Saga Crepusculo: Segunda Chance escrita por mandyblack


Capítulo 2
Saudade




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Pov Nessie

— Você o conhece como vovô.

 

Carlisle, meu avô, havia morrido.

Por um minuto eu fiquei muda, sem saber o que fazer, parecia que durante aquele minuto todas as funções do meu corpo haviam pifado.

Eu sentia os olhares dos dois sobre mim, a respiração de Jake estava acelerada devido a situação, acho que seria possível ouvir seu coração bombardeando sangue rapidamente a metros de distância.

— Desculpa te falar isso dessa maneira, eu preciso ser rápida. Nós precisamos ser rápidos- ela citou apreensiva olhando fixamente em meus olhos - É questão de tempo até os Volturi perceber que eu matei o rastreador deles e mandar outro.

— Você matou o rastreador?! Como? O cheiro que sai de você definitivamente não é de vampiro, muito menos metade vampiro ou outra coisa que nem eu e Jake. O'Que você é?

— Eu vou ter tempo de explicar isso em um outro momento, mas agora, vou levar vocês de volta para Forks. Peço que confie em mim, pelos menos parcialmente para eu poder explicar quando estivermos lá.

— Você quer que a gente confie em você quando meu amigo não pode nem se mexer?- No exato instante que eu disse isso, ela olhou para Jake.

Vi Jake relaxando os músculos e se levantando, como se me olhasse para segui-lo. Não demorei para ir atrás dele até lá fora e Richele junto.

— Não vamos com você, vá embora antes que eu arranque sua cabeça fora. - Jake pronunciou as palavras rapidamente.

— Jake, espera, eu só quero ajudar, não sou ameaça. Carlisle foi um grande amigo dos meus pais, eu o conheci enquanto ainda era criança, eu devo muito a ele e agora que soube o que aconteceu com a família dele, e eu só quero ajudar.

Toquei a mão de Jake, transmitindo meus pensamentos a ele. Ela parecia falar a verdade e eu realmente quero confiar nela, porque se fosse para nos matar ou levar para os Volturi, ela já teria feito.

— Tudo bem, Nessie. - ele disse se rendendo e apertando minha mão de leve. Eu sabia que ele não tinha tanta desconfiança dela, por que se não ele já teria me levado pra longe.

Richele abriu um sorriso de orelha a orelha. Parecia maravilhada com a nossa comunicação.

— Venham comigo! - e nos guiou até o seu carro do outro lado da rua.

Entramos no carro dela, e saímos da pequena cidade onde tínhamos parado, Richele disse que estava nos levando para Palmas, uma cidade grande onde havia aeroporto, e que a viagem até lá seria de uma hora.

 - Aproveitem pra descansar, depois que chegarmos lá vai ser uma correria.

 

Jake não pronunciou nem uma palavra no banco de trás. Apenas recostou sua cabeça na janela de traz e fechou os olhos. Aos poucos ouvi sua respiração se acalmando e se tornando mais pesada.

A mulher ao meu lado estava olhando fixamente na pista, parecia também absorta em seus pensamentos com a expressão fechada.

— O que é aquilo que você faz com a voz? - perguntei curiosa. Ao ouvir minha pergunta vi seus lábios se curvarem pra cima, formando um sorriso divertido.

— Persuasão. Consigo influenciar qualquer pessoa ao meu favor.

Essa habilidade era realmente poderia, mesmo sabendo pouco sobre, era difícil não ver que essa mulher era habilidosa com isso. Pelo jeito que ela agia, falava, se comportava, era possível que tivesse controle total desse dom. Será que ela estava influenciando Jacob e eu a ir com ela? E se estivéssemos mesmo sendo influenciados por ela, iriamos servir como isca para minha família.

— Você não está sendo influenciada. Eu disse a verdade quando disse que não era ameaça. Nunca faria mal a você, nem a sua família.

— Como você..?

— Quero ter a oportunidade de explicar de uma vez pra todos. Por agora, tudo que pode fazer é o que eu pedi, confiar em mim.

Aparentemente ela também sabia oque passava pela minha mente, ou era coincidência. Por fim desisti de tirar alguma informação da mulher, então, só me recostei melhor no banco do carona e olhei para fora da janela onde a noite passava rapidamente. Eu estava apostando na minha intuição e esperava que nada de ruim acontecesse por minha confiança na mulher.

