Stay Alive escrita por Giullia Lepiane


Capítulo 23
Partida - Distrito 9


Notas iniciais do capítulo

Hey! Lembram-se do Vestibulinho que eu tinha dito que ia fazer, alguns capítulos atrás? O resultado dele saiu ontem. Eu passei! Estou tão feliz! Mas agora, só mais duas semanas de férias...
Bem, espero que gostem do capítulo ^_^
P.S. Relembrando: Dinn - Representante do Nove.



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Soyalia Harvester & Cornelio Harvester

Os gêmeos Harvester pareceram razoavelmente tranquilos quando foram escoltados para o Edifício da Justiça. Mas quando lá chegaram e os pacificadores tentaram separá-los para poderem se despedir individualmente de seus parentes, armaram uma briga tão grande que, por fim, acabaram deixando-nos juntos numa mesma sala. Afinal, era por questões de privacidade que os tributos eram mantidos separados – se pesquisassem nas regras dos Jogos Vorazes e das formalidades que os antecediam, não tinha algo afirmando que as coisas deveriam ser daquela maneira.

Na sala, Cornelio logo parou para observar uma pintura de uma natureza-morta fixada em uma parede, e Soyalia foi até a janela, olhando o mundo exterior através do grosso vidro. O muro que cercava o prédio e os pacificadores bloqueavam a maior parte da visão, mas um pequeno trecho da praça ainda era visível à direita, e foi por lá que ela mais se interessou.

– Eles já estão vindo? – Perguntou Cornelio para ela. Seu tom parecia quase entediado.

– Já devem estar aqui. – Soyalia deu de ombros. – Provavelmente falando com os pacificadores ou com qualquer pessoa que vai conferir se eles não vieram para tentar fugir conosco.

– Como se precisássemos deles para fugir. – Ele retrucou. Na verdade, nenhum dos dois conseguiria fugir de qualquer maneira, mas se realmente fossem se empenhar naquilo, obteriam um melhor resultado sozinhos.

Eles esperaram um pouco, e assim que notaram vozes vindas do lado de fora da sala, encaminharam-se para o mesmo sofá, onde se sentaram um ao lado do outro. Em alguns instantes, a porta se abria para seus tios, com quem moravam desde a morte da mãe e o abandono do pai: Stakilla, Rootilla e Mustard.

Nada disseram enquanto as tias os abraçavam e o tio lhes cumprimentava – este era um anão, e os gêmeos não se abaixaram para que ele pudesse abraçá-los também. Para Cornelio e Soyalia, os familiares eram apenas figurantes, não realmente importantes para eles. Só se importavam um com o outro. E foi por causa disso que, depois de alguns “tomem cuidado!”, “amamos vocês!”, tia Rootilla começou:

– Cornelio. Soyalia. – Sua voz estava embargada, como se fosse chorar. Mesmo com a personalidade difícil dos gêmeos, nenhum dos três tios podia ignorar o fato de os criarem desde que eles tinham quatro anos. – Vocês sabem que mesmo que um de vocês porventura vença, o outro terá de morrer. Foi irresponsabilidade, Cornelio, você ter se oferecido pela...

– Nós somos um pacote fechado. – Ele cortou antes que ela pudesse terminar.

– Mas ainda são dois indivíduos distintos! Vocês têm só quinze anos e podem ainda não entender, mas...

– Nós entendemos as regras dos Jogos Vorazes muito bem, tia Rootilla. – Foi a vez de Soyalia cortar. Fosse o que fosse que ela queria dizer para os gêmeos com essa conversa, era algo que nenhum dos dois queria ouvir.

– Sim, Rootilla, pare. – Disse tio Mustard. – Creio que esses dois tenham algo em mente. Sempre tiveram. – Ele sempre fora o tio menos favorito de Soyalia e Cornelio, por ser o único que desconfiava dos joguinhos deles. Mas naquele momento, foi bom tê-lo indo em defesa deles.

