Era o Damon, ele parecia preocupado, eu abri os olhos e estava embaixo de uma árvore perto ao acidente pude ouvir sua voz.
–Kelly !! O que houve ? Você esta bem ? Te levarei pra casa.- Vi aqueles olhos profundos, azul oceano que me hipnotizava me olhando franzindo a sua testa.
–Não. Por favor ! Me tira desse lugar, me leve para longe.- Ai sim foi minhas últimas palavras antes de eu apagar totalmente.
(...)
Acordei em uma cama de casal desconhecida em um quarto amplo, com janelas grandes de vidro que estavam abertas deixando entrar uma brisa fresca e suave no quarto. Não pude deixar de notar que meu corpo estava cheio de curativos alguns ja sarados e eu estava ótima como se nada tivesse acontecido. Me levantei e fui em direção a porta branca como o resto do quarto, vi que a casa era perto do mar, então comecei a andar pela casa pra vê se descobria onde eu estava, foi quando trombei com o Damon.
–Kelly !! -Falou ele surpreso.- Você está melhor ? Precisamos trocar os curativos.- Falou ele com alguns medicamentos na mão, esparadrapos e tal.
–Você que os fez ? Onde estou ? -Falei um pouco tonteada ainda.
–Na minha cabana no havaí. -falou ele me ajudando a sentar numa poltrona pra troucar meus curativos.
–Havaí ? Como assim ? Damon estou dormindo a quantos dias ? -Falei enquanto ele tirava os curativos.
–Dois. - Falou ele passando soro ou algo do tipo nos meu machucados com um algodão como ainda estava dolorido gemi de dor.
–Desculpe. -Falou ele colocando novos curativos.
–Por que você me trouxe aqui ?
–Você queria ir para longe e parecia muito mal não só por fora mais por dentro, e toda vez que me sinto assim eu venho pra ca e me escondo de tudo e de todos. -Meu pai ele tem um coração.
–Meu Deus !!! Minha mãe !!! -Falei desesperada ignorando tudo o que ele havia falado.
–Não se preocupe eu mesmo enviei uma mensagem pra ela dizendo que você estava bem. -Falou ele ja acabando de cuidar de mim. Eu dei um sorriso e fiquei feliz por ele ter me achado antes de outra pessoa, pelo jeito que ele estava cuidando de mim e pelo jeito que concedeu meu pedido e tudo mais, não era obrigação dele mesmo assim ele fez. Tava sendo doce, atencioso, cuidadoso, tava sendo tudo menos ele.
–Obrigada.-Ele deu um sorriso no canto da boca e se levantou pra guardar as coisas e jogar fora meus curativos antigos. -È sério ! Obrigada por tudo !!! Mas você estava me devendo né ?- Falei me levantando indo atrás dele para a cozinha americana, dando um riso e logo ele foi correspondido por um riso tão gostoso e aconchegante que acabou me fazendo ruborizar, malditas bochechas que não param de ficar vermelhas.
–Então você aceita chá ?-Falou ele já pegando duas xícaras de chá, por isso nem respondi, peguei da mão dele e dei um gole e o observei a tomar seu chá e como o seu dedo indicador passava pela superfície do copo.
–E esse lance de vampiro, vocês tomam chazinho e vão a praia pra comer batatinhas fritas ?-Deixei meus pensamentos escapar e gostei.
–Somos pessoas normais Kelly só que mortas. Tanto faz se comer ou não, mas a bebida sacia a sede e é claro que eu adoro um chazinho. -Ele deu um riso encantador e continuou. -Esse anel. -Falou apontando para um anel que parecia antigo mas não velho, era estranho mas bonito.- Ele me permite andar a luz do dia, graças as bruxas.
–Peraí. Bruxas ? -Falei assustada.
–Bruxas, lobisomens, seres sobrenaturais.
–Claro ! com certeza. -Falei me levantei e fui até a entrada da casa que era de vista as ondas do oceano iguais aos olhos dele, do Damon.
–Será que é egoísmo meu gostar de você ter sofrido aquele acidente ? -Falou ele indo atrás de mim.