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Onze horas depois, já estávamos no estado de Washington, desembarcando em Port Angeles apenas carregando uma mochila cada nas costas. Havíamos chegado no aeroporto de Palmas naquela mesma noite em que Rich nos encontrou, nosso voo já estava agendado para Seattle. A mulher que nos guiava explicou que havia comprado passagens para aquela noite e para o dia seguinte com antecedência, e que rezava para que nós aceitássemos ir com ela. Depois embarcamos e passamos sete horas dentro daquele avião para desembarcar em Seattle e já pegar outro voo para Port Angeles.

Saímos do avião em Port Angeles três horas depois, e de acordo com os contatos de Rich, havia um carro esperando por nós no estacionamento do aeroporto.

Definitivamente não foi difícil achar o tal carro, pelo meu conhecimento sobre carros ensinados por Jake, aquele era um BMW branco, e ele reluzia naquele estacionamento escuro e monótono como um diamante. De novo, embarcamos naquela máquina e saímos de Port Angeles em direção a Forks. Não havia palavras pra descrever o quanto aquele carro corria, Jake ficara maravilhado assim como eu quando ouvimos o ronco do motor. Richele não parecia se importar com o limite de velocidade ali, então a viagem durou quarenta e cinco minutos, ao invés de mais de uma hora.

Quando passamos a placa de Forks na entrada da cidade, comecei a me sentir nervosa, cada metro que Richele percorria com o carro meu coração disparava. Até chegarmos numa rua estreita que ia para uma estrada de chão, Richele seguiu silenciosamente e eu olhei pra Jake esperando alguma reação. Ele estava mais ansioso que eu, olhava para todos os lados e estava ofegante como se não aguentasse ficar naquele carro.

Finalmente chegamos em uma casa em meio as arvores, não muito grande, e aparentemente não havia ninguém ali. A construção era modesta, tipicamente americana e simples. Descemos do carro, e a mulher nos guiou até a porta e liberou o caminho para entrarmos na casa.

— Tem roupas nos quartos lá em cima, comida nos armários e geladeira, descansem e comam. Eu tenho que sair, prometo que volto em uma hora. Não se preocupem, estão seguros aqui, apenas relaxem.

Pelo que parecia eram verdadeiras as palavras que saiam da sua boca, seu coração não estava desregulado nem nada nas suas ações eram suspeitas.

Ela saiu da casa e ouvimos o carro dando partida lá fora e indo pra longe. Olhei para Jake e era notável a preocupação em seus olhos. Me aproximei dele e peguei em suas mãos, o guiando para o que parecia ser a cozinha. Tentei dizer que estava tudo bem e que valeria a pena confiarmos na mulher que nos trouxe até Forks. Ele precisava confiar nos meus instintos e não nos dele, que se resumiria em fugir.

Eu o sentei nas cadeiras em volta da pequena mesa circular que havia no cômodo, e fui olhaR a geladeira, que como Rich havia dito, estava cheia de comida. E só pelo cheiro que exalava dos armários embaixo da pia, também havia muito mais mantimentos ali.

— Jake, por que você não faz aquelas panquecas que você fazia pra mim quando eu era mais nova? Eu vou tomar um banho bem rapidinho...

— Tudo bem, Nessie. - ele disse se rendendo.

Eu sorri quando o vi levantar em direção ao fogão. Rapidamente sai da cozinha em direção as escadas, em menos de meio segundo eu já estava em um dos quartos, fuçando no guarda roupas por uma roupa que me servisse.

Eu poderia ter facilitado as coisas pra mim e só pegar qualquer peça pelo cheiro do tecido. Mas eu me recusava a pelo menos não analisar cada cabide em busca de algo confortável sem parecer uma sem-teto.

Quando escolhi a troca de roupas, me dirigi ao banheiro do quarto com elas, e não demorou muito para eu estar limpa com as roupas que eu havia selecionado.

Sai do banheiro ainda secando o cabelo, era possível sentir o cheiro das panquecas de Jake lá embaixo, então senti meu estômago roncando de fome. Não caçávamos havia meses, então eu estava só me alimentando de comida humana, muita comida humana. Então eu praticamente comia toda hora muita comida, e apesar da grande quantidade de calorias e proteínas, nada me satisfazia tanto quanto sangue.

