Revenge II escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 1
Capítulo I




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As cigarras cantarolavam do lado de fora, e o sol brilhava com força. Não havia nuvens no céu, naquele dia quente. Sob o céu ensolarado do Japão, os guardiões da Escola Seiyo andavam pelo caminho de tijolos amarelos, que não levava à Oz, mas ao Royal Garden, o local onde teriam a sua primeira reunião do semestre, logo depois do fim das férias. As aulas começaram, mas ainda era verão. A viagem para a praia havia sido memorável para todos, apesar dos muitos problemas que tiveram que passar. Principalmente para os três estrangeiros que estavam vivendo ali desde o início do ano, em uma espécie de intercâmbio cultural.

Todos eles vieram para a Ásia com o intuito de colaborar com os guardiões japoneses em um grande problema com os ovos do coração das crianças, que até agora, se mostrava sem muitos resultados. Apesar de esse ser o ponto principal da viagem, não se podia negar que todos eles estavam se divertindo e aproveitando muito durante esse período, isso é certo.

Miguel Gonçalves, o garoto com cabelos castanho-escuros, bagunçados, e olhos cor de avelã, viera de Portugal, no início deste ano. Ele vinha transferido do Colégio Planalto, uma instituição de Ensino que aplicava o mesmo sistema de guardiões que a Seiyo, onde ele era o Rei.

Nestas mesmas condições, veio da Inglaterra a menina de óculos, cabelos negros e curtos, olhos verde-limão bem vivos, que vinha tropeçando logo atrás do português. Ela se chamava Anna Lewis, e vinha da Holy Trinity School, uma renomada escola interna feminina de Londres na qual ocupava o posto de Ás. E também, a garota de longuíssimos cabelos azulados e vívidos olhos ciano, que andava de maneira confiante pelo pátio, chamava-se Stéffanie de la Blanca, e era espanhola, ocupante do trono de Rainha da Escuela de Nuestra Señora de Guadalupe, que fica em Madrid.

— Ei, ei, a Yaya trouxe todas as fotos reveladas, com cópias para cada um, sabia? Estão todas lá no arquivo, a Yaya deixou lá hoje de manhã… por que a caixa estava pesada! – Yaya, que vinha correndo na frente, avisou a todos, e era impressionante a habilidade que ela tinha de correr e gritar ao mesmo tempo, sem perder o equilíbrio.

— Quantas fotos você tirou, Yaya-chan? – Nagihiko sentiu uma gota descendo pelo cenho. Se eram fotos o suficiente para que ela não conseguisse carregar sozinha, não deviam ser em número aceitável – Bom, não importa. Ficaram boas?

— Muito!!! Tem uma do Ikuto pescando peixinhos dourados no festival! Ficou muito legal! A Utau cantando lá no festival também, depois de ganhar o concurso de beleza! Tem da Rima enterrada na areia da praia, do Kairi tentando surfar… Aaaah, claro, as melhores são as do Micchan dodói, com o Shun-chan cuidando dele!!!

— Sua fedelha, não acredito que você estava a tirar fotos como uma maluca, enquanto eu estava fraturado! – Miguel reclamou, com o rosto corando mais do que imediatamente.

— Ah, mas tem também fotos da Anna-tan dormindo no colo do Tadase!!!!- ela gritou, agitando os braços com emoção. Tadase engasgou, e Anna tropeçou, e dessa vez quase caiu derrubando mais um ou dois pelo caminho, enquanto Yaya ria e se divertia com as caras inteiramente ruborizadas deles dois. – E ainda… Hehehe… a Yaya guardou o melhor pro final! Tem fotos da Onee-chan e do Nagi caminhando juntinhos na praia ao pôr-do-sol!

— O qué? Nunca he hecho nada de eso! (O que? Eu nunca fiz nada disso!)– Stéffanie gritou, indignada – Yo y esto idiota de Nagihiko estábamos simplemente a caminar por la playa ... en la misma dirección. Eso es todo! No estábamos juntos, apenas andando por el mismo camino! (Eu e o idiota do Nagihiko estávamos simplesmente caminhando pela praia… na mesma direção. Foi só isso! Não estávamos juntos, apenas andando pelo mesmo caminho!).

