Revenge II escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 73
Capítulo LXXIII




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Os dias estavam passando lentamente para os guardiões da Academia Seiyo. Depois de ter resolvido todo o problema com os batsu-tamas, o tempo passou de maneira tranquila, e eles só tinham assuntos burocráticos para resolver. Vez ou outra alguma coisa acontecia com os Charas da cidade, e eles se revezavam entre si para cuidar do problema. Com dois guardiões honorários a mais, além de Matthew e Kukkai, que apesar de não serem membros do comitê oficialmente estavam sempre por perto, era fácil lidar com qualquer eventualidade.

Muita coisa havia mudado naquelas 3 semanas que se passaram. Utau já não aparecia mais tanto, voltando a se dedicar aos seus shows e outros trabalhos, e Ikuto havia voltado a fazer o que quer que ele fazia no seu tempo livre. A cantora havia oferecido um lugar para Miguel morar, já que ela vivia sozinha há tempos, e adorava a companhia do garoto, os dois concordaram que parecia uma ótima ideia dividir um apartamento. Ela estava sempre viajando, porém, e era quase como morar sozinho, na verdade. Por isso, Miguel estava sempre escapando para a casa de Kukkai, para jogar video game ou garantir o jantar. A mãe de Kukkai parecia sofrer com a ideia de que o português pudesse estar passando fome. Apesar de tudo, Matt fez questão de destacar o quanto adoraria estar no lugar da garota, e que no futuro, se esforçaria para dar um jeito de conseguir um lugar apenas para eles dois.

Aliás, Matt e Miguel estavam lentamente avançando em seu reinício de namoro. Eles foram a alguns encontros juntos, chegaram até ao ponto de andar de mãos dadas, e agora o ex-vilão passava o tempo todo na companhia dos amigos dele. Aos poucos eles foram esquecendo dos acontecimentos passados, e na maior parte do tempo era fácil tratar Matt da mesma maneira que sempre consideraram Shunsuke, até descobrir a verdade: como um amigo. Embora isso não impedisse Yaya, Kukkai ou qualquer outro de soltar algumas piadinhas sobre isso pelo ar, de vez em quando.

Já Anna, ao voltar da sua viagem para casa depois de alguns dias, trouxera consigo uma das governantas da sua antiga casa, que praticamente a criara desde que era um bebê, e era a criada mais apegada a ela. Ela se chamava Eleonor, e havia insistido muito para que os pais de Anna deixassem que ela viesse morar com a mesma no Japão, para que pudesse cuidar dela. Foi um alívio para Tadase, afinal, ele não conseguia imaginar que Anna morasse sozinha. Só de pensar nos possíveis acidentes, ele sentia calafrios. Eleonor era muito amorosa, mas bastante rígida - estava sempre de olho nos avanços do garoto, e ele sentia que ela estava o tempo todo com seus olhos de águia focados nele. De qualquer forma, Anna e Eleonor estavam vivendo em um apartamento arranjado pela embaixada Inglesa no Japão, e a garota estava se esforçando ao máximo para avançar em seus estudos e algum dia trazer orgulho e ser útil ao seu país.

O Royal Garden estava sempre cheio de gente, com as conversas animadas, e os usuais chá e bolos no final da tarde, porém, apesar de tanta alegria por ter Anna e Miguel ainda no país, e por eles terem se ajustado tão bem, ainda havia certa tristeza no ar. Stéffanie e Giovanni faziam falta. Às vezes, Anna encontrava alguma coisa nova na livraria, na seção de BL, e queria ir correndo para mostrar para Stéffanie, apenas para lembrar que ela não estava mais ali. Yaya começava a brincar demais durante alguma reunião, e esperava a qualquer segundo ouvir os gritos e xingamentos com o sotaque espanhol, parando no mesmo segundo ao lembrar que isso não seria possível. Ou Tadase descia para tomar café da manhã pensando em contar para Giovanni sobre o sonho que tivera, e lembrava que ele já tinha ido embora.

E se para os amigos já era difícil, para duas pessoas em especial, era ainda pior. Nagihiko muitas vezes chegava na aula atrasado, com olheiras pesadas e sem nem arrumar o cabelo direito, e todos sabiam sem precisar perguntar que ele havia passado outra madrugada acordado, conversando com Stéffanie pelo Skype, porque era simplesmente impossível encontrar um horário em que os dois estivessem disponíveis, por causa do fuso; Rima já não fazia mais tantas piadas quanto antes, e embora ela sempre tivesse sido do tipo silenciosa na maior parte do tempo, era evidente que a sua falta de reação às coisas ao redor tinha outro motivo.

Superar a falta que os dois guardiões ausentes fazia era mais difícil do que parecia inicialmente. Porém, eles não podiam se permitir fraquejar, e continuavam ali, cumprindo com suas funções da melhor maneira possível.

