Dragões E Serpentes - Draco E Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 30
Tanto-tanto.


Notas iniciais do capítulo

*jurosolenementequenãovoufazernadadebom*

Hola chicas calienteees, cá estou eu, no dia do meu aniversário, postando - ou deixando programado pra postar - dois capítulos pra vocêêês



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Trinta)

Minha vida estava uma calmaria. E isso não é uma reclamação...

Tudo entre eu e Draco estava completamente certo, a faculdade estava indo maravilhosamente bem, mas ainda assim, eu continua esperando que a qualquer momento tudo fosse despencar. Eu acho que não estava acostumada a simplesmente ser feliz. E Draco me assustava.

Toda vez que eu sentia sua pele contra a minha, ou quando ele simplesmente olhava pra mim e eu olhava pra ele – com aquele sorriso imbecil no rosto.

– Meu deus, o que aconteceu? – Deirdre perguntou rindo – Finalmente foi atrás da Chefe de Enfermagem? – ela cutucou meu jaleco inundado de sangue.

Eu tinha acabado de sair da aula de anatomia. Tínhamos recebido um bloco de órgão frescos de porco e nossa função foi dissecá-los e individualizá-los. Recebemos Traqueia, esôfago, pulmões, coração e diafragma. Uma garota tinha vomitado, mas eu devo admitir, depois de duas horas debruçadas separando tudo e estudando as cavidades do coração do porco – que por sinal é quase igual ao nosso – o cheiro de açougue já estava revirando meu café da manhã no estômago. Até o fim da aula eu tinha, talvez, alguns respingos na manga do jaleco, tivemos que usar luvas, máscara e toca, e não tinha a menor razão para que alguém sujasse mais do que a ponta das mangas – Afinal, um bom cirurgião é aquele que menos faz bagunça.

Não tinha nenhuma razão, além de James e Lino.

No fim da aula, ao invés de descartar os órgãos os dois tiveram a brilhante idéia de jogar basquete com um pulmão esquerdo de porco.

“Pensa Rápido, Greengrass!”

Era obvio que eu não ia pensar rápido, eu era uma completa inútil para habilidades físicas. Então aquele pulmão fofo e rosado bateu com tudo no meu peito, me encharcando de sangue. Eu deveria ter feito James engolir aquele maldito pulmão. Mas no lugar disso apenas suspirei e fiquei feliz por ele não ter mirado no rosto. (No rosto não! Vai estragar o funeral!).

– Sim, é o sangue dela. Tenho que ir limpar antes que alguém perceba. – brinquei.

– Quer ajuda com isso? – Draco perguntou erguendo uma sobrancelha.

– Não. – respondi rindo – eu pretendo sair do quarto de novo ainda hoje.

– Que nojo. – Deirdre disse com jeito meio de patricinha e saiu de perto. Eu ri.

Eu comecei a ir rumo ao meu quarto, Draco andava comigo falando sobre a festa que eu tinha perdido na noite anterior, em que ele ganhara uma corrida de vassouras.

– Vassouras. Altura. Bebidas. Não tem como dar errado. – eu disse em tom de censura. – Mas que bom que ganhou.

– Você se preocupa demais.

Eu estava no pé da escada, ele tinha segurado meu braço e se encostado na parede. Na sua melhor pose casual. Um casual digno de ensaio pornográfico. Tudo que Draco fazia ultimamente me deixava com os nervos a flor da pele e fazia meus órgão se digladiarem dentro de mim. Como essa outra noite em que estávamos estudando, e ele cansado, apoiou a bochecha com a polpa da mão, ficando com a boca torta e os olhos quase fechados, os cabelos ridiculamente bagunçados – não um ridículo Edward Cullen, um ridículo Einstein mesmo.

Eu simplesmente pulei nele e quase quebrei o quarto todo. Meu cérebro estava nadando em hormônios.

– Hermione, não faça essa cara de Lobo Mau, ou eu vou te levar pro quarto agora mesmo. E lá se vão suas intenções de sair do quarto hoje.

Eu apenas ri.

– Eu não faço cara de Lobo Mau.

– Tá brincando? Você começa a olhar pra minha boca e dá uma mordidinha no lábio de baixo, como se eu fosse a chapeuzinho vermelho. Só falta salivar. – ele imitou minha expressão, mas provavelmente exageradamente, por que se eu fazia uma cara como a que Draco tinha demonstrado era uma cara de Possuída Demoníaca, não Lobo Mau.

