Revenge II escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 39
Capítulo XXXIX




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Na segunda-feira seguinte, ninguém estava tendo aula por causa do recesso de Natal, é claro, no entanto, ainda assim os Guardiões estavam todos reunidos mais uma vez no Royal Garden, juntamente com Utau, Ikuto e Tsukasa, tudo para discutir os documentos obtidos durante a invasão da residência dos Yamabuki.


I'm really trying, but (Eu estou realmente tentando, mas)... não consigo entender nada do que está escrito aí... - Anna choramingava enquanto estreitava os olhos numa tentativa de decifrar os documentos obtidos, agora espalhados em cima da mesa - Droga, aposto que o Artie conseguiria ler isso facilmente...
No es culpa tua, yo también não compreendo (Não é culpa sua, eu também não entendo) nada do que está escrito nesses papéis... muito mal consegui ler a palavra "Batsu-Tama" - Stéffanie resmungou, sentada de frente para ela, porém com a cabeça virada para o lado, desistindo de tentar decifrar todos aqueles documentos em japonês sobre um assunto do qual ela pouco entendia
Anche io non riesco a leggere molto di quello che è scritto lì... (Também não consigo ler muito do que está escrito aí...) - Giovanni lamentou em voz baixa
– Bem, não é culpa de vocês, esses documentos parecem se tratar de assuntos jurídicos e, mesmo conseguindo ler, nós pouco entendemos do assunto também afinal... - Tadase comentou enquanto tentava compreender o que dizia nos papéis
– Acho que falam... sobre uma máquina que usa Batsu Tamas como combústível ou coisa assim... - Amu tentou arriscar
– Como assim, "combustível"? Estão tentando substituir a gasolina por energia negativa dos Batsu Tamas ou coisa assim?! - Miguel exclamou, sem entender o que ela queria dizer
– Não exatamente a gasolina, mas parece ser algo nesse sentido... - Utau respondeu enquanto lia outra folha dos documentos espalhados
– Seria, mais especificamente, a energia elétrica, na verdade - Tsukasa falou, sobrepondo-se aos murmúrios dos mais novos, enquanto todos o encararam abismados
– Como assim, a energia elétrica?! - Kukai repetiu, sem conseguir imaginar como aquilo seria possível - Quero dizer, a eletricidade serve pra iluminar as coisas... se fosse substituída pela energia de Batsu Tamas, que é negra, então... ficaria tudo preto e não daria pra enxergar nada!
– Acontece que a eletricidade não é só usada nas lâmpadas, senpai - Kairi lembrou, com uma gota na cabeça - Também é usada para o funcionamento de eletrodomésticos, como a televisão, computadores, microondas, geladeiras, e essas coisas
– Exatamente - Tsukasa confirmou, apontando para o mais jovem - Pelos documentos que vocês trouxeram, parece que, quem quer que esteja planejando tudo isso, está pretendendo substituir a eletricidade, que é de vital importância para os seres humanos, pela energia negativa dos Batsu Tamas, transformando-as em uma espécie de combustível para fazer, não só as lâmpadas, mas também os eletrodomésticos, e todo o resto, funcionarem
– Não acredito... estão roubando os Kokoro no Tamago das crianças só por causa de uma coisa besta dessas?! - Amu exclamou em choque - Mas isso é impossível, a energia dos Kokoro no Tamago é muito diferente da eletricidade, não dá pra fazer algo assim!!
– Não é exatamente impossível. É algo difícil de fazer, realmente, porém, se a pessoa souber como fazer, talvez seja possível... veja só essa ilustração por exemplo, Amu-chan - Nagihiko mostrou a folha que segurava, que continha uma ilustração do que parecia ser uma gigantesca e estranha máquina saída de algum filme futurístico de terror - Essa coisa... não se parece um pouco com aquela que o Nikaidou-sensei estava construindo há alguns anos atrás, quando estávamos no primário e ele ainda trabalhava para a Easter, e estava procurando por algum Kokoro no Tamago em especial, até que chegou a roubar as suas Shugo Charas para usá-las?
– Realmente, parece um pouco ~desu... - Suu concordou, voando até a ilustração para observá-la melhor
– M-Mas o Nikaidou-sensei não queria usar aquela coisa pra gerar eletricidade! - a Coringa exclamou, fazendo uma careta ao recordar daquilo
– Realmente, mas, como a máquina tem algumas diferenças, então é porque deve servir para outra coisa - Utau respondeu
– Provavelmente... essa é a máquina que serve para modificar os ovos e transformá-los naqueles Batsu Tamas anormamente grandes que são usados pelo Matthew e a Kaori - Tsukasa completou, sério demais para quem vivia sempre sorrindo tranquilamente - No entanto, infelizmente... parece que está faltando alguma coisa, como se fosse um livro no qual faltam algumas páginas... vai ser difícil descobrir como exatamente ela funciona desse jeito
– Gomen, Tsukasa-san... é que, justo na hora em que o Gonçalves-kun encontrou esses documentos, nós ouvimos um barulho e fomos descobertos... por isso não deu pra descobrir muita coisa - Tadase murmurou com uma incômoda sensação de culpa
– Não se preocupe, Tadase, já foi um grande feito vocês terem conseguido trazer esses papéis, é realmente um grande avanço - o mais velho respondeu - E, se analisarmos melhor os documentos, talvez dê para descobrir alguma coisa mesmo com as folhas faltando. Agora, aonde exatamente vocês encontraram essas coisas?
– Estavam no quarto da Yamabuki Saaya-san... - Tadase respondeu, fazendo uma careta só em lembrar daquele quarto horrível cheio de fotos suas que até agora ele não entendia como a garota tinha conseguido
– No quarto dela?! - Tsukasa exclamou surpreso - Que estranho, imaginei que estariam guardados no escritório, ou talvez em algum cofre ou algo assim...
