Entre Mundos - Hiatus escrita por Bells


Capítulo 4
20/21.09.2815


Notas iniciais do capítulo

Então? Não demorei tanto assim dessa vez, demorei? Espero que gostem! Tem um pouquinho de ação nesse capítulo!!! Vamos ver como as coisas se desenrolam daqui pra frente. Acredito que Entre mundo vai ser um pouco menor que Madeira e Prata, mas espero mantar a qualidade da história!!!

Gostaria de agradecer ao querido leitor Edufs que fez uma recomendação para Madeira e Prata, você é lindo!!!



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Mactíre

Ventava profundamente, era assustador, até mesmo ensurdecedor, e eu nem ao menos sabia onde estava. Comecei a andar no escuro, com as mãos tapando os ouvidos, para tentar encontrar um abrigo. Durante o trajeto pisei em algo, com um copo de vidro, que se quebrou, derramando sangue, o meu sangue no chão. Na verdade eu sentia a queimação e a umidade, mas quando olhava para baixo não via nada, continuei andando no escuro e de repente meus passos não eram mais silenciosos contra o piso frio e liso, pelo contrário, faziam barulho ao quebrar as folhas secas no chão. Não mais ventava, então abaixei as mão para proteger meu corpo nu do frio de outono. Ao longe vi uma pequena luz, então comecei a correr até ela, esbarrando nas árvores da floresta que eu não via, quando estava próximo ouvi um grito, um misto de dor, alegria e ao mesmo tempo desespero, nunca ouvira nada assim. Parei de andar, e então fazia calor dentro das peças de roupa que agora me cobriam, estava perto da luz o suficiente para saber que era uma casa, mas não para saber o que se passava lá dentro, por que estariam gritando. Tirei um dos casacos e dei um passo a frente, um passo para o nada, comecei a cair sem rumo, até que me sentei na cama, ofegante e suado, piscando para garantir que tudo fora apenas um sonho, um sonho muito estranho por sinal.

“Vejo que finalmente você se levantou... Já estava mesmo na hora.” Fola estava razoavelmente animada, então ela me olhou preocupada, vendo o meu estado. “O que houve querido? O que houve contigo? Parece assustado.”

“Foi... foi só um pesadelo, não se preocupe, estou melhor agora.” Disse assim que recuperei o fôlego. “E você, acordada há muito tempo?”

“Não consegui dormir, na verdade, e você também não, por um bom tempo, mas em algum momento do dia você estava dormindo feito um anjo, então não quis acordá-lo, fiquei esperando por você, sem coragem de sair do quarto para descobrir o que há lá fora.”

“Não vai ter nada de mais, você vai ver. Vai estar tudo exatamente como deixamos.”

“Você não sabe o quanto eu quero acreditar nisso.” Então Fola veio para perto de mim e me deu um beijo, segurei minha princesa perto de mim e prolonguei nosso beijo, da melhor maneira que pude, até ela se soltar e jogar um bolo de roupas em mim. “Vista isso e vamos, hoje é Mabom, deve ter alguém lá fora fazendo alguma cerimônia.” Então ela estremeceu, parecendo temer no contrário, depois sorriu para mim e insistiu que eu me trocasse.

Quando eu estava pronto saímos e começamos a andar na direção do grande salão, todo o castelo continuava calmo e vazio, vazio demais, calmo demais. Em algum determinado momento Fola voltou a estremecer e se agarrou em meu braço, abracei-a com força e lhe garanti que tudo ia acabar bem, que estava tudo bem. Ela voltou a repetir que queria muito acreditar nisso e continuamos andando até chegar ao salão.

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Fola

Não conseguia me sentir confortável no castelo, não importava o quanto eu me dizia que estava tudo bem, e que nada havia acontecido, eu tinha aquela irritante sensação que nada estava bem e que a culpa era toda minha. Entramos no salão e pude respirar um pouco mais aliviada, haviam vampiros lá dentro e todos pareciam comemorar o Mabom, mas minha tranquilidade foi passageira, havia metade do número usual de vampiros no grande salão, e não me parecia que mais alguém iria chegar. Olhei em volta procurando rostos conhecidos, especificamente os meus familiares e amigos. Sorri quando no meio de todos encontrei meu irmão Eloi e outros de nossos irmãos como Aliã e Monteiv. Meu irmão também me viu e veio sorrindo ao nosso encontro. Soltei meu marido e corri até os braços de meu irmão.