Em um desses fim de tarde típicos no Royal Garden, em que Tadase já havia acabado a reunião daquela tarde, já que não tinha realmente muito o que discutir, mas todos pareciam não ter a menor vontade de voltar para casa por enquanto, então, eles apenas ficaram por ali. Nagihiko havia trazido alguns petiscos e Anna trouxera de casa uma amostra do legítimo chá inglês para seus amigos experimentarem. Matt estava sentado em um dos degraus, jogando em um console de mão, com Kukkai ao seu lado assistindo e comentando a cada segundo animadamente. Todos estavam distraídos com atividades diferentes, até que uma visita inesperada se anunciou, sobressaltando a todos.

—  Boa tarde, meus queridos guardiões.

Quando o grupo olhou na direção da voz, viram Tsukasa, se aproximando a passos silenciosos da mesa onde eles estavam reunidos. Todos pararam imediatamente o que faziam, encarando-o assustados. Ele havia aparecido absolutamente do nada no meio do Royal Garden. Por onde ele entrou?

— Olá, Tsukasa-san. - Tadase foi o primeiro a se recuperar do susto, provavelmente por estar mais acostumado, e dirigiu-se à frente para falar com seu tio.

— Fico feliz de ver que estão todos bem, depois de tantas adversidades enfrentadas. - Tsukasa sorriu calmamente, olhando para cada um dos jovens presentes. Matt sentiu-se terrivelmente deslocado quando o olhar focou em si, mas o sorriso de Tsukasa manteve-se para ele também. - Lewis-san, Gonçalves-kun, é bom ter vocês ainda conosco.

—  Thank you, Mr. Tsukasa. - Anna sorriu, curvando-se levemente em resposta, da forma ocidental com a qual foi ensinada.

— Nós também estamos muito felizes por termos permanecido. - Miguel complementou, sincero.

O olhar de Tsukasa vagou mais uma vez entre todos os estudantes.

—  Sei que muitos de vocês não ficaram tão felizes com a partida dos seus amigos - ele não precisou disfarçar ao fitar Nagihiko e Rima - mas espero que entendam que a vida é um eterno ciclo de encontros e desencontros. Nem sempre as pessoas que queremos permanecem no nosso convívio, mas essas mudanças são também necessárias para o crescimento de cada um...

—  Mas a Onee-chan e o Piko não podiam ficar?? - Yaya protestou, parecendo prestes a se debulhar em lágrimas com as palavras do Diretor. - Se a Anna-tan e o Micchan conseguiram, por quê eles não podem também? Eles podiam continuar o intercâmbio!

—  Os assuntos a respeito da permanência dos estudantes em intercâmbio diz respeito às famílias de cada um, Yuiki-san. - Tsukasa respondeu, tranquilamente - Os pais de Agostinni-kun e Blanca-san teriam que concordar para que o intercâmbio deles fosse estendido, mas não obtivemos nenhuma resposta neste sentido de qualquer uma das famílias, então acredito que isso não seja possível em um futuro próximo. Porém, não percam as esperanças dessa forma. Seus amigos sempre serão seus amigos, mesmo distantes, e o sentimento que existe conectando cada um de vocês nunca se extinguirá, mesmo que vocês não estejam próximos fisicamente. E também, não é como se vocês nunca mais os verão.

—  Mas vai demorar. - Yaya cruzou os braços, fazendo biquinho, como a criança mimada que era. - A Yaya quer ver todo mundo junto de novo!

— Apenas tenha paciência. Às vezes, desejos profundos só se tornam reais quando você para de ansiar tanto por eles. Talvez, se você se deixar distrair por outros assuntos, o tempo passe mas rápido até o dia em que vocês possam estar todos reunidos novamente.

—  Então… Tsukasa-san está dizendo que há alguma chance de que eles retornem? - Nagihiko indagou, contendo-se, embora todos pudessem notar o tom esperançoso de sua voz.

Tsukasa sorriu enigmaticamente

—  Eu não disse isso. Vim apenas para parabenizá-los pelo bom trabalho em recuperar os batsu-tamas sequestrados e impedir o esquema que se construía, e que certamente, causaria inúmeros danos, irreparáveis, às nossas crianças. E recepcionar o novo amigo de vocês, afinal… - ele sorriu diretamente para Matt dessa vez, e ele sentiu seu rosto afoguear. Levantou-se do degrau onde ainda estava sentado, e se aproximou de Miguel, quase escondendo-se atrás dele, enquanto seu olhar vagava pelo chão, inseguro. Matt não sabia lidar muito bem com figuras de autoridade, e se sentia envergonhado por tudo o que fizera.

—  E-eu me arrependo das coisas erradas que fiz… s..senhor. - ele murmurou, pouco à vontade. Miguel sorriu, esperando que ele continuasse. - Mas não completamente… porque se eu não tivesse me unido à Yamabuki, eu também não teria conhecido o Miguel… e  todos os outros, claro! - ele se apressou em incluir, nervoso, ignorando a risadinha escondida que o português deixou escapar.

—  Bem, tudo na vida tem um propósito, e tenho certeza de que os seus erros o guiaram para um caminho muito melhor, Matthew. Espero que esteja feliz, agora.

Matt sorriu, entrelaçando os seus dedos nos de Miguel, sem pensar duas vezes. Naquele momento, ergueu os olhos, com uma certeza fazendo-os brilhar ainda mais claramente.