– Pensamos que talvez o casal Yamabuki tenham escondido essas coisas no quarto da filha para que ninguém os encontrasse, já que ela é apenas uma estudante que nem sequer sabe da existência dos Shugo Charas afinal... - Miguel contou
– Sim, talvez... - Tsukasa respondeu, sem parecer acreditar tanto nisso - Mas, ainda assim, é estranho... se ela não sabe sobre os Shugo Charas, então os pais dela também não deveriam saber, já que não parecem ser o tipo de pessoas mais apropriadas para terem tido Shugo Charas quando crianças, e são adultos agora afinal
Pero, Director, usted tambiém (Mas, Diretor, o senhor também) é um adulto - Stéffanie observou, sem entender a lógica naquilo
– Acho que todos concordamos que o Tsukasa-san é uma exceção à essa regra afinal - Nagihiko falou para ela, e a garota apenas virou o rosto, aborrecida
– De qualquer forma, se quisermos obter mais informações sobre este caso, e descobrir quem realmente está por trás disso tudo, ainda creio que o melhor jeito seria aquela ideia anterior, sobre alguém se infiltrar na empresa que está fazendo essas coisas... - Tsukasa comentou, sem dar atenção ao comentário da espanhola
– Bem... isso ao menos parece melhor do que a ideia anterior da Yuiki-san... - Tadase murmurou, referindo-se ao absurdo plano de Yaya sobre ele se aproximar de Saaya para obter informações - Mas... quem poderia fazer isso? Eles com certeza desconfiariam de qualquer um de nós
– Talvez a pessoa pudesse fingir que simplesmente se cansou de sair por aí tentando purificar os Batsu Tamas, o di avere qualcosa in particolare per avere lati cambiato (ou que tem algum motivo em particular para ter mudado de lado), como se quisesse algo em troca pelo serviço de ajudá-los... e inventar algum motivo plausível para ter suspostamente nos traído... - Giovanni sugeriu - Tuttavia, non vedo chi potrebbe fare qualcosa di simile (No entanto, não vejo quem poderia fazer algo assim)...
– Acho que eles desconfiariam de qualquer Guardião que tentasse fazer algo desse tipo - Kukai comentou, colocando os braços atrás da cabeça - Sem falar que a pessoa precisaria fingir muito bem para não ser descoberta...
Entonces (Então) está resolvido, yo apuesto (eu aposto) que o Nagihiko seria perfeito pra isso... ele realmente sabe atuar e enganar os outros muy bién, no eres (muito bem, não é), "Nadeshiko"? - ela direcionou seu olhar irritado para o Valete
– Tomarei isso como um elogio - ele respondeu simplesmente - E, mesmo que eu saiba atuar bem, não acho que seria a pessoa mais indicada para ser um espião... estou ao lado de vocês desde o início, eles desconfiariam de mim na mesma hora afinal
– Bem... eu já trabalhei como um agente-duplo uma vez, e... não me orgulho nada disso, não gostaria de ter que repetir a experiência... - Kairi murmurou, remexendo-se incomodado - D-De qualquer forma, acho que nenhum dos Guardiões serviria pra fazer algo arriscado assim...
– Realmente, vocês pirralhos Guardiões não servem para fazer esse tipo de coisa... se não sabem nem como invadir uma casa e roubar simples documentos, que dirá ser um agente-duplo - Ikuto concordou, como se fosse uma coisa completamente natural alguém nascer sabendo roubar ou espiar - Por isso, eu irei
– O que?! - Utau exclamou, encarando o irmão - Não, Ikuto, isso é perigoso! Já esqueceu de como era horrível quando você... q-quando nós trabalhamos na Easter, e éramos obrigados a destruir os Ovos do Coração das crianças?? Aquilo era horrível... não quero que você faça isso de novo!
– Então, por acaso você está querendo ir no meu lugar, irmãzinha? - ele indagou erguendo uma sobrancelha, e Utau engoliu em seco - Não acho que você serviria para isso, melosa do jeito que está agora. Sem falar que você tem sua carreira de cantora, você não seria a mais indicada para esse serviço. Por isso eu vou. Nunca fui um Guardião, e não tenho muita paciência para essas reuniões em grupo, se preocupar com os companheiros, e todas essas coisas que vocês pirralhos fazem... como nenhum dos Guardiões serviria para isso, acho que seria melhor eu mesmo ir
– Ikuto... se você for mesmo, vai precisar tomar muito cuidado. Não apenas para não ser descoberto, mas também para não cair na armadilha deles e acabar se deixando enganar pelos inimigos, entendeu bem? - Kairi avisou, com uma expressão que misturava seriedade e preocupação
– Por acaso está achando que eu vou trair vocês, é, pirralho-samurai?! - Ikuto exclamou em tom ofendido - Se é assim, vá você então!
– Eu não poderia fazer algo assim, todos já concordamos que nenhum Guardião serviria para essa missão! - o mais novo exclamou de volta - Estou apenas tentando te prevenir para não cair na conversa deles!
– O Kairi tem razão, Ikuto. Não quer que as coisas acabem como aquela vez em que você foi controlado pelo pessoal da Easter através daquela coisa que usaram para envenenar o seu violino, quer? - Amu lembrou, também parecendo preocupada
– Tá bem, tá bem, eu já entendi! Não vou cair na mesma armadilha duas vezes, ok? - o neko exclamou irritado
– Bem, ao que parece, já temos o nosso espião - Tsukasa falou, sorrindo levemente para tentar aliviar a tensão, embora também estivesse preocupado - Essa é uma missão arriscada, Ikuto-kun, você precisará tomar muito cuidado. Então, se puder vir comigo, quero discutir como exatamente faremos para você conseguir se infiltrar naquele lugar
– Está bem... deve ser melhor do que ficar aqui escutando esses pirralhos choramingando afinal - Ikuto resmungou, levantando-se da cadeira e seguindo o Diretor para fora do Royal Garden.


