Por Lilliandil

- Mandou me chamar Jadis? – Perguntei entrando na sala onde ficava seu trono.

Desde que trouxe Jadis de volta estamos instaladas em seu antigo palácio até conseguir juntar um número significante de narnianos que são contra Aslan, eles ainda guardam rancor, pois Jadis dominou seu povo por cem anos sendo uma rainha muito cruel, mas nós temos um trunfo: um telmarino governando, é fácil manipula-los assim já que os telmarinos quiseram exterminar os narnianos, alimentávamos o ódio deles contra o povo de Telmar e os convencíamos a lutar contra Caspian.

- Quando vai aprender a me tratar com o devido respeito Lilliandil? – Arrogante como sempre.

- Você é quem me deve Jadis, se não fosse por mim, pelo meu sangue você nem estaria aqui! Quer que eu te chame de majestade? Eu te chamarei... Quando destruirmos a vida de Caspian eu terei minha vingança e você terá seu reino de volta.

- Eu é que tenho que te lembrar de que sem mim você não é nada! Você pode ter me trazido de volta, mas EU sou muito mais poderosa que você que... Nem poder tem não é estrelinha? Não passa disso, de uma estrelinha! Uma estrelinha que foi rejeitada por um homem carente, que não via a amada há três anos. Quem você acha que é superior?

- O que você... O que vossa majestade quer? – Indaguei entre dentes.

- Lhe comunicar que os Pevensie estão de volta... Todos eles, o seu desafeto está em Nárnia Lilliandil, ela nos pode ser tão importante...

- Susana Pevensie... O que pretende fazer com ela?

- Usa-la de isca, não deu certo com o Edmundo da última vez, mas Caspian a ama, mesmo que Aslan o mande ficar e esperar o nosso novo rei não vai se conter, e assim acabará por atrair todos até aqui. Nós os matamos e eu retomo o comando de Nárnia.

- Faça o que quiser de Nárnia, eu só quero uma coisa... Matar Susana Pevensie.

Por Susana

Caspian me tomou nos braços e girou comigo pelo ar, eu estava tão feliz, finalmente poderia viver o nosso amor.

- Você pode ter certeza de que no mundo não existe homem mais feliz do que eu Susana. – Afirmou ofegante.

- Você também Caspian. Te amo, te amo, te amo! – Avancei em Caspian e o beijei, dessa vez com urgência.

- Fiquei muito feliz quando soube que você voltaria. – Disse assim que nos separamos.

- Eu também, desde que Lúcia sonhou com o Aslan eu não tenho paz ansiosa pra voltar, pra te ver.

- Foram os três anos mais difíceis da minha vida Susana, mas agora você está aqui.

- E eu não vou embora nunca mais!

Sem dúvida aquele era o momento mais feliz da minha vida, mas eu sabia que Caspian me escondia algo e eu queria logo saber o que era.

- Caspian, sem querer estragar, mas o que você e Aslan estão escondendo?

- Como assim?

- Eu vi o jeito como ele olhou pra você enquanto nos explicava o motivo de termos voltado, quando eu perguntei os motivos de Lilliandil.

- Você percebeu não é? – Apenas assenti. – Bem, eu não contei nada pra ninguém, mas parece que Aslan sabe de tudo. Lilliandil, ela quer se vingar de mim.

- Por quê? O que de tão grave você a fez para ela trazer Jadis de volta.

- É complicado Susana, mas Lilliandil me prometeu que mataria você.

- O que? Mas eu nem a conheço, o que ela tem contra mim?

- Eu só não...

- Você só não... – O encorajei a continuar.

- Namorei com a Lilliandil por sua causa, quando ela perguntou o motivo eu fui sincero e ela me jurou vingança e prometeu te matar.

- Nossa.

Por Caspian

Eu não contei toda a verdade pra Susana, omiti a parte da Lilliandil no Peregrino da Alvorada de madrugada, não queria de jeito nenhum estragar a nossa primeira tarde juntos.

- Susana, não se preocupe com isso, não vamos estragar nossa primeira tarde com um assunto que não vale a pena.

- Você tem razão, não tem importância agora. Eu tenho fé que vamos vencer e tudo vai ficar bem.

- Vai sim.

 Tomei Susana em meus braços e a carreguei até o mar, brincamos na água e assim ficamos até os últimos raios de sol.

- Melhor voltarmos para o castelo, ele pode até gostar de você, mas se demorarmos mais um pouco Pedro virá atrás de nós com a espada em punho, acredite.

- Você tem razão, vamos então minha Rainha Gentil?

- Gosto quando me chama assim. – Disse com um sorriso singelo nos lábios.

- De Rainha Gentil?

- Não, de sua. – Respondeu se aproximando de mim e me beijando.

Assim montamos em nossos cavalos e voltamos ao palácio encerrando a melhor tarde da minha vida.