—  Eu estou sim. Muito feliz. - ele afirmou. - E acho que minha mãe estaria também, se pudesse me ver hoje.

—  Tenho certeza de que ela pode. - Tsukasa assegurou. Voltou a olhar para os outros, com aquela expressão indecifrável que não falhava em deixar todos ao redor apreensivos. - Acredito que chegamos enfim ao final desta longa jornada. Afinal, tudo está bem quando acaba bem, não é?

—  Acho… acho que sim? - Tadase nunca sabia o que responder quando seu tio entrava no modo filosófico.

—  E se não está tudo bem, é porque ainda não chegou o final… - ele pronunciou mais para si mesmo, repousando o dedo indicador no queixo, como se tivesse esquecido da presença dos jovens ao seu redor.

—  Como?

Ele nunca chegou a responder, e antes que qualquer um deles pudesse dizer mais alguma coisa, sorriu, encerrando o assunto tão bruscamente quanto o iniciou, e deu as costas aos seus estudantes, calmamente. Antes que eles conseguissem processar o que havia ocorrido ali, ele já havia sumido.



~



Mais uma manhã, nublada e longa, se estendia diante de Nagihiko. Hoje o dia estava particularmente tedioso, e ele mal havia chegado na escola e já sentia que seria difícil de aguentar. Não havia conseguido conversar com Stéffanie na noite anterior, e ela não respondeu as mensagens que ele havia enviado naquela manhã. Talvez ele tivesse irritado ela com alguma coisa da última vez, algo que nem ele próprio teria como perceber, e estava recebendo tratamento de silêncio por isso. Não seria a primeira vez.

Porém, mesmo sabendo disso, ele não conseguia deixar o sentimento de inquietude de lado, e enquanto caminhava em direção à entrada da escola, pensava no que poderia fazer para a garota voltar a falar com ele. Argh, era difícil lidar com a personalidade complicada da sua namorada virtualmente, quando não podia simplesmente irritar ela até que ela resolvesse falar o que estava a incomodando (aos gritos). Era mais complexo do que isso, quando ele podia facilmente ser ignorado, da forma que estava sendo naquele momento.

Ele notou que havia alguma comoção ao seu redor, pessoas comentando algo em conjunto, garotas rindo e falando todas ao mesmo tempo, e aquela sensação incômoda de que as pessoas estão todas olhando para você. Não é como se ele já não estivesse acostumado com isso, mas não deixava de ser inoportuno. E ele não estava realmente com humor para lidar com isso agora, então, tentou apenas ignorar.

Seguiu diretamente para a sua sala de aula, e não hesitou em ocupar o seu lugar próximo à janela. Lugar este que sempre havia sido seu, afinal, mas que Stéffanie havia feito questão de usurpar durante o período em que estudara ali, porque gostava de ficar olhando pela janela. Ele deixou uma risada um tanto quanto melancólica escapar, enquanto esquadrinhava o pátio com o olhar, sem muito interesse, lembrando do quanto Stéffanie era mandona, irritante e cabeça-dura. E ele sentia tanta falta dela agora…

— Será que você pode dar o fora daí? Es mi lugar, después de todo. (É o meu lugar, afinal.)

A voz, ligeiramente rouca e absolutamente rude, não deixava margem para dúvidas. Nagihiko virou o rosto tão rapidamente que as mechas do seu cabelo atrapalharam sua visão, antes que ele pudesse erguer a cabeça e enxergar propriamente a figura que se estendia diante de si, de braços cruzados, o pé batendo impacientemente no chão, e o sorriso mais irritantemente adorável que ele já tivera o prazer de testemunhar.

—  Stéffanie… - ele não hesitou em levantar, aproximando-se da garota. Ela parecia real demais para ser apenas um sonho ou um devaneio dele. Até mesmo sua expressão ligeiramente irritada, o sorriso presunçoso, e os olhos, tão brilhantes… Não, ele nunca conseguiria imaginar algo tão detalhado assim.

Sem hesitar, e sabendo que isso só serviria para deixar sua namorada embaraçada e irritada com ele, Nagihiko avançou os passos que os separavam, e a tomou em um abraço, necessário e muito esperado. Ela ficou alguns segundos sem reagir, enquanto os poucos alunos que estavam presentes na sala de aula naquele momento comemoravam e torciam pelo casal (que já era famoso na escola, pelas discussões memoráveis), e Nagihiko já estava esperando ser empurrado para longe ou chutado pela janela, quando, contra todas as probabilidades, ela retribuiu o abraço, escondendo o rosto em seu ombro com um longo e cansado suspiro.

—  É bom que usted tenha sentido minha falta! - ela reclamou, e ele a apertou ainda mais em seus braços.

—  Claro que senti. - ele sorriu - Foi difícil me acostumar a passar os dias sem ninguém gritando comigo ou me batendo, sabe…

—  Idiota. - ela murmurou, a voz abafada, mas ele conseguiu ouvir o sorriso que a acompanhava, discreto.

