Chegamos lá no shopping e adivinhem? Quem disse que estava SUPERLOTADO acertou! Eu e a Grazi andamos pacas e compramos muitas, MUITAS coisas meio que desnecessárias, tipo: Faixas com a sigla DAC, camisetas, um short, maquiagens, coisas de menina, sapatos, muitos sapatos e por fim fomos comer.

Já era umas 14hrs e eu estava morta de fome, a Grazi reclamava o tempo inteiro que as costas estavam doendo e que eu precisava me controlar, afinal o show era amanha e eu não queria estar com as costas doendo, né não?

- E ai Thalia, comprou tudo? – Grazi me perguntou sentando em uma das mesas desocupadas

- Hm, vamos ver: Camisetas? Ok. Shorts? Ok. Make? Ok. Faixas? Ok. Sapatos e tênis? Ok... É parece que sim! – eu respondi sorrindo

- Tá, então agora a gente já pode comer, né? – ela perguntou com uma cara de esperançosa

- Sim Grazi, nós já podemos comer agora! –risos- Ei, ei, ei! Aquele garoto me parece bem familiar, não acha? – eu estava olhando para uma das mesas que nos rondava e tinha um garoto que eu sabia que tinha visto ele em algum lugar

- Que garoto? Ah, Thalia, você já está ate ficando grog de fome, vamos logo! – Grazi disse me puxando, mas meus olhos ainda estavam cravados naquele garoto! – Então o que vai querer? – Grazi perguntou

- Um cheeseburguer, suco de laranja sem gelo, please, batata pequena e uma torta de maça. – respondi

- Tá, beleza. – E ela continuou falando com a atendente, mas eu ainda estava naquela do garoto... Sei lá, mas acho que estou ficando doida! O garoto estava de boné, óculos escuros, tipo hello! Quem usa óculos de sol no shopping? – Aqui, fia! – ela me entregou a bandeja e fomos sentar

Enquanto nós estávamos caminhando, senti um negócio gelado em mim. Droga, minha camiseta super diwa do Capitão América acaba de ser suja por um idiota que não olha por onde anda!

- Ai meu Deus! Desculpe, desculpe, eu não te via ai, de verdade! – o garoto de boné! – Olha se quiser eu te pago outro suco ou outra camiseta ou sei lá, mas me desculpe.

- Não, tudo bem! Não tem problema, eu tenho outra camiseta na sacola, não precisa se preocupar...

- Tudo bem, então tchau e me desculpe. – e o cara saiu todo apressado, mas deixou cair alguma coisa

- Ei! Ei, você deixou cair isso! Ei garoto do suco, espera!! – mas ele já tinha ido. Abaixei-me e peguei o que tinha caído: uma palheta! Mas quem traria uma palheta pro shopping? É ele é mesmo estranho.

- Thalia, vem logo! – Graziella gritava que nem uma doida no meio da praça de alimentação

- Tô indo, calma! – Guardei o objeto no bolso da calça e fui até a mesa

- Eita, parou no tempo foi? – Grazi perguntou assim que eu sentei

- Encontrei aquele garoto estranho, porque ele derrubou suco em mim e deixou cair isso... – mostrei a palheta pra ela – E ai ele saiu apressado e dizendo “desculpa”!

- Caramba, isso tá ficando cada vez mais estranho... É pelo menos você achou ele e falou com ele, né? – Graziela e seus pensamentos maliciosos

- Shut up, cenoura! Come logo isso ai, porque eu quero ir embora logo. – eu disse fazendo-a rir

- Tudo bem, desculpa tia! – e comeu o lanche

Depois que terminamos de comer, fomos a algumas outras lojas que estavam em liquidação, compramos outras coisas desnecessárias e fomos à procura de um taxi disponível. Encontramos, entramos, falamos o endereço da minha casa e ele nos levou até lá. Depois pagamos e entramos no prédio.

- Thalia! – Ah, era o porteiro, Pedro, ele tinha uns 19 anos e era amigo do meu irmão. Na verdade ele era meio que um “aprendiz de porteiro”, mas sei lá, ele não era chato.

- Oi Pedro! – respondi com um sorriso

- Chegaram umas cartas, você pode levar?

- Ah, claro! Muito obrigada! – peguei as cartas e chispei dali, a Graziella doidona já tinha subido. Nem me esperou aquela cenoura estranha!

Esperei pacientemente o elevador descer, eu estava cansada pra caramba e precisava subir o mais rápido possível. Até que enfim o elevador desceu e eu entrei, dei de cara com minha vizinha, Rebeca, ela era legal, mas tinha uns 10 anos.

- Oi Thalia, como vai? – educada né? Se fosse eu nem falava.

- Oi Beck! Tô bem e você?

- Também! Seu irmão tá la em cima? – ela tem uma quedinha pelo meu irmão, mesmo ele sendo 9 anos mais velho do que ela e eu não sei o que ela ve naquele ogro disfarçado de humano

- Tá sim, se quiser pode subir, ele vai adorar te ver! – é, eu amo irritar aquela peste MUAHAHAHA. Só a deixei subir, porque ele não gosta dela e eu amo irritar ele. Mau eu, né?

- AI MEU DEUS! E-e-eu vou lá depois, obrigado Thalia! – e saiu saltitando pelo corredor

Quando entrei em casa, Grazi estava no sofá, Henrique estava dormindo, meus pais não haviam chegado ainda e Lolli, minha labrador, estava deitada ao lado de Grazi.

- E ai tia, nem espera, é assim bagunçado? – eu disse me sentando

- Claro! Não vou ficar pagando de vela pra vocês dois, Thalia e Pedro, além disso, eu estou mais do que cansada, tá? – ela me disse e eu, você já sabe, fiquei com aquela cara de “seria-barra-frustrada” que nunca da certo

- Vela nada, eu não tenho nada com o Pedro! Fui só pegar as cartas, nem vem...

- Tá, sabemos... – e calou-se

- E ai garotas! – avesh, a peste acordou. – Como foram as compras?

- Foram legais e super, super, super cansativas. – Grazi disse depois de cumprimentar o Henrique

- E, Thata, - ah, pelo amor de Deus! – comprou o que eu te pedi? – eita, esqueci! Rçrç

- Vish, esqueci! Desculpa amanhã eu compro. – é que o Henrique me ligou e pediu pra comprar uma camiseta lá não me lembro do que e eu me esqueci desse detalhe.

- Tá, mas não esquece de novo! – e saiu

- Ai amiga, eu já estou indo tá? Amanha a gente se vê de novo. – Grazi disse se levantando, pegou as sacolas, se despediu e saiu.

Mais uma vez estou sozinha aqui, então só me resta descansar né? Tomei banho, vesti um short, uma camiseta limpa, lavei o cabelo e deitei na cama. Mas antes disso, peguei a palheta de dentro do bolso e fiquei admirando. Quem era aquele garoto? E por que eu tenho a impressão de conhecê-lo? Foi com esses pensamentos que adormeci.