Depois que os dois mais velhos se retiraram, os demais acharam melhor encerrar aquela reunião, pelo menos por hoje, já que estavam todos tensos e preocupados demais com Ikuto para tratar de qualquer outro assunto importante afinal. Cada um retornou para sua casa, saindo juntos da escola e separando-se no meio do caminho, cada um seguindo em uma direção diferente. Isso sem falar que, fora a preocupação deles com os Batsu Tamas, o resto das pessoas ainda estavam em clima de Natal, e suas famílias certamente desejavam comemorar aquela data com eles afinal.


Já que foram impedidos de comemorar o Natal juntos devido à invasão à mansão Yamabuki, cada um comemorou com sua própria família, alguns recebendo visitas de parentes distantes, como seus primos, tios e avós. Os estrangeiros não puderam passar por aquela experiência este ano afinal, e era a primeira vez que comemoravam aquela data longe de seus pais, no entando, ainda assim eles gostaram de passar o Natal de uma forma diferente dessa vez. Miguel nunca havia comemorado aquela data com tantas pessoas rindo felizes ao redor dele, já que passou o dia com a família Souma, que era de longe a maior de todas. Recebeu um presente simples de seus pais pelo correio, que foi enviado provavelmente apenas por mera obrigação familiar, já que se tratava de uma blusa com a estampa de uma mulher de biquíni tomando sol na areia praia, que nem era do tamanho dele e ficava grande demais no garoto. O português se perguntou se aquilo era algum tipo de brincadeira de mal gosto, ou se era algum jeito estranho de seus pais tentarem fazê-lo se interessar por mulheres e deixar de ser o que era, mas antes que pudesse decidir, um dos irmãos do Kukai pegou a camiseta para si, adorando a estampa, e Miguel não se importou de dar a camisa para ele, já que não tinha gostado e nem era de seu tamanho afinal. Gostou muito mais dos presentes singelos, porém sinceros que ganhou da família Souma.


