Por Susana

Assim que chegamos à entrada do castelo já avistamos Pedro prestes a sair, provavelmente ele iria atrás de nós, descemos de nossos cavalos e ele fez o mesmo.

- Posso saber onde vocês estavam? – Indagou autoritário.

- Na praia Pedro. – Respondi.

- Até essa hora? Já estamos nos preparando pra jantar Susana!

- Olha Pedro... – Começou Caspian.

- Não se meta! Eu quero ter uma conversa séria com você, mas agora meu assunto é com ela!

- Pedro, eu não tenho mais quinze anos pra você ficar espantando meus namorados. Eu já tenho meus dezoito anos!

- Eu não tenho nada contra você namorar o Caspian, agora, se deem ao respeito! Vocês saíram daqui às três da tarde e voltam na hora do jantar! O que você quer Susana?!

- Que você pare de se intrometer tanto na minha vida! – Disse e entrei.

Por Caspian

Tive que ficar assistindo Pedro dar uma lição de moral na Susana depois de uma tarde maravilhosa, eu entendo que ele se preocupe com ela, mas não precisa exagerar, não fizemos nada de mais. Assim que ela entrou e fui fazer o mesmo, mas Pedro segurou meu braço.

- Onde você pensa que vai?

Ótimo, chegou a minha vez de receber uma lição de moral do Rei Magnífico.

- Pedro, eu não fiz nada de mais com a sua irmã.

- Vocês sumiram por quatro horas Caspian, tem noção de quanto tempo é? Quatro horas! O que as pessoas vão pensar?

- Que fomos passear.

- Não se faça de inocente! Olhe, eu não tenho nada contra você namorar minha irmã, mas se quer sair com ela faça isso a luz do dia!

- Mas estava de dia.

- É mesmo? Por que então que quando eu olho pro céu vejo a luz da lua e das estrelas, por que será? – Perguntou debochado. – Espere, espere, não precisa responder! Ahh é porque está de noite Caspian! – Disse e entrou no castelo pisando duro.

Ele praticamente gritou a parte “é porque está de noite” no meu ouvido, mas quer saber um motivo pra comemorar? Eu saí vivo do primeiro sermão do meu futuro e ciumento cunhado.

Por Susana

Eu estava caminhando pela floresta com Lúcia, só nós duas, ontem, depois do jantar Pedro deu o braço a torcer e veio falar comigo, nós pedimos desculpas um ao outro, eu por ter sido tão incompreensiva com sua preocupação, eu sei que ele quer o melhor pra mim, e ele por ter se metido demais na minha vida, prometeu-me que tentaria agir mais como irmão e não como pai, Caspian também se acertou com ele e graças a Aslan estava tudo bem.

- Acha que nosso povo vai ficar muito apavorado quando descobrir que Jadis voltou Susana?

- Sim, mas nós precisamos contar. Ao contrario como vamos consegui homens para lutar ao nosso lado? Aposto como Jadis e Lilliandil já devem está formando um exército.

- Mas que narniano em sã consciência iria lutar ao lado de Jadis depois de tudo o que ela fez?

- Os telmarinos também não foram bons pra Nárnia enquanto governavam, Jadis pode ter escravizado nosso povo, mas os telmarinos quiseram extinguir todos eles, ela pode estar usando isso contra nós.

- Não importa o que ela esteja usando, eu tenho fé que vamos vencer. A mesma fé que tenho em Aslan.

- Vamos sim Lúcia, vamos conseguir!

- Então Susana... Como foi a tarde com o Caspian ontem?! – Perguntou um pouco tímida, mas com um sorriso maroto.

- Isso é pergunta que você faça a sua irmã mais velha?! – Fingi indignação.

- Haha, você tinha quer ver como o Pedro ficou quando o sol começou a se pôr, ele tava desesperado!

- Pedro cuida de nós como se fosse o papai Lúcia, mas nós já nos estendemos e eu fico feliz que ele se importe comigo.

- Você trouxe a trompa ou o arco e as flechas?

- Não, por quê?

- Bom, estamos com o pé na guerra então alguém pode nos atacar, só por segurança eu trouxe meu punhal.

- Por que entrou nesse assunto tão de repente Lúcia? Ninguém vai nos atacar aqui, nem estamos tão longe assim do castelo, que ideia.

- Não, é só precaução, não se lembra de que quando lutamos contra os telmarinos eles nos espionavam?

- Jadis não se arriscaria tanto, mesmo que ela mande alguém por ela esse é o nosso território.

Lúcia e eu entramos numa conversa um pouco tensa, mas um gemido atraiu nossa atenção, saímos correndo para ver o que era, eu cheguei à frente e vi uma mulher loira, alta, com olhos azuis sentada no chão e chorando, logo quis ajudá-la.

- O que há com você? Está perdida?

- Espere Susana! Não se aproxime dela!

Quando virei para Lúcia recebi um golpe por trás e fiquei meio tonta, a última coisa de que me lembro foi de ter visto Lúcia ser capturada também. Depois eu acordei em uma masmorra feita de gelo e a mesma mulher loira entrou e se dirigiu a mim

- Não devia honrar tanto assim o seu título, Rainha Gentil. – Disse com um sorriso nos lábios.