— C-certo, minna-san, melhor parar com essa confusão… - Tadase tentou acalmar os ânimos, antes que Yaya revelasse mais alguma coisa que tirasse outra pessoa do sério. Era melhor não deixá-la tirar essas fotos para mostrar para ninguém hoje, se queria ter um dia produtivo ali. Abrindo a porta, ele deu passagem para todos.

 O Royal Garden permanecia tão lindo e brilhante como sempre, com suas flores coloridas e deslumbrantes, e os raios de sol que penetravam pelo vidro do telhado, e irradiavam-se pelo local. A mesa redonda e branca, do centro, que era maior agora especialmente para acomodar bem todos os guardiões e mais Ikuto e Utau quando eles vinham, continuava no mesmo lugar, apenas esperando por eles.

Nagihiko avançou na frente, para preparar o chá, como era o seu hábito. Tadase foi rapidamente para a sala de arquivo, tanto para impedir que Yaya pegasse as tais fotografias e causasse mais confusão, quanto para revisar os documentos para o novo semestre que se iniciava. Mesmo que não estudasse mais na Seiyo Elementary, e sim na escola ginasial, ainda gostava de estar a par de tudo o que acontecia em ambos os lugares.

Enquanto isso, os outros se acomodaram ao redor da mesa, no mesmo arranjo de sempre. Nagihiko serviu o chá, com os brownies e cupcakes que fizera para a ocasião.

Finally, tea time! (Finalmente, hora do chá!) – Anna comemorou, servindo-se logo de cupcake de chocolate – Eu esperei por isso a aula inteira! I missed so much this tea (senti tanta falta deste chá) quando estávamos in the beach (na praia)! The tea of (o chá do) hotel não era igual ao do Nagi…

Todos olharam para Anna com semblantes incrédulos e absolutamente chocados, inclusive Tadase, que estava retornando da outra sala. Ela fitou a todos, assustada, com medo de ter falado algo errado.

— Wow!!! Sugooii!! Não acredito!!! – Yaya fez um escândalo, quase derrubando tudo da mesa.

— Isso é um feito épico! – Kukai admirou-se, quase tão chamativo quanto a ás.

— Merece uma foto para recordação!!! – Amu puxou um celular, dando uma de Yaya e batendo rapidamente uma foto da cara assustada da inglesa.

— Hunf, no es algo tan increíble! Qualquer um se recordaria, después de tantos meses ... (Hunf, não é algo assim tão incrível! Qualquer um se lembraria depois de tantos meses) – a espanhola bufou, visivelmente incomodada com aquilo. Nagihiko disfarçou um pequeno sorriso satisfeito com seu feito pessoal, ao ver a reação dela.

— What happened? I did something wrong…? ( O que aconteceu? Eu fiz alguma coisa errada?)– ela gaguejou, amedrontada.

­— Não, Lewis-san!  - Tadase interviu, sentando-se ao lado dela no seu lugar – Você conseguiu lembrar-se do nome do Fujisaki-kun, sozinha, sem precisar usar apelidos estranhos… q-quero dizer, os apelidos que você arrumava eram até bem fofos, demo nee……

— O que o Tadase quer dizer, Anna – Rima esvaziou sua xícara e olhou bem para a garota – É que ele está com ciúmes por você ter chamado o Nagihiko pelo nome, mas não ter chamado ele…

— That is right, Prince? (É isso mesmo, Príncipe?) – ela o fitou, preocupada – Eu nem tinha notado o que fiz, but, perhaps… (mas, talvez…)

— Não precisa! E-eu até gosto do jeito que você me chama, e-então… - ele corou até as orelhas, desviando o olhar – Eu fiquei feliz por você ter se lembrado do nome dele. Todos nós ficamos, certo? – ele olhou para os outros, buscando ajuda.

