Buscando A Verdade escrita por Ana Wayne


Capítulo 2
Capítulo 01




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Era uma linda manhã. E para mim ainda melhor. Estava de ótimo humor e sabia que hoje era o dia de contar a verdade para a minha avó. Terminei de me arrumar e desci as escadas. Encontrei vovó na cozinha, junto a Mercedes que cozinhava algo que tinha um cheiro ótimo.

– Bom dia, vovó, Mercedes! – Disse, chamando-lhes a atenção.

Vovó estava linda, como sempre. Os cabelos negros ondulados eram curtos e sempre arrumados, os olhos esverdeados possuíam um brilho vivo e intenso, a pele era muito bem cuidada e mesmo aos 60 anos ela ainda era bem alta. Sem contar que a mesma possuía um humor maravilhoso e muito divertido.

– Bom dia, querida! – Disse-me vovó.

– Senhorita Hermione...

Mercedes me serviu com um delicioso chá de hortelã com leite, o meu favorito, enquanto eu passava geleia de uva em um delicioso brioche. Sério, não tem isso em Hogwarts! Depois do brioche e do chá tomei um suco de laranja com cenoura, algo que também não tem em Hogwarts... Em fim! E no fim me senti satisfeita. Sério, Hogwarts precisa de uma cozinheira como Mercedes, sinceramente a comida dela é fantástica, e ela faz brioche! Ela podia abrir uma padaria!

– Serio Mercedes, se um dia quiser abrir uma padaria, eu entro como sócia! – Disse-lhe ela sorriu assim como minha avó.

– Vou lembrar de avisá-la quando isso acontecer!

– Eu sei que vai!

Rimos juntas. E eu suspirei. Tinha que falar com vovó e rápido.

– Vó, será que poderíamos conversar agora?

– Claro que sim! – Disse ela com um sorriso compreensivo. – Venha, vamos para a biblioteca.

O caminho foi silencioso. Eu não sabia como dizer alguma ou qualquer coisa. Quando chegamos em sua biblioteca eu me sentia um pouco nervosa. Não é normal com que eu me vire para minha suposta tia avó e a diga que descobri que sou filha de sua falecida filha que eu sequer soube da existência, tenho um irmão e um pai bruxos, e que sou uma princesa. Não é muito comum essa cena, não?

Minha tia se sentou em uma de suas poltronas e me pediu para fazer o mesmo, mas meu nervosismo me impedia. E eu fiquei andando a sua frente, nervosamente, sem saber por onde começar.

– Querida se continuar andando desse jeito vai fazer um buraco no chão da minha biblioteca. E vai ficar um pouco tonta!

– Eu não sei por onde começar vó... Eu realmente não faço ideia de como começar. – Resmunguei, sentando-me a sua frente.

– Do começo, quem sabe? – Sugeriu com um sorriso doce. Eu estava muito nervosa.

Eu estou com você! – Disse uma voz, que pelo jeito somente eu podia ouvir. E também sentia a mão fria de alguém em meu ombro. Cristal. Era ela... Não precisaria olhar para trás para identificar a presença dela.

– E... Eu descobri tudo, vovó... Tudo! – Confessei com a voz tremula e fraca, que me traiu aos poucos. Reparei quando vó Bonnie me olhou como se não soubesse do que eu falava. – Eu sei que sou adotada pelo casal Granger!

– Hermione... – Ela começaria a falar algo, percebi seu nervosismo e a cortei.

– Sei que minha mãe era Helena Blanc Volkova, sua única filha! Sei que ela era uma bruxa, e sei que tenho um pai bruxo e um irmão mais velho!

Ela suspirou e eu comecei a ficar nervosa. Céus eu não sabia mais o que estava acontecendo. O que ela diria? Que eu estava louca? Negaria? O que céus? Olhei em seus olhos, buscando a verdade, mas não achava nada. Eu me levantei impaciente enquanto me apoiava na janela.

– Como? – Ouvi sua voz. Tremula e confusa.

– Minha vida se tornou uma bagunça há pouco tempo atrás! – Confessei. – Eu passava mal e tinha pesadelos estranhos com bruxas desconhecidas... E então comecei a ver seus espíritos e logo notei que ninguém mais os via. De inicio me assustei, mas com o tempo me acostumei. E minha magia também não estava em seu normal. Ela começava a enlouquecer e mais do que isso, ela começava a me enlouquecer e muitas vezes me machuquei por causa desses descontroles momentâneos.

Parei por um pequeno tempo e me virei para ela. Ela me olhava preocupada. E eu percebi que estava abalada. Acho que seria o normal. Para alem dela vi as seis Vincent me olhando como quem pedia para que eu prosseguisse.

– Ninguém percebeu que era eu quem causava os acidentes que era sempre eu quem me machucava. Comecei a pesquisar sobre essas bruxas cujo espíritos eu era capaz de ver, são as Vincent. – Olhei para minha avó que parecia levemente assustada com que ouviu falar. – Recentemente descobri o motivo de ninguém tocar no nome Vincent, elas são consideradas algo proibido, um tabu. Mas eu as vejo e mais do que isso eu as sinto. Eu sei que isso é loucura mais...