– Certo. Vai indo pra lanchonete, vou tomar uma ducha e te encontro lá. – eu disse sorrindo subindo as escadas, deixando o loiro no pé da escada.

– Vou pegar Muffins pra você. – ele disse desencostando da parede, girei em meus calcanhares para observar o loiro ao pé da escada. O que foi um erro.

Aqueles olhos tão azuis, calmos há tanto tempo. Meus órgãos começaram a se digladiar e meu estômago se liquefez enquanto um sorriso imbecil montava acampamento no meu rosto. Corri até ele e joguei meus braços ao seu redor, estava um degrau acima de modo que meu rosto ficava apenas um pouco abaixo do seu.

– Você tem noção do quanto eu te amo? – eu disse passando a ponta dos dedos pelo seu pescoço, brincando com o cabelo em sua nuca.

Ele apenas sorriu. Esse era sem duvida o recorde de tempo que eu apenas recebia sorrisos sinceros. Nada de sorrisos ácidos e sarcásticos. Apenas aquele sorriso que transbordava até pelo olhar dele.

– Último aviso, Greengrass, eu vou te levar pro quarto. – ele então me beijou calmamente, enlaçando minha cintura.

E então, sem aviso ou possibilidade de mudar de idéia, dei as costas e saí correndo, praticamente saltitando rumo ao meu quarto.

*

Entrei no meu quarto e tudo que eu pensava era em como eu queria logo um banho para me livrar de todo aquele sangue de porco, ainda tinha um meu sorriso imbecil no rosto e pensava naqueles olhos tão lindos e serenos quando fechei a porta atrás de mim.

– Hermione. – aquela voz tão inesquecível e gélida se fez ouvir.

Tirei meu sorriso da cara imediatamente, escondendo-o como se esconde uma joia de um ladrão.

– O que diabos...? – eu comecei exaltada.

– Por favor – ele ergueu a voz e me interrompeu. – eu vim aqui como pai, não apenas do Draco, mas como seu também.

Aquilo me calou, e foi minha sorte que ele estivesse pedindo meu silêncio e não uma resposta, pois eu sabia que não seria capaz de formular uma frase pelos próximos minutos.

Lúcio Malfoy, depois de décadas, estava em pé, no meu quarto, clamando um direito de paternidade que ele tinha feito questão de renegar no dia em ele deixou que duas coisas bem claras: a marca da sua mão no meu rosto e que eu não passava de uma mascote inconveniente que jamais seria da família.

Ele me entregou uma revista e eu me obriguei a pegar. Queria muito sair correndo e chamar Draco para me defender, me esconder nos seus braços enquanto ele tirasse o pai dele de perto de mim. Não queria lidar com isso.

Na revista tinham algumas fotos minhas e de Draco, nada demais, e outras duas, lado a lado de Rony e de Krum. E, minúscula, uma outra foto, daquela mulher loira com óculos verde besouro e batom ridiculamente vermelho.

Skeeter.

Eu devia imaginar que ela se deliciaria com o meu relacionamento com Draco.

– Sério Lúcio? – eu abaixei a revista – você realmente acha que isso vai me fazer ficar longe do Draco?

Lúcio não se deixou intimidar pelo meu descaso, notei que ele avaliava meu jaleco rubro o que me deixou mais irritada ainda. Tirei o jaleco e joguei em cima da cadeira de Deirdre.

– Obviamente que não. – ele estava mais frio do que de costume. – não é apenas por isso que estou aqui. Abra na página 16.

A minha reportagem e a de Draco – duas páginas completas e mais uma com entrevistas de Rony e Krum, senti um arrepio só de imaginar o que aquela mulherzinha não teria distorcido as palavras dos dois – era na terceira página, de modo que eu estranhei ir procurar algo na décima sexta.

PURGAÇÃO: AÇÃO DOS JUSTICEIROS QUE VINGAM QUEM FOI ESQUECIDO PELA JUSTIÇA.

Olhei para Lúcio sem entender. O que aquilo tinha a ver comigo?

– Estão caçando ex-comensais. Os que não foram para Azkaban ou os que mudaram de lado por conveniência.

– Draco não mudou de lado por conveniência. – eu praticamente rugi.

– As famílias de quem ele matou não vê assim. – Lúcio disse frio. – e agora você é um alvo também, como traidora. Essa amizade de vocês não é boa.

– E qual sua sugestão? – eu disse rindo em escárnio – me esconder? Me mudar?