— Creo que significa que estamos acostumbrando a vivir aquí ... (Acho que significa que estamos nos acostumando a viver aqui…) – Stéffanie objetou - También yo, já puedo caminar unas pocas cuadras sin confundirse, e incluso peguei un libro para leer en la biblioteca. Viver aqui en Japón no es tan difícil como en el principio. (Eu também já posso caminhar umas poucas quadras sem me confundir, e até peguei um livro para ler na biblioteca. Viver aqui no Japão não é tão difícil quanto era no início). – ela lembrou-se de como costumava sentir falta de casa, da comida da sua mãe, dos amigos da escola. Agora, raramente lembrava-se da sua vida na Espanha. Claro que ela jamais admitira o quanto estava feliz em viver ali, mas sua expressão ligeiramente incomodada era o bastante para aqueles, como Nagihiko por exemplo, que já sabiam decifrar os pensamentos contraditórios da espanhola.

— Eu penso que estou melhor aqui do que estava em Portugal… - Miguel disse, sem medir as palavras. De todos, ele foi o que mais rápido se adaptou, e todos tinham a certeza de que os passeios com Shunsuke pela cidade tinham grande parte de mérito nisso – Já me acostumei a viver com os irmãos do Kukai também – ele riu para o colega de quarto – E tenho mais amigos aqui do que lá no meu país… - sussurrou mais para si mesmo, por fim.

— Que bom que todos vocês tiveram uma boa adaptação nesses seis meses que se passaram! – surgido de algum lugar da parede, Tsukasa intrometeu-se na conversa do nada. Ninguém conseguiu se espantar, completamente acostumados com as aparições quase mágicas do diretor – Eu tenho novidades para vocês…

— Que tipo de novidades? – Tadase ergueu-se imediatamente, ávido por mais informações que pudessem ajudar naquele caso, quase sem solução.

— Como bem sabem, nós conseguimos pegar aquele exemplar de batsu-tama, e eu estive estudando-o…

— O ovo está bem, Senhor Tsukasa? – com sua preocupação infundada, Miguel se apressou em perguntar.

— Está sim, Gonçalves-kun, mas parece que ele sente falta dos seus cuidados, por parece mais triste desde que eu o levei para meu escritório. De qualquer forma, como eu ia dizendo – ele fitou o português com semblante que sugeria que não queria ser interrompido – Eu o estudei por algum tempo e não fui capaz de detectar nada de anormal, além de uma intensa atividade no seu interior, que não é comum a ovos que foram marcados dessa forma. Porém, como eu não pude ter certeza de muitas coisas, contatei um velho amigo, que estudou os fenômenos com kokoro no tamago muito mais a fundo do que eu. Eu não havia conseguido o contato dele anteriormente, mas dessa vez obtive sucesso, e ele não apenas está me ajudando a pesquisar mais a fundo sobre esses acontecimentos, como também quis enviar seus reforços!

— Tsukasa-san, você quer dizer…

— Sim. Vincenzzi-san, que ocupou o posto de coringa aqui nesta escola, mandou um de seus alunos para auxiliar na nossa causa. – Tsukasa fez um largo gesto com a mão, e surgindo do corredor misterioso que ligava-se ao escritório do diretor, veio um garoto, caminhando a passos contidos, e ainda um pouco desnorteado.

Ele não era muito grande, talvez do tamanho de Tadase ou ainda menor. Vestia o uniforme da antiga escola, um terno inteiramente cinza, com gravata azul marinho, listrada diagonalmente de prata, e tinha cabelos platinados, brancos como neve, e bem ajeitados ao redor do seu rosto pálido. Os olhos eram de um curioso tom de lilás, e ele fitava a todos com interesse. Ao lado dele, vinha voando um pequeno Chara, que era todo albino como o dono, com olhos dourados, afiados e espertos. Usava uma roupa dourada, feita de algo que pareciam penas, e tinha asas brancas que eram quase o dobro do seu tamanho, reluzindo enquanto batiam nas costas.

