Entre Mundos - Hiatus escrita por Bells


Capítulo 5
21.09.2015


Notas iniciais do capítulo

Demorei, né?!?! Bom, não prometo ser mais rápida nos próximos, minhas férias chegam ao fim e a criatividade não tem sido muito minha amiga nos últimos dias, então espero que aproveitem esse capítulo e até o próximo!
Gostaria de aproveitar para agradecer a recomendação em 'Madeira e Prata'! Muito linda, amei. e queria agredecer também todos os cometários lindos que vocês me mandam!!! Obrigada por tudo pessoal!!



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Fola

Fiquei ali chorando não sei exatamente por quanto tempo, mas foi o suficiente para o salão se esvaziar e eu ficar só com meus pensamentos e angústias. Eu não tinha ideia do que podia fazer para salvar meu lobo, e sabia que nunca conseguiria chegar perto dele, obviamente Eloi tinha posto seus melhores homens de guarda – já tinha comentado que meu irmão era o chefe da guarda? Isso mesmo antes de meus pais morrerem, agora ele era, com toda minha certeza, o vampiro mais importante da colônia.

Quando eu finalmente levantei meu rosto o salão já estava vazio, eu provavelmente era considerada uma traidora, mas possivelmente, em respeito à memória de meu pai eu fui deixada livre, afinal, eu ainda era a irmã do chefe da guarda, a pesar de tudo. Derrotada eu me levantei, sem lágrimas para chorar mais, me encaminhei lentamente para meu quarto, como se carregasse um grande peso nas costas. Vi que logo o sol nasceria – quanto tempo eu passara chorando? – então decidi que usaria a noite para voltar para onde tudo começou, eu voltaria para a nossa caverna, talvez eu tivesse uma ideia lá, pelo menos essa era a minha esperança.

Cheguei na porta do meu quarto e respirei fundo antes de abrir, dando tempo o suficiente para alguém sair das sombras do corredor e vir falar comigo.

“Eu te perdoo.”

Me virei para encarar o dono daquela voz, apenas olhei para o homem como quem não entende, tentando ver através dos meus olhos turvos de tanto chorar.

“Eu te perdoo, Fola, por ter me abandonado, por ter me feito ir parar na cadeia naquela noite, por ter arruinado a vida de todos. Eu te perdoo, porque para mim é claro que você estava enfeitiçada por aquele cachorro sarnento. Tão óbvio, não sei como não percebi antes... Mas agora, você pode limpar seu nome casando-se com alguém que te aceita."

Não sei se meus olhos voltaram ao normal ou se foi seu discurso fanático, mas àquela altura eu já reconhecia Ratsel, e não conseguia acreditar no que ele me dizia. Seria possível ele ainda querer casar comigo? E devido a todo meu espanto, meu estado emocional fragilizado e um embrulho no estomago constante, eu disse a frase mais idiota que eu poderia ter dito, principalmente para Ratsel, um tonto que só ouve o que interessa.

“Mas, se nós nos casássemos, eu nunca poderia te dar filhos, já não sou mais pura.”

Ele sorriu, ele estava assustadoramente feliz.

“Isso não é um problema querida, acredito que esses laços só são efetuados entre vampiros, você não está presa àquele cão. Nada te prende a ninguém, você é livre para ser minha, como sempre quisemos. Você não sabe como me deixa feliz em saber que o encanto foi quebrado. Mas eu gostaria de fazer algo a mais por você, deve ter sofrido tanto esses dias, nas mãos daquele ser vil...”

Eu estava um tanto catatônica, eu acho, só virei de volta para porta e entrei no quarto, murmurando algo como “É, pode ser que seja...”, deixando para trás um Ratsel cheio de esperanças. Fui para frente do espelho, e encarei meu reflexo, os olhos vermelhos e inchados, imaginado o que Mac pensaria se me visse assim, se ele ainda faria tudo igual se soubesse como as coisas terminariam. Fiquei parada por um tempo: em minha mente, um plano louco começava a se formar.

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Nazira

A luz do dia segui o meu caminho, agora habitual para a colônia dos vampiros, sabia que ninguém ali me veria, minha preocupação era quanto a entrar e sair do quartel. Na porta podia ver um homem me esperando, não tive medo, aquele só podia ser um sanguessuga conhecido, caso contraio não estaria sozinho, nem calmo.

“Como anda o plano, verme inútil?”

“Melhor impossível, na verdade temos uma mudança nos planos.”

“O quê? Como assim? Que mudanças?”

“Não precisamos mais descobrir onde eles estão!”

“Como não? Se não soubermos onde eles estão, tudo o que fizemos até agora terá sido em vão! E eu não vou aturar aquilo para sempre! Tem ideia de como é irritante? E as pessoas estão começando a desconfiar!!!”

“Eu disse que não precisamos mais descobrir onde estão, não que devemos desistir de tudo! Acontece, minha cara, que eu sei exatamente onde estão!”

“Então desembuche logo, você está me irritando verme...” Aquela mania dele de falar tudo em partes... Eu seria capaz de arrancar-lhe a cabeça, não fosse nosso plano em conjunto.

“Eles estão aqui, dentro do castelo.” Tenho certeza, fiquei parada de boca aberta por um bom tempo, sem acreditar em uma sílaba do que Ratsel dizia. Até que eu descongelei.

“Não é possível...”

“Não só possível como verdade. Mas de alguma maneira descobriram quem ele é, então seu amigo está preso e minha doce Fola está em seu quarto, se recuperando do trauma de ter sido enfeitiçada.”

Fiquei parada por mais uns instantes, tentando assimilar o que ele me dizia, depois comecei a correr para dentro do castelo, dizendo que tinha que salvar o Mactíre. Mas ele me segurou pela cintura e me parou de frente para ele.

“Não vai não! você ir lá agora é suicídio! Sem um plano! Poderia arruinar tudo o que fizemos. Além do mais não sabemos o quão ligado a ela ele é, então, você ir lá sem a segunda parte do plano não nos levará a nada, não vai prendê-lo a você.”

“Você fala isso porque já pode consolá-la nessa situação. Aposto que vai me abandonar!”

“Não, não! Não posso deixá-lo preso aqui, ele fica muito perto dela assim, ainda pode ter alguma influência, mas temos que agir com calma, soltá-lo, mas garantir que ele vá embora contigo, sem nem mesmo conseguir chegar perto de Fola. Só temos que pensar como faremos isso, e então é só agir.”

“Certo, certo, você tem razão. E que grande plano será esse, senhor sabe tudo?”

“Ainda não sei, minha querida cachorrinha, mas vou pensar com carinho, enquanto isso, cuide de sua parte do plano, que eu cuido da minha.”

“Não me chame de cachorrinha, e não vá passar muito tempo consolando, sua ‘querida vampirinha’, e se esquecer de nosso plano.”

“Fique calma, Nazira, tudo vai correr bem, você vai ver, no final de tudo, estaremos exatamente onde merecemos estar, com quem merecemos estar...”

Respirei fundo e concordei, depois fui embora, não sem antes lembrar-lhe quem mandava em nossos planos.


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Notas finais do capítulo

Então? O que me dizem reviews?!?!?! Espero que tenham gostado!!!



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