Anna passou o que tinha sobrado do dia de Natal na casa dos Mashiro, é claro. O pai de Rima apareceu brevemente por poucas horas, apenas para desejar feliz natal à filha e lhe dar um presente, embora Rima estivesse com cara de quem preferia muito mais que ele voltasse a se entender com sua mãe e tornassem a viver como uma família comum e feliz juntos, mas sabia muito bem que isso não seria possível. A inglesa recebeu um presente simples de Rima, que era um mangá sobre seu programa de comédia favorito, que tinha várias ilustrações de pessoas fazendo o Bala-Balance. Anna não compreendia muito do que estava escrito nele, já que a maior parte estava escrita em kanjis, mas gostou muito das ilustrações. Recebeu também um vestido lindo e chique demais de presente dos seus pais pelo correio, que ela realmente tinha gostado, mas não sabia muito bem como vesti-lo, e nem via qualquer ocasião em que poderia usá-lo. Recebeu também um presente de Arthur, um livro sobre etiqueta e como se tornar uma dama. A inglesa sentiu-se feliz que o primo tivesse se lembrado de dar um presente para ela, mas não via realmente como aquele livro poderia ajudá-la, e pensava que as aulas com "Nadeshiko" eram muito mais úteis e fáceis de se entender. Começou a pensar seriamente em dar aquele livro para Stéffanie, que gostava muito mais de livros sem ilustrações do que ela, embora duvidade que a garota conseguiria lê-lo, já que estava tudo escrito em inglês.


A espanhola, por sua vez, passou a data na casa da família Yuiki, junto com os pais de Yaya, Tsubasa, e a própria Às, que era de longe a mais animada ali com a festa. Também receberam a visita dos tios da ruiva, o que deixou a festa ainda mais agitada, e só deu mais um motivo para Yaya fazer ainda mais barulho do que de costume e, consequentemente, também foi motivo para Stéffanie reclamar ainda mais de todo o alvoroço que ela fazia, muito embora a maioria ali não entendesse o que ela estava reclamando em espanhol, e os que entendiam, já tinham se acostumado com o gênio difícil dela. A entrangeira também recebeu um presente de seus pais pelo correio, um livro do qual ela supreendentemente não gostou muito, já que parecia ser algo escrito por algum psicólogo espanhol, como uma espécie de livro de auto-ajuda para aprender a como conviver bem com a sociedade em que se vive, sendo provavelmente apenas uma tentativa de seus pais a melhorar a personalidade difícil que ela tinha. Até gostou inicialmente do presente dado por Yaya, que era uma mangá e, embora ela não conseguisse ler a maioria dos quadrinhos escritos em kanjis, deu para perceber pelas imagens que se tratava de uma comédia romântica, percebendo então que devia ser alguma insinuação ou piada de mau gosto da Às, e logo o deixou de lado também. Gostou muito mais do presente de sua irmã Rosario, que também era um livro, no entanto era a continuação de uma série que ela acompanhava e estava colecionando quando ainda vivia na Espanha, e não pôde comprar tudo devido à sua viagem ao Japão.


Giovanni passou o resto do Natal na casa da família Hotori, é claro. Já estava acostumado a conviver com Tadase, e não tinha nenhum problema com o pai dele, embora a mãe do loiro ainda lhe causasse um pouco de medo de vez em quando. Felizmente, a presença de Tsukasa durante a comemoração conseguiu de alguma forma melhorar isso, já que ele parecia estar bem acostumado a lidar com sua irmã mais velha e acalmá-la quando necessário. Mais tarde, Ikuto e Utau foram fazer uma breve visita e se uniram à eles, o que deixou o italiano um tanto mais desconfortável por causa das piadinhas e insinuações que os dois faziam. Ele não entendia metade das coisas que os dois irmãos falavam, no entanto, só pelo tom de voz estranho que usavam, dava para perceber que parecia ser algum tipo de insinuação maliciosa, embora só não conseguisse compreender sobre o quê. Como Tadase os repreendia na maioria das vezes, e isso só confirmou as suspeitas de Giovanni de que eles realmente não estavam falando boa coisa. O italiano também recebeu um presente de seus pais pelo correio, junto com uma carta, como nos presentes dos demais estrangeiros. O dele era um conjunto de suéter, um cachecol e uma touca, felizmente de seu tamanho ao contrário do presnete de Miguel, que seriam muito úteis para usar naquele inverno frio e cheio de neve do Japão. Ganhou também um presente de Tadase, um par de luvas que felizmente combinava com a touca e o cachecol que ganhou dos pais, o que tornava o conjunto perfeito.

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Cerca de três dias depois do Natal, Miguel resolveu aproveitara o raro dia de folga que tinha para visitar Shunsuke antes que todos começassem a pensar em como iriam comemorar o ano novo que estava se aproximando, ou mais algum plano para resolver o problema sobre os Batsu Tamas modificados, e ele acabasse sem conseguir ver o namorado durante o recesso. Provavelmente estava sendo egoísta por pensar assim, apenas em si mesmo, era verdade, mas... ainda assim, estava com saudades do namorado, e ver Shunsuke ao invés de ficar examinando documentos no Royal Garden no momento era uma prioridade bem maior para ele.