http://s1218.photobucket.com/user/Shiroyuki_xxx/media/giovanni.jpg.html

— Molto lieto di conoscerti. (Muito prazer em conhece-los) – o garoto os saudou, não com uma voz alta e eloquente, como é habitual nos italianos, mas falando baixo, quase um sussurro. Isso, somado ao fato de que ele falava outra língua, dificultava e muito o entendimento – Il mio nome è Giovanni Agostinni, ho 14 anni… (Meu nome é Giovanni, tenho 14 anos…) - ele disse, ainda bem baixo –  ho presieduto il posto di Jack alla mia vecchia scuola in Italia. (Eu ocupo o posto de valete na minha antiga escola na Itália.

— Ele disse que seu nome é Giovanni Agostinni, tem 14 anos e ele era valete na sua antiga escola, na Itália – Tsukasa repetiu, sorrindo para todos, o que o garoto dissera antes. Ele corou furiosamente, baixando ainda mais o rosto, enquanto todos se aproximavam para vê-lo melhor, exceto Rima, que continuou a bebericar o seu chá. – Bem, vou deixa-los se conhecendo melhor, então… - ele disse, retirando-se pelo menos lugar onde chegou.

— Waaa, he came from Italy? (Waa, ele veio da Itália?) – Anna animou-se, erguendo-se da mesa para se aproximar, assim como todos os outros – Is nice to meet you! I like so much pizza, lasagna and pasta!!! (É tão bom conhecer você! E gosto tanto de pizza, lasanha e macarrão!!) Ah, tinha um anime que eu estava assistindo before…

— Mario, ya sabes, el do videojuego ... él es italiano, no es así? (Mario, sabe, o do videogame… ele é italiano, não é?)– Stéffanie disse, intrigada, enquanto Anna continuava a tagarelar consigo mesma.

— Mas a Nintendo é japonesa, então, tecnicamente, ele é japonês – Nagihiko replicou, só para implicar com ela.

— No importa, yo acabaría con usted en cualquier juego que jugamos! (Não importa, eu acabo com você em qualquer jogo que joguemos!)– ela bradou, confiante. Nagihiko a fitou com aquele olhar de “Isso é um desafio?” e os dois continuaram a trocar raiozinhos de hostilidade com os olhos. Giovanni já estava absolutamente abismado com todas aquelas pessoas falando ao mesmo tempo, e discutindo na sua frente. Não haviam dito a ele que o Japão era um país de pessoas calmas, retraídas e centradas…?

— Não existe uma torre de Pizza também?? Eu queria ver uma torre de Pizza! Imagina! – Kukai comentou, admirado.

— Não é Torre de Pisa?! – Amu corrigiu, com uma gota na cabeça – Acho que ela é feita de pedra, de qualquer forma...

— Ah, he is so short and cute, right, Prince Charming? (Ah, ele é tão pequeno e fofo, certo, Príncipe Encantado?) – Anna comentou, admirada, achando ele parecido com vários personagens que ela conhecia, e imaginando inúmeros cosplays para ele, não que de qualquer forma, ela fosse alguém que pudesse reparar na altura dos outros.

— Eu não sei. Talvez – Tadase virou o rosto, meio incomodado – V-você acha mesmo isso? – ele voltou a fitá-la, preocupado.

— Eeeeiii!!!! Parem tudo!!! – Yaya parou em frente ao garoto, analisando-o de muito, muito perto. Colocou o dedo no queixo, parecendo realmente preocupada com algo, invadindo seu espaço pessoal, e Giovanni se encolheu ainda mais, visivelmente assustado. – Esse garoto vem da Itália! Quem garante que ele não faz parte de uma máfia ou algo assim??? Ele pode estar aqui para sequestrar todos nós!!! E jogar nossos corpos frios e sem vida em um rio qualquer, com uma pedra amarrada nos pés…

— Agora você foi longe de mais, Ás! – Kairi afastou a garota do estrangeiro o mais rápido que podia, e Giovanni olhou de um para o outro, sem entender nada do que acontecia.

