Scenes Of Our Lives escrita por EvansPotter


Capítulo 8
Entre amigos


Notas iniciais do capítulo

O que eu estou fazendo aqui de novo?
Bom... LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!!



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P.O.V. Lily

- Ele só tem três meses, James.

- E daí? Não vamos dar whisky de fogo para ele!

- James, eu não sei...

James veio com a brilhante ideia de sair essa noite. Não é como se tivesse um bruxo das trevas atrás de nós.

- Vamos, Lils! É Dia das Bruxas!

- É. Aposto que Voldemort tira uma folguinha hoje. – Eu disse revirando os olhos.

- É só uma volta pelo povoado, Lily. Vai ficar tudo bem.

Sei que a possibilidade de algo acontecer se sairmos hoje é muito pequena, mas ainda assim existe uma possibilidade.

- Mas e se...

- Lils, Voldemort não vai estar escondido na esquina nos esperando.

James estava sentado no sofá, com aquela cara de coitado, segurando Harry nos braços enquanto dava mamadeira para ele.

- Eu também queria sair um pouco, James, é só que...

- Então vamos!

Hesitei por um momento. Quem sabe fosse bom para o Harry sair para algum lugar que não fosse o quintal. Talvez fosse bom para nós três.

- Tudo bem, James. – Ele abriu um grande sorriso, parecia uma criança a quem prometeram uma caixa de sapos de chocolate. – Mas não vamos demorar muito!

- Não tem problema! – James se levantou, pôs a mamadeira na mesinha de centro e me entregou Harry. – Vou lá no quarto dele pegar o carrinho.

- Não! Não precisa! Eu levo ele no colo.

Uma imagem de Voldemort vindo atrás de nós enquanto tentávamos fugir com um carrinho se formou na minha mente. Melhor leva-lo no colo mesmo.

Saímos de casa dez minutos depois. Já estava anoitecendo e as crianças começavam a sair agitadíssimas das casas, todas fantasiadas carregando sacolinhas enfeitadas que esperavam encher de doces. Lembrei de quando eu e Petunia fazíamos a mesma coisa. Séculos atrás.

James estava quase tão alegre quanto as crianças, andava sorridente carregando Harry encostado em seu peito e virado para a rua. Eu me agarrava ao braço livre dele, ansiosa e apreensiva.

- Relaxa, Lily. – Ele disse beijando o alto da minha cabeça. – Está tudo bem.

Um menino com cerca de doze anos de idade estava sentado na calçada consolando um outro com não mais de quatro anos que chorava. Pereciam ser irmãos.

- Ei! Tudo bem ai? – James disse se aproximando dos meninos.

- Ele perdeu a sacola de doces dele. – O mais velho respondeu levantando a cabeça para olhar James.

O moreno se abaixou tentando ficar na altura dos garotos. Harry olhava hipnotizado para as cores fortes na roupa de super-herói do menino mais novo, diretamente a sua frente. Fiquei observando sorrindo a cena um pouco mais atrás deles.

- Ei, não precisa chorar. Qual seu nome?

- Harry. – O menininho respondeu.

James abriu aquele sorriso torto característico dele.

- Bom, Harry, não chora não, ok? Toma aqui. – Ele tirou uma grande barra de chocolate do bolso das vestes e entregou ao menininho Harry, que parou de chorar.

- Obrigado! – Ele disse sorrindo encantado com a estranha embalagem do chocolate, com a vozinha ainda meio embargada.

James bagunçou os cabelos do menino e sorriu ainda mais.

- Toma um para você também. – Disse e tirou mais uma barra de chocolate da Dedosdemel e deu ao outro irmão, que aceitou sorrindo.

- Desde quando você anda com quilos de chocolate? Está parecendo até o Remus. E, principalmente, desde quando distribui doces na rua? – Perguntei quando ele se juntou a mim.

- Sou um homem de muitos segredos, Lily. – Disse sorrindo e me beijou. Harry agarrou meus cabelos. – Eu disse que ele gosta de cabelos ruivos! – James riu.

- Igual você!

