O Segredo das Sombras escrita por Dark Scorpion


Capítulo 3
Solidão


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo ficou um pouco melancólico, mas o próximo vou tentar fazer com um pouco mais de suspense...



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Ao chegar no hospital, que era grande, e tinha tons de verde e branco pelas paredes que transmitiam um ar de tranquilidade e o piso de azulejos brancos e que são limpados diariamente. Eles chegam ao térreo, onde ficam a recepção, uma bancada de madeira, a sala de exames e duas salas de cirurgia, Mary estava nos braços de um homem forte pelo trabalho no campo, de cabelos negros e olhos castanhos, alto e jovial, que usava uma roupa simples, uma regata branca, uma calça jeans azul antiga e um pouco desbotada e um tênis velho e um pouco sujo, possuía uma voz grossa e estrondosa e era digno de respeito, era seu filho Joseph que a carregava. Eles adentraram o hospital, e a velha senhora ainda pronunciava algumas poucas palavras inanes. Então ele a coloca na maca e ela é levada para a sala de exames por um grupo de médicos-cirurgiões.

A pequena menina de longos cabelos negros como o fundo de abismo, olhos azuis cristalinos, cílios longos para uma menina de sua idade e lábios rosados, olhava para o frívolo e fútil vazio, simplesmente para o nada, tentava imaginar o que acontecera a Mary, sentia a dor profunda de uma espera angustiosa e indefinível só por pensar que a sua querida avó poderia não voltar para casa naquele dia, mas ainda assim não derramava uma única gota de lágrima por seu vasto sofrimento. Elisabeth era astuciosa, sagaz e solitária, era muito inteligente para uma criança de 6 anos e sabia que Mary poderia vir a falecer e deixá-la. Mesmo com pais amorosos e carinhosos que a enchiam de ósculos e abraços, ela era infeliz, mesmo sem demonstrar isso a ninguém. Ela aprendera a chorar sozinha pelos cantos, a se angustiar por dentro e não compartilhar sua dor com outrem, devido à grande solidão que carregava em seu peito, esse fardo que carregava em suas frágeis costas.

O tempo era observado, cada segundo era contado. Até que a família vê Mary ser transportada rapidamente para uma sala:

_O que está acontecendo?! –disse Ruth a um cirurgião que por ali passava.

_Esta senhora está sendo transportada para a sala de cirurgia, pois ela está tendo convulsões e um ataque cardíaco. – responde o cirurgião.

_O QUÊ?! –grita Joseph espantado e horrorizado pelo fato de que sua mãe corria grande risco de vida. _Mas ela vai ficar bem... Não vai

_Bem... Isso eu já não sei informar-lhe senhor, pois sinto dizer-lhe que dificilmente ela sobreviverá e ela possui ainda menos chances de escapar sem nenhuma sequela. –disse o cirurgião, deixando o casal perplexo pela notícia.

_A vovó vai ficar bem, não vai? –disse Lisa entrando na conversa, puxando o braço de sua mãe.

_M... Mas é claro que s... Sim Lisa, Mary vai ficar bem. –disse Ruth para acalmar sua filha.

O cirurgião dirige-se à sala de espera, o tempo parou em um silêncio agonizante que se instalava pelo local, o tempo não passava, ficava em suspensão, nada se ouvia, nenhum som ecoava pelo local. Até que horas depois, ouvem-se passos longos e estrondosos que chegavam mais perto a cada segundo, era o tal cirurgião que chegava à sala de espera. Ele chega perto dos Roones e diz três palavras desoladoras:

_Eu sinto muito...

A tecnologia da época não era a das melhores e a velha senhora Mary Tew Roones estava agora em coma profundo.

_Podemos vê-la? –disse Joseph.

_Sim, é por aqui.

E todos seguem o cirurgião apreensivos, sobem as escadas de uma madeira escura até o 1º andar onde existem os dormitórios, a ala infantil e o berçário. Todos entraram o quarto A5, onde Mary estava internada, dando passos largos e calmos todos veem a velha senhora em um estado deplorável, sem reações e sem nenhuma feição no rosto, ela parecia estar morta.

Sentaram-se ao redor da cama com cadeiras pequenas, mas confortáveis e ficaram olhando para a face dela por horas, até que Joseph viu as horas em seu relógio de bolso prateado e resolveu que estava mais do que na hora de voltar para casa, pois já passavam das 02:00 da matina, mas Lisa preferiu ficar mais alguns minutos com sua avó. Então Ruth e Joseph saem do quarto e deixam Lisa a sós com Mary.

A menina pequenina de longos cabelos negros como o fundo de uma abismo, e de olhos intensamente brilhantes com um azul-turquesa singular, começa a chorar silenciosamente. Suas lágrimas se chocavam ao redor dela, seu mundo se partiu ao meio, seu coração se estilhaçou, pois a sua avó estava parada, sem esboçar nenhuma reação, nenhum sentimento, suas escleras estavam avermelhadas devido à seu choro e sua solidão ficava mais profunda, mais escura, mais sombria, como a cor de seus cabelos, como o fundo de um abismo...


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Notas finais do capítulo

Comentem, digam, reajam, o que acharam?



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