– Não. A Sugestão é você abandonar o Draco. Ficar com ele é egoísmo da sua parte, coloca ele em risco. Eu teria sugerido para ele se afastar de você, mas ele é egoísta demais pra isso. Eu sei que vocês não acreditam, mas eu não quero ver nenhum de vocês machucado. – ele falou aquilo, baixando um pouco a guarda, e eu senti a cólera manchar minha visão tamanha raiva.

– Vá pro inferno, Lúcio! Você deve ser louco de achar que depois de tudo que passamos eu vou abandonar ele. Eu não sou como você, se ele está em risco, eu vou proteger ele, de perto, não tendo uma visão doentia e distorcida que ele vai se sair melhor completamente sozinho sem ninguém do lado dele! – eu agora estava gritando.

– Você é tão egoísta quanto ele. Realmente são irmãos. – Lúcio disse tranquilamente retomando o ar de superioridade.

– Ah, não, pai... – eu disse sorrindo, feliz por ter algo na manga que certamente destruiria o seu dia. – Eu não sou mais a irmã, eu sou a namorada dele. – ergui a mão e mostrei-lhe o meu anel discreto com a pedrinha esmeralda, e observei enquanto o rosto de Lúcio se contorcia em amargor. Provavelmente ele tinha achado que todas as fofocas eram mentira, inclusive a de eu ser a nova namorada de Draco Malfoy. – Isso mesmo, pai, eu vou enterrar o nome dos Malfoy manchando de uma vez por todas a sua tão preciosa pureza sanguínea.

A boca dele abriu e fechou algumas vezes, e eu sabia que ele não conseguiria organizar as ideias sobre isso assim tão rápido. Então ele apenas se calou e saiu do quarto, o olhar meio perdido e o cenho franzido. Senti-me um pouco culpada e arrependida por falar sobre manchar o nome dos Malfoy, mas logo tirei isso da minha cabeça.

Observei a reportagem e suspirei. Eu tinha problemas maiores para resolver.

*

“Com 9 mortes confirmadas até o momento, não se sabe muito sobre os autores desses atentados. Há quem especule que tratam-se de familiares injustiçados, o ministro disse que não há motivo algum para pânico e que os Aurores estão providenciando proteção para os casos mais delicados e especiais. Embora os Aurores tenham tido sucesso ao resgatar Daphne Greengrass, filha de um dos mais notórios agentes duplos, Hugo Greengrass, o país está em alerta com a possibilidade de que esteja ocorrendo uma reorganização dos Comensais da Morte. Os Generais Potter e Weasley foram encarregados do caso, mas parece que suas habilidades ainda são as mesmas de quando eram apenas meros estudantes de Hogwarts, e sua ineficiência é gritante.”

– Harry, como você não me contou sobre isso! – eu devia estar vermelha, por que eu praticamente urrava. – Céus, Harry! Estão querendo a cabeça do meu pai em uma bandeja!

– Hermione, eu não podia! Eu não sabia que tinham ido atrás da Daphne.

– Você é o chefe do caso, como diabos você não sabia?!

– Eu estava seguindo um rastro, Mione, estava na merda da França! Eu voltei hoje! Você acha que eu não sei como você é completamente cercada por comensais da morte? Eu sei, e vai por mim, se realmente for uma organização de comensais, quem você acha que vai ser o primeiro a ser morto, hein, Hermione?!

– Os comensais estão se organizando? – eu balbuciei. – Mas, Harry...

– Eu sei. – ele me abraçou.

– O que eu vou fazer? Harry eles vão matar o Draco, o meu pai... Harry, eles vão ir atrás de toda minha família...

– Calma. – ele disse sério. Ele não tinha mais o aspecto de estudante. Ele agora usava as capas de couro dos aurores e tinha um corte decente, seus cabelos incrivelmente pretos quase não eram mais rebeldes. Ele tinha uma postura diferente e dava para notar que ele tinha ganhado músculos. Ele parecia adulto. Parecia que eu não precisava mais cuidar do menino assustados de olhos verdes, sempre com muita responsabilidade nas costas.

– Me diz o que fazer, Harry. – eu suspirei.

– Os Malfoy estão seguros, já temos homens na Mansão deles. Astória está segura em Hogwarts, já pedi para que Neville ficasse de olho nela, converse com a Daphne e peça para que ela volte para a casa dos seus pais, apenas até que tudo se resolva. Quanto a Draco... Bom...

– Se você sugerir que eu me afaste dele, Harry, eu vou te bater. Eu juro que eu vou. – eu disse séria.

