A Hospedeira 2 - A Alma escrita por Everlak


Capítulo 9
Capítulo 9 - Forçada


Notas iniciais do capítulo

Custou-me muito escrever este capitulo! Não por falta de vontade mas sim pela dor contida nele, mas é necessário. Se não, não rola história nenhuma.. Talvez alguém se sinta inspirado para recomendar, quem sabe. :D Bem aproveitem o capítulo. BJS fofos



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Eu acordei e senti-me desconfortável. Minhas costas batiam contra o chão duro e frio. Minhas mãos estavam presas pelo que parecia ser cordas e a minha boca amordaçada com um pano. Eu só me lembro de estar a tomar banho com Melanie e após isso vejo-a tombar no chão. Depois disso, apenas escuridão. Eu sentia-me desesperada, abri os olhos e só vi escuridão. Eu  não sabia onde estava. Tentei gritar mas pouco som ou nenhum saia através da mordaça.  

Ouvi passos e tentei sentar-me para ficar mais alerta, mas voltei a cair quando abriram a porta.

- Calma Peregrina. Deixa-me ajudar-te. – Ah, eu não acredito. O filho da mãe do Carl rapta –me e ainda vem com a porcaria de falinhas mansas? Ah! Não. – Se eu tirar a mordaça prometes que não gritas? Quer dizer, não te adianta gritares, ninguém te vai ouvir.

- Que merda é esta? Leva –me para casa Carl! Por favor. – eu supliquei. Eu queria Ian nos meus braços, eu queria estar junto a Melanie, ao meu Jamie… Eu tinha a sensação de que tão cedo ou talvez nunca os voltasse a ver..

- Meu amor, não te preocupes, eu já estou a providenciar um abrigo acolhedor para nós dois. Assim ninguém mais nos atrapalha.

- Qual amor qual quê? A minha casa é onde estão os meus amigos, aqueles que eu amo. Aí sim, é a minha casa. – olhei para ele incrédula, só podia estar a brincar comigo. Ele estava descontrolado achando que algum dia eu seria dele.

- Ah, tu vais ver, vais precisar algum tempo comigo e longe daquele que se acha alguém. Logo vais perceber que é a mim que tu amas.

- EU NÃO TE AMO! Nunca te amei nem vou amar. Sabes que eu pertenço a Ian. – Eu falei irritada.

- NÃO, NÃO PERTENCES! PERTENCES A MIM, ENTENDESTE? E se não pertenceres a bem, vai ser a mal. – ele pegou no meu rosto com violência para eu o olhar nos olhos enquanto ele proferia aquelas palavras.

POV Ian

Eu desatei a correr para a entrada da caverna com Kyle no meu encalço. Eu desejava mais que tudo que fosse apenas um pesadelo. Não, Carl não podia ter tirado de mim a pessoa que me fazia realmente viver, sem ela uma parte de mim morria. Tinha que ser Carl! Quem mais poderia ter sido? Ele sempre olhou para ela de maneira diferente e eu resolvi não me preocupar muito com o assunto, até ao dia que ele surtou quando nos apanhou juntos no hotel em trajes menores e quando tirou Peg para o chão. Chegámos à entrada da caverna mas nada de nenhum dos dois, nenhuma pista. Desapareceram sem deixar rasto. Caí de joelhos no chão com os olhos já molhados. Kyle amparou-me de imediato.

- A culpa é toda minha… - eu solucei. Meu irmão deu-me umas palmadinhas nas costas tentando me consolar.

- Como pode ser culpa sua Ian? Tu não podias adivinhar que ele faria uma coisa destas.

- MAS DEVIA TER DESCONFIADO! – Eu gritei revoltado comigo mesmo – Com tanta merda que ele já aprontou com ela, eu já deveria estar à espera! Eu tentei protege-la, não tirava os olhos dela ou quando o fazia alguém a protegia por mim. Eu não sei… - não consegui terminar a frase pois uma voz vinha a gritar pelos labirintos chamados corredores por Peg, uma voz infantil.

- PEG! PEG! – Gritava Jamie, também ele desesperado, ele já tinha dado conta do sucedido. Ele travou ao nosso lado. – Ela se foi?

- Não Jamie.. Carl levou-a à força – Kyle respondeu, eu não estava em condições para isso. Nesse momento Jamie desabou a meu lado aos soluços e eu agarrei-o num abraço, um abraço de dor enquanto Kyle fazia o que podia para nos consolar em vão.

- O que fazemos agora Ian – perguntou Jamie quando nosso choro abrandou.

- Agora vamos ver se sua irmã está bem. Mas depois, eu te juro Jamie, irei procura-la até ao fim do mundo!

