Sangue Rebelde escrita por mrs montgomery


Capítulo 5
Convidados Indesejados


Notas iniciais do capítulo

Oioioi pessoinhas *--*

Bem, eu sei que prometi dia 7, mas ontem eu apaguei metade do capítulo e fiz tudo de novo, então não sei se ficou muito bom. E eu também estou escrevendo outra fic, que não tem nada a ver com Entre Lobos e Vampiros ou esta mesma, nem sobrenatural tem, e fiquei muito envolvida com ela. Eu tia inspiração para ela, e não para esta. Mas acho que esse cap ficou aceitável.

Boa leitura ;*



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Donna estava deitada em sua cama, encarando seu teto sem-graça com um sorriso abobado no rosto. As últimas palavras do garoto rodeavam sua cabeça e ela tentava não entender errado. Ele havia dito que não tinha medo do fogo. E ela havia dito que era mais perigosa do que o fogo. O que ele quis dizer com isso? E ainda tinha o possível casamento de Matthew confundindo sua cabeça. Tudo isso a deixava confusa, e dessa vez ela não tinha como fugir. Havia guardas na entrada da torre e guardas na parte de baixo do castelo para que ela não pulasse da varanda. Não tinha como ela sair dali.

Irritada com os acontecimentos do dia, se cobriu com as cobertas pretas e em vinho e tentou dormir. Mas só de lembrar-se do par de olhos verdes aquele sede doentia voltada a arder em sua garganta e ela teve que sentar. Mas o que estava acontecendo com ela? Ela nunca sentiu sede de sangue humano, só bebia deles por achar o gosto melhor. Mas sede... Nunca, apenas de animais.

O que estava acontecendo com ela afinal de contas?

Ela se deitou novamente na cama e tentou dormir, mas, quando fechou os olhos, a única coisa que lhe veio à mente foi cabelos negros e olhos verdes brilhantes. E sangue. Essas eram as únicas imagens que rondavam sua mente: poças e cachoeiras de sangue e o garoto dos olhos brilhantes.

A sede queimou novamente em sua garganta e ela teve que se levantar para beber alguma coisa. Afastou as cobertas e colocou os pés nas sapatilhas, indo até a porta. Pôs a mão na maçaneta e virou. Trancada. Os guardas deveriam ter trancado para que ela não saísse. Encostou o ouvido na porta. Escutou vozes. Os guardas ainda estavam lá. Afastou-se e foi até o armário, pegando sua capa e vestindo-a. Olhou de relance para a varanda. Eles com certeza estavam a vigiando por ali. Mas tinha um lugar que eles não tinham como pegá-la. Empurrou o guarda roupa para longe e tirou o lençol que cobria a parede atrás dele. Uma passagem foi revelada, e junto a ela uma escadaria que levaria até os calabouços.

Ela tinha como fugir.

Colocou a cabeça para dentro daquela escadaria para ver se era seguro. Havia tochas nas paredes e vozes vindas lá de baixo. Estavam a vigiando por ali também. Colocou o armário no lugar novamente e tirou a capa, jogando-a em um canto qualquer do quarto e se jogando na cama. Cobriu-se com as cobertas e tentou dormir. Em pouco tempo, o sono tomou conta de seu corpo e ela foi obrigada a fechar os olhos e descansar, fazendo o maior esforço para não sonhar com certo garoto de olhos verdes brilhantes e cabelos negros que caem nos olhos.


–♥-



– Emma, os Dias Trevosos chegaram. Prometa-me que será a mais perfeita possível. – Charlotte pediu a filha enquanto elas caminhavam pelos corredores do castelo até a sala de reuniões em uma das torres.


– Como assim, mãe? – Ela questionou intrigada. – Não entendi!





– Temos de mostrar para eles o quão comportados somos, e o quão superiores estamos.

– Mas eu nunca participo das Reuniões. É sempre Octavio que a acompanha, junto de papai e vovô.

– Emma, minha querida, esse ano as coisas serão diferentes.


– Como assim diferentes?

– Será aqui.

Emma parou de andar e fitou a mãe com confusão nos olhos.

– Como?! – Emma apertou a saia do vestido com as mãos compridas. – Não pode ser!