Ao chegar no pequeno apartamento onde o rapaz morava, sentiu seu coração começar a acelerar instantaneamente e, respirando fundo, bateu na porta. Alguns segundos depois, ela se abriu, e o sorriso no rosto de Shunsuke pareceu iluminar tudo à sua volta, como se fosse capaz de fazer até a neve derreter.


– Feliz Natal atrasado, Miguel - ele falou ao abrir a porta, ainda sorrindo para o menor
– Pra você também, Shunsuke... - ele respondeu, sorrindo de volta sem jeito. Os dois não se viam desde que começara o recesso de Natal, e o português estava com muitas saudades dele, era verdade, mas... ainda assim, tinha uma sensação estranha de que o havia visto há poucos dias atrás. No entanto, ela logo desapareceu quando Shunsuke lhe deu espaço para entrar no apartamento, dizendo - Eu queria ter passado o Natal com você, mas... parece que você estava comemorando com os Guardiões, não é?
– Ah, s-sim... a Yaya inventou de fazer uma festa de Natal em cima da hora... depois voltei para a casa do Kukai, e acabei comemorando com a família dele também, e não pude vir antes, desculpe... - Miguel respondeu, adentrando o pequeno apartamento, fazendo uma nota mental para avisar Yaya confirmar essa história caso Shunsuke perguntasse à ela depois, e sentindo uma sensação desagradável de culpa por estar mentindo para o namorado assim, mas não podia contar a verdade para ele afinal
– Entendo... bem, antes tarde do que nunca, eu acho - Shunsuke respondeu simplesmente, fechando a porta. Sabia que Miguel estava mentindo, mas ele não podia julgá-lo, já que estava escondendo muito mais coisas do que o português afinal. Depois da bronca que ele e Kaori levaram dos pais de Saaya quando retornaram da viagem por terem destruído parte da casa e ainda permitido que os Guardiões levassem parte dos documentos sobre os Batsu Tamas, ele foi obrigado a deixar a mansão e voltar a viver em seu apartamento. Não que ele estivesse triste com isso, era um alívio não ter mais que aturar Kaori o dia inteiro, na verdade - Bem, antes tarde do que nunca, afinal. Já estamos perto do ano novo, mas, ainda assim, aqui - ele estendeu uma pequena caixa embrulhada para Miguel
– S-Shunsuke... v-você não precisava...! - Miguel murmurou, surpreso com o presente, e muito feliz também. Segurou a caixa com cuidado e, quando a desembrulhou, viu que se tratava de uma espécie de par de colares, ambos dourados
– Claro que precisava. Sei que não é grande coisa, mas achei que combinaria... ah, e eles abrem, olha só - ele pegou um dos colares da caixa e, sem pedir permissão, o colocou ao redor do pescoço de Miguel. O português sentiu os dedos dele roçando em seu pescoço, e não conseguiu evitar de corar e sentir um arrepio no ponto em que o maior o tocava. Depois que Shunsuke terminou, abriu o medalhão pendurado no pescoço do Rei estrangeiro, revelando uma foto sua dentro. Pegou o outro colar da caixa para si e, após colocá-lo, abriu o medalhão também, mostrando uma adorável foto de Miguel em seu interior
– Isso... o-onde foi que você conseguiu uma foto minha?! - Miguel exclamou pasmo, corando ainda mais
– Pergunte para a sua amiguinha Yaya-chan depois, ela me ajudou com isso - Shunsuke respondeu, dando uma piscadela
– Droga, aquela Yaya não em jeito... não é à toa que a Stéffanie vive reclamando dela, deve ser terrível conviver todos os dias com aquela menina...
– Ora, então você não gostou do meu presente? - Shunsuke indagou, fingindo um ar triste e desapontado
– N-Não é isso, não mesmo!! - Miguel apressou-se à dizer - Eu gostei muito, de verdade... adorei seu presente, obrigado Shunsuke - ele sorriu sem jeito, ainda encarando a foto do namorado no medalhão pendurado em seu pescoço - S-Sinto muito, mas eu não tive tempo de te comprar nada... o q-que você acha de sairmos depois pra você escolher alguma coisa?
– Não precisa, você é o meu presente - o maior respondeu, se aproximando dele até envolver o português em seus braços - Apesar de que neu não reclamaria se você resolvesse enrolar uma fita de presente em si mesmo e "se dar" de presente pra mim, sabe...
– S-Shunsuke!! O q-que está dizendo?! - ele gritou, corando furiosamente, tentando não imaginar aquela cena
– Você acreditou? Ahahahaha, eu estava só brincando! - Shunsuke riu - Você é mesmo muito inocente, Miguel-kun... - ele afagou os cabelos do estrangeiro com uma das mãos - Acho que é por isso que eu te amo tanto...
– S-Shunsu... - Miguel não teve tempo de terminar a frase, pois logo o maior seu seus lábios nos dele.