– Todos nós sabemos do que pode acontecer! – Tia Stakilla engoliu em seco. – Ou melhor... vai acontecer. Mas estamos nos despedindo deles, então, por favor!

Aquilo convenceu tia Rootilla, e eles puderam continuar com a conversinha de amor e saudades até um pacificador ir anunciar o final do tempo de despedida. E os três se foram.

– Bem. – Disse Soyalia. Sua voz também estava entediada, o que deixou claro que a garota não ligava nem minimamente para o que mencionou a seguir: – Acho que ninguém mais vai vir, não é?

– Quem mais viria? – Cornelio deu de ombros. Todos no Distrito 9 obedeciam os gêmeos Harvester, mas ninguém gostava deles.

E os dois esperaram que os tirassem dali, pela primeira vez na vida deles ocultando um do outro um fato: ainda estavam pensando no que tia Rootilla dissera. E ao mesmo tempo, tiveram a ideia que também não compartilhariam: se os dois viessem a chegar à final dos Jogos Vorazes, se matariam, para deixar o irmão ganhar.

*********

Os flashes das câmeras dos fotógrafos da Capital estouravam nos rostos de Soyalia e Cornelio enquanto eles esperavam que alguém autorizasse a entrada neles no trem. Pacificadores tentavam mantê-los afastados, mas a situação estava ficando fora de controle.

– Cornelio! Soyalia! Deem um sorriso! – Alguém gritou. Eles não sorriram.

– Soyalia! Cornelio! O que vocês acham sobre os Jogos Vorazes? – Alguém perguntou. Eles não responderam.

Estavam com problemas com a autorização ou aquilo sempre demorava, mesmo? Os gêmeos estavam apáticos por fora, mas fora do sério por dentro.

– Mas que inferno. – Murmurou Soyalia, em determinado momento. Antes que Cornelio pudesse concordar, a mentora, que estava atrás deles, disse em um sussurro bravo:

– Fique quieta. Vocês não devem dizer nada antes que tenhamos discutido a estratégia de vocês para os Jogos.

– É? – Perguntou Soyalia.

– Entendemos. – Completou Cornelio, embora a mentora tenha evidentemente falado apenas com a garota.

– Desculpe. – Ela terminou.

A mentora ficou surpresa. Os gêmeos tinham um ar totalmente arrogante, e pareciam não se importar com ninguém à volta deles, então ela não esperava que fossem se desculpar por qualquer coisa. Mas de toda forma, as palavras deles soaram falsas. Ela estremeceu.

As portas do trem, então, se abriram, para eles e Dinn entrarem. Os fotógrafos, que pareciam tão inconvenientes mas que certamente eram contratados pela Capital para fazerem aquilo (de outra forma, como iriam chegar ao Nove?) ficaram para trás quando o trem partiu.

– Bem – Dinn sorria –, venham comigo, vocês dois. Vou levá-los aos quartos.

– Não se preocupe. – Falou Cornelio.

– Nós nos viramos. – Disse Soyalia.

– Queremos conhecer o trem. – O garoto assentiu, e os dois saíram andando, dando à equipe uma imensa impressão de que o que realmente queriam eram conversar sozinhos.

– São tributos bastante independentes! – Comentou Dinn para a mentora, quando os gêmeos se foram.

– Sim, são. – A mentora ainda parecia insegura em relação aos dois. – Mas por estranho que pareça, isso não está me parecendo uma coisa muito boa dessa vez.


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Notas finais do capítulo

Há alguns capítulos, recomendei nas notas uma fic de Harry Potter de uma amiga minha. Dessa vez, porém, quero recomendar a MINHA própria fic de Harry Potter rs. Para os leitores de Stay Alive que puderem ler esta história também, eu seria infinitamente grata. Segue-se o link:
http://fanfiction.com.br/historia/459044/Alem_do_Sangue/
Até o próximo capítulo!



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