– Isso não é loucura querida! – Disse-me vovó.

– Eu não sei! – Murmuro, enquanto me sento na outra poltrona. – Esteve tudo relativamente bem durante um tempo, mas uma noite em Hogwarts eu... Eu recebi uma ameaça de “Vlad”, um velho inimigo das Vincent. Eu não sei, ele deixou uma mensagem dizendo que eu possuo algo, e ainda não sei o que é. Nessa noite eu decidi que procuraria alguma ajuda!

– E veio até mim?

– Primeiro fui a Clyvedon... Lá Adrian me mostrou uma passagem secreta! Eu morei naquela casa durante 5 anos e eu fuçava cada canto daquela mansão e nunca nem ao menos desconfiei da existência de um escritório secreto! Tá! Certo! Essa não é a principal questão, mas sério 5 anos e eu não soube daquela passagem? – Reclamei alto. Vi que Cristal ria junto a Beatrice.

– Esqueça a passagem, apenas continue! – Disse Meredith com um sorriso divertido.

– Certo! Eu... Nesse escritório eu descobri sobre a origem nobre do Marques de Creedfield. E nesse escritório eu também descobri a carta que minha mãe biológica, Helena, mandou para minha mãe adotiva, Megan, com um pedido de que a ultima cuidasse de mim. – Meus olhos foram para os de vovó. – Nessa carta não constava o motivo. Primeiramente me encontrei revoltada e foi nesse dia, nessa tempestade que “fugi” de Clyvedon, me escondendo em uma gruta em Anne Beach. Lá encontrei Beatrice Vincent e ela me contou o que aconteceu durante a Guerra e a participação de minha família nela.

– Hermione...

– Eu só me pergunto por que não me contaram antes? – Perguntei a ela.

– Pretendíamos contar esse ano, quando completasse dezesseis! Mas pelo visto podemos adiantar as coisas, não?

– E meu pai e meu irmão... Eles me procuraram? Eles ainda tem alguma esperança?

– Seu pai nunca deixou de te procurar e seu irmão, briga com Deus e com mundo quando dizem que ele tem que ter paciência antes de encontrá-la.

Sorri. Então eles ainda me procuravam. E ainda me amavam. Eu abracei a minha avó com um sorriso no rosto, ela também me abraçou e afagou meus cachos revoltados. De longe vi seis Vincent me olhando com sorrisos sinceros em seus lábios.

---.---

1 de Outubro, 1996.

Uma semana, sete dias, 168 horas. Ou qualquer outra definição para aqueles sete dias. Os sete piores dias de sua vida. Era este o tempo que se passara desde que Hermione Jane Grager desapareceu do mapa inglês. Já haviam procurado-a por toda Londres, e por toda a Inglaterra, mas nada! Ela simplesmente desaparecera. E ele não estava gostando disso.

Blaise era um pouco impaciente. Em especial como a vida de alguém com quem ela se importasse estivesse em risco. Ele não entendia como que aquele interesse pela estranha magia dela se transformou em paixão. E agora em preocupação. Ela não mandava cartas, nem qualquer sinal de vida. Estava longe e ponto final, nem se quer podia encontrá-la por causa da magia que a protegia.

Ele se sentou em sua própria cama, olhando para a carta que Draco descobrira. Ele não sabia porque ela não contara isso a ele. Salazar! Era claro que ele sabia. Estava óbvio, estampado em quase todos os pontos. Hermione Granger não confiava nele, e talvez – um talvez que ele tentaria mudar – ela nunca confiasse. Ele queria que ela confiasse nele, que ela gostasse dele. Mas as Vincent simplesmente a enlouqueceram, a envenenaram e, agora, a levariam para a morte.

Irritado consigo mesmo ele se levantou e colocou a gravata verde e prata. Mesmo que não quisesse ele teria que seguir em frente, com ou sem Hermione. E ele jurou que vingaria ela, e poderia parecer loucura se vingar de bruxas mortas, mas nem que fosse ao inferno, ele ira vingá-la.

---.---

Estava em seu escritório quando viu uma coruja entrando pela janela. Bufou baixo quando viu a quem pertencia a coruja. Velha Blanc. A coruja pousou a sua frente, deixando uma carta em cima da papelada que ele analisava. Bufou quando viu que ela não sairia de lá sem ter a resposta. Abriu a carta e se pôs a lê-la.

A vossa Majestade Real, Rei Alec Nikolaev Volkov de Roudel

Querido Alec, sei bem que a essa altura do campeonato, a ultima coisa que quer saber é sobre mim. Mas acalme-se. Talvez eu traga-lhe boas novas, ou talvez não, não sei o que consideraria nesse tempo. Antes de mais nada gostaria de saber como se encontra, tanto você, quanto sua mãe e meu querido neto, Nikolai. Bem, espero eu. Também desejo que repasse meus cumprimentos a seu irmão, o Grã-Duque Andrey, soube que este encontra-se namorando com uma jovem romena, não? De qualquer modo, mando um cumprimento a moça, também.