Quando cheguei ao andar de baixo Jake colocava a última panqueca no prato em cima da mesa, onde já havia suco e leite.

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Quando ouvimos o barulho do carro, já sabíamos quem era. O carro de Rich não fazia os mesmo barulhos que os outros da região, então era fácil decifrar que era ela quem estava chegando.

Ela parou o carro há sete metros da entrada da casa, eu e Jake continuamos dentro da casa, esperando. Até ouvirmos passos acompanhando Richele. Ficamos em alerta, quem ela havia trazido?

Não consegui distinguir, os passos da primeira pessoa atrás dela quase não podiam ser ouvidos, como se estivesse flutuando pelo chão de tão leve. Já o segundo eram passadas pesadas, o coração batia forte a cada passo perto da casa.

A porta foi aberta, Rich passou sorridente pelo batente em direção à sala, onde estávamos, e as outras duas pessoas entraram juntas.

Quando reconheci o rosto da mulher ao lado de Rich senti meu coração acelerar, e a vontade de chorar foi avassaladora. Não pude conter minhas lágrimas ao ver ela ali, e num milésimo de segundo eu estava em seus braços sem raciocinar corretamente nas minhas ações. Senti seus braços me rodearam e suas mãos irem para meu cabelo, acariciando-os.

— Eu senti tanta falta sua, meu amor! - sua voz fina se fez presente em meus ouvidos, era como se eu nunca tivesse esquecido de como soava quando ela falava.

— Eu também, mamãe.- eu disse apertando ela o quanto eu podia, com medo de ela ir pra longe de novo. Mamãe estava comigo de novo, e eu me sentia a pessoa mais feliz do mundo.

Quando me afastei dela um pouco para olhá-la novamente, senti Jake nos abraçando de lado, um verdadeiro abraço de urso. Ele não disse nada, apenas nos apertou junto ao seu peito. 

Jake se afastou de nós e abraçou outra pessoa. Um homem alto, pele bronzeada e cabelo curto castanho escuro. Percebi ser Sam Uley, líder da matilha. Só o reconheci pelas histórias que Jake contava pra mim antes de dormir.

— Desculpe atrapalhar esse momento, mas agora precisamos conversar. - Disse Richele nos observando apreensiva.

Rich nos guiou até a sala de jantar e pediu para que nos sentássemos envolta da mesa retangular. Sentei colada com a cadeira da minha mãe, eu me recusava a sair de perto dela.

— Como já expliquei, eu só quero ajudar. Carlisle foi uma pessoa que ajudou muito minha familia no passado, eu devia muito á ele, ainda devo, por que não consegui ajudar vocês aquele dia.

— Como assim? Como ele ajudou sua família?- Mamãe perguntou segurando firme minha mão por baixo da mesa.

— Pra começar, tenho 284 anos, nasci no ano de 1728 e conheci Carlisle em 1744 quando eu tinha 16 anos. Ele exercia sua habilidade de médico na época, e por acaso ele passou pelo campo em que eu e minha família vivíamos. Meus pais na época estavam doentes, não tínhamos o que comer porque eles não conseguiam nem sair de sua cama. Carlisle me ouviu gritar de manhã quando me queimei com o fogo tentando cozinhar um resto de carne, e foi até nossa casa para ajudar.

"Quando eu abri a porta da casa me assustei com alguém tão arrumado e lindo aparecendo num casebre no meio do nada, então ele nos ajudou. Curou meus pais, receitou as ervas certas e foram melhorando, mas enquanto eles não melhoravam, Carlisle nos trazia comida. Nos trazia animais para cozinharmos e especiarias do mercado da vila que havia longe de onde estávamos. Quando meus pais melhoraram, ele se foi."

Era simplesmente incrível saber esse tipo de coisa sobre meu avô, mas não afastava a saudade que eu sentia.

— E como você pode nos ajudar exatamente? - Sam se pronunciou finalmente.

Rich inspirou fundo.

— Não sou vampira, nem metamorfo como vocês, mas tenho poderes que podem ser bem úteis.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado deste capitulo