“Eloi, que bom te ver!! Você não sabe como estou feliz de te ver! Mas me diga meu irmão, onde estão mamãe, papai e Hugh?” Olhava para meu irmão esperando que a resposta me fosse agradável, embora soubesse que provavelmente não seria.

“Olha só quem voltou... Não esperei que você fosse ter a coragem de botar os pés aqui novamente...” Meu irmão não retribuiu o meu abraço e olhava fixamente par Mac.

“Eloi, do que você está falando meu irmão?”

“Guardas! Prendam esse homem!”

“O quê? Eloi, não!!”

Tentei impedir que meu irmão ou os guardas prendessem meu marido, Mac também tentou resistir mas os guardas o seguravam com força, e apenas riam enquanto Mac, pego de surpresa tentava se soltar e chutar qualquer coisa que estivesse próximo, reclamando para que o soltassem, já que aquilo era um absurdo.

“Eloi! O que está acontecendo aqui, meu irmão? Por que você está prendendo meu marido? Eloi, responda!” A essa altura eu já tinha agarrado meu irmão pelos ombros e o sacudia em busca de respostas. Mas o que recebi foi um tapa na face que me jogou no chão, toquei meu rosto latejante enquanto Eloi finalmente respondia minhas perguntas.

“Este crápula é um lobisomen Fola!! Você sabia disso? Ele e seu povo foram responsáveis pela morte de metade de nossa colônia! Incluindo mamãe, papai e Hugh! Você sabia disso Fola? Você sabia que casou com um cão sarnento?!?!” Eloi cuspiu cada palavra e eu só senti as lágrimas correrem pelo meu rosto, olhando rapidamente em volta eu vi que todo o salão estava parado olhando para nós, esperando o que fosse acontecer, esperando minha confissão.

“Eu sabia Eloi, está bem? Eu sempre soube! E eu o amo mesmo assim! Por favor não machuque o meu Mac!” e então continuei chorando, com uma mão no pescoço e a outra na boca, enquanto meu irmão me olhava incrédulo, tentando decidir se me batia mais uma vez ou não.

“E ainda assim você traiu o seu povo? Você sabia? E ainda assim você traiu seu povo? Você não é mais minha irmã, eu te deserdo, e esse cachorro vai ter o que merece!”

“Eloi, não!!” Mas não havia nada que eu pudesse fazer a não ser continuar no chão chorando, encolhida sobre mim mesma, enquanto Eloi e os guardas levavam Mactíre para fora do salão, para longe de mim.

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Eloi

Me doía ver minha irmã chorando daquele jeito por um ser desses, ela devia estar enfeitiçada para preferir aquela criatura a seu próprio povo. Mas não havia nada que eu pudesse fazer a não ser afastá-los. Não estava em meus planos matá-lo, não ainda, não enquanto eu poderia ter alguma informação importante, algo que me ajudasse em uma pequena vingança contra os lobos. Logo chegamos na prisão e o tal do Mac Foster – duvidava que esse fosse mesmo seu nome – foi jogado em uma cela vazia.

“O que você fez com a minha irmã seu monstro?”

“Eu dei a ela tudo que ela precisava. Eu dei carinho, amor e atenção, tudo que ela não tinha da família.”

Minha vontade era de entrar naquela cela espancar o infeliz e então sugar todo o seu sangue, mas eu não iria suja minhas mãos, não agora. Apenas sorri ironicamente para ele.

“Mesmo preso tens coragem de me insultar, senhor Mac Foster, se é que esse é mesmo o seu nome.”

“Não, não é. Mas você não é digno de saber qual é.”

“Como ousa seu cão imundo? Você está preso em uma das minhas celas, dependendo inteiramente de minha boa vontade a ainda ousa me insultar? Qual o seu problema?”

“Não tenho problema algum, apenas me recuso jogar sob as suas regras. Eu exijo ser bem tratado, segundo suas leis agora sou da sua família pelo sagrado matrimônio, sua irmã é minha e eu mereço respeito.”

“Jamais!! De mim você verá apenas a bala de prata seu cão sarnento!”

Virei as costas e fui embora, não haveria conversa com aquele cretino, não enquanto ambos estivéssemos com sangue quente.


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Notas finais do capítulo

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