O Conto da Holy Serenity escrita por Marjyh


Capítulo 11
A Resistência - Cena 2: Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Ei pessoal, hoje é uma série especial!

Vai ser uma sequência de capítulos postados, a ideia foi dada por uma usuária Loi Hime no Nyah Fanfiction, e como já tenho um monte de capítulos já preparados, eu decidi que hoje seria um bom dia para isso. n_n

Apesar de que essa série especial só vão ser duas partes, MAS, também vai significa o fim do capitulo 3. 'u'

Dai ja vou deixar no fim da próxima parte o link para o Conto de Zero Zephyrum, e devo retomar a fic assim que eu me sentir com criatividade de volta, assim como no spin-off. 'u'

Enfim, desejo uma boa leitura. : D



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Cena 2

Parte 1: Quem é esse rapaz?

A viagem seguiu tranquilamente. Eu estava de volta no mesmo lugar que eu tinha estado quando conversei com a Edna da última vez, e apesar de estar me sentindo um tanto ruim ainda pelo Jin, melhorei bastante com a volta do Grandark. Suspirei, apreciando aquele vento da maresia, que mesmo após tanta turbulência na Terra de Prata, o oceano parecia estar tão calmo. Era até perturbador... Não houve um dia de tempestade desde acordei nesse mundo... Me pergunto se seria influência do Eclipse também.

Grandark e Edna estavam na parte interior da embarcação, cuidando da Amy. Eu gostaria de saber o que pensar, ou pelo menos ter algo para passar o tempo. Coloquei os braços sob a borda do barco e me inclinei para frente, fitando aquele mar vermelho escuro. Parecia que há qualquer momento o dragão marinho de Ernas iria pular dali de dentro e devorar a todos... O que estou pensando? Fechei os olhos.

– Ei, bela vista, não?

Deu um pulo de susto ao escutar a voz, perturbadoramente calma, e olhei ao meu lado, vendo um rapaz de cabelos brancos lisos, quase escorridos, e olhos vermelhos. Suas vestes me fizeram lembrar as roupas da Lin por ter um recorte oriental, apesar de que o modelo dele parecia ser bem mais lutador do que de um sacerdote. A camisa era azul e sua calça era folgada e branca, além de usar uma espécie de sapato que quase parecia ser de tecido. Apesar de carregar um sorriso gentil nos lábios, os olhos dele eram... Perturbadores... Eram limpos de qualquer brilho vivo.

– Hahah... – Tentei sorrir, mas acabei dando um sorriso torto. – Bem, poderia ser melhor.

– Bem, para mim já está melhor. – O garoto desconhecido disse, me olhando nos olhos.

Estaquei no lugar. Do que raios ele estava falando? Quer dizer... Olhei para o oceano. Era apenas uma replica exata do céu escuro e vermelho. Não era mais aquele azul resplandecente que eu tanto amava... Que tanto foi admirado. Como podia estar melhor? O rapaz ao meu lado acabou rindo, tampando a boca com a mão.

– Perdão... – Ele disse quando notou que eu o estava observando. – Foi apenas engraçado a cara que você fez.

Emburrei. Como assim foi “engraçado a cara que eu fiz”? Não tinha nada de engraçado! Aliás, como ele podia estar rindo tão despreocupadamente numa situação tão caótica e ameaçadora como a que o mundo se encontrava?! Senti meu rosto ficando cada vez mais quente. O rapaz acabou rindo um pouco mais, afastei as mãos da borda e me virei para ele.

– Tá certo, agora o que foi?!

– Calma, calma, “limãozinho”. – Ele abanou as mãos como se não estivesse fazendo nada demais. – Eu só estou rindo.

Senti ficar irritada mais uma vez. Ele estava brincando comigo?! Me chamando de “limãozinho”?! Coloquei as mãos na cintura, me inclinando para frente enquanto o encarava nos olhos.

– Meu nome não é “limãozinho”, é Holy Serenity!

– Acho melhor se levantar, “limãozinho”, você fica mais baixinha assim. – Ele riu um tanto mais, mas logo se acalmou. – Certo, perdão. Eu me chamo Azin Tairin.

– Eu não sou baixinha! – Gritei, balançando os braços. – E por que ficou me chamando de “limãozinho”?!

– A cor do seu cabelo. – Ele levou a mão ao meu cabelo, puxando uma mexa de leve enquanto me olhava nos olhos. – Ele lembra cor de limão.

Esse babaca tá pedindo para levar uma martelada, né?

