Sangue Rebelde escrita por mrs montgomery


Capítulo 13
Ambrose


Notas iniciais do capítulo

Oi, readers :)

Tenho que admitir que o número de comentários tem me desanimado bastante, mas, ainda tem os leitores que deixam comentários divos para mim, e isso me motiva. Sabe, os fantasminhas podiam pelo menos marcar presença, porque isso já ajudaria bastante ;*

Ah, eu já ia me esquecendo, quero agradecer a linda da Chris Oliveira pela diva recomendação, eu amei *---*

Boa leitura =D



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Evan se inclinou mais um pouco, agora as duas mãos na nuca de Donna, e foi nesse momento que ela se afastou bruscamente, tomando conta do que fizera. Beijei um humano, pensou. Seu coração se apertou quando Evan a fitou com surpresa.

– O que há de errado? – perguntou ele se aproximando. Ela foi recuando até encostar-se na parede.

– Nós – disse ela num fio de voz. – Evan, isso é errado.

– Eu não ligo. – Ele se aproximou mais.

– Vão nos matar.

Ele colocou os braços na parede cercando-a.

– Nós sabemos nos cuidar.

Ela saiu de sua jaula e foi para o centro do quarto; os pés fracos, as pernas trêmulas. Passou as mãos nervosas no cabelo.

– Nós dois sabemos que foi um equívoco. – disse ela. – Tomamos aquelas poções, e isso nos afetou.

– Não tem nada a ver com poções, Donna. – Seu olhar estava mirando o chão.

Certa vez, quando Emma ficou de coração partido por um garoto, Donna disse a Emma que não se importava com ela e seus problemas, quando na verdade só queria abraçar a irmã e consolá-la. Era realmente boa em esconder seus sentimentos. Essa mesma situação se repetia agora, quando não queria admitir a Evan que não fora um equívoco, que as poções não tiveram efeito algum, e que ela o teria beijado mesmo se ele não tivesse tomado iniciativa.

– Eu não teria feito isso novamente. – disse com o olhar mirando o chão. Era mentira. Sua maior mentira.

Agora ele olhava perplexo para ela. Você não sentiu nada?, queria perguntar. Nada saiu.

Donna sentiu o coração apertar. Desviou o olhar antes que chorasse. Vampiros não choram, a voz de sua mãe ecoou na sua cabeça.

Bem, eu ainda não sou totalmente uma vampira.

– Você ainda tem sentimentos – disse ele quebrando o silêncio. – Use-os.

– Só sinto medo – Ela estava com os olhos cor de vinho. – E, se quer saber, nem isso mais eu sinto.

Suas pernas tremeram e ela se sentiu tonta novamente. Droga, ela pensou. Não funcionou.

– Você não é assim – disse. – Tem que parar de fazer todos acharem que é um monstro.

As janelas longas foram abertas e o vento congelante entrou, balançando as cortinas azuis.

– Talvez seja assim que eu sou.

Ela tentou passar por ele em direção as janelas, mas Evan agarrou seus pulsos e a fez olhar em seus olhos. Não tinha a intenção de machucá-la, e nem queria mantê-la ali a força e parecer um maníaco.

– Quando vai admitir que por baixo dessa pedra que te cobre tem um coração que bate e que sente? – Donna tentou se soltar, mas Evan forçou o aperto. Havia um sorriso travesso em seus lábios. – Você tem consciência de que retribuiu o beijo?

Ela desviou o olhar e o focou na janela aberta. Suas pernas tremiam e sua visão estava ficando esquisita. Soltou-se do aperto de Evan e correu para a janela aberta.

– Donna! – ouviu Evan gritar.

Eu consigo essa.

Com esse pensamento, saltou em direção à visão enegrecida fora do castelo.

–♥-

Seus pés atingiram as folhas rachados no chão, quebrando-as. O frio estava insuportável, mesmo para ela, uma vampira. Donna ajeitou o vestido e tentou se apoiar em alguma coisa quando ficou tonta de novo. Sua visão estava ficando destorcida. Olhou para os lados para se certificar de que ninguém a percebera. Os arredores do castelo estavam desertos. Olhou para frente e começou a correr para casa, tentando não cair.

–♥-

Evan suspirou pesadamente enquanto afundava no amontoado de almofadas do tapete em frente à lareira. Não deveria ter deixado com que Donna fosse embora. E não conseguia acreditar que ela havia dito que não o beijaria novamente. De certo modo, ele sabia que era – pelo menos ele achava – em parte, mentira. Ela retribuíra o beijo. Entregara-se a ele.

