Acordei de ponta cabeça em uma árvore. Sai de lá e olhei para o céu, estava de dia, provavelmente umas três da tarde, e estava nublado, mas quente, como o clima brasileiro. Cara, onde eu tô?

Sai de perto da árvore dei uma volta, estava em uma floresta. Maravilha. Sai andando em busca de ajuda, fui andando até achar uma espécie de lago com ondas e uma coisa no meio, um tanto quanto estranha e ... Puta que pariu, eu to nos Jogos Vorazes.

...

Fiquei sentada na areia, sem saber exatamente o que fazer. Bem, eu posso morrer? Tipo, morrer de verdade? Eu nem sei se estou aqui de verdade, mentira, eu sei que é verdade, os meus sonhos não seriam tão precisos nem durariam tanto tempo, mas eu quero mesmo é me enganar. Olha como eu sou boa, me enganando sabendo que eu estou me enganando, sou uma farsa. Eu to muito tempo sozinha, isso sim, o que me faz pensar coisas absurdas e sem nenhum sentido, mas pra mim tem.

Vejo alguém se movimentando e me preparo para correr, me escondo entre uns arbustos e espero a pessoa passar. A pessoa é Finnick. Caralho cara, ele é muito lindo, ainda mais de verdade. Fiquei lá babando até que ele sai, e eu volto a sentar na areia. Logo sinto uma lâmina no meu pescoço e gelo. Talvez seja a hora de morrer e fecho os olhos, minha vida passa toda em minha mente por um minuto, penso em Draco, Lee, Nico, Percy, Annabeth, Mione, Harry, em todos os amigos (ou mais que isso) que eu fiz nesse curto espaço de tempo mas já significam muito pra mim. Espero, mas a morte não vem. Olho pra frente e Finnick está me olhando com uma cara que fica entre dúvida e espanto.

–Quem é você? Que roupas são essas? Da onde você é? O que você ta fazendo aqui? Você é um bestante? - ele me levanta pela blusa e começa a fazer milhares de perguntas.

–Sou Alice, tenho 15 anos, venho... De um lugar meio, bem longe de Panem e não faço a mínima ideia de como vim parar aqui.

–Cassete menina, eu ia te matar agora, o que a capital fez te mandando aqui?- disse perguntando mais pra si mesmo.

–Não, não, na verdade eu nunca fui pra capital.... Eu to meio que viajando pra alguns lugares que eu quis... hã... conhecer, não se assuste, mas é como se fosse magia e...

–Eu sabia, você foi telessequestrada, só pode! Vem, vamos, eu vou cuidar de você, até pelo menos a gente ir para o ... – hesitou em falar distrito 13, balançou a cabeça e foi me guiando pela mata com uma mão nas minhas costas. Andamos pelo o que pareceu horas, me contou como ele foi sorteado na colheita, como odiou, até me falou sobre a Annie, por que eu não sei.

–Gente, temos visita- Finnick me anunciou. Katniss já estava mirando a flecha em minha direção, Johanna com machado nas costas e Peeta escondido atrás de uma árvore. – Calma pessoas, ela é do bem. – disse e resumiu a minha história.

–Ta, tanto faz- disse Katniss e foi falar com o Peeta, ela parece cansada. Johanna me encarou, olhou pra câmera e começou a xingar o Snow, como ele poderia fazer uma coisa dessa com uma menina da minha idade, me mandar pra cá mesmo sendo contra as regras, enfim, fez a festa.

–Fica tranquila, ela é assim mesmo – disse Finn no meu ouvido me fazendo rir, Johanna estava quase se jogando sobre a câmera.

–Ta tranquilo – disse sentando em um tronco.

–Deve estar sendo difícil pra você – disse mais referindo-se a si mesmo do que a mim.

–Demais, mas fica tranquilo, pode me deixar aqui, fico escondia e pá, não quero ser morta, ainda mais quando não estou nem participando- disse arrancando uma gargalhada daquele poço de sedução.

–Ok, você não vai me atrapalhar não, ainda mais agora que a Mags... – ficou quieto e seus olhos se encheram de lagrimas, me senti mal por ele.

–Eu sei, eu sei- disse abraçando-o de uma forma estranha, já que estava do seu lado.

...

Dois dias se passaram, minha luta pela sobrevivência era constante. Agora tenho uma espada, que graças aos deuses sei manusear (Santo Acampamento Meio-Sangue) e conseguia pelo menos me defender. Essas pessoas são mortíferas, vem pra cima de mim nem sabendo quem eu sou, mas Finnick ta me ajudando, me protegendo como se fosse sua filha, e isso está sendo bom pra mim, ele ta sendo um pai (GAAAAAAAAATO demais) que eu nunca tive.

A maioria do grupo inimigo já morreu e eles estavam com aquele plano, de sair do campo, mas que Beetee dizia que era só pra matar os tributos na areia. Aham, sei bem. Disse pra Katniss ficar com o Peeta, porque estava sentindo que alguma coisa ruim ia acontecer, não queria que ela passasse pelo o que eu li no livro, não mesmo.

Fiquei com Finnick todo o tempo, ele matava e morria por mim, acho que ele ta tentando substituir a Mags em mim, será que quando eu estiver prestes a morrer poderei beijá-lo? Fui indo, até que no final, a Katniss largou o Peeta mesmo e foi com a Johanna, eu avisei, eu avisei. Já sabendo o que ia acontecer (por ter lido o livro e pelo Finn ter me contado), estava escondida onde o povo do distrito 13 nos socorreria.

Finn e eu fomos os primeiros a entrar. Haymitch ergueu uma sobrancelha mas não disse nada.

–Gente, essa menina apareceu nos jogos do nada, ela não é tributa eu ajudei-a, e qualquer um que se meter com ela vai se ver comigo- disse Finn me abraçando paternalmente.

–Ok Odair, ela é de sua conta e risco- disse HayHay virando-se pra ver Katniss. A sua situação não estava nada bonita.

–Obrigada Finn, você salvou minha vida- disse abraçando ele, estava muito agradecida.

–Magina pequena, você salvou a minha.

Gale passou pela sala de comando, dava pra ver que estava chorando. Olhou-me como se pudesse ver a minha alma e deu um sorrisinho. Finn ficou bravo, como um pai vendo um menino olhando para sua filha, e me abraçou mais. É, estamos indo para o Distrito 13.