O Conto da Holy Serenity escrita por Marjyh


Capítulo 12
A Resistência - Cena 2: Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Rwaaaaar!
Tudo bem gente?
Bem, essa é a parte final do capitulo 3, aqui vai ser revelado a background desse mundo. ^^
Espero que gostem. o/

Boa leitura. x3



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Parte 2: Bem-Vindos a Resistência!


Quando chegamos no porto, Azin desembarcou junto conosco. Amy passou o tempo inteiro coberta por um manto, por cuidado da Edna que disse que seria melhor ela evitar pegar friagem, já que estava febril e delirando. Me sinto mal de pensar no estado que ela se encontrava... Amy ficou a viagem inteira murmurando sobre o Jin, choramingando certas horas. A Edna me contou que ela pegou uma doença que surgiu junto com o Eclipse, que batizaram de “febre da morte”. Segundo o que me foi contado, essa febre pega nas pessoas que ficaram tempo demais junto da morte...

Não acho que seja estranho tal “doença” existir nos dias de hoje, uma vez que a morte parece dominar todos os recantos desse mundo... Fechei os olhos, tentando lembrar das palavras gentis do Ronan antes de eu vir parar nesse mundo. Sinto falta do cuidado dele... Acabei suspirando. Foi então que escutei um pequeno bufar irritado atrás de mim e acabei abrindo um pequeno sorriso.

Como quando viemos só usamos três cavalos, Edna estava levando Amy no cavalo dela, e apesar do Azin ter se oferecido para dividir cavalo comigo, o Grandark fez questão de me colocar no cavalo que ele usaria. Me pergunto por que ele estava tendo todo aquele cuidado... Apesar dele já ter dito, depois que ele me chamou de baixinha no dia anterior, que não gostava dos olhos do Azin. Bem, tudo bem, os olhos dele eram realmente assustadores, mas, eu acho particularmente que Grandark estava exagerando...

– Por que tá quieta criança? Normalmente você não cala a boca.

– Ei, não é assim também. – Bufei, inclinando a cabeça para cima para poder olha-lo.

Ele me olhou de volta, soerguendo as sobrancelhas.

– É claro que é.

– Não, não é. – Respondi.

– Por que você vive pegando no meu pé? – Senti meu rosto ficando quente a medida que eu ficava mais irritada.

– É por que é divertido, “limãozinho”. – O Azin se enxeriu no meio da nossa pequena discussão, avançando o galope do seu cavalo para poder ficar lado a lado conosco.

Por que aquele maldito insistia em me chamar de “limãozinho”?! Era muito irritante! O recém-conhecido deu um risinho de canto, me olhando nos olhos. Senti um arrepio cruzar minha espinha com aquele olhar. Ele... Botava medo. Eu sentia como se o olhar dele estivesse querendo capturar minha alma de alguma forma estranha. Voltei a olhar para frente.

O restante da viagem passei tentando ignorar Azin.


–x-


Quando chegamos no salão de reuniões e Ryan viu o estado que Amy estava e notar a falta do Jin, seu rosto imediatamente foi coberto por uma sombra depressiva, fechando os olhos em pesar. Edna segurava a diva pelos ombros, olhando para o comandante da Resistência.

– Ela foi acometida pela febre da morte, recomendo que ela deveria ter acompanhamento médico imediato.

Ryan respirou fundo, apertando o punho e passou a mão livre nos seus cabelos alaranjados, fechando os olhos brevemente. Abaixei o olhar. Por que eu me sentia tão impotente? Eu sei que não foi culpa minha que a situação chegou naquele estado, mas... Por que ainda sim sentia que eu era culpada por aquilo?

– Certo. – Ryan disse enfim, pegando um objeto metálico do bolso e pressionou o botão. – Tammy, venha acompanhar a senhorita Amy Aruha para o Hospital.

Passados alguns minutos, uma garota com uma roupa de enfermeira bem curta e com um decote em forma de cruz vermelha bem na altura do busto. Tinha um cabelo bem longo, preto, preso num rabo de cavalo. Ela era muito bonita, um pouco alta, principalmente por causa do sapato branco alto. No entanto, seus olhos rosados eram estranhos, não somente pela cor, mas por que sua pupila era na realidade um par de cruzes brancas.

Ela caminhou até a frente de Amy, acenando com a cabeça para que Edna e assim que a asmodiana se afastou, Tammy colocou as mãos nos ombros da Amy, se inclinando para alcançar o ouvido da garota.

– Senhorita Amy, poderia me acompanhar?