As batidas na porta o tiraram de seus devaneios. Sua irmã entrou no quarto.

– Mas o que diabos aconteceu com você? – perguntou Katherine assustada.

– Isso? – Ele apontou para si mesmo. – Noturnos.

Katherine arregalou os olhos.

O que?

– Isso mesmo que você ouviu. – Ele se levantou e se sentou na beira da cama. – Eu estava voltando para casa e me pegaram.

Katherine colocou a mão na testa; estava trêmula. Seus olhos verdes estavam enormes agora, angustiados.

– E o que você estava fazendo na floresta à noite? – Ela segurou a barra do vestido chique e se sentou na cama, nervosa.

– Eu levei uma garota para ver o pôr do sol. – Ele sorriu com o próprio pensamento enquanto se recostava no travesseiro. O sorriso de Donna veio a sua mente.

– Você é doente, Evan. – Ela revirou os olhos. – Não pode levar uma garota para ver o pôr do sol no fim do mundo. Existem vampiros e lobos a solta, sabia?

– Claro que eu sei – retrucou. –, acontece que ela é incrivelmente corajosa, e não tem medo da floresta.

Katherine colocou um cacho castanho que escapara do coque atrás da orelha.

– Não deveria ter feito o que fez. Olhe para você.

– Dê-me um tempo, Katherine. O que importa é que ela está bem.

– Aposto saiu correndo e lhe deixou machucado. – Katherine arqueou as sobrancelhas em arrogância.

Evan resmungou alguma coisa e se levantou.

– Se quer saber, foi ela quem me ajudou. – A expressão de Evan estava dura. – Ela foi ali atrás de uns amigos dela e me achou. Eu estava quase morto. Ela me ajudou, e se feriu por minha causa.

Katherine parecia surpresa. Geralmente era Evan quem salvava as garotas.

– Nós pulamos do Abismo Maldito porque eles estavam atrás da gente. Depois, quando nos encontramos na praia. Ela estava péssima, e eu a trouxe para cá e cuidei dela.

Katherine estava de queixo caído.

– Então onde ela está? – Ela se levantou.

– Ela foi embora porque eu a beijei. – Evan passou a mão no cabelo e suspirou pesadamente.

– O que você está escondendo? – perguntou.

– Não estou escondendo nada – respondeu com a voz estava trêmula.

– Evan, você vê meu vestido? – Ela apontou para si mesma. Trajava um vestido de veludo verde suntuoso; um vestido de baile. – Há alguns minutos atrás, o baile começou. Todas as garotas daqui estavam no baile. Quem é essa garota?

Evan desviou o olhar por um tempo.

– Eu não posso te contar. – disse.

Ela se levantou e se direcionou a porta. Parou antes de abri-la. Ele mirou-a.

– Apenas não se esqueça de que não vale à pena brigar com Noturnos por ninguém. Nem mesmo por uma garota.

E saiu.

–♥-

Donna se apoiou na parede do castelo, as pernas tremendo tanto que quase não conseguiu andar. Entrou pelos fundos, como sempre fazia, e foi andando pela cozinha. Barulhos estranhos a fizeram andar ainda mais devagar e espiar o corredor. Arregalou os olhos enquanto tentava se equilibrar. Era Benjamin, beijando uma mulher que não era Charlotte.

– Margareth – ela sussurrou, mas som algum saiu.

Sentiu repulsa daquilo. A raiva lhe consumiu. Sabia que seu pai era um completo crápula, e não entendia porque estava tão surpresa por ele trair sua mãe. Já era esperado. E por mais que sua mãe fosse cruel quase sempre, ela conseguiu sentir ainda mais ódio do pai.

Correu para o quarto, as pernas fortes devido à raiva. Ninguém a viu. E ela também não viu ninguém. Era tarde, provavelmente todos eles estariam trancados em seus quartos tentando dormir, como humanos, Donna constatou.

Nem todos.

Quase arrombou a porta com tamanha força que usou para abri-la. Trancou-a com as mãos trêmulas. Olhou para as próprias roupas, rasgadas e cobertas de sangue seco. Andou até o baú nos pés da cama e pegou um vestido chique, do tipo que sua mãe a aconselhava vestir. Era realmente lindo, tinha que admitir. A blusa, com mangas torcidas que deixavam os ombros à mostra, era de um marrom escuro que dava a impressão de ser couro. A saia era de um marfim opaco, e nem muito rodada.

