Quanto Tudo Começou A Mudar. escrita por Lina Pond


Capítulo 23
Seu bebê acabou de me chutar.




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Entrei correndo em casa, batendo as portas e entrei no meu quarto. Deslizei sobre a porta e chorei tudo o que tinha para chorar.

- Emma – Lizzie estava batendo na minha porta, preocupada – Emma, por favor. Abre essa porta.

Deslizei para o lado e abri a porta. Lizzie apareceu, com sua barriguinha de grávida e se sentou ao meu lado, me abraçando.

- Emma – ela dizia com seus braços em volta de mim. – Para de chorar, por favor. Por favor.

Isso só me fazia chorar mais. Até que eu senti algo no meu braço.

- Lizzie... – eu olhei para ela espantada.

- O que foi?

- Seu bebê acabou de me chutar.

Eu comecei a sorrir, mesmo em meio a lágrimas e ela começou a rir comigo.

- Você parece tão grávida – eu disse sorrindo – Tão linda.

- E você parece tão triste – ela disse acariciando meu cabelo.

- O Aaron vai embora. E eu só sei gritar com ele e agir feito louca. E eu só quero pedir pra ele ficar, mas eu não posso.

- Sabe – Lizzie sorriu – Talvez isso só fortaleça vocês.

- Não – eu disse cabisbaixa – Isso só vai estragar tudo. Mas isso não importa agora. E o bebê?

- Está ótimo. Mas ainda não deu para ver o que vai ser. Acho que ele é chato como a tia.

Mostrei a língua para ela.

A campainha tocou e segundos depois minha mãe bateu na porta. Lizzie se levantou do meu colo e abriu a porta.

- Emma – minha mãe estava sorrindo – Aaron está aqui.

Desci as escadas e encontrei meu pai e Aaron conversando na porta. Recebi um sorriso de ambos e meu pai se retirou enquanto Aaron entrava.

- Ainda brava comigo? – ele perguntou com seu sorriso de cafajeste.

- Eu não estou brava com você. Com o mundo talvez, não com você.

- Emma, eu vim te fazer um convite.

- Eu não vou me casar com você e me mudar para o México. Nada contra você, muito menos contra o México, mas eu ainda estou na escola e...

- Meu Deus Emma, não. Todo esse tempo que nós dois estamos “escondidos” – Aaron fez aspas com a mão – Eu venho conversando com seu pai e ele sabe que nós estamos juntos.

- O que? Todas as minhas artimanhas foram para nada. Estou decepcionada.

- Emma...

- Meu Deus Aaron você adora meu nome.

- Eu sei que quando você está nervosa não quer deixar ninguém falar, mas você precisar ficar quieta.

- Ok – eu disse abaixando a cabeça.

- Emma, eu conversei com seu pai e ele te deu permissão. Eu espero que você possa prolongar um pouquinho às férias do seu emprego. Eu quero que você vá para Nova York comigo, para que eu possa descobrir se... Se é o que eu quero. Mas eu quero viver isso com você.

- Meu pai deixou isso?

- Deixei – meu pai apareceu no corredor, com um sorriso de orelha a orelha – Eu não devia ter proibido vocês dois. Vocês são adultos. E você é uma boa filha.

- Então, eu... Eu meio que vou... Ok, isso é louco... Eu vou para Nova York com o meu namorado? É isso? – eu estava tremendo.

- Se a raiva que você estava do seu namorado passou – Aaron disse sorrindo e eu pulei em seus braços.

Até me lembrar de que se ele gostasse da viagem, não estaria a duas horas de distância. Estaria a doze.

***

- Não, eu não estou esquecendo nada – minha mãe estava enfiando novas coisas na minha mala enquanto Lizzie ficava deitada alisando sua barriga. – É sério mãe.

- Você volta logo né? – Lizzie se sentou e olhou para mim – Porque sério, eu posso explodir a qualquer momento e eu quero que você esteja aqui.

- É uma semana – eu disse beijando sua testa – Você ainda está de seis meses, esse bebê não vai para lugar nenhum.

- Emma – meu pai gritou do primeiro andar – Tem uma pessoa aqui querendo te ver.

Desci as escadas correndo esperando encontrar Aaron, mas levei um susto quando abri a porta.

- Mariana.

- Oi Emma. Eu só... Eu vim te trazer umas coisas. Umas coisas que você deixou lá em casa e... Umas coisas que parecem mais com você do que comigo.

- Obrigado – eu disse pegando a caixa de sua mão – Você quer suas coisas? Eu vou separar, eu te mando na semana que vem...

- Não se preocupe. Eu só achei que você ia querer tudo de volta.

Lizzie desceu as escadas e Mariana abriu um sorriso.

- Meu Deus, você está linda.

- Obrigado – Lizzie disse secamente. – Mamãe começou uma nova mala para você. Sério, você vai levar sua cama daqui a pouco.

- Ah meu Deus. Mariana, eu preciso...

- Você vai viajar? – ela perguntou toda interessada.

- Sim – eu disse educadamente – Com meu namorado.

- Aaron né?

- Sim.

- Vocês são um casal bonito.

- Obrigado – comecei a fechar a porta – Agora eu preciso...

- Quando você voltar, nós podemos conversar? Por favor Emma, só deixa eu me explicar. Seus arranhões ainda doem, eu aprendi a lição.

- Mariana, eu realmente estou ocupada agora.

Aaron estacionou o carro atrás da BMW da Mariana e veio em minha direção.