O português corou novamente, porém logo se deixou levar pelos toques do maior, e atirou seus braços ao redor do pescoço dele, cerrando os olhos, sem mais se importar para a queimação em seu rosto. Sentiu Shunsuke começar a aprofundar o beijo aos poucos, enquando deslizava as mãos pelo seu corpo, uma delas começando a adentrar sua camisa. Miguel deixou escapar um gemido rouco ao perceber aquilo, sentindo todo seu corpo arrepiar-se em cada pedacinho de sua pele onde o maior o tocava, e não era por causa do frio do inverno. Apertou os cabelos do mais alto com mais força com uma das mãos numa tentativa de parar de emitir aqueles sons estranhos, embora não estivesse funcionando muito, já que podia sentir claramente a língua do maior adentrando sua boca e explorando cada pedacinho do interior dela, e misturando-se com sua própria língua. Depois de vários segundos, quando ambos começaram a ficar sem ar, Shunsuke viu-se obrigado a encerrar o beijo, embora continuasse abraçando o namorado firmemente.


– S-Shunsuke... v-você... - Miguel tentou dizer alguma coisa, embora a falta de ar em seus pulmões dificultassem isso
– Shhhii... não se preocupe - o maior sorriu para ele - Estamos sozinhos aqui, e eu não costumo receber visitas... temos o dia todo pela frente para aproveitarmos juntos, não precisamos ter pressa - ele deu uma piscadela, sorrindo para o português, até que enfim o soltou - Nee, você quer comer alguma coisa? Eu estava terminando de fazer o almoço antes de você chegar
– Ah... é c-claro, pode ser... - Miguel murmurou em resposta, ainda tentando repor o ar em seus pulmões, sem nem ouvir direito o que o namorado havia perguntado. Viu Shunsuke desaparecer pela cozinha então, e pensou em segui-lo para ajudá-lo com a comida, quando parou no meio do caminho, reparando em uma coisa: Havia um pequeno armário no canto da sala, que parecia ter sido trancado de mau jeito, já que estava com o que parecia ser um pedaço de tecido por uma fresta, e só se mantinha fechada graças à fechadura resistente que tinha. Pensou em abrí-lo para dar uma espiada no que tinha dentro, e caminhou na ointa dos pés ate ele, porém, antes que colocasse a mão na maçaneta, Shunsuke colocou a cabeça apra fora da cozinha e chamou
– Miguel? O que está fazendo? - o maior indagou em um tom mais alarmado do que pretendia ao ver o que o português estava prestes a fazer. Aquele armário escondia o pequeno santuário com a foto de sua mãe, que Miguel tinha visto em uma visita anterior há algum tempo atrás, antes de eles começarem a namorar, e descoberto acidentalmente sobre sua dupla-identidade. Foi bastante doloroso e complicado para ele conseguir apagar a memória do Rei estrangeiro sobre esse fato usando a energia dos Batsu Tamas modificados, e não gostaria nem um pouco de ter que fazer isso outra vez
– Ah... d-desculpe, eu... e-estava indo pra cozinha te ajudar, quando vi essa porta trancada, e fiquei pensando... bem... o que tem aí dentro? - o português indagou, entre curioso e envergonhado por ter sido flagrado xeretando a casa dos outros
– Nada de mais, só um monte de velharias sem muita importância que eu guardo de recordação e nunca tenho tempo pra arrumar direito... - Shunsuke mentiu o melhor que pôde, tentando falar em um tom despreocupado. Aquela era uma mentira das grandes, realmente, já que tudo o que estava por trás daquela porta era extremamente precioso para ele, e só estava trancado e escondido porque ele viu Miguel chegando pela janela de seu apartamento e teve que esconder tudo às pressas
– Entendo... b-bem, se quiser, eu posso te ajudar a arrumar essas coisas então - Miguel ofereceu, já que estava com uma sensação estranha de que precisava mesmo saber o que tinha ali
– Não precisa, isso demoraria muito e eu não quero perder meu precioso dia com você arrumando um monte de velharias...
– Mas, se nós dois arrumarmos, podemos terminar mais rápido, não é? - o menor insistiu, realmente querendo saber o que estava escondido ali - Ou por acaso você... está tentando esconder alguma coisa de mim...?
– E o que eu poderia estar tentando esconder de você, Miguel?! - Shunsuke deixou de vez a cozinha e caminhou na direção dele, começado a ficar desesperado para tirar logo o menor de perto daquela porta
– Eu não sei, poderia ser um monte de coisas... antigas provas com nota baixa, por exemplo, ou um monte de roupa suja, ou... algum amante secreto, talvez... ou alguma... n-namorada... - a voz de Miguel começou a falhar quando mencionou essa última possibilidade
– E por que raios eu teria algum amante ou namorada secreta quando eu já tenho você ao meu lado, Miguel?! - Shunsuke aproximou-se o suficiente dele para poder tocá-lo e tornou a envolver o português em seus braços, encostando seu corpo contra o dele
– M-Mas eu... sou um garoto... e-então pensei...
– Sei perfeitamente que você é um garoto, eu já sabia disso desde o dia em que nos conhecemos. E eu me apaixonei por você assim mesmo, não foi? - Shusuke lembrou, sorrindo para ele numa tentativa de tranquilizá-lo - Pare de pensar bobagens, Miguel, eu já tenho um namorado maravilhoso e perfeito ao meu lado, não tenho motivo para arrumar outra pessoa se já tenho alguém que amo! Ou por acaso você pensa que eu sou o tipo de pessoa que ficaria com alguém só por diversão?!
– N-Não, é claro que não! - Miguel apressou-se a dizer - E-Eu só pensei que...
– Então não pense em mais nada... pare de pensar em besteiras e, ao invés disso, pense somente em mim, está bem? Já que é só em você que eu penso também... - ele tornou a selar seus lábios nos de Miguel, inebriando-o novamente com seus toques, de modo que o português acabou se esquecendo completamente da porta trancada ou do que poderia ter atrás dela. Shunsuke só o soltou vários minutos depois, quando realmente já não conseguia mais respirar, e acrescentou assim que recuperou fôlego o suficiente para poder falar - Anda, vamos logo comer antes que a comida esfrie - ele puxou o namorado pela mão, guiando-o até a cozinha, e Miguel apenas deixou-se ser levado por ele, esquecendo-se da existência do armário trancado.