— Acho que assistir aquelas maratonas de O Poderoso Chefão comigo não fez bem à ela… - Kukai se sentiu culpado por um momento, tendo o cuidado de impedir que Yaya continuasse a encarar o garoto daquela forma.

— B-bem, de qualquer forma, Agostinni-san… - Tadase parecia verdadeiramente constrangido por toda aquela cena, e resolveu inserir um pouco de normalidade à conversa. – Meu nome é Hotori Tadase, e eu sou o ocupante do cargo de Rei. Seja bem-vindo à Seiyo Middle School, e ao Japão. Espero que tenha uma boa estadia aqui. Já foi resolvido que você ficará na minha casa, durante esse tempo, então sinta-se livre para me perguntar qualquer coisa que queira… - ele sorriu cordialmente para o garoto, que se sentiu aliviado por um momento por ter alguém aparentemente normal naquele meio.

— Grazie ... (Obrigado…) – ele murmurou baixinho, segurando as duas mãos nervosamente.

— Você entende bem o que nós dizemos? – Kukai indagou, desconfiado.  – NÓS. SOMOS. OS. GUARDIÕES… MEU… NOME… É… KUKAI! KU-KAI…

— Ele é italiano, e não surdo, seu estúpido – lá da mesa, Rima comentou com descaso. Giovanni a fitou com curiosidade. Ela fora a única que não correu para olhá-lo de perto como os outros.

Ei, e se eu falar assim… - Miguel disse em português, e Giovanni voltou a olhá-lo – Você é capaz de me compreender?

— Sì, ho capito un pouco meglio... (Sim, eu entendo um pouco melhor…)– ele respondeu, afinal, português e italiano eram um pouco parecidos, principalmente se fosse comparado com o japonês.

Então… eu sou Miguel… - ele disse, tomando a frente – Esses são Kukai, Kairi, Yaya… Essa é a Anna, e a Stéffanie… aqui estão Nagihiko, Amu, e aquela lá é a Rima…

— Così piccola… (Como é pequena…)- ele deixou escapar, ao ver a garota, que nem parecia notar sua presença. Seu rosto coloriu-se ligeiramente, e ele voltou a olhar para baixo – Bene… E, spero di essere di qualche aiuto a voi ... Eu… e-espero ser de ajuda a vocês… - ele tentou falar em japonês, um pouco mais alto, e dessa vez, todos o entenderam.

— O que você estava falando antes, hein? Alguma coisa de Piko, eu ouvi! – Yaya se pronunciou.

— Ele disse “piccolo”, eu acho – Miguel explicou – Quer dizer “pequeno”, em italiano…

— Ah! Piccolo! – Yaya repetiu, animando-se rapidamente – É italiano, isso? Pensei que fosse aquele personagem de Dragon Ball… Enfim! Isso é muito mais fácil do que dizer… como é o nome dele mesmo? Bani… Jiyo… bani… Jyobani?

— Es Giovanni! – Stéffanie corrigiu – Pero, bueno… no combina este apodo? (Mas, certo… não combina esse apelido?)  - ela voltou a olhar para o garoto, analisando-o dos pés a cabeça – Pico… Él es muy pequeño, después de todo… (Ele é muito pequeno, apesar de tudo…)

— Yes! Is a great nickname! Like a uke in an anime!  (Sim! É um ótimo apelido! Como um uke em um anime!) – Anna bradou, emocionada.

— Com um… o que? – Tadase indagou, curioso, sem entender as palavras que Anna dizia tão rápido.

— Hm… nothing… is nothing, Prince! (Nada, não é nada, Prince) – Anna se apressou em dizer, corando furiosamente.

— Por que não mostramos a escola para ele, antes de tudo? – Kairi sugeriu, indicando a porta, e tentando novamente mostrar que no Japão não existiam apenas pessoas como Yaya e os outros, antes que o pobre Giovanni resolvesse atravessar o oceano a nado de volta para a Itália.