Apesar de a diva estar tremendo, ela não demonstrou resistência contra a proposta da enfermeira. Com um pequeno aceno da cabeça, Amy deixou ser guiada pela Tammy para fora da sala. Assim que a porta se fechou, todos na sala ficaram em silêncio. Um ar pesado ainda recaia sobre nossas cabeças, sugando toda e qualquer vontade de falar.

Ryan então respirou fundo, se virando para nós e forçou um pequeno sorriso.

– Bem... Jin foi certamente uma grande perda para todos nós... Mas, precisamos honrar o objetivo pelo qual ele também partilhou: lutar contra o Maligno e restaurar a paz de Ernas. – Sua feição ficou séria. – Essa missão que lhe dei, Holy, foi um teste para averiguar suas qualidades... Como você obteve sucesso em resgatar pelo menos um dos membros, eu vou lhe dar a oportunidade de explicar sobre o que aconteceu com o Jin.

Senti minha base estremecer. Por que aquilo era tão familiar..? Sim, era que nem quando eu estava com os paladinos, na Ordem. Coloquei a mão direita sobre meu coração por simples reflexo, engoli seco.

– Senhor, pelo o que eu e a Edna pudemos averiguar, Jin faleceu uma semana antes de chegarmos às Ruínas de Prata, suspeito que ele tenha sido morto por outra pessoa durante um golpe poderoso. No entanto, não posso afirmar nada.

Ryan ficou quieto a minha frente, soltando um longo suspiro e então me olhou de volta, dando um sorriso triste. Notei ele movimentar a mão para dentro do bolso e ao tira-la dali, jogou algo na minha direção. Instintivamente estiquei as mãos para pegar o que me foi jogado, sentindo o frio metálico. Olhei o que era, e notei que era uma espécie de brasão com o emblema da família real de Canaban. Pisquei os olhos e olhei para Ryan.

– Seja bem-vinda a Resistência, Holy Serenity.

Fiquei estacada no lugar, sem saber o que falar. O sorriso que ele me dava era de camaradagem, mas... Me lembrei de quando fui recebida na Grand Chase, do sorriso nos lábios da Lire, do riso da Arme e da irritação da Elesis falando para não ser um peso. Apertei o medalhão com ambas as mãos, engolindo o choro que queria sair e sorri.

– Muito obrigada!


–x-


Depois daquilo, Ryan avisou que mais tarde a Resistência iria se juntar no salão principal para discutir uma negociação pelo auxilio dos asmodianos e me dispensou para descansar. E ao que parece, Azin também pretende se juntar ao grupo.

Joguei meu corpo naquela cama macia do meu quarto, de braço abertos, olhando para o teto entalhado. Eu não sabia novamente o que pensar. Olhei para o emblema em minhas mãos, me perguntando se eles haviam adotado aquele pela base ser exatamente no castelo de Canaban... O que fazia até certo sentido. Repousei aquele amuleto sobre meu coração e suspirei, fechando os olhos.

Sentia falta de todos... Mesmo que meus novos “amigos” fossem muito bons comigo, eu sinto falta da Grand Chase. Fechei os olhos.

Talvez, se eu puder descansar um pouco, eu possa esquecer essa dor.


–x-


Eu acordei com batidas na porta. Sentia minha cabeça sonsa pelo sono, mas meu corpo não estava frio apesar de ter dormido descoberta. Suspirei e me sentei na cama, limpando a baba da minha boca e olhei para o relógio. Eu havia dormido, aparentemente, duas horas. As batidas na porta soaram novamente e estiquei os braços para cima, me espreguiçando.

– Já vou!

Me levantei enfim, caminhando até a porta e abri, vendo Grandark no corredor. Cocei o olho, me sentindo sonolenta.

– O que foi, Grandark?

– Está na hora da reunião, dorminhoca.


–x-


Ao chegarmos ao salão de reuniões, eu já estava bem acordada. Mesmo quase inteiro destruído, o castelo de Canaban continuava tendo uma estrutura realmente grande. Olhei ao redor. Edna, Mari, Ryan estavam reunidos na mesa junto com um rapaz de cabelos e olhos roxos, sua pele era pálida e sua roupa era composta por um sobretudo roxo cheio de cintos pretos, apesar do seu peito estar exposto. A calça também era combinação das cores roxo e preto. Um par de chifres negros saia da sua cabeça, apontando para cima. Senti meu corpo estremecer. Sua mão direita era completamente diferente de uma mão normal, com garras negras na ponta dos dedos e até a metade do seu braço, a pele era num tom azul claro.