Preparou o próprio banho e mergulhou na banheira.

Margareth está ocupada demais para preparar meu banho.

As palavras soavam como veneno até na própria mente.

Lavou os cabelos, desfazendo os pequenos nós com os dedos, e se permitiu ficar ali até cansar, e só então saiu. Depois de vestir-se, penteou o cabelo na penteadeira, e como de costume, foi olhar-se no espelho, esperando ver a imagem embaçada e quase invisível de si.

Mas não foi isso que viu.

Piscou os olhos, ainda não acreditando.

Seu reflexo... Estava perfeitamente nítido.

Piscou os olhos, não acreditando no que via. Sua imagem estava nítida. O rosto fino e angular, sobrancelhas grossas na medida certa e de aparência arqueada, lábios carnudos e avermelhados – seria a quantidade absurda de sangue por semana? – nariz delicado e empinado... A água não lhe dava toda essa nitidez. O vestido destacava sua cintura fina, e cobria as botas.

Por mais que estivesse admirando, aquilo não era normal. Vampiros não deveriam aparecer em espelhos. Eram poucos os que tinham a imagem embaçada. Alguns não tinham nada.

Um nome capaz de ajudá-la surgiu em sua mente.

Sem pensar duas vezes, desceu os degraus da torre de dois em dois.

–♥-

– Donna – chamou-lhe Charlotte, vindo da biblioteca, quando Donna estava terminando de descer as escadas. Ela parecia preocupada, as mãos trêmulas e esbranquiçadas segurando fortemente o vestido.

– Mãe? – Dessa vez, ela foi até a mãe. Charlotte não estava arrogante nem cruel, como estava quase sempre.

– Donna, você precisa me escutar, pelo menos dessa vez – Ela segurou a filha pelos pulsos. – Não são dias bons, ataques vêm acontecendo diariamente e ninguém descobriu o porquê, nem de quem partiu.

– Tem certeza de que é só isso? Você parece preocupada.

A mão franziu o cenho.

– Escute, aconteça o que acontecer, saiba que eu te amo. – E abraçou forte a filha. Donna retribuiu o abraço.

– Eu também te amo, mãe. – disse. – Mas tem certeza de que é só isso?

Charlotte abriu a boca para dizer alguma coisa, mas fechou-a logo em seguida. Suspirou, então conduziu a filha até a sala de estar. Sentaram-se no sofá de veludo.

– Sabe por que sua avó está morta, assim como outras pessoas de minha família?

Donna balançou a cabeça.

– Quando tinha sua idade, me envolvi com um lobisomem – Donna arregalou os olhos. – Ele era tão perfeito, sem nenhum defeito. Eu fiquei cega. Mataram quase toda minha família. Até hoje não sei quem foi, nem a mando de quem. – Ela suspirou. – Íamos fugir, mas ele me abandonou na floresta, sem nada. Fugiu com meu dinheiro. Eu ainda era uma Van Gould, mas estava acabada. Arruinei o nome da família. Então, meu pai arranjou um casamento para mim, com o intuito de limpar nossa imagem. Casei-me com seu pai, e tive Octavio, depois, vieram você e Emma. Você deu mais problema do que eu imaginei.

– Mãe...

– Quero de entenda que foi por isso que sempre quis te proteger. Não quero te ver de coração partido. Muito menos morta. Porque comigo foi assim.

Charlotte se levantou e empertigou a coluna. Donna a seguiu.

– Não posso te impedir, mas posso te aconselhar, eu acho. – Ela suspirou. – Apenas tome cuidado.

Donna abraçou fortemente a mãe e saiu em direção à noite fria.

–♥-

Devia ser em torno de meia-noite quando ela avistou a casa de Ambrose. Uma cabana no meio da floresta, bem mais aparente do que a casa da árvore. Era feita de madeira, e o telhado estava caindo aos pedaços, com uma chaminé soltando fumaça. A única janela visível estava coberta por uma cortina internamente. Ela bateu na porta, o capuz ainda levantando.

Quando a porta se abriu, uma garota ruiva com cabelo cacheado e roupas de plebéia apareceu, com a mesma aparência de dois anos atrás.

– Ambrose? – disse Donna. – Se lembra de mim? Donna Van Gould, amiga do Matt. Matthew Wolff.

O nome acendeu algo nos olhos da garota ruiva, que deu passagem a Donna.

– Ah, claro. Entre, então.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews?

;*

PS:Sobre Entre Lobos e Vampiros, o que vocês gostariam de ver na continuação?