Depois de almoçar, os dois passaram o resto do dia juntos, fazendo coisas simples, como ficar sentados abraçados no sofá assistindo filmes, ficar se revesando para fazerem a comida, conversando e trocarem pequenas carícias de vez em quando, ambos aproveitando ao máximo aquele raro momento de paz e felicidade que tinham em suas vidas. Nenhum dos dois queria se preocupar com que destino levariam os Kokoro no Tamago ou os Batsu Tamas, pelo menos naquele dia, e desejavam apenas aproveitar os poucos momentos de felicidade que tinham juntos em paz, sem se preocupar em serem descobertos, o motivo que levara Miguel a vir morar temporiaramente no Japão, ou o dever de Matthew em relação aos Batsu Tamas, nada daquilo parecia importar muito agora que estavam tão felizes juntos. Era como um maravilhoso e inebriante sonho do qual eles queriam disfrutar ao máximo, e desejavam que jamais acordassem para a dura realidade.


Como Shunsuke já havia preparado o almoço, quando a noite chegou, Miguel preparou a janta depois de sair do banho, e eles comeram juntos enquanto assistiam ao dorama que estavam acompanhando e que nenhum dos dois pôde ver devido à invasão dos Guardiões à mansão Yababuki e a impertinência de Kaori que não permitiu à Matthew assistir ao programa sossegado. Felizmente, Miguel tinha conseguido gravar o episódio anterior que os dois perderam e assistiram abraçados no sofá, junto com o episódio que daria logo depois naquele dia. Quando o programa enfim terminou, Miguel olhou para o relógio, só então percebendo como já estava tarde. Já era quase dez da noite e ele ainda não tinha voltado. Também não gostava nadinha da ideia de ir embora daquele lugar estranho e deserto tarde da noite.