–È. Estou dolorida- Depois parei pra pensar : "Oi ? Foi sua culpa eu ter sofrido aquele acidente." e o meu padrasto, droga ! Ele tinha que ter tocado nesse assunto agora ? Eu tinha até me esquecido o por que de está toda machucada e me relembrei de tudo daquela noite.
–A culpa é sua ! -Dou um tapa nos peitos dele com minha duas mão o empurrando para trás. -Sua e do seu irmão.
–Não estou entendendo.- Disse ele realmente confuso.
–Meu padrasto morreu.-Deixei uma lágrima escapar.
–Sinto muito. -Fui interrompida antes de terminar.
–Por que você o matou ?
–O que ? Ele me olhou franzido a testa.
–Um vampiro o matou.
–Kelly ! Sinceramente você não pensou que só existisse eu e meu irmão assim né ? Você também sabe que eu nunca machucaria você de nenhuma forma né ?- Minhas lágrimas começaram a cair uma atrás da outra e eu impulsivamente o abracei. O seu abraço foi tão reconfortante, tão apertado, tão...
Meu coração acelerou e meus pensamentos sumiram. Senti sua mão passando-se suavemente em meu corpo, passando de leve em meu braço. Todos os meus fios possíveis e impossíveis do meu corpo se eriçaram e eu me senti bamba, o Damon se afastou, mas eu o desejava e não dava pra aguentar, não mais. Pulei em seus braços e o beijei, o beijei ardentemente. Ele me levou em seus braços e me jogou na cama.
Peguei minhas mãos e o afastei. È eu sei, vocês esperavam sexo, mas eu não poço, não quero.
–Hãn... - Falei me levantando. Sabe é estranho eu sentir tudo e não saber descrever nada, é estranho só sei disso. E aquela confusão de sentimentos que eu sentia pelo Damon me deixava estranha. È embaraçoso, eu sei ou acho que sei.
–O que é verbena ? -Perguntei ja fugindo da situação, eu não queria me explicar com ele, queria me entender.
–O... Que ? -Falou ele pausadamente arregalando os olhos e franzindo a testa, senti sua respiração ofegante e fora do normal. Por que diabos ele ficou assim, tão desesperado ?
–O... Que ... È ... Verbena ?- Falei pausadamente e em tom de irônia.
–Quem te falou sobre isso ?- Ele se levantou e começou a andar pelo quarto e nem esperou minha resposta. -Verbena Kelly, é uma planta rara e que protege contra os vampiros, se você tomar, eles não podem te hipnotizar e ela nos enfraquece, não podemos beber do seu chá, por que nós queima por dentro. -Ele parou na janela olhando o horizonte, pensativo. -Merda ! Então foi por isso.
–Por isso, o que Damon ? -Pergunto me confusa depois dessa descoberta.
–Você toma verbena ?
–Não.
–Como não. Eu não consegui te hipnotizar.
–Perai você tentou ? - E me pôs em pensamentos se toda essa confusão que eu sentia dentro de mim era real ou se era só um dos truques do Damon. E em meus pensamentos, me lembrei sobre o que o Rob tinha me falado ao leito de morte.- O colar.- Toquei em meu colar deixando meus pensamentos não mas íntimos.
Ele voou em cima de mim e tocou no colar, deu um pulo pra trás gemendo.
–Agr !
–Damon ! Eu preciso ficar sozinha, eu preciso de um tempo pra mim mesma e se não se incomodar queria ficar aqui. -Falei me sentando a cama e vi ele iluminado pela luz do sol, eu nunca tinha reparado o quanto ele era bonito, o quanto seu corpo fazia curvas e o quanto seu braço era musculoso, seu cabelo negro, né possível que em todo esse tempo depois até dele me tirar a virgindade, eu só tinha reparado em seus belos olhos profundos e hipnotizantes. È, essa sou eu, ou era.
Ele fica pensativo por alguns minutos olhando pra mim, respeitei seu silêncio ele foi até mim, acariciou o meu rosto, fechei meus olhos por um momento e quando abri ele não estava mas na casa.