—  Mas… você voltou mesmo?! - ele indagou, afastando-a pelos ombros para olhar novamente seu rosto, como se duvidasse que pudesse realmente estar ali de vez. A pergunta era retórica, afinal, ela estava mesmo ali, inclusive, usando o uniforme da escola. Não importa de que ângulo ele observasse, estava longe de parecer apenas uma visita. - Mas o Tsukasa-san disse… e você falou que… como isso aconteceu? - ele enfim perguntou, exasperado.

Stéffanie jogou os cabelos sobre os ombros, e se acomodou no lugar da janela onde antes Nagihiko sentava, obrigando-o a voltar a ocupar a cadeira logo ao lado.

—  É mais simples do que parece. - ela começou a falar, parecendo muito calma, embora um tom de rubro tenha surgido em sua face. - Logo que voltei para a España, descobri que meu lugar entre os guardiões havia sido ocupado por uma aluna nova durante minha ausência. Não que isso importe para mim, de qualquer forma, mas eu acabei com muito tempo livre e…

—  E sentia falta daqui, não é? - Nagihiko completou a sentença que ele sabia que Stéffanie era teimosa demais para admitir. Ela bufou, mas não negou a afirmação.

—  De cualquier forma, eu pensei em usar esse tempo para escrever meu livro, mas… a inspiração simplesmente não vinha; então eu fui conversar com mi hermana, e ela me contou que havia um programa de Missionários da Igreja que viajavam para várias partes do mundo trabalhando, e que ela poderia participar. Ela queria muito ir, sabe, mas ela disse que só iria se eu aceitasse ir junto com ela. E acontece que o lugar para onde ela escolheu ir era o Japão!

—  Ela… planejou isso tudo para trazer você de volta?

—  Ela disse que não, que foi pura coincidência, mas eu aposto que ela já estava planejando isso muito antes de eu voltar para a España, porque não tinha como ela ter se inscrito nesse programa e os papéis e documentos necessários saírem tão rápido. - ela franziu os olhos, suspeita. - Pero… é isso. Nós estamos morando no alojamento da Igreja onde ela ficou quando veio visitar, não é longe daqui.

—  Então… - Nagihiko se inclinou no seu assento, mais próximo de Stéffanie, e ela estremeceu ligeiramente com a presença dele, desacostumada depois de tanto tempo. Um sorriso se espalhou no rosto do garoto - Você vai ficar aqui, então? De vez?

—  Pelo menos até terminar o ensino médio, sim. - ela respondeu. Nagihiko riu, e sem se importar com mais nada, aproximou o rosto do de Stéffanie, passando os dedos pelos seus cabelos e tomando seus lábios. Ela permitiu que ele o fizesse, por alguns segundos, mas antes que ele se empolgasse demais e aprofundasse o contato, o empurrou, o rosto absolutamente vermelho - O que estás haciendo, idiota? Está cheio de gente aqui!

—  Não me importo - ele sorriu, como se estivesse inebriado depois de acordar de um sonho particularmente bom. A melhor parte é que ele sabia que não era um sonho. Segurou a mão de Stéffanie na sua, apenas como uma forma de manter-se certo sobre isso. - Por que não me contou antes? Nós conversamos não faz nem dois dias.

—  Eu e a Rosário tinhamos que esperar uma vaga abrir no alojamento antes de vir, e eu não queria alimentar esperanças. Además (Além disso…) um livro bom sempre tem reviravoltas e surpresas! Achei que seria muito mais emocionante assim - ela admitiu sem um pingo de remorso, e Nagihiko teve que rir. Sim, isso era a cara de Stéffanie, mas ele tinha certeza de que ela só não contou isso tudo antes porque não queria admitir o quanto sentia falta do Japão. E dele.

—  Eu estou tão feliz… - ele acariciou a mão dela de leve, sorrindo como um bobo. Stéffanie fez um esforço enorme para conter um sorriso em resposta, mas no final, falhou. Ah, que se dane! Ela estava feliz mesmo, não queria ter que esconder isso.

—  Ótimo, mas não fique pensando que eu fiz isso por você! No se convierta en vano! (Não fique presunçoso)! - ela ameaçou, mas as palavras não tinham o mesmo peso quando ela ainda trazia um sorriso no rosto. Nagihiko não se conteve, e se ergueu, puxando-a junto consigo para abraçá-la de novo. Dessa vez ela protestou.

—  Heey, sueltame!!



~



Rima olhava distraidamente para os passarinhos que voavam do lado de fora da janela. Os dias pareciam passar tão devagar quando não havia nada para distraí-la. Nem mesmo os programas de comédia tinham a mesma graça, e agora que Anna não estava mais hospedada na sua casa, ela passava o resto do dia depois da escola com tempo livre demais. E assim, acabava pensando em coisas nas quais não queria pensar.

Aquele Giovanni… ele era estúpido demais! Por quê demorou tanto para fazer algo? Não que isso fosse mudar qualquer coisa, já que no fim, ele teria que ir embora de todo jeito. E Rima viu o jeito que Nagihiko ficou, depois que Stéffanie foi embora, e ela definitivamente não queria ficar assim também. Talvez tenha sido melhor, afinal, não ter começado nada no tempo curto que Giovanni esteve ali. Assim, não houve nada para terminar também. Mas pelo menos… pelo menos ela teria algumas memórias para guardar, se fosse o caso.

