciam logo se apaixonavam. Estava agora a caminho de se encontrar com seu verdadeiro pai. E com isso iniciar-se em treinamento como Herdeira, antes que sua própria força a matasse.

– Certo, Dumbledore!

Granger. Desde sempre soube que naquela menina franzina e magricela de cabelos castanhos e indomados e olhos curiosos prontos para absorver todo o conhecimento possível se escondia uma força incomparável. E durante tempos ele se perguntou o que era e seguindo sua linha sanguínea e então descobriu: Roudel, a princesa perdida se encontrava em Hogwarts durante todo o tempo.

Mas não era o suficiente. Havia mais. Muito mais. E ele procurou e encontrou: Vincent. Em todos os cantos. Desde o pai até a mãe. Sua mãe, descendente de pelo menos duas Vincent e seu pai descendente de quatro. Aquela garota era uma Herdeira Vincent. Nela se carregava uma magia tão poderosa e majestosa quanto a das próprias Irmãs. Granger. Hermione Granger. Ela seria aquela que poderia por o mundo a seus pés. Mas seria ela a única? Haveria outros além dela e de seu irmão, príncipe Nikolai?

O nome foi soprado pelo vento. Hermione Granger. Este nome, ainda estaria escrito na história bruxa, de um jeito ou de outro ele estaria.

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– Quem é você? – A voz que entrara em seus ouvidos era tão feminina quanto a figura a sua frente. Ele franziu o cenho. Ela era petulante. Mas de alguma forma sentia uma magia poderosa vindo dela. E também sentia-se ligado a ela.

– Acho que sou eu quem deveria perguntar quem é você e o que faz no estábulo de minha a avó.

– Sua avó? – Perguntou-lhe confusa e por um minuto ele viu a confusão moldar a face dela.

– Sim, Bonnie Blanc a don...

– Eu sei quem é ela. – Cortou-o com pressa. – Você por acaso seria...

– Nikolai Volkov e você?

Ele viu uma palidez assumir a face dela. E se preocupou. Quem era ela?

– Katharina Volkova!

E ele já não sabia mais o que fazer.