Todos concordaram, e Kairi e Tadase foram andando na frente, apontando para tudo e mostrando as instalações da escola, e Miguel tentava traduzir na medida do possível aquilo que Giovanni não conseguia falar em japonês. Enquanto isso as garotas continuavam conversando animadas sobre várias e várias coisas. Elas se empolgavam fácil demais, afinal. Rima estava prestes a tentar escapar e ir mais cedo para casa, mas Yaya segurou-a a tempo e impediu sua fuga.

Os estudantes, principalmente as meninas, faziam o escândalo de sempre ao ver os guardiões, e ainda mais ao perceber o novo membro do grupo, que parecia querer se enterrar debaixo da terra e não sair de lá nunca mais. Ele não era muito de falar, e parecia sentir-se mal com toda aquela atenção voltada para ele, não conseguindo saber lidar com isso.

— Ei, Miguel-kun! – uma voz familiar se aproximou. Miguel sentiu seu coração acelerar, e Anna e Yaya contiveram risadinhas sugestivas, apurando os ouvidos e os olhos para observá-los com atenção. Giovanni se encolheu, sentindo-se cada vez pior ao ter que conhecer tantas pessoas de uma só vez. – Como vai? Eu ainda não terminei de escutar aquele CD que você me emprestou, mas…

— Pode ficar com ele, eu não vou precisar… - Miguel respondeu, ciente dos olhares inquisidores de todos, e sentindo-se ainda mais nervoso por isso.

— Hm… quem é seu novo amigo? – Shunsuke olhou diretamente para Giovanni, que estava bem ao lado de Miguel.

— Este é Giovanni Agostinni, e ele… veio de intercâmbio, assim como eu e as meninas… - Miguel respondeu rapidamente, sentindo-se aflito mesmo sem ter motivo algum para isso.

— Ele veio da Itália! – Yaya gritou, animada, se colocando entre os dois garotos – Assim como o Mario, a pizza e a máfia!!!

— Ahn… claro… - Shunsuke achou melhor não fazer comentários sobre aquilo. – Seja bem-vindo, Agostinni-san – disse, sorrindo alegremente para o garoto, que agradeceu, ainda tenso demais. Shunsuke continuou a sorrir, apesar de estar apreensivo. Ele não havia tido acesso a essa informação anteriormente, e no momento, isso o preocupava. Seu superior não ficaria nem um pouco feliz de saber que essa importante notícia escapou dele, depois de tudo… Mas não tinha como ele levantar qualquer questão sem que fosse suspeito, e dessa forma, ele se encontrava em um dilema. – Hm… Miguel-kun, você vai para algum lugar depois daqui? – sozinho com Miguel, ele tinha mais chances de obter alguma informação mais privilegiada. Embora, ele tivesse vindo até ali para convidá-lo de qualquer maneira.

— N-não…

— Waa!!! Um encontro! – Yaya gritou, sobressaltando os dois garotos, que haviam esquecido a plateia por um instante.

— Cállate, niña! (Quieta, garota!) - Stéffanie correu, tampar a boca da ás, antes que ela falasse qualquer outra coisa – Déjelos continuarem... (Deixe-os continuarem).

— Então? – Shunsuke voltou-se novamente para Miguel, e sorriu para ele.

— Ah… e-eu n-não tenho planos quaisquer… - ele hesitou, vagando o olhar pelo chão.

— Então vamos… naquela confeitaria de sempre! – ele sorriu, animado, segurando o garoto pelo pulso e o levando rapidamente para longe dos outros antes que ele pudesse sequer responder. Certamente, queria saber o que acontecia entre os guardiões, e descobrir sobre os planos deles. Mas, acima de tudo, ele queria tirar Miguel dali o quanto antes, e se pudesse deixa-lo longe daquele outro menino, melhor. Shunsuke não gostou nem um pouco daquele garoto, que parecia um idiota, todo nervoso, e dependente de Miguel para se comunicar. Era uma vontade irracional, mas Shunsuke não estava a fim de pesar suas ações nesse momento, e assim, eles sumiram.