Ah, pensar sobre isso era difícil. Era por isso que ela não gostava de ter tanto tempo livre. Encolheu-se em sua classe, escondendo a cabeça nos braços, e deixando seus cabelos cobrirem seu rosto e sua visão. Não queria mais ter que olhar para os passarinhos voando, com suas asas bem abertas pelo céu. Parecia até uma piada, de muito mau gosto.

Ela precisava de distração, afinal. Talvez, com algum esforço, ela pudesse convidar as meninas para saírem com ela? Sabia que nenhuma delas recusaria. Ela nunca havia feito isso antes, é verdade, mas para tudo há uma primeira vez. Rima faria esse sacrifício pelo bem da sua tranquilidade.

Respirando fundo e tomando essa decisão, a pequena garota deitou a cabeça para o lado, voltando a olhar pela janela. Não tinha nada além disso para fazer, afinal, não é? E por que os outros estavam demorando tanto para vir para a sala de aula? Não havia sinal nem de Anna, nem de Tadase… pensando melhor, eles deviam estar aproveitando o tempo, escapando juntos, os dois. Hunf.

O vislumbre de cabelos claros passando pelo caminho lá embaixo no pátio chamou sua atenção. Ela conhecia aquele exato tom de platinado. Ela aproximou seu rosto da janela, o coração batendo rápido e leve. Não havia como confundir.

Sem pensar duas vezes, Rima rolou para fora da sua cadeira, e correu tão rápido quanto suas pernas conseguiam ir, descendo as escadas com passos curtos e apressados, e os cabelos longos e cacheados voando atrás da sua cabeça. Mal conseguia respirar.

Esbarrou em pelo menos três pessoas no caminho, com sua corrida desesperada, sem virar para trás para pedir desculpas. Quando esbarrou na quarta, na entrada da escola, a pessoa em questão a segurou pelos ombros. Ela ergueu os olhos, pronta para se desvencilhar e continuar a correr, e viu. Era ele.

Giovanni. Ele ainda a segurava pelos ombros, gentilmente, e sorria daquela maneira adorável, que conseguia parecer arrependida e feliz ao mesmo tempo de uma forma completamente inacreditável. Rima sentia seu coração bater audivelmente no peito, e todos os pensamentos corriam tão rápido em sua cabeça que ela não conseguia decifrar qualquer um deles. Sabia que seu rosto devia estar absolutamente vermelho naquele momento, e tinha a breve e distante consciência de que eles estavam sendo observados por quaisquer alunos que estivessem passando pelo local, isso se a notícia de que dois dos guardiões estavam fazendo uma cena na entrada da escola já não tivesse espalhado-se por todos os cantos. Nada disso importou naquele momento.

Giovanni estava novamente diante dela. Os dois estavam em silêncio, apenas olhando um para o outro, esperando que o outro fizesse o primeiro movimento e quebrasse a sensação de estar preso em um sonho. Rima já estava olhando para ele tempo demais. Precisava dizer algo. Rápido. Algo bom o suficiente para um reencontro como aquele.

—  Idiota! - ela vociferou, embora sua voz naturalmente baixa não deixasse que o xingamento parecesse tão ameaçador quanto era a intenção. - Como você ousa ir embora e voltar para cá assim, de repente, sem dizer nada!

—  Scuzza, Rima… - ele enfim soltou seus ombros, seu sorriso um pouco mais triste, enquanto ele baixava a cabeça - I-io… eu queria realmente avisar tutti voi (todos vocês) sobre voltar para cá, mas…

Repentinamente, Giovanni e Rima perceberam o burburinho que se formava ao redor dos dois, de estudantes tentando pescar pedaços da conversa deles, enquanto comentavam e até, alguns, tentavam registrar o momento. Quando Rima jurou ter ouvido a voz de Yaya no meio do grupo de pessoas que se aproximava para se juntar à multidão já em formação, percebeu que seria impossível ter uma conversa decente naquele lugar.

Sem hesitar, puxou Giovanni pelo pulso, para longe dos olhos curiosos e dos comentários sem fim. Arrastou-o para longe, até que estivessem nos fundos do prédio principal ocultos ela escadaria externa. Parecia um lugar remoto e que dificilmente seria descoberto de qualquer ângulo.

Sem saber ao certo como começar, Rima soltou Giovanni e cruzou os braços, com a expressão mais séria do que pretendia,encarando o garoto, que engoliu em seco, respirando fundo para continuar a falar.

—  E-então… come dicevo… (como eu dizia)... eu pretendia avisar com antecedência, ma io no sabia se ia poder voltar o no ainda. - ele parou por alguns segundos, enrolando-se, e então, começando novamente - Io consegui uma vaga em um, como se diz… programma di formazione… treinamento para pilotos de avião…

Rima ofegou, surpresa.

—  Wow! Giovanni, isso… isso é incrível!

