O Segredo das Sombras escrita por Dark Scorpion


Capítulo 12
A morte de Mary


Notas iniciais do capítulo

Que título né... Vou deixar vocês no suspense! MUAHAHAHAHA... Tá parei .-.



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Não está escuro devido a Lua que ilumina a escada por uma janela no fim do corredor. Ando devagarinho e sinto um vento gelado passar por minhas costas.

EINC... Primeiro degrau, o ranger da escada começa.

EINC... Segundo degrau, o vento atrás de mim parece ter aumentado.

EINC... Terceiro degrau, meus sentidos estão se aguçando para qualquer sinal de perigo.

EINC... Quarto degrau... o medo já me consome à essa altura.

EINC, EINC, EINC, EINC... começo a dar passos mais rápidos em direção ao andar de baixo. E após descer o último degrau começo a tatear as paredes, à procura do interruptor.

E após uma luta contra a escuridão, acho o interruptor, acendo a lâmpada e vejo a causadora dos barulhos...

Ela me espiava com seus olhos heterocromicos um verde, outro amarelo. Eleanor voltou para casa depois de uma jornada de algumas semanas, deve ter entrado pela janela.

Ela é a gata da minha mãe. Suspiro de alívio, e faço um pequeno carinho na nuca da felina, ela ronrona e depois sobe as escadas. Decido voltar para o meu quarto, tentar dormir novamente.
Termino de escrever no diário, e me deito aconchegada pelas cobertas, com o brilho prateado da lua cobrindo meu rosto. E meus olhos começam a pesar, cada vez mais, sombras passam pelo meu quarto, mas o sono está vencendo, e o vejo...
Minha mãe começa a me chamar e sacudir meu ombro lentamente.

– Está na hora de ir para a escola Lisa. - Ela murmura.

Eu me sento ereta na cama e logo um pensamento me vem à mente.

–Hoje é quarta! Não é? - Digo com um longo sorriso no rosto, mas mamãe já saiu do quarto. Talvez tenha muitas coisas para fazer.

Sigo para o banheiro, lavo meu rosto e escovo os dentes. Abro meu guarda-roupa e vejo o uniforme devidamente dobrado e perfumado.

Mamãe é um tanto perfeccionista então sempre que possível deixo meu quarto arrumado para evitar futuras frustações da parte dela.

Me visto com o uniforme e faço uma trança em meu cabelo, que prendo com uma fita azul, a minha cor favorita.

Devidamente arrumada eu desço as escadas. Mamãe está falando ao telefone, bem baixinho, e parece estar preocupada. Decido ouvir a conversa, sei que é errado, mas a minha curiosidade não permite deixar passar uma chance dessas.

Dou alguns passos leves na escada e me agacho, espreitando. Consigo ouvir somente algumas frases:

"... Lisa vai ficar arrasada..."

" Sim, sei, chegara sua hora, infelizmente..."

" Era uma pessoa tão doce!"

" Oh Deus! Pobre Mary..."

" ... Sim, adeus Catherine, mais tarde passe aqui em casa."

À essa altura, começo a descer as escadas, arrasada, sem reação, e mamãe pergunta se estou me sentindo bem, e eu afirmo. Dou um sorriso torto:

– O cereal está pronto em uma tigela na cozinha. - Ela diz, com um olhar desconfiado.

Como rapidamente, me despeço da mamãe e vou à carroça. Vejo que papai está cansado, com os olhos fundos, como se não tivesse dormido. Pergunto o que havia acontecido e ele diz o seguinte:

– Aquela gata maldita! Depois que ela quebrou aquele vaso de flores, não consegui mais dormir... Porquanto espero que não fuja novamente, sua mãe ficaria louca! - Ele deu um longo suspiro. - Francamente! Estou com o sério pensamento de doar essa gata para a Sra. Lavoisier! - Exclama ele, e começa a guiar o cavalo. Deixo soltar uma risada, e ele sorri de canto de boca.

A Sra. Lavoisier é uma viúva de uns 78 anos muito extravagante, e até um pouco excêntrica... Usa roupas incrivelmente negras e longas o tempo todo não importando o quanto esteja calor, e já faz alguns anos que seu marido morreu. Ela vive no monte mais alto da cidade num castelo gigantesco. E o mais impressionante de tudo, ela tem um zoológico em casa! Não realmente um zoológico, mas chega bem perto na verdade. Ela tem: gatos, cachorros, araras, papagaios, macacos, ratos, cobras, pôneis, escorpiões, um tigre branco, linces e o mais impressionante, ela tem crocodilos num lago que tem em frente ao castelo que ataca os "visitantes indesejáveis".

Eis outro fato sobre a Sra. Lavoisier: Ela faz muitos quartos... Sim, eu disse QUARTOS não QUADROS. Ela faz muitos quartos no seu castelo. Da ultima vez que fui lá contei uns 427. Mas tem pessoas que dizem que passam dos quinhentos. Contudo, não são quartos normais, tem portas que levam a lugar nenhum, outras são na realidade, janelas... Ela realmente enlouqueceu depois que o Sr. Lavoisier morreu.

Começamos a adentrar a floresta e acho que nem as sombras estão tão medonhas agora, que sei que a vovó morreu.

Depois de alguns minutos, vejo a luz do dia. Pisco rapidamente para me acostumar com a claridade. Após me acostumar, vejo que os preparativos para o festival estão mais evidentes. Mais cartazes, mais faixas, mais fitas nos postes elétricos... Até alguns carros estão com papéis colados nos vidros.

Os cartazes diziam:

" Festival do eclipse solar total! Dia 02/09"

Desafixo meu olhar dos cartazes e percebo que ainda estamos um pouco distantes da escola. Começo a olhar ao meu redor para procurar algo que possa me interessar. Aceno para a Srta. Goock que me acena de volta com as suas mãos cheias de terra, das dezenas de flores em seu impecável jardim.

Digo bom-dia para o Sr. Theodore McBinner que acena retirando seu chapéu com sua mão livre, enquanto com a outra segura a mão de um de seus dez filhos.

E passo pela casa dos ruivos Judy e Rudy, são os filhos gêmeos dos Hansson. Eles vivem fazendo artimanhas pela cidade, principalmente no Halloween. Eles têm dez anos, mas são bem altos. Estão discutindo no portão da frente, provavelmente o que vão fazer no dia das bruxas desse ano.

Mais algumas ruas, e chegamos na parte da frente da escola.

...

A aula seria bem monótona, se não fosse pelas outras crianças que fugiam de mim como uma lebre foge de um humano... Sabe, acho que até a Ally está um pouco assustada.

Agora eu estou em um canto do pátio, em pleno recreio, conversando com um fantasma. Quero dizer, se é que posso chamar o Ricky assim... Eu estou desolada, pelo que eu entendi, vovó morreu. E a partir de hoje, não poderei ouvir sua voz.

O tempo se segue, e depois de algumas horas estou em meu quarto, chorando no travesseiro.

Com uma pontada no peito.

Uma dor indefinível.


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Notas finais do capítulo

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