- Pois é! Estou te avisando, Lils, ele vai casar com uma ruiva!

Revirei os olhos sorrindo. Continuamos andando pelas ruas, eu bem mais relaxada. Cada vez mais crianças saiam correndo das casas, rindo e fazendo bastante barulho. A cada dia tenho mais certeza de que este é um ótimo lugar para o Harry crescer.

Passaram-se mais de duas horas até que voltamos para casa, onde um Sirius e um Remus estavam na porta com cara de preocupados.

- Onde é que vocês estavam? – Sirius perguntou vindo até nós.

- Merlin, Pads! – James exclamou. – Tudo isso é amor?

- Achamos que pudesse ter acontecido alguma coisa. – Remus disse.

- É. E se tivesse acontecido alguma coisa com meu afilhado aqui eu matava vocês dois! – Sirius pegou Harry do colo de James e o levantou no alto. Não sei qual dos dois, Sirius ou James, é mais bobo com o Harry.

- Só fomos dar uma volta. – Eu disse abrindo a porta.

- E Lily Evans concordou mesmo com isso? – Remus disse sorrindo.

- Nah... – James interferiu. – Essa tal Lily Evans é uma chata, mas a Lily Potter concordou.

- Não se esqueça de que foi com Lily Evans que você passou tantos anos em Hogwarts.

- É. Mas eu sempre a encarei como Lily Potter.

- Açúcar demais, vou acabar vomitando. – Sirius disse se largando no sofá com Harry.

- O que é que vocês estão fazendo aqui mesmo? – Me virei para eles rindo.

- O que? Não podemos mais passar o Dia das Bruxas na casa dos nossos amigos? Você já foi mais legal, Lily Potter. – Sirius disse.

- E o Wormtail? Onde está? – James perguntou.

- Não sei. Mandamos uma coruja dizendo que viríamos para cá, mas ele não respondeu. Acho que está em alguma missão pela Ordem, apesar de não ter nem ouvido falar que Dumbledore deu uma missão para ele. Vai ver ele não gosta mais de vocês. – Remus disse vindo da cozinha com uma garrafa de cerveja amanteigada na mão.

- Impossível não gostar de nós, Remus.

- É, Moony! Todo mundo gosta da gente. Tirando é claro Comensais da Morte e o Voldemort.

Nós passamos grande parte da noite na cozinha preparando alguma coisa para comer enquanto conversávamos, lembrando de várias situações vividas em Hogwarts, rindo da maior parte delas.

- Espero que o Harry descubra todas as passagens secretas de Hogwarts.

- É, James, tudo que eu quero é meu filho fugindo da escola o tempo inteiro.

- Eu também! É bem mais divertido do que passar todas as noites no salão comunal.

- Não dá para discordar, Prongs. – Sirius disse.

- Eu não sei em que merda estava pensando quando achei que você seria um bom padrinho. – Falei jogando um pedaço de batata nele.

Sirius levantou uma xicara de farinha e antes que pudesse fazer qualquer movimento gritei:

- Nem se atreva a sujar minha cozinha, Black!

- Se eu fosse você obedeceria, Black. Outro dia ela quase me matou por que derrubei a panela de ovos mexidos no chão.

- E se não quiser dormir no sofá é bom não derrubar outra vez.

- Você não pode me colocar para dormir no sofá, ruiva. – Sirius disse com um sorriso de deboche, ainda segurando a xicara de farinha na mão.

- Posse te matar, Black.

- Não. Se você deixou esse idiota vivo você não se atreveria a me matar.

- Só não matei o James por conveniência.

- Sei.

- Vou te dar o poder da escolha, Sirius. – Disse rindo. – Ou você larga essa xicara ou te dou mais duas opções: te mato ou garanto que nenhuma das suas “namoradas” se divirta mais com você. – Completei segurando uma faca.

- Venceu, Lily. – Ele riu e colocou a xicara em cima da mesa outra vez.

Quando começamos a jantar Harry já estava dormindo tranquilo no carrinho ao meu lado, apesar de toda a conversa alta e risadas.