—  Sì… - ele enfim permitiu outro sorriso sincero - Sono molto felice di questo (eu fiquei muito feliz por isso), mas o caso é, eu não tinha minha vaga confirmada até a semana passada. É um programa militar, e é muito difícil conseguir lugar entre os recrutas, ainda mais… ainda mais quando eu terei que esperar até ter idade apropriada para iniciar o treinamento…

—  Como? Então, por que voltou agora? - Rima não queria soar como se estivesse irritada pela presença de Giovanni, ou questionasse seu retorno. Ela estava, sim, muito, muito feliz por vê-lo novamente. Mas a surpresa da ocasião fazia com que ela agisse contra sua vontade. De qualquer forma, Giovanni continuou falando, sem parecer se importar nem um pouco com isso.

—  Eu pedi… - ele murmurou, parecendo constrangido, dessa vez. - Queria voltar para o Japão o mais rápido possível, e Il Signor Tsukasa e ajudou. Ele conhece o capitão da base aérea que sedia o curso de pilotos, e conseguiu uma exceção para o meu caso. Como eu sou estrangeiro, tecnicamente preciso de mais tempo para me adaptar melhor à linguagem, e poder frequentar as aulas futuramente. Ele também conseguiu que eu ficasse morando no alojamento de estudantes, e continuasse estudando aqui até chegar ao ensino médio, quando o treinamento militar começa de verdade.

—  Isso… parece difícil… - a voz de Rima suavizou, solidária. Ela queria dizer que, ainda assim, sabia que Giovanni conseguiria fazer tudo aquilo, mas as palavras não se formaram direito em sua mente para transmitir a mensagem. Ao invés disso, ela pronunciou: - Eu não sabia que você queria ser um piloto.

—  Bem, eu também não sabia… não exatamente almeno. Só sabia que queria sentir a liberdade de voar, para sempre. E, bene, essa me pareceu a maneira mais correta de fazer isso. Além do mais… eu queria muito voltar para o Giappone, davvero (..Japão, realmente). Io… Signorina Mashiro…

—  Você me chamou de Rima, antes! Por que está regredindo? -ela reclamou. Giovanni voltou a corar tão efusivamente quanto da primeira vez que se viram. Rima não resistiu mais. Jogou-se nos braços de Giovanni, capturando-o pelo pescoço com ambos os braços, e compensando a diferença de altura ficando na ponta dos pés para alcançá-lo apropriadamente. - Agora que voltou, você vai ter que terminar o que começou!

Antes que Giovanni pudesse fazer qualquer coisa, ou ao menos pronunciar a frase que iniciou, Rima selou seus lábios com os dele, em um beijo muito esperado, ainda inexperiente, mas ávido em aprender. Giovanni não conseguiu hesitar em responder dessa vez, e alguns segundos depois ambos se separaram, com sorrisos genuínos, reservados para apenas uma pessoa especial.

—  Sarà un piacere …(Será um prazer).



~



Fazia algum tempo que o Royal Garden não ficava tão movimentado e barulhento. Comida havia sido preparada, e uma alguma música pop em alta no momento tocava, saindo sabe-se lá de onde. Yaya havia reciclado a decoração utilizada na comemoração dos aniversários dos estrangeiros, e substituiu a frase “feliz aniversário” escrita na faixa pendurada na parede, por um “sejam bem-vindos de volta” escrito às pressas com tinta preta.

Todos falavam ao mesmo tempo, tentando atualizar os dois recém chegados de todas as novidades, enquanto ambos tentavam acompanhar o ritmo acelerado daqueles que tanto haviam sentindo suas faltas. Os Shugo Charas faziam uma confusão sem fim, voando para todos os lados e festejando a reunião tão desejada por todos. Utau e Ikuto também haviam sido chamados, e juntaram-se rapidamente à comemoração do retorno dos amigos.

Repentinamente, era como se a despedida nunca tivesse acontecido. Todos riam e conversavam juntos, comemorando enfim, o final satisfatória da missão a qual haviam completado sem mais nenhum peso em seus corações. Todos estavam ali, e ficariam juntos por tanto tempo quanto possível.

Nagihiko não havia soltado Stéffanie desde o momento em que eles se reencontraram, mas ela não estava reclamando disso com tanto afinco assim. Anna até mesmo conseguiu tirar uma foto discretamente, no momento em que ela havia deixado sua guarda baixar e deitado a cabeça no ombro do namorado, completamente tranquila. Teria passado ilesa, se não tivesse esquecido o flash da câmera ligado, chamando toda a atenção para si no mesmo segundo. Porém, mesmo sendo flagrada, Stéffanie apenas xingou em pelo menos três línguas diferentes (incluindo inglês, para que a pequena britânica entendesse bem a mensagem), mas não obrigou-a a apagar a foto.

Yaya fez um verdadeiro escândalo quando Rima chegou até o Royal Garden, depois das aulas, de mãos dadas com Giovanni, que ainda estava muito corado e se acostumando com a ideia. Ela, por outro lado, não se deixou abalar pelas provocações da Ás mais jovem, e nenhum outro comentário ocasional. A verdade é que ninguém a via tão feliz desde… bem, ninguém nunca havia visto Rima tão feliz assim. Ela até estava sorrindo tranquilamente, enquanto escolhia qual chá iria tomar naquela tarde, e dividindo sua escolha com Giovanni. Os dois eram um casal calado e discreto, mas pareciam se entender muito bem um com o outro mesmo sem trocar muitas palavras, o que era perfeito, para ambos.