— Woooow, amazing! Is a date! A date! Micchan and Shun will go in a date, will be alone, with each other, aaah, I wanted to see them! (Incrível! É um encontro! Um encontro! Micchan e Shun vão ir em um encontro, vão estar sozinhos, um com o outro, aahh, eu queria ver eles!) – Anna se empolgou, corando e com os olhos brilhando. Tadase riu, achando as reações exageradas da garota sempre muito interessantes.

— A Onee-chan devia seguir o exemplo deles e fazer o mesmo, com o Nagi! – Yaya sugeriu, e Stéffanie quase engasgou, corando imediatamente.

— Eu não me importaria de…

— No te atrevas a terminar esa frase! (Não se atreva a terminar essa frase!) – ela interrompeu Nagihiko, que revirou os olhos, já esperando aquela reação.

— Ei, vamos mostrar a quadra de esportes para o Gio… como era mesmo? – Kukai sugeriu, repentinamente.

— Piko! Vamos chama-lo de Piko, a Yaya decidiu!!! – ela gritou, e agarrou o braço do garoto, chacoalhando.

— I-io .. non ... – Giovanni queria realmente dizer alguma coisa mas não conseguia de maneira nenhuma. Aquele apelido era estranho, e Giovanni já estava com medo daquelas garotas escandalosas, dos gritos de Kukai, das brigas entre Nagihiko e Stéffanie.

— Eu acho apropriado… - Rima resolveu se pronunciar de repente, e disse somente isso. Giovanni corou furiosamente, e parou de tentar se desvencilhar. Yaya aproveitou o momento de hesitação dele, e o agarrou, carregando-o por aí como se fosse uma boneca de pano, exibindo-o por toda a extensão do pátio da escola.

— Piko is a cute name!!!! (Piko é um nome fofo) – Anna ergueu os braços, parecendo querer pular em cima dele a qualquer momento.

— No me importa llamarlo así ... (Não me importo de chama-lo assim) – Stéffanie fez uma expressão perigosamente sádica.

— N-não ligue para elas, Agostinni-san… - Tadase disse como quem se desculpa, colocando-se a frente, e soltando o garoto dos braços de Yaya. Ele apenas ia de um lado para o outro como um objeto inanimado, completamente perdido.

— Elas parecem assustadoras agora, mas você logo se acostuma… - Kukai tentou encorajá-lo.

Apesar das palavras que pretendiam ser tranquilizadoras, Giovanni estava definitivamente amedrontado. Será que ele conseguiria sobreviver a tudo isso, e voltar para a Itália inteiro? Mais do que isso, a verdadeira questão era… os guardiões conseguiriam resolver o problema com os ovos do coração, com a chegada do seu novo companheiro? Eles não sabiam sobre nada agora, e não podiam saber como seria o futuro. Mas grandes coisas os aguardavam. E estava somente começando.


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Notas finais do capítulo

Yoo Minna-san, Shiroyuki desu o/

Aqui estamos nós, na esperada segunda temporada de Revenge! Eu estava tão ansiosa para postar isso logo, vocês não têm noção!!! Finalmente, posso apresentar o meu fofíssimo Giovanni~ e todo mundo que apostou em um brasileiro errou, ele é italiano (ノ◕ヮ◕)ノ ~ Entoonn~

Aqui está, Giovanni e Libertá, imagenzinha para referência: http://s1218.photobucket.com/user/Shiroyuki_xxx/media/giovanni.jpg.html

Fui eu quem desenhou, mas ele é muito mais bonito do que isso, podem ter certeza~ eu cometi o deslize de testar pincéis novos no desenho, e ficou essa budega -.- mais pra frente eu faço um desenho melhorzinho, okay?

Ah, podem reparar que agora as traduções das falas ficam do lado da fala original... acho que assim fica mais fácil, mas vocês podem dizer se não gostaram, se preferem da maneira antiga, ou sem tradução nenhuma mesmo, podem falar!

Espero mesmo que tenham gostado, e eu e a senpai esperamos realmente poder contar com vocês nessa nova temporada também! Nem preciso dizer nee... deixem reviews o/