Only Time escrita por TC Nagahama


Capítulo 3
Capítulo 3 - A verdade por trás da mentira


Notas iniciais do capítulo

Mentira tem perna curta...hehe



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Era manhã. O Grande Salão estava quase lotado de alunos que tomavam seu café da manhã.

- Você nunca reconhece quando está errada, HERMIONE - gritava Rony Weasley, na mesa de Grifinória.

- Não ouse gritar comigo, Ronald Weasley - adverteu Hermione - Se você não fosse tão infantil veria o que está na sua frente.

- HÁ! Agora eu sou infantil e tapado - indignou-se Rony - Se ele é tão maravilhoso assim, porque você não vai lá e fica com ele?

- Não perdem o hábito mesmo, hein? Posso saber qual é o assunto da discussão de hoje? - perguntou Harry, ao sentar-se na mesa.

- Malfoy - responderam em coro.

- Ah, tá. O que ele fez de tão horrível agora? - questionou Harry sem o mínimo interesse.

- ELE SORRIU! - esbravejou Rony.

- Ele não fez nada, Harry. Esse é o meu ponto. Pela primeira vez em cinco anos, nós tivemos uma conversa civilizada - ponderou Hermione - E é isso que está irritando o Rony.

- Não é isso que está me irritando. O que está me irritando é o fato de você não perceber que ele está tramando alguma coisa. É óbvio que tem algo aí - disse Rony, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

- Ele sorriu pra mim também - comentou Harry.

- Viu só Mione? Eu disse! Ele está tramando alguma coisa! - exclamou Rony com ar de vitorioso, enquanto erguia os olhos a procura de Draco na mesa de Sonserina.

- Isso não prova nada - disse ela a Rony - Quando foi isso, Harry?

- Semana passada, logo depois do jogo. Você me aconselhou a ir falar com ele, e eu fui...

- Pelo menos alguém escuta o que eu falo - suspirou Hermione - Desculpe. Continue, por favor.

- E quando eu estava no Hall do castelo, eles entraram. Ele estava com a mãe, Madame Pomfrey e da sua mãe, Rony - completou, enquanto olhava o amigo que fazia caretas para a mesa rival.

- Minha mãe?! - perguntou um horrorizado Rony - Com Narcisa Malfoy?

- Sim, inclusive ela ajudava a amparar o Draco. Ele parecia meio bambo ainda - disse Harry com ar de tristeza - Eu pretendia falar com ele, mas desisti, quando vi que ele não estava em condições. Foi quando ele olhou na minha direção e sorriu - completou Harry.

- Ele está tramando alguma coisa. Eu sei disso - constatou Rony, convencendo somente a si mesmo.

- E quais foram as premissas que te levaram a essa conclusão? - perguntou Hermione, extremamente irritada.

- Hn? - respondeu um eloqüente Rony.

- Mas eu ainda não contei o mais estranho... - disse Harry, chamando a atenção dos dois amigos que trocavam olhares fuzilantes - na noite antes do jogo eu desci pra ir na cozinha...

- Então foi você que fez barulho no dormitório?! Eu achei que tinha sonhado - interrompeu Rony, ganhando um olhar áspero de seus amigos - Desculpa.

- Hn! Então, continuando... quando eu estava perto da entrada, eu ouvi passos bem próximos, e me escondi... e quando eu fui olhar no mapa, pra ver se não era o Filch, quem eu vejo o nome? - perguntou Harry, deixando seus amigos roendo as unhas - Draco I. Malfoy.

- Ele tem nome do meio? - pensou Hermione em voz alta, enquanto Rony olhava com desconfiança para o prato - Será que ele envenenou a comida? - perguntou Rony, olhando o prato com nojo.

- Se ele tivesse envenenado, você teria morrido já. Afinal, já faz uma semana que ele foi na cozinha - disse Hermione com tom de superioridade.

- E o mais interessante é que ele usava meias coloridas - comentou Harry aborrecido, tentando voltar ao assunto.

- E as minhas meias são azuis! O que o gosto pra meias do Malfoy tem a ver com o assunto?! - indignou-se Rony.