– Shunsuke, já é muito tarde! - ele exclamou preocupado - E-Eu não avisei o Kukai que demoraria tanto, preciso voltar logo...!
– Ora, por que você não passa a noite aqui comigo e manda uma mensagem pra ele avisando? - Shunsuke sugeriu em um tom de quem fala do tempo - Assim vai ficar tudo bem, ele não vai ficar preocupado, e aposto que vai entender. E eu sei que o apartamento é pequeno, mas cabemos os dois muito bem na minha cama, e ainda tem o sofá se você preferir...
– O que?! N-Não posso fazer isso, eu... n-não posso d-dormir aqui...! - o português gaguejou, sentindo seu rosto queimar terrivelmente diante dessa hipótese
– O que foi, está com medo de que eu ataque você durante a noite ou coisa parecida, é? - Shunsuke insinuou rindo, o que só fez Miguel corar ainda mais - Não se preocupe, não vou fazer nada enquanto você dorme
– N-Não é isso... e-eu sei que você jamais faria nada de mal, mas... a-ainda assim, eu não posso dormir aqui... não trouxe pijama, nem minha escova de dentes, nem nada... - ele murmurou meio incoerente, tentando arranjar qualquer desculpa para não ter que fazer isso
– Ora, se o problema é só esse, então não se preocupe. Posso muito bem te emprestar um pijama meu - Shunsuke respondeu dando de ombros - E pode usar minha escova também, eu não me importo
– O qu...?! - Miguel se engasgou, quase tendo um ataque - S-Sem chance, não tem como eu usar sua escova de dentes!! Isso é algo muito pessoal!!
– Ora, vamos, Miguel... nós já nos beijamos várias vezes, isso não tem muita importância à essa altura, tem? - o maior indagou, e Miguel realmente não via como rebater esse argumento
– M-Mas isso... é d-diferente... - o Rei estrangeiro murmurou inutilmente, tentando pensar desesperadamente numa forma de não ter que fazer isso
– Ah, é? Então, me diga, por que não podemos usar a mesma escova, se usamos o mesmo... sabonete, por exemplo, hein? Você usou o meu e nem se preocupou com isso!
– Mas isso é diferente! Sabão é sabão, é "auto-limpante"! - Miguel exasperou-se, sem realmente ver muita lógica nisso
– Ah, é mesmo? Então, da próxima vez que for tomar banho aqui, pense na última coisa que eu lavei e na primeira que você vai lavar quando usar meu sabonete - Shunsuke rebateu, e Miguel enrubesceu tanto que sentia como se sua cabeça estivesse prestes a entrar em erupção, como se fosse um vulcão dando sinal de vida, completamente em chamas. Tentou gaguejar alguma coisa indecifrável, mas nenhuma palavra coerente saiu, nem em português, em japonês, ou qualquer outro idioma que fosse - Vamos, é melhor você ir logo escovar os dentes e dormir, antes que acabe tendo um infarto - ele acrescentou, e Miguel apenas assentiu, se dirigindo até o banheiro, pouco se importando com a escova de dentes agora que tinha escutado aquele argumento sobre o sabonete.


Miguel retornou alguns minutos depois, e encontrou Shunsuke sentado no sofá, assistindo um filme que parecia ser uma comédia romântica na TV e, depois de hesitar por alguns segundos, sentou-se ao lado dele, ainda se remexendo incomodado. Tirou o celular do bolso e enviou uma mensagem para Kukai, avisando que passaria a noite na casa de Shunsuke, mais por falta de saber o que fazer do que qualquer outra coisa, mas permaneceu em silêncio por mais alguns instantes, remexendo-se desconfortavelmente outra vez


– O que foi, ainda está se preocupando com aquilo, é? - Shunsuke adivinhou, sentando mais perto dele - Vamos, deixe essas pequenas coisas de lado e venha ver o filme comigo, talvez assim você consiga distrair sua mente um pouco. E você gosta desse tipo de filme, não é?
– S-Sim... gosto... - o português murmurou baixinho, sem nem saber que filme era, mas achando melhor distrair mesmo sua cabeça com outra coisa.


Conforme o tempo foi passando, Miguel conseguiu se acalmar, até que deixou que Shunsuke o envolvesse em um abraço, apoiando sua cabeça no ombro do maior. Depois que o filme terminou, Shunsuke desligou a TV, e viu que Miguel tinha adormecido no meio do programa, e estava agora deitado com a cabeça em seu colo. Ficou admirando o rosto adormecido do português por alguns segundos, afagando seus cabelos de leve, embora sua mente voasse longe. Pensava na breve luta que os dois haviam tido na casa de Saaya, o alívio por ninguém ter descoberto sua verdadeira identidade misturando-se com a sensação de culpa por estar enganando o namorado desse jeito, com os dois sentimentos em conflito, como se estivessem travando uma guerra em seu interior para ver qual era o mais forte. O que era mais importante para ele afinal? A ambição de "Matthew" em tomar o Embrião para si e realizar seu desejo? Ou a vontade de "Shunsuke" de passar seus dias assim, tranquilamente, ao lado de Miguel? Ele estava começando a duvidar do que era mais importante para si mesmo, e era difícil encontrar uma resposta para aquela pergunta. Mas não queria se preocupar com isso agora, pelo menos não por hoje. Sacudiu a acabeça numa tentativa de afastar aquelas preocupações e voltou a encarar o rosto adorável de Miguel adormecido em seu colo. Ainda afagando de leve os cabelos do português, ele sussurrou:


Good night, Micchan... tenha bons sonhos, my dear.


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Notas finais do capítulo

Konbawa minna-san! Teffy-chan falando! o/
Sinto muito muito pela demora, mas espero que o capítulo grande tenha compensado a espera de vocês... então, o que acharam do capítulo, hein? Apesar de toda essa bagunça, nossos queridos Guardiões conseguiram comemorar o restinho do Natal... principalmente o Micchan rsrsrsrsrsrs
E o próximo capítulo... é comigo também! o/ Tentarei não demorar tanto pra postar de novo, podem deixar =D
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Kissus^^