Era Dio, e eu tinha certeza disso. Apesar de ser um asmodiano, assim como Edna, eu sabia que a raça deles podem ter diferenças, como a presença ou não dos chifres, ou até mesmo a cor da pele. Edna por exemplo, ela não tinha chifres apesar de ter uma espécie de espinhos arroxeados pelo rosto.

Dio olhou para Ryan, cruzando os braços.

– Quem é a novata? – Ele perguntou.

– Holy Serenity, ela é a nossa mais nova integrante. – O comandante respondeu com um sorriso solene.

– Humph... – Dio me olhou seriamente, dos pés a cabeça, deu de ombros. – Ela não parece ser uma serva daquela mulher de qualquer maneira, acho que é confiável.

– Garanto que ela é confiável, Imperador. – Arregalei os olhos ao ouvir Edna se referir ao Dio daquela forma. – Passei dias com ela, e a Holy nunca demonstrou sinais de ser uma serva do Maligno.

– Acredito nas suas palavras, Edna, mas, já lhe pedi milhares de vezes que não me chame como Imperador. – O asmodiano reclamou, se sentando logo ao lado da Edna, colocando as mãos sobre a mesa. – Mas, já estão todos na mesa? Onde está a Amy e o Jin?

– Jin... Ele faleceu durante a missão de reconhecimento da Terra de Prata, e a Amy está se recuperando da Febre da Morte.

– Entendo... – Dio suspirou, fechando os olhos brevemente. – São muitas perdas... Como vamos lutar com tantas baixas?

– Esse é um dos nossos assuntos de hoje também, sobre os nossos novos membros. – Ryan acenou para mim e para Grandark. – Sentem-se, vocês são membros, principalmente o Grandark que é um dos co-fundadores.

– O-O-O que?! – Exclamei, olhando para Grandark boquiaberta.

– É tão difícil de acreditar assim? – O demônio de olhos verdes bufou, emburrando a cara um pouco e caminhou até a mesa de cristal, sentando-se ao lado da Edna.

Pisquei os olhos, parada onde estava em choque e também por não saber onde me sentar. Mari acenou para que eu me sentasse ao seu lado e rumei para o lado dela, me sentando sem contestar e olhei ao redor. Havia ainda diversos lugares vagos na mesa...

– Muito bem, como todos já estão reunidos, vou dar inicio a reunião. – Anunciou Ryan, chamando nossa atenção. – Creio que muitos devem saber já da situação atual do nosso mundo, no entanto, para Holy que aparentemente perdeu a memória, irei explicar mais minuciosamente os acontecimentos:

“Grandark me contou que vocês conversaram um pouco, então vou começa há um ano atrás, quando Lothos tentou formar um novo grupo para ir atrás da Cazeaje, um mal maior havia se manifestado com o nome de Astaroth, que desejava se tornar o Deus Absoluto. Foi por causa dele que, ao corromper o deus do Templo da Sintonia em Xênia, levou os deuses a loucura para ter a oportunidade roubar suas essências; Como consequência tanto da loucura quanto da perda da essência dos deuses, a terra de Xênia afundou no oceano. Perdemos o rastro de Astaroth logo em seguida, mas para nossa sorte, Sieghart, conseguiu rastreá-lo.”

Fiquei impressionada de ouvir aquilo. Astaroth era tão poderoso ao ponto de causar tamanha comoção entre os próprios deuses? No mínimo aquilo era... Perturbador. Ryan continuou.

“Seguimos Sieghart para a Arquimidia, junto com Mari que ainda não havia recobrado suas memórias. A Comandante Lothos permaneceu em Canaban, se esforçando para deter o avanço da rainha da escuridão, Cazeaje.”

“Quando conseguimos passar por Mjolnir e por Karuel, Mari foi sequestrada por Astaroth por um portal interdimensional. Com um novo objetivo em mente, ainda mais forte, Sieghart nos guiou até o epicentro de Arquimidia. Um elfo chamado Grandiel apareceu para nosso socorro.”

“Mas, nesse momento mais importante, ‘ele’ apareceu. O Eclipse aconteceu naquela hora mais tenebrosa e até mesmo Astaroth parou por um momento. Todos nós pudemos sentir aquela energia absurda, aquele poder temível. Mari aproveitou enquanto Astaroth estava distraído para pegar a Pedra da Alma e fugiu. O nosso inimigo não teve tempo sequer de correr atrás da sua cativa, uma vez que meteoros começaram a cair do céu.”

“De alguma forma milagrosa conseguimos retornar a salvo para Canaban, apenas para vermos nossa cidade destruída e invadida por monstros. E para nossa extrema surpresa, Cazeaje lutava lado a lado de Lothos naquele dia fatídico. Tamanho era o perigo, que até mesmo a rainha da escuridão se aliou a luz para proteger sua vida e seu império.”