- Não foi isso que quis dizer. O que eu tentei dizer foi que eram que nem as meias que o Dobby sempre nos dá. Uma de cada cor, com aqueles desenhos esdrúxulos.

- Então Dobby está metido na trama também? - perguntou Rony extremamente confuso.

- Ah, mais essa agora, Ronald Weasley! Você sempre acha que ele está aprontando alguma coisa. Por mais que você esteja algumas vezes certo, você não pode negar o fato de que desde o começo do ano ele não nos fez nada! - disse Hermione num tom elevado, fazendo o Grande Salão parar para escutar.

Hermione ficara extremamente vermelha ao perceber que todas as mesas olhavam-na como se tivesse duas cabeças. Ela não pôde deixar de reparar, que uma pessoa, em especial, acompanhava a discussão com olhos arregalados e sombrancelhas levantadas da mesa de Sonserina.

- Eu...encontro com vocês na aula de Poções - disse Hermione, levantando-se e dirigindo-se para a saída do refeitório.

- Ela me dá arrepios quando age assim - comentou Rony logo após Hermione se retirar - Lembra a minha mãe.

Rony e Harry riram e acabaram seu café. Logo depois se dirigiram também a aula de Poções.

- Vocês dois já acabaram? - perguntou Draco aos seus amigos - A aula já vai começar.

- Só mais uns bolinhos e a gente já vai - respondeu Crabbe de boca cheia.

- Anda logo, Crabbe. E não fale de boca cheia. Não é de bom tom - resmungou Draco - Eu estou vendo a sua comida gritando - disse com cara de nojo.

- Por que a pressa, Draco? É aula de poções. Snape não vai se incomodar se chegarmos atrasados - ponderou Goyle.

- Eu sei, Greg. É que eu tenho a impressão de que a aula vai ser interessante hoje - disse com um sorriso maquiavélico estampado em seu rosto.

- Se você diz, chefe - disse Crabbe, enquanto se levantava.

- Já disse pra não me chamar assim - disse Draco, levantando-se também, sendo seguido por Goyle.

- Como quiser, chefe - concordou Crabbe, atrás de Draco, caindo na gargalhada com Goyle.

- Vocês são um caso perdido - suspirou Draco enquanto batia a mão na testa, arrancando mais risadas de seus amigos - Vamos logo pra aula.

A aula já começara. Todos estavam presentes, com exceção de alguns sonserinos. Snape estava no pior humor possível e já arrancara 30 pontos de Grifinória pelos motivos mais estúpidos, como respirar muito fundo, coçar a cabeça, ou até mesmo bocejar. Snape estava preste a começar a explicar a poção do dia, quando três alunos entraram na sala.

- Desculpe a demora, professor - desculpou-se Draco rapidamente ao entrar na sala.

- Vejo que já está melhor, senhor Malfoy - comentou casualmente o professor, sem o menor vestígio do péssimo humor anterior - Queiram sentar- se em duplas, por favor. Malfoy e Goyle. Crabbe e Zabini - disse apontando para os três lugares vagos na sala - Assim poderemos começar a aula definitivamente. E vá com calma hoje, Draco - disse em tom baixo para seu aluno preferido.

- Viu só? Se fosse eu ou você, ele teria dado detenções! - resmungou Rony, que ouvira o que o professor falara, para Harry que estava na mesa ao lado, fazendo par com Hermione.

- Cinco pontos a menos para Grifinória por conversar em aula - constatou Snape, com um sorriso enviesado - A poção de hoje é extremamente difícil de ser concebida. Portanto, creio que poucos afortunados conseguirão fazê-la - disse olhando na direção de Draco - É uma poção rejuvenescedora. Se vocês conseguirem a proeza de terminá-la corretamente, deverão rejuvenescer somente uns seis anos. Do contrário, provavelmente se envenenarão - completou olhando na direção de Neville Longbottom, que tremera com o olhar - Os ingredientes estão no quadro negro. Podem começar.

- Relaxa, Neville. A gente vai conseguir - disse Rony com um sorriso amarelo para o amigo.

A aula correra normalmente. E pela primeira vez na vida, Longbottom pareceu acertar na poção.