- Então... quantos anos acham que o Dumbledore têm? – Remus perguntou do nada pouco depois de eu ter levado Harry até o quarto dele.

- O que?

- Estava pensando nisso esses dias. Eu não tenho a mínima ideia e vocês?

- Ah... por que você estava pensando nisso, Moony. – James perguntou risonho.

- Não sei, estava entediado.

- E quando você está entediado fica pensando no Dumbledore? – Sirius disse franzindo a testa. – Cara, preciso te apresentar umas amigas minhas.

- Não é isso. Só estava pensando em quantos anos ele têm. – Remus disse rindo um pouco. – Ele é bem velho, não é?

- Por Merlin, Remus quanta carência! Pode vir passar um tempo com a gente quando se sentir assim.

- Aposto em cento em cinquenta e um. – James disse depois de um tempo olhando para o nada.

- Você também está carente, Prongs? – Sirius disse. – Ruiva, você tem que parar de botar ele para dormir no sofá. Não está fazendo bem.

- Tenho que concordar! – Falei rindo.

- Mas Moony tem razão! Quantos anos será que Dumbledore tem?

- Por que estamos discutindo isso? Até onde lembro, há cinco minutos estávamos falando do dia que vocês quatro soltaram uma bomba de bosta no salão comunal!

- Acho que devíamos fazer um bolão para ver quem acerta quantos anos ele tem!

- Isso!

- Vocês dois realmente precisam de sexo! Lily nós já vamos embora, dê um jeito no Prongs! E eu vou apresentar umas amigas para o Moony.

Já estava quase amanhecendo quando Remus e Sirius foram embora. A cozinha uma bagunça, todas as garrafas de cerveja amanteigada acabadas, e, principalmente, todos nós muito mais alegres e leves.

Nada como uma ótima noite rindo e conversando com os amigos para varrer a mente das maiores preocupações, nem que seja só por um tempo. Acho que numa guerra como essa, em que vivemos confinados e escondidos, esquecer um pouco das preocupações é o que nos mantem sãos. Bom, sãos nunca vamos ser, mas pelo menos normais do nosso jeito.

- Sabe, James, acho que devíamos fazer a mesma coisa no Dia das Bruxas do ano que vem.

- Também acho. Lils. Mas não tenha esperança de que eles vão demorar um ano para voltar. Eles me amam. – O moreno disse sorrindo.

- Merda, já estava criando esperanças.

James me abraçou pelas costas quando fui até a mesa pegar os pratos.

- Se me lembro bem, Lily – Falou baixinho na minha orelha. – Pads te disse para dar um jeito em mim quando eles saíssem.

- E desde quando eu obedeço o que o Sirius fala? – Disse já me virando para beijá-lo.

- Não sei, mas é uma boa hora para começar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado gente. Tentei escrever cenas alegres para homenagear as pessoas que deram as suas próprias vidas pelo filho e que por causa disso, indiretamente acabaram salvando a vida de muito mais pessoas também.
Hoje faz 32 anos desde que essa pequena família foi completamente destruída, desmoronada. Faz 32 anos desde que Lily e James deixaram o filho tão pequeno. 32 anos desde que Sirius perdeu o melhor amigo. 32 anos desde que Lupin se viu completamente sozinho. Todos eles merecem uma homenagem por isso, por tudo o que passaram.
Além de querer homenagear a família Potter nesse dia, eu tentei mostrar cada coisa que se perdeu naquele dia. Cada risada, cada história que ninguém mais será capaz de lembrar, cada plano ou desejo de algo para o futuro. Por que essa é a mais simples e triste verdade: muitas coisas valiosas foram perdidas naquele 31 de outubro de 1981.
Voldemort acabou com muita coisa nessa data. E hoje é dia de prestar as devidas homenagens a esses verdadeiros heróis e mártires dessa guerra. Hoje é o Potterday. Ergam suas varinhas, potterheads, em memoria dessa data triste e extremamente importante para a grande viagem que foi a vida de Harry.
Esse capítulo foi minha homenagem a James e Lily Potter.
E não se esqueçam também: há 32 anos começou a história que une tão fortemente todos os potterheads.



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