Ele suspirou.

– Bom... Podemos colocar Lino de olho nele, e eu vou pedir pra que aurores sejam colocados na universidade. Mas Hermione, o campus é imenso. Não vou conseguir cobrir tudo.

– Eu vou ficar de olho nele. Bem de perto. – eu disse séria.

– Sobre isso... – Harry disse cuidadosamente – eu não vou pedir pra você se afastar, mas vocês precisam sair dos holofotes por um tempo.

Eu assenti e passei as mãos nos meus cabelos. Aquilo não podia estar acontecendo.

*

– Como assim sair dos holofotes? – Draco disse irritado. – você está terminando comigo?

– O que? Óbvio que não!

Ele estava sentado na cama dele, ainda usava as mesmas roupas que usara pela manhã, mal tinha tirado o Jaleco. Eu andei até ele e parei em sua frente, segurei seu rosto em minhas mãos, e mesmo com o olhar bravo, ele abraçou minhas pernas.

– É por que meu pai não nos aprovou?

– Não! Ele nem teve tempo de falar nada, eu te disse Draco. A propósito você ia ter gostado de ver o rosto dele quando eu contei... Draco, eu realmente estou preocupada. Você consegue ver como sua situação é delicada certo? Eu era amiga do Harry, você me namora agora. Se eles estão procurando traidores, você é o número um.

– Nem sabemos se são comensais mesmo... – Draco murmurou.

– Arrancaram a pele daquelas 9 pessoas, arrancaram as Marcas Negras. Draco, isso não é coisa de pai que não resolveu o Luto. Isso é coisa de comensal.

Ele suspirou longamente, seu polegar roçava levemente nas minhas costas sem que ele percebesse, eu sentei em seu colo, virada de frente pra ele e dei-lhe um longo selinho.

– Eu sei que você tem razão. – ele murmurou – mas não quero te esconder nunca mais, Hermione.

– Tem um lado bom nisso tudo. – eu sorri. Passava o polegar pela mandíbula dele, ao mesmo tempo que ele afagava minhas costas. – vou vir morar contigo, até tudo se acalmar.

– Mesmo? – ele abriu um sorriso.

– Não é como se metade das minhas roupas já não estivesse aqui. – eu dei de ombros.

– É melhor ir buscar o resto delas, antes que você mude de idéia. – Draco disse sorrindo.

– Tudo bem. – eu tentei me levantar, mas ele agarrou minha cintura e me deu aquele olhar de lobo mau irresistível.

– Não é como se a gente não tivesse tempo. – Draco me fez sentar em seu colo novamente, dessa vez agarrando minha bunda e com a voz já rouca.

– Sem querer te brochar Baby, mas tu ia ficar orgulhosa de mim, eu fui muito Badass quando contei pro seu pai. – eu ri, ele apenas estreitou os olhos. – ele disse algo tipo: “Você é egoísta como seu irmão” e eu disse: “Ah não, pai, eu não sou mais a irmã, eu sou a namorada dele, e eu vou levar pra lama sua reputação tão preciosa de puro sangue”. – assim que terminei de contar me arrependi, eu sabia que a questão do sangue um dia já foi argumento pra não ficar comigo.

Mas ao invés disso ele gargalhou. Ele se jogou pra trás deitado na cama e cobriu os olhos com o braço.

– Você disse isso? Duvido! – ele ainda ria.

– Não foram essas exatas palavras, mas foi exatamente esse conteúdo. – ele ainda rindo me puxou para deitar em cima dele.

– Eu te amo tanto. – ele diminuiu o riso – tanto.

Eu sorri.

– Também te amo tanto-tanto.

Ele me beijou daquele jeito profundo e sexy, que me fez descer um arrepio pelas minhas costas e explodir no meu baixo ventre, enquanto meus órgão se remexiam nervosos, em expectativa.

Mas então Draco se curvou novamente e voltou a rir, os lábios grudados nos meus.

– “Eu sou a namorada” – ele disse entre risadas. – por favor, quando for contar que estamos noivos e vamos casar, me chame para ver a reação, ou filme ela pra mim.

– Certo, não se esqueça de levar umas pipocas. – eu disse rindo dele, observando sua risada frouxa.

– Ah Chatonilda, Tanto, tanto! – ele repetia.


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Notas finais do capítulo

Que tal? sentiram que o pau vai comer agora né? OIUSDHAS
esse foi meu capítulo de Café da manhã pra vcs, o outro eu vou postar hj as 22:00