3 SEMANAS DEPOIS

- Alguma coisa de Peg? – Melanie me preguntou assim que chegámos à comunidade após a nossa segunda busca. Andávamos atrás de alguma pista dela por todo lado mas era uma tarefa difícil por causa das almas buscadoras. Não dava para lhes pedir ajuda. Para interagir com almas tínhamos Peg. Sem sabermos nada do rapto de Peg Jeb decidiu que alguns de nós iriamos até à comunidade de Nate, o líder da comunidade onde pertencia Carl. Talvez ele soubesse de alguma coisa e se disponibilizasse para nos ajudar. Iria eu e Jeb inicialmente. Logo Jared se disponibilizou, seguido de Melanie que estava ainda com a cabeça enfaixada por precaução de futuras hemorragias. Jeb assentiu que ela viesse visto que era como uma irmã para Peg. Kyle também se ofereceu para ir, dizendo que Sunny também se havia voluntariado mas que ele próprio não queria que ela se envolvesse nisto. Eu compreendia perfeitamente, ainda agora se acertaram. Se algo corresse mal, ele não a queria no fogo cruzado em risco de a perder. achamos por bem deixar Jamie para trás apesar dos seus protestos.

Apos dias de viagem chegamos ao destino e Nate recebeu-nos abertamente. Isso era provavelmente sinal que ele não estava a par do que se havia passado.

- Boas, cavalheiro Nate. Infelizmente, nada de bom nos traz aqui. – falou cordialmente Jeb. Nate franziu as sobrancelhas à espera de uma explicação. – Um de seus rebeldes, Carl tem vindo a perturbar a serenidade da nossa comunidade.

- Como assim? Ele fez algo de errado? Aqui ele sempre foi exemplar. Não consigo imaginar o de quão grave ele tenha feito.

- Ah não? – Melanie estava irada e prestes a explodir – Vejamos, Atacou minha irmã Peg, drogou-a, e por fim mas não menos grave raptou-a! Agora, ainda acha que esse mocinho é exemplar? Eu duvido. – Ela estava a bater com p pé no chão sucessivamente e Jared agarrou-lhe os ombros carinhosamente fazendo-a parar.  

- Oh MEU DEUS! Lamento imenso o sucedido. Suponho que vieram aqui supondo que saberíamos de algo, certo? – acenamos todos afirmativamente – Lamento imenso mas não sei como vos ajudar.

- Não tem nenhuma pista? Alguma coisa que nos ajude a achar o paradeiro deles. Por favor – eu falei desesperado. Eu estava morrendo aos poucos sem ela, apoiando-me apenas ao seu cheiro na almofada, nas suas roupas como uma ancora.

- Bem, eu não sei se será de grande ajuda mas eu lembro-me de ele sempre me perguntar como é em Seattle, se havia bons esconderijos lá. Ele sempre preferiu as árvores, a humidade ao deserto. – pareceu-me que uma luz se acendia no fundo do túnel. Corri para a carrinha enquanto jeb agradecia e despedia-se de Nate, enquanto todos os outros entraram também no carro.

POV Peg

Carl me havia levado para um sitio completamente diferente do que habitávamos. Neste havia sempre precipitação, o cheiro a terra molhada impregnava-se no meu nariz. E era frio, constantemente frio. Demorámos vários dias para lá chegar. Agora Carl não me amarrava. Ele sabia que não tinha para onde fugir, estávamos rodeados de bosques e mais bosques. Para além do mais, eu não tinha a noção de onde estávamos geograficamente. Ele parecia querer jogar aquele joguinho de crianças, aquele de família feliz. Eu detestava mas eu não podia fazer nada, ele ameaçava voltar à comunidade e fazer sofrer um por um aqueles que eu amava.

- Porque fazes isto? –perguntei eu uma vez apreensiva.

- Eu já te disse porque, meu amor. Se não és minha de uma maneira, vais ser de outra!

Eu odiava quando ele me tocava, quando me beijava. Mal ele saia para fazer qualquer coisa eu subia para o meu quarto e chorava. Chorava por tudo, por estar mantida em cativeiro, por tudo oque ele me fazia, de saudades de todos, do meu amor Ian. Ian, a falta que eu sinto dos seus olhos azuis, dos cabelos negros como a noite desalinhados. O toque de seus lábios nos meus, na minha pele, aquele jeito dele duro mas totalmente amoroso…

- Luanne, meu amor troxe o seu jantar! O seu favorito! Comida chinesa! – pois, ele mudou meu nome, pintou meu cabelo de castanho e cortou-o pelos ombros. Mudou as minhas preferências. Eu gostava do que ele dizia que eu gostava. Tudo aquilo era um jogo psicológico que eu não estava disposta a perder.

- Meu nome é Peg e meu preferido é italiano! – Logo senti-me tombar para o chão. Senti o sabor a sangue na boca tal foi o embate de sua mão na minha cara.

- TU ÉS LUANNE! GOSTAS DE COMIDA CHINESA! ME AMAS! – começou a empurrar-me para dentro de um quarto minúsculo e escuro. – Quando perceberes isso tiro-te dai. Até lá ficas aí e sem direito a beber ou comer.

Eu lutei comigo mesma o máximo de tempo que pude mas passados uns dias eu não aguentava mais, eu tinha de comer. Dei uma batida fraca na porta, sabendo que ele lá estava.

- Quem és?

- Luanne, meu amor. E adoro comida chinesa. – ele abriu a porta sorridente e me beijou violentamente forçando sua língua abrir meus lábios.

- Ainda bem que já entendeu. – ele disse quando se afastou de mim.


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Notas finais do capítulo

E então o que acharam? Mandem os vossos Xingamentos! Estou preparada para eles. mas acreditem que escrevi isso com muito amor. Até á proxima



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