- Sua poção está da cor certa, Neville - disse Hermione com tom de aprovação, ganhando um sorriso tímido de Neville.

- Comigo como parceiro só poderia dar certo - completou Rony convencido.

Draco, que não tirara os olhos dos grifinórios a aula inteira, cutucara Crabbe, na mesa da frente e indicava Rony com a cabeça.

- Vai lá e joga isso - disse Draco, enquanto passava uma pequena asa de morcego, sorrateiramente, por baixo da mesa para seu amigo.

Vicente Crabbe aproveitou que os grifinórios ainda discutiam para jogar a asinha na poção de Rony e Longbottom. Assim que o novo ingrediente fora adicionado, a poção borbulhou, chamando a atenção de Harry. Porém, ambos foram interrompidos pelo professor.

- O tempo acabou. Escolham quem vai tomar a poção. E Longbottom, espero que sua poção esteja correta - comentou Snape.

- A poção está correta, professor - constatou Rony, ganhando um olhar raivoso do professor.

- Então creio que o senhor não se oporá a testá-la, não é mesmo, senhor Weasley? - convocou Snape, com ar triunfante.

- Claro que não, senhor - respondeu Rony, irritado.

- Grifinórios! - exclamou Snape para os sonserinos, que riram - Pois bem, senhor Weasley, o que está esperando para tomar sua poção? Não temos o dia inteiro.

Rony, lançou um olhar de súplica para Hermione, enquanto colocara um pouco da poção em um copo, e quando estava bebendo notou um Harry desesperado balançando os braços freneticamente no ar, sibilando um NÃO. Porém não pôde ter certeza do que o amigo falava, pois logo após beber a poção, ele sentiu fortes dores no abdômen, o que fez com que fosse ao chão aos gritos.

Foi um alvoroço só, todos os grifinórios rodearam o garoto, enquanto os sonserinos rolavam no chão de tanto rir. Snape, impassível, olhava a poção.

E de repente, os gritos pararam, e numa explosão, Rony sumiu. E no chão sobraram somente um bolo que eram suas vestes.

- RONY! - gritou Harry, que olhava perplexo para o monte de roupa no chão - Você me paga, Crabbe - disse, tremendo de raiva, enquanto se atirava em cima do sonserino.

Alguns alunos ainda tentaram apartar a briga, porém, sem sucesso. Ao ver sua aula degenerar-se em um autêntico qüiproquó, Snape gritou:

- SILÊNCIO!

Todos os alunos congelaram em seus lugares, exceto Crabbe e Harry que ainda encontravam-se aos sopapos. Sem qualquer alternativa, Snape partiu para cima dos dois e separou-os antes que o pior acontecesse.

Foi quando Hermione ouviu um choro baixo, vindo das vestes de Rony.

- Será? - disse mais para si mesma do que para os outros, enquanto se aproximava do monte de pilha de roupas.

Ao se aproximar, o monte se mexeu, fazendo-a dar um pulo para trás. Foi quando o pano deslizou, revelando um bebê de não mais de oito meses, com cabelos ruivos. Ela então maravilhada, o pegou do chão, envolvendo-o em suas vestes, já que ele estava nu.

- Cinqüenta pontos a menos para Grifinória, Potter! Por brigar sem razão em sala de aula - sibilou o professor.

- Sem razão?! Olha o que ele fez com o Rony! - gritava Harry.

- O senhor não têm provas contra o Sr. Crabbe, e o seu amigo está ótimo, caso não tenha notado, Potter - disse Snape, apontando para Hermione que vinha com um bebê ruivo no colo.

- Mas esse é o Ron...

- Exatamente, Potter. Agora creio que o senhor deva desculpas ao Sr. Crabbe - continuou Snape, arrancando risinhos dos sonserinos.

- Nunca - respondeu Harry, em desafio, aproximando-se de Hermione e o bebê.

- Uma semana de detenção, Sr. Potter! Classe dispensada.

A aula de poções terminara, as demais aulas correram mais normalmente do que o esperado na situação espinhosa que eles se encontravam. Rony tomara a contra-poção para anular o efeito da poção rejuvenescedora, porém o efeito era lento. Levariam 6 horas para que Rony envelhecesse um ano.