Em algum ponto da noite, a música havia mudado para algo mais lento, e Yaya enfiou na cabeça que queria que Tadase deveria dançar com Anna, pois eles eram o “Casal Real” de Seiyo, e não importava o quanto ele protestasse (“Stéffanie e Nagihiko também devem ser um casal real então, afinal, ela é Rainha” “Errado! O Nagi é Valete, então eles são um caso proibido entre realeza e serviçal”), eles acabaram tendo que dançar a valsa mais desajeitada de que já se ouviu notícia. Anna havia realmente tido aulas de dança de salão quando mais jovem, mas como seu primo gostava de reforçar, ela era um complete and irreparable disaster.

Enquanto assistia, distraído, a tentativa de dança dos dois no meio do Royal Garden, sentado ao lado de Matt nos degraus, mais ao canto, Miguel sentiu a mão do seu namorado-em-período-de-testes aproximando-se lentamente da sua, até que seus dedos estivessem tocando-se brevemente.

Como Miguel estava se sentindo especialmente generoso naquele início de noite, ele aceitou a mão que tentava chegar até a sua, e entrelaçou seus dedos. Olhou ao redor, com cuidado redobrado, percebendo que nenhum dos guardiões prestava atenção neles dois (especialmente Yaya, ocupada demais filmando a “dança” de Anna e Tadase). Os Charas também estavam distraídos em suas próprias atividades - Grace havia adotado Holmes como seu protegido, e andava pendurada nele por todos os lados, exibindo-os aos outros Charas. Ele gostava muito de jogos de adivinhação e de investigação, e parecia ter arrastado os outros em seus hobbies muito facilmente, também.

—  Matt… - Miguel chamou discretamente. Como Matt já estava muito perto dele, não precisou de muito para ter toda a sua atenção. Os dois estavam com os rostos bem próximos um do outro, podiam inclusive sentir as respirações hesitantes unindo-se enquanto falavam. Miguel sentiu um arrepio familiar correr pela sua pele. Não tinha a atenção de tornar aquele momento estranho, mas não tinha percebido o quanto eles estavam próximos um do outro naquela situação.

—  Yeah? - Matt respondeu tão baixo quanto, não querendo quebrar a sensação de segredo sendo compartilhado que havia se criado sem que ambos percebessem. Queria beijar Miguel - ah, ele queria isso há semanas! Mas não arriscaria perder tudo o que eles estavam construindo durante aquele período por causa de um desejo egoísta como esse.

— Eu acho… - Miguel havia chamado Matt na intenção de comentar sobre a confusão que os outros faziam, mas seu cérebro pareceu tomar outro rumo por vontade própria, e antes que ele percebesse, disse algo que não pretendia. - Acho que tu estás indo muito bem…

— Muito bem no que? - Matt indagou de volta, ligeiramente confuso.

— Na sua… recuperação. - na falta de palavra melhor, Miguel falou a primeira coisa que veio à sua mente. Mordeu o lábio inferior, nervosamente, e Matt perdeu alguns segundos observando essa simples ação.

—  E o que isso significa? - ele perguntou, e sentindo-se um pouco mais confiante naquele rumo, aproximou-se um pouco mais do rosto de Miguel, que se tornava gradualmente mais corado.

—  Ainda não sei… - ele murmurou, não mais alto do que um sussurro, que Matt não seria capaz de ouvir, se eles não estivessem ficando mais e mais perto um do outro. - Mas quero descobrir. - Balbuciando isso, Miguel encerrou com a ínfima distância que os separava, selando seus lábios, que se encaixaram perfeitamente um no outro, como se fossem feitos exatamente para este fim.

Beijar Matt era diferente de beijar Shunsuke. Não havia mais nenhum senso de desespero, como se ele estivesse tentando encobrir algo ou  segurando-se para não se deixar envolver demais. Miguel sentiu os movimentos de Matt unindo-se aos seus, em sincronia, e a mão dele vagava sutilmente para a sua cintura, enquanto a outra mantinha-se firme em seu rosto, deslizando lentamente para entrelaçar-se em seus cabelos, na base da nuca.

Suspirou, aprofundando o contato, e jogando seus braços ao redor do pescoço dele, dando total abertura para que ele se aproximasse e intensificasse o beijo. Isso parecia correto, e Miguel teve certeza de que nunca sentiu-se tão aceito e pleno quanto naquele momento.

Isto é, até o segundo em que ouviu o barulho do flash de uma câmera, risadas, e um grito de “again, o flash estragou tudo” vindo de mais próximo do que ele gostaria. Afastou-se relutantemente de Matt, que parecia bastante constrangido apesar do seu passado ousado, mas não deixou que ele fosse para longe.

Aderiu à expressão mais desafiadora que conseguia fazer, encarando os seus amigos com o canto dos olhos, e um sorriso de canto formando-se nos lábios. Abraçou Matt pela cintura, descansando a cabeça em seu ombro, encaixando-a exatamente embaixo do queixo dele.

