Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 45
Capitulo 45: Declaração de Cam




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–Phi, espera! –Gritou Gabbe agarrando meu braço.

–Não! –Balancei o braço com força fazendo-a recuar. Enxuguei uma lágrima que escorregava pela bochecha.

Cam vinha mais atrás, parecia distraído, como se estivesse entretido com a “cena” que ocorreu a pouco tempo. O anjo ia descendo o pequeno morro chutando a grama na sua frente.

–Você acha que fugir daria certo? –Gabriela parecia adentrar minha alma com seu persuasivo olhar. –Não se esqueça que ama Hermes.

–Amando-o ou não, amava Iryena como uma amiga. –O ar em paris estava gelado. Meu coração se acelerou. –E acho que agora não posso chama-la mais de amiga..

–Não é saudável ficar remoendo as dores dos outros. –Cam surgiu tão silencioso e frio quanto uma cobra. –Devia estar mais preocupada com o que lhe aguarda.

–E o que me aguarda? –Falei aos soluços, meu nariz havia se entupido e eu estava congelando, Paris estava mais fria que o normal.

–Muitos calos nos pés e depois uma horrível dor de parto. –Zombou Cam caminhando em quanto cantarolava.

Cerrei os punhos sentindo raiva por ele zombar da minha gravidez. Assim como o meu pai me teve novo demais, eu também teria um filho nova demais. Ele resumia minhas dores e preocupações a simples calos nos pés, se bem que ele até pode estar certo, minha dor é tão insignificante comparado ao que esta acontecendo.

–Aonde vamos agora? –A baforada de neblina gélida saía da minha boca. Estava realmente muito frio, a temperatura caía desenfreadamente.

–A caixa da vida. –Gabbe sussurrou perto do meu ouvido. Pude sentir o calor mesclado ao frio que saia da sua boca. Até mesmo os anjos deveriam sentir frio.

–E onde fica isso?

–Vamos ao Egito. Alexandre levou-o de volta as origens, mas ainda hoje esta perdido. -A voz de Gabbe era serena e leve.

–E como se acha algo que esta perdido?

–Os gêmeos de Hécate. Quem melhor para procurar por um artefato mágico do que os próprios filhos da magia? –A anja sorriu vitoriosa encerrando o assunto.

–Não sei vocês, mas deve estar uns dois graus negativos aqui. –Cam se pronunciou já na causada a dois passos a nossa frente. Ele tentava se aquecer esfregando as palmas das mãos nos braços.

Gabbe agora ficou gélida e séria. Suas feições enrijeceram. Ela parecia uma felina, uma leoa procurando uma presa em meio a savana.

–Mas que diabos é isso? –Gritou Gabbe arregalando os olhos e recuando.

–O que? Aonde? –Olhei em volta procurando por todo o lado algo anormal.

Lúcifer... –Sussurrou a anja.

–Voltem para a casa! –Gritou Cam recuando alguns passos tentando poupar o máximo de movimentos que podia.

Pude ouvir um zumbido antes do pior acontecer, como uma garoada pega de surpresa alguém na rua, isso também me pegou de surpresa.

Gafanhotos negros cobriram todos os edifícios a leste do parque. Era como um mar negro que zumbia e exalava cheiro de morte.

Não pensei duas vezes, aposto que nenhum dos dois anjos também pensaram. Nos viramos e corremos como se o fim do mundo estivesse logo atrás de nós; realmente, deveria estar..

Meu coração estava acelerado e eu não parava de gritar em quanto corria igual a uma senhora indo a uma liquidação de peru de natal no final do ano.

Não consigo definir ao certo, mas uma luz dourada borrou tudo a minha volta. Algo quente e acolhedor, ao mesmo tempo feroz e amedrontador. Gabbe já havia me falado sobre esta luz. A prateada é a presença de um anjo, a dourada a presença de um demônio.

Olhei para trás tentando ver o dono de tal proeza demoníaca. Gabriela surgiu e me empurrou para a frente como se me mandasse continuar correndo.

–Não olhe para trás! –Gritou o mais alto que pôde.

O brilho dourado parecia cantar, era como um transe, uma hipnose que drogava a cabeça. O som tão leve e inaudível quanto o bater das asas de uma borboleta, mas também agressivo quanto uma cerra elétrica cortando uma arvore.

–E que venham os escorpiões em corpo de gafanhoto. Por sobre mim não passarás. –Falou Cam em algum lugar em meio a luz dourada que agora parecia chocar-se contra os gafanhotos negros.

O dourado tremulou com feixes negros, os gafanhotos eram como tinta preta pingada no papel branco.

Agora já estávamos na porta da mansão. Saltei para perto e a porta se abriu sozinha. Senti cair em cima de algo pesado, grade e duro a ponto de fazer minha cabeça girar em tontura. Senti uma superfície ondulada e fria, quando abri os olhos pude ver que estava sob um escudo belo com traços finos de ouro em acabamentos de bronze era todo feito de um minério parecido com vidro.