– Estou interrompendo algo?

Escutei uma voz atrás de mim e me virei imediatamente, sorrindo. Já sabendo que era Grandark. Estava de braços cruzados e parecia meio irritado por algum motivo. Só agora notei o quão era estranho ouvir a voz tímida do Zero num tom mais imperativo.

– Oh... – Azin recuou a mão, se apoiando com um braço na borda da embarcação. – E você, quem seria?

– Oh, esse é--...

– Eu sou Grandark. – O demônio de olhos verdes me cortou, num tom ainda meio irritado.

Azin deu um risinho baixo, estendendo a mão num simples cumprimento.

– Prazer em conhecê-lo, eu sou Azin Tairin.

Grandark encarou a mão que lhe foi estendida e estendeu a própria para ele. No entanto, ao segurar a mão do Azin, acabou apertando-a realmente forte, ao ponto que o recém-conhecido se apoiou na embarcação e soltou um gemido dolorido, apesar de não perder o sorriso dos lábios.

– Meu prazer. – Rosnou Grandark num tom ameaçador.

– Certo! – Separei o aperto de mãos segurando no pulso de ambos e puxando para o lado. – Que bom que se conheceram! Foi ótima a conversa, até qualquer dia, Azin!

Agarrei o braço do Grandark e o arrastei para longe do Azin, acenando com a mão enquanto me afastava. Notei que ele acenou de volta, abaixando a mão em seguida para massagear e aliviar a dor do aperto de mão do demônio de olhos verdes. Entrei dentro da parte interna da embarcação, ainda arrastando Grandark e fechei a porta, me virando imediatamente, brava.

– Por que fez aquilo?!

– Aquilo o que? – Grandark agiu de forma indiferente, andando até uma das redes e se jogou ali dentro, deitando, tirando o visor amarelo e cobriu os olhos com o braço.

Bufei. Como ele podia agir de modo tão petulante e arrogante?! Andei até ficar do lado da rede, encarando-o.

– Foi completamente desnecessário apertar a mão do Azin para machuca-lo!

– Ué, ele não estava te incomodando? – Indagou Grandark sem nem ao menos tirar o braço dos olhos para me olhar.

– Bem, ele estava! Mas, tenho certeza que com um pouco de conversa iriamos nos entender melhor!

– Ah, ótimo, então vai lá fora conversar com o Azin.

Grandark se virou de costas para mim, me ignorando completamente. Apertei meus pulsos, sentindo minhas bochechas queimarem. Por que ele vivia agindo daquela forma?! Era completamente desnecessário e muito mal educado! Com certeza o Zero não iria agir daquela forma! Ele iria ser mais educado, polido, iria tentar conversar com o Azin e seriam amigos!

– O Zero nunca agiria dessa forma. – Murmurei e me impressionei ao sentir o tom infantil que eu estava usando.

O homem rosnou baixo e olhou para mim por cima do ombro. Sua pupila amarela brilhava de modo ameaçador, verdadeiramente furioso.

– Então, novidades princesa: não existem príncipes encantados perfeitos! – Grandark foi se virando e se sentando na rede, bufando de raiva. – Zero está morto e eu não sou aquele fracote!

Estaquei no lugar, sem palavras diante daquela fúria descontrolada, sentindo meu coração apertando no peito e a boca do meu estomago esfriando. Por que ele estava tão irritado? Será que o que eu disse foi tão infantil assim..? E pensando bem... Se ele não tivesse me levado para a Resistência, eu provavelmente estaria em maus-lençóis agora... E também poderia estar morta se ele não tivesse aparecido durante a emboscada realizada... Abaixei a cabeça, suspirando resignada.

– Desculpe... – Murmurei.

Ficamos em silêncio em seguida, Grandark passou a mão no rosto e bufou, respirando fundo algumas vezes. Eu sentia meus olhos ardendo e lacrimejando. Aquilo foi assustador... Mas, eu também estava triste por ele ter ficado tão bravo por minha culpa... Então senti uma mão na minha cabeça, afagando meus cabelos e olhei para cima, vendo-o com uma cara meio resignada.

– Tá certo, baixinha.

Involuntariamente sorri. Eu vi, enfim. Eu tinha certeza... Eu vi os olhos do Grandark brilharem por alguns segundos num dourado aconchegante que lembrava muito ao dourado da máscara do Zero... Acabei dando um riso enquanto sentia uma lágrima escorrendo pela bochecha.

– Eu não sou baixinha!


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