Depois do jantar, os alunos dirigiram-se para suas respectivas salas comunais, enquanto Harry descia para as masmorras, para cumprir sua detenção.

Como castigo, Harry teria que limpar um ambiente por dia, até o fim da detenção, começando pelo armário de ingredientes do professor Snape. Ele levou horas para tirar pó de tudo e recolocar os ingredientes em seus devidos lugares, em ordem alfabética, é claro. E ficou impressionado com a organização do professor, o que o fez lembrar de um filme que vira escondido na casa dos Durleys: Dormindo com o inimigo. No filme, o marido da personagem principal era tão psicótico que guardava as latas da cozinha em ordem alfabética. Talvez Snape também fosse psicótico.

Depois do trabalho feito, ele sentira uma tremenda fome, porém dirigiu-se para a Torre de Grifinória, já que estava imundo e sem sua capa de invisibilidade. Ao chegar na sala comunal, encontrou alguns alunos que estudavam, e os Weasleys que pajeavam o irmão, que ainda não tinha três anos.

Harry tomou seu banho, e pegou sua capa e o mapa do maroto. Ao verificar o mapa, notou que o nome Draco I. Malfoy encontrava-se novamente na cozinha. E sem se demorar, dirigiu-se novamente para a sala comunal.

- Hei, Rony, o que você acha de alguns biscoitos? - disse animado para a criança que abrira um sorriso de uma orelha à outra.

- Me dá! Me dá! - falava Rony, animado, abrindo e fechando as mãozinhas na direção de Harry.

- Faz assim, eu vou agora lá na cozinha e trago um monte de biscoito pra você, se você prometer que vai ficar quietinho aqui me esperando, combinado? - ofereceu Harry ao garoto.

- Tá. Eu quero de chocotale - disse o pequeno Rony.

- O certo é chocolate, Rony - disse Hermione com ar de reprovação, enquanto Rony mostrava a língua pra ela.

Harry ria enquanto dirigia-se para o retrato da mulher gorda.

Não demorara muito para chegar na cozinha. Consultando o mapa novamente, verificou que Draco ainda encontrava-se na cozinha. Sendo assim, arrumou a capa em torno de si, e entrou na cozinha.

O que viu realmente o assombrou. Nunca em toda sua vida imaginara ver um Draco tão à vontade, muito menos rodeado de Elfos domésticos. Ele ria e conversava enquanto comia doces e mais doces. E o mais estranho é quem lhe trazia todos os doces, com os olhos cheios d'água, era Dobby.

- Jovem mestra trouxe mais um casaco para Dobby, senhor. Dobby não sabe como agradecer - disse Dobby.

- Não precisa. Além do que, o casaco não é nada perto das meias que você me deu - respondeu Draco com sinceridade - Acho que já vou indo - completou levantando-se.

- Jovem mestra Draco gostaria de levar mais biscoitos para amigos? - perguntou Dobby, indicando alguns saquinhos lotados de biscoitos amanteigados.

- Eu acho que não precisa, daqui a pouco eles mesmo devem descer e atacar a cozinha - disse sorrindo e se despedindo.

Harry assistira a tudo aquilo de boca aberta. Draco? Sendo gentil com seres inferiores? Ele tinha que contar ao Rony assim que ele recuperasse seu tamanho normal. Porém, ao ver Draco passar pela porta em direção ao corredor, recuperou-se do choque. E depois de esconder alguns biscoitos debaixo da capa, ele o seguiu.

Draco andava em direção a sala comunal de Sonserina quando sentiu que alguém a seguia. Ela se virou repentinamente, porém não viu nada. Ela procurou em vão, e nada. E desistiu, convencendo-se que deveria estar ficando paranóica. Quando sem mais nem menos, uma figura surgiu na sua frente, jogando uma capa no chão. Com horror estampado em seu rosto, ela constatou que a pessoa que a seguia era ninguém menos do que Harry Potter.

- Eu sei quem você realmente é - disse ele sem rodeios, enquanto Draco arregalava os olhos.

Fim do cap. 3


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Notas finais do capítulo

Hummm...Harry usou a cabeça? Que coisa rara...



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