Annabeth surgiu empurrando-me de cima dela. A loira ergueu-se com aquele ar impiedoso e preciso como o de uma coruja caçando um rato durante a madrugada. Usava uma camisa branca fina sem mangas. O short marrom ia até os joelhos.

–Battler! –O tom de Annabeth era neutro porem rígido e dominante.

Me levantei junto a Gabbe e fechei a porta atrás de nós.

–Não vá lá fora, é suicídio. –Meus olhos ardiam, não conseguia me acostumar a luz alaranjada de dentro sendo que vi a grandeza e a intensidade da de fora.

–Não sou estupida de ir lá fora, só estou esperando. –Annabeth enrijeceu, a sua espada de bronze na cinta e seu escudo grande arranhando o chão. A filha da sabedoria parecia uma sentinela fazendo uma guarda. –Só estou esperando.

–Esperando? –Gabriela subiu o inicio da escada e fitou o local como se o enojasse. –Esse lugar parece uma das pós festas da Sword & Cross.. –Sussurrou tão baixo que foi inaudível para todos na sala.

–Tyson, ele falou que viria pelo Rio Sena. –Annabeth deu meia volta e sentou-se aos pés das escadas.

Ouvi barulho de passos vindos do segundo andar. Era Percy que colocou a cabeça perto do corrimão e desceu as escadas com um sorriso no rosto.

–Annie. Tyson sabe se virar, Ella cuidará dele, agora venha comer. Ficou acordada sem nada na barriga.

O filho de Poseidon era muito fofo, belo, meigo e simpático. Já ouvi falar do seu tamanho poder e ferocidade em batalha, mas vendo-o assim, tão preocupado com a namorada, não havia como imaginar que ele fosse ameaçador a ponto de matar titãs e seus descendentes, ou muito menos lutar contra os deuses e desafiar suas vontades.

–Agora não, Percy.

Annabeth parecia cansada mesmo, olheiras logo abaixo dos olhos e seu cabelo estava seco, a boca estava levemente rachada e ressecada.

Tomei um susto quando a porta atrás de mim se abriu com um leve ranger. Cambriel surgiu na entrada, suas roupas foram reduzidas a trapos rasgados, tudo que sobrou para se usar foi a calça que estava rasgada em diversos pontos.

Cam arrancou o restante da camisa de trapos e jogou porta a fora, abriu caminho como se estivesse trazendo mais alguém consigo.

Um homem grande surgiu atrás do anjo caído. Era musculoso e possuía apenas um único olho a cima do nariz. Seu cabelo negro estava meio bagunçado e usava uma armadura de bronze celestial entalhada com serpentes marinhas carregando tridentes esverdeados.

–Manteiga de amendoim! –Gritou em quanto adentrava o recinto.

–Tyson! –Percy encheu-se de alegria e correu das escadas para poder abraça-lo.

Uma mulher ruiva surgiu atrás do ciclope, inicialmente pensei que fosse Rachel, mas não era nada parecida com ela. A garota parecia ter cerca dos 16 a 18 anos. Muito magra e possuía olhos relativamente grandes para a estrutura do corpo. Dos seus braços se formava uma grande asa e suas costas eram cheias de penas vermelhas. Da sua cintura para baixo só se via penas, suas pernas eram de galinha. Usava apenas uma camisa rosada sem manga.

Uma Harpia.

–Ella. –Percy tiniu em alegria.

–Ella não gosta desses gafanhotos. –Falou a Harpia. –Eles dois estão namorando? –A Harpia vagueou seu olhar de Cam até Gabbe, indo e vindo rapidamente.

Gabbe ficou mais vermelha do que um tomate, já Cam, ficou meio surpreso com a observação. Fitei os dois como se também quisesse saber sobre isso, e a realidade é que eu queria saber, desejava saber...

–Ela é barulho, eu sou silêncio. Mas agente se ama na mesma frequência. –Cam olhou para cima com ar vitorioso.

A frase só deixou Gabbe mais vermelha do que o normal, não sei até que ponto anjos podem ficar com vergonha, mas aquilo já não era algo natural nem para um ser divino.

Gabriela simplesmente deu meia volta e subiu as escadas como se nada tivesse acontecido, quieta e em sigilo foi para o segundo andar.

–É. -Cam olhou para Ella com um ar de ironia. –Ela me ama.

–Vamos em bora daqui, as barreiras não vão durar por muito tempo. –Falou Annabeth. –Leo e os outros estão nos esperando no acampamento.

Não precisou falar duas vezes. O barulho de insetos zumbindo lá fora estava alto o suficiente para convencer a todos de que ficar ali não seria uma experiência nada divertida.

Pouco a pouco todos subiram as escadas seguindo até a última porta, esta já era de completamente de ouro imperial, a porta da sua frente era de bronze celestial.

Annabeth abriu a porta de bronze e na mesma hora fomos engolidos por uma luz azul neon insuportavelmente cegante.


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