“Depois que o mundo foi engolido em chamas e formamos uma trégua temporária com Cazeaje e Astaroth, assim como Edna e Dio conseguiram convencer as tribos Asmodianas a se juntarem a nossa causa, partimos em direção da concentração daquela energia maligna: Áton.”

“A batalha no deserto foi terrível, sanguinolenta. Dezenas de milhares de vidas foram perdidas naquele dia numa tentativa que se tornou inútil de nos aproximarmos sequer de fazer algum arranhão no Maligno. Fomos forçados a recuar naquela hora e voltamos para Canaban com o inimigo ao nosso encalço... Quando chegamos, eu fundei a Resistência com o objetivo de tentar reaver luz em Ernas.”

Fiquei boquiaberta com aquela história, sentindo a boca do meu estômago congelando. Eu não sei, de alguma forma, tudo aquilo parecia ser... Surreal demais para acreditar. Mas, como eu podia desacreditar quando eu vi o estado que Canaban e Serdin se encontravam? Olhei para Ryan.

– Mas, e a comandante Lothos?

–... Ela morreu em batalha. – Ryan suspirou tristemente, olhando para baixo. – Foi uma das maiores perdas que sofremos...

–... Pelas Deusas... – Murmurei tristemente, abaixando o olhar. – Eu sinto muitíssimo.

O Comandante ergueu a mão, como se pedisse para que eu parasse falar. Respirou fundo, prendendo a respiração por um momento e quando expirou o ar dos pulmões, me olhou nos olhos.

– Sieghart foi corrompido também, ele acabou se tornando um dos soldados daquele... Monstro. – Ryan suspirou tristemente. – Ele foi dominado pela própria fúria.

“O que sabemos sobre o Maligno é que ele também tem o poder de trazer os mortos de volta a vida, então não temos muitas armas contra o nosso maior inimigo. Nossa esperança é contar com a ajuda dos asmodianos. No entanto... Graças a grande guerra, muitos asmodianos, lobisomens e até mesmo outras raças daquele mundo foram mortas em milhares, e isso dividiu a terra de Elyos sobre apoiar nossa causa ou não. Dio, mesmo sendo atualmente o Imperador das tribos asmodianas, está tendo problemas para tentar reunir novamente os laços entre eles, graças as divergências de opiniões. Falando nisso, como está em Elyos, companheiro?”

Dio estava com uma cara que parecia até mesmo entediada com tudo o que ouvia, apesar de que não sei dizer se era realmente aquilo. Eu podia enxergar algo diferente em seus olhos... Um brilho triste, eu acho. Ou talvez seja coisa da minha cabeça. O imperador asmodiano suspirou, se ajeitando na cadeira.

– As tribos estão entrando em um acordo mutuo, apesar de ainda não estarem confiantes nos nossos aliados de Ernas.

– Ei. – Grandark finalmente falou algo, inclinando-se sobre a mesa. – Mas, ainda podemos contar com a ajuda do Grandiel, certo?

– Teremos que viajar para Arquimidia. – Ryan falou num tom bem sério, mas pensativo. – Depois da guerra, ele se isolou na Torre das Ilusões falando sobre uma busca pela quarta deusa.

– Quarta deusa? – Interroguei, soerguendo as sobrancelhas surpresa, eu nunca tinha ouvido falar de uma quarta deusa.

– Sim. Dizem que seu nome é Agnécia. – Mari explicou, num tom mais amigável do que na primeira vez que nos encontramos. – Bem, o próximo destino é Arquimidia então? Se for assim, eu posso liberar o dirigível.

– Ele já terminou a fase de testes? – Houve uma certa excitação na voz do comandante, apesar de manter sua postura e tom sério.

Mari acenou positivamente e Ryan deu um sorriso de canto.

– Certo então. – Olhou então para todos na mesa enquanto falava. – Vou convocar a capitã de expedições para acompanha-los nessa missão enquanto eu e Dio continuamos a negociar o auxilio dos asmodianos.

Pisquei os olhos, surpresa e perdida ao mesmo tempo. Dirigível? O que raios era aquilo? E aliá... Quem era a capitã de expedições?


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Notas finais do capítulo

Muito bem! Esse capítulo foi grande, né? ~u~
Como prometido previamente, aqui vai o link do Conto de Zero Zephyrum:

http://fanfiction.com.br/historia/411561/O_Conto_De_Zero_Zephyrum

Espero que gostem da fic e que tenham gostado desse capítulo. ^^
Até a próxima. o/



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