— Por que vocês estão atrapalhando, hm? Achei que fosse uma noite para comemorar. Eu estava fazendo isso do meu jeito. -  Lá de cima, ele ouviu Grace aprovar, com orgulho. Matt soltou uma risada discreta, abraçando-o de volta. Miguel aconchegou-se melhor nele, ainda com um sorriso no rosto. Matt percebeu que as pontas das orelhas dele ainda estavam coradas, mas achou melhor não comentar sobre isso. Estava feliz por perceber que algumas coisas nunca mudariam.

No entanto, a atitude mais confiante de Miguel não deu margem para que os outros - ou seja, Yaya, Anna, Ikuto ou Kukkai, por exemplo - os provocassem por mais tempo, e eles logo foram deixados em paz. Isso por que a principal motivação das provocações era ver Miguel ficar todo atordoado, corado e nervoso, e dessa vez não aconteceu. Mas Matt percebeu quando Kukkai, antes de se afastar completamente, o encarou profundamente, apontando com o indicador e o dedo médio para os próprios olhos e de novo, na direção deles, em uma espécie de “estou de olho em você” muito claramente.

Matt sorriu para si mesmo, abraçando Miguel com mais cuidado, apoiando o rosto em seus cabelos macios e sentindo o leve aroma doce de shampoo que emanava dele. Já havia aprendido sua lição para a vida, e agora iria aproveitar tanto quanto possível aquela nova chance de felicidade que havia sido proporcionada para ele.

E não era apenas Matthew quem desfrutava de toda essa felicidade, mas também Utau, Ikuto e os Guardiões atuais, antigos e estrangeiros. Realmente, por mais felizes que estivessem com o fato de Anna e Miguel terem permanecido no Japão, nunca seria a mesma coisa se faltassem dois membros. Mas agora sim o grupo estava completo.

A longa batalha contra a Corporação Yamabuki terminara, Kaori partiu e seguiu seu próprio caminho, Matthew se regenerou e Stéffanie e Giovanni retornaram para o lugar de onde nunca deveriam ter saído: Para o lado das pessoas que os amavam e que realmente se importavam com eles. Não só eles dois, mas também Anna e Miguel, embora por motivos diferentes, sempre se sentiram deslocados e solitários a vida inteira, mesmo sendo Guardiões em suas antigas escolas e conhecendo outras pessoas que possuíam Shugo Charas, assim como eles. Mas aquilo não era o suficiente. Ainda havia um vazio dentro deles. Um vazio que, depois de muito tempo, pôde ser preenchido. Eles tiveram que viajar até outro continente para isso, mas valeu à pena.

Depois de anos procurando, quase duvidando de que algum dia encontrariam, finalmente acharam pessoas que gostavam deles e que os aceitavam por quem realmente eram, com suas qualidades e defeitos. Finalmente tinham amigos de verdade, pessoas que realmente amavam do fundo de seus corações. E, ainda que pudesse haver alguma distância entre eles por ainda misturarem os idiomas, costumes, dentre outras coisas, nada disso importava.

O importante é que, não apenas os estrangeiros, mas também os Guardiões japoneses e seus novos amigos sabiam que, não importava o tamanho da distância que pudesse haver entre eles. Enquanto estivessem juntos, poderiam superar qualquer obstáculo.

E eles tinham certeza de que, dessa vez sim, iriam permanecer juntos para sempre.














 FIM.


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas, Shiroyuki aqui.

Sim, esse é o último capítulo dessa saga, depois de tantos anos acompanhando a história dos guardiões e dos nossos queridos estrangeiros, enfim, missão cumprida! Tanto a missão deles, quanto a nossa, contando essa história. Mal dá pra acreditar que está mesmo tudo chegando ao fim agora.
Agradeço à todos vocês, leitores maravilhosos, por terem nos acompanhado incansavelmente durante todo esse tempo, com reviews, favoritos e incentivos que com certeza nos impulsionaram e nos levaram a trazer essa história e completá-la. Agradeço especialmente à Teffy-chan, porque sem ela essa história não passaria de uma ideia solta, e por toda a paciência e cuidado que ela sempre teve comigo, compreendendo quando eu não podia atualizar e sendo tão compreensiva sempre, muito obrigada de verdade o/ Sei que as vezes eu falhei, mas essa história com certeza trouxe muitas alegrias e muita diversão também enquanto a gente escrevia. Muito obrigada à todos! E até uma próxima, quem sabe ~

Teffy-chan também deixou algumas palavrinhas:
Quero agradecer a todos que acompanharam a fic por todos esses anos, a todos que acompanharam a fic desde a primeira temporada, aos que pegaram a história pela metade, e aos que não puderam comentar. Peço desculpas pela demora para postar os capítulos, sempre passamos por vários imprevistos. Agradeço também à Shiroyuki pelo apoio, essa fic não existiria sem ela. Muito obrigada a todos por terem acompanhado a fic até ao fim, de verdade.




Ok, gente, é isso... Beijos, e até a próxima o//



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