Agora, creio eu, que devo agradecer a você pelo saboroso vinho que enviou-me por Niko. Estava realmente saboroso, e devo acreditar que realmente conhece meus gostos. Que são realmente parecidos com os da minha querida e amada filha, Helena – que esta descanse em paz –, não concorda? De qualquer forma muito obrigada, foi muito amável de sua parte.

E por fim vamos ao real motivo desta carta – não me leve a mal, querido, mas não encontro muitos motivos para escrever para você, realmente –. Como já devo ter-lhe mencionado alguma vez, eu possuo uma belíssima sobrinha neta, filha da minha querida sobrinha, Megan Langley Granger, filha de minha querida irmã Evangeline com meu cunhado irritante, Jonas Langley. Claro, sobrinha neta se chama Hermione Jean Granger, e estuda na renomada escola de magia, Hogwarts, sendo ela uma das melhores alunas dessa escola.

Mas antes de realmente colocar Hermione nessa história, vamos nos concentrar na linha mágica que corre nas veias da família Blanc. Como bem sabe minha querida mãe, Sheila Leffver, era a deserdada filha de uma família mágica descendente das irmãs Meredith e Cristal Vincent, Beauchantêu, por ter nascido sem magia. Meu pai, Tom Blanc é um trouxa descendente de Pérola Vincent. Em teoria todos os seus cinco filhos deveriam nascer com magia, mas apenas John, Charlotte e eu nascemos com este dom. Evangeline e Vitor tiveram que seguir vidas normais como trouxas – se é que podemos chamar de normal ser o prefeito de Rosaria, no caso de Vitor –.

Charlotte se casou com Hansel Suhr, um bruxo alemão. Não tiveram filhos devido ao fato de Hansel não poder ter filhos. John Blanc se apaixonou por uma belíssima grega, Aster, uma jovem bruxa de origem “pura”. Aster e John tiveram um filho, Andreas Blanc, que mora em Paris com sua esposa Calina Blanc, e suas filhas as gêmeas Alice e Aline Blanc, que possuem 16 anos. Eu nunca me casei, mas tive Helena, cujo o pai não interessa ao menos o nome. Vitor é casado com Denise Blanc, e tiveram juntos Aaron e Adam, sendo que o primeiro morreu aos sete anos com uma pequena infecção, e Adam assim como o pai aspira a carreira política, sendo casado com Chantal Blanc tendo com ela Aaron, Luca e Douglas, todos bruxos. Por fim Evangeline já foi explicado, mas não disse nada sobre Megan, que se casou com o Marques de Creedfield, John Granger. Megan e Helena sempre foram próximas, mesmo Helena sendo uma bruxa e Megan uma trouxa.

Em nenhum momento, as diferenças atingiram ou abalaram a amizade existente entre elas. E em nenhum momento elas se odiaram, pelo contrario a amizade e a confiança delas aumentavam cada vez mais. Mesmo após o casamento de Megan ambas ainda mantinham contato. Porem Megan e John não podiam ter filhos, pois minha querida sobrinha sofria de uma doença trouxa que a impedia de engravidar. John também possui problemas que o impede de ter filhos. Dessa forma ambos tiveram que apelar para a adoção.

Nesta mesma época Helena já possuía seu segundo filho, Katharina, que era constantemente ameaçada por Voldemort. E então eis que minha filha surge com uma ideia geniosa, com pretensão de manter sua filha mais nova a salvo. Megan queria uma filha, Helena queria proteger a sua. Não vou insultar sua inteligência, querido genro, pois sei que já percebeu onde quero chegar. A filha de Megan e John Granger, Hermione, não é ninguém mais do que sua filha e de Helena, Princesa Katharina Blanc Volkova de Roudel, minha neta.

Durante muito tempo tive que manter esse segredo, por causa do Juramento Inquebrável, que fizemos com Helena. Megan e John cuidaram de Katharina com amor e carinho que só poderia ter sido maior se fossem dados por você e Helena. O Juramento se desfez, no entanto, quando minha querida Hermione descobriu toda a verdade por si só, encontrando a carta que Helena mandara para Megan.

Hermione, como bem disse, é inteligente e muito curiosa. Não cessou até descobrir a verdade sobre a família. Ela mesma descobriu o motivo de Helena a deixar sob os cuidados do casal Granger. E como não pretendo demorar ainda mais nessa carta devo eu pedir para que venha a Val de Blanc para que possa, junto a Nikolai, finalmente se reencontrar com Hermione – ou devo dizer, Katharina?.

De sua querida sogra, etc.

Bonnie Blanc

– Velha bendita! – Sussurrou depois de ler o conteúdo da carta.


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