– Infelizmente é a verdade. – A voz de Charlotte estava tristonha. - Já adiamos muito, se adiarmos mais podemos ser eliminados.

– Não seria melhor assim? Seriamos independentes! Mandaríamos em tudo o que quisermos.

– Não é tão fácil assim, filha. Seríamos eliminados, o nosso território não irá existir mais, então...

– Ficaremos sujeitos a ataques... – Emma completou com a voz trêmula e baixa.

– Isso mesmo. Esse foi o trato feito há décadas. E para que nada aconteça conosco, todo o ano deverá ter as Reuniões para discutirmos sobre os problemas do reino, afinal, este mesmo é divido em três partes.

– Todos irão vir para cá?

– Apenas as famílias chefes.

– Você sabe que Donna não se controla quando tem humanos por perto...

– Será apenas dois dias, e a Reunião será à noite, com apenas os patriarcas.

– E onde o resto ficará?

– Nas torres vazias.

Emma suspirou. Aquilo era péssimo.

– Apenas dois dias? – Ela disse.

– Apenas dois dias.


–♥-



Donna se levantou com preguiça, esfregando os olhos e se espreguiçando enquanto caminhava até o banheiro. Seu sono não havia sido muito bom, embora não tivesse ocorrido nenhum sonho ou mesmo pesadelo. Ela apenas continuava com aquela sede horrível queimando em sua garganta. Era perturbador. E ela também estava com um pressentimento ruim, como se algo horrível estivesse para acontecer e ela não pudesse fazer nada.



Depois de fazer o que tinha que fazer no banheiro, foi decidir o que vestir. Ficou meia hora encarando o guarda roupa, até que pegou um vestido azul que batia nos pés e mais parecia de plebéia do que de Van Gould, mas era lindo mesmo assim. Simples. Ela odiava coisas emperiquitadas, como as que a mãe usava. Para os pés, pegou um par de botas de couro escuro e cano alto que eram de Kevin quando menor. Ele deu para ela em seu aniversário de dezesseis anos, e couberam perfeitamente. Desde então viraram o calçado preferido de Donna. Porém ela tinha de tomar cuidado para que sua mãe não visse, por isso as escondia no vestido longo.





Terminou de vestir tudo e se virou para seu espelho. Suspirou. Sua imagem não estava nítida, e, sim, embaçada como sempre. Ela não sabia direito como era; não costumava se olhar nos lagos ou coisa assim. Certa vez, seu avô lhe contou que os vampiros mais antigos não tinham como se ver no espelho. Usavam baldes de água para se olhar. E isso, segundo seu avô, só mudara quando um vampiro pedira a uma bruxa para que pudesse ter sua imagem nítida no espelho. A bruxa teria feito o feitiço, mas não teria saído como planejado e, a partir daquele vampiro, todos os reflexos ficariam assim. Ninguém sabia se isso realmente foi verdade, pois não acreditavam na existência de bruxas, mas era a única explicação para alguns vampiros terem a imagem embaçada e outros não terem reflexo algum.

Chegou mais perto. Ela só podia ver que tinha os cabelos negros e os olhos vermelhos, mas isso era o óbvio. Ela só sabia que tinha os cabelos ondulados por passar a mão nele, e também porque Matthew uma vez lhe disse que ela tinha cabelos mais ou menos encaracolados e extremamente negros.




Prendeu o cabelo em um rabo mal feito usando uma fita azul que mais parecia um lado, fazendo com que ela parecesse mais com uma empregada do que com uma da família. Talvez ela passasse despercebida e pudesse sair daquele quarto.


Pegou um pano e amarrou junto ao laço, de modo que seu rosto ficasse ocultado. Depois, pegou uma bandeja e colocou uma tigela vazia que estava na mesa de cabeceira e encostou o ouvido a porta. Havia sons. Os guardas ainda estavam ali. Chutou a porta algumas vezes para chamá-los a atenção.

– Cavalheiros, os senhores me deixaram trancada no quarto da senhorita Donna. – Ela disfarçou a voz. – Eu fui deixar o café e me trancaram aqui.

– É Brianna, filha da empregada Margareth. – Ela ouviu os guardas cochicharem. – Deixe-a a sair.

– Brianna, nós estamos abrindo. – O outro respondeu e logo a porta foi aberta. Donna flexionou os joelhos em agradecimento e saiu desfilando pelo corredor, a bandeja em uma das mãos enquanto a outra balançava levemente ao lado do corpo. Aqueles guardas eram muito bestas. Eles não perceberam que ela não havia entrado a noite ou a manhã.

Quando já havia descido a torre, Donna caminhou até um dos quartos vazios e tirou o pano, deixando a bandeja em cima de uma estante e se jogando na cama arrumada. O quarto era todo em cores claras, como marfim e verde, e tinha as mesmas coisas que seu quarto.

Cores claras, ela pensou, Para que um castelo gótico terá um quarto claro?

Havia um papel na cama. Ela o pegou nas mãos, sentando-se, e leu.

Harris

Seus olhos se arregalaram, suas mãos ficaram trêmulas e ela ficou mais pálida do que já era.

Era isso o que estava escrito no papel em cima da cama.

– Os Dias Trevosos... – Ela murmurou para si mesma e jogou o papel para longe, se levantando e saindo quarto afora.

Seus pais tinham que lhe explicar muitas coisas.


–♥-



Donna correu pelos corredores até a biblioteca, ignorando os empregados que chamavam sua atenção por estar fora do castigo. Suas botas de couro batiam no granito claro e ela tinha que suspender o vestido para que o vestido não a fizesse tropeçar. Chegou rápido a biblioteca e logo foi abrindo as duas grandes portas, adentrando o local. Seus pais estavam sentados na mesa conversando, e logo levantaram o olhar para a filha.

– Vocês não podem fazer isso! – Donna bradou enquanto colocava os punhos cerrados na mesa da biblioteca.

– Não use esse tom conosco, filha! – Ralhou sua mãe, levantando-se e fazendo gestos com as mãos.







– Donna, acalme-se! E porque não está no seu quarto, no castigo? – Seu pai repreendeu, levantando-se da cadeira onde estava sentado.

– Porque eu não quero! – Ela chutou uma cadeira que estava por perto, fazendo a mesma rodopiar até o outro lado da sala. – Vocês têm muita coisa que me explicar!


– Donna – Seu avô chamou e só ai Donna foi se acalmar. Ele estava sentado em uma cadeira na mesa de oito cadeiras lendo um livro velho, enquanto olhava para Donna. – Acalme-se, minha neta querida. Diga o que quer saber e eu te responderei.

– Pai! – Charlotte trincou os dentes. Seu pai sempre era muito bom com Donna, e ela não entendia isso.

– Anthony – Foi à vez de Benjamin chamá-lo, mas ele não atendeu aos pedidos.

– Donna, diga-me o que quer saber.

– Porque ninguém me avisou dos Dias Trevosos? – Ela perguntou pondo as mãos na cintura.

– Pensamos que ficaria em seu quarto, de castigo. – Anthony respondeu.

– Mas ela ficará. – Charlotte cruzou os braços. – Donna, vá direto para o seu quarto. Do contrário, te trancarei nos calabouços.

– Charlotte! – Anthony chamou a atenção da filha.

– E você sabe que eu faço o que prometo. – Ela completou. Donna sentiu um nó em sua garganta. Quis falar tudo o que sentia, mas sabia que ninguém a ouviria. Nem mesmo seu avô ou sua prima. – Você tem que parar de ser assim, ouviu? Está proibida de ser rebelde.

– Você pode me trancar no meu quarto o quanto quiser – Donna foi se aproximando da mãe. – Pode me trancar nos calabouços se quiser, pode me deixar anos sem poder sair de casa, mas não pode me proibir de ser quem eu sou.

– Foi uma ordem. Vá para o seu quarto! – Charlotte apontou para a porta.

– Se esqueceu que eu não obedeço a ordens de ninguém?

Donna recuou e as duas começaram a trocar olhares raivosos e vorazes, praticamente fuzilando uma a outra apenas pelo olhar. Benjamin e Anthony continuaram em silêncio, apenas observando as duas.

– Senhores... – Margareth chegou à porta, tremendo um pouco, visivelmente assustada. – Os convidados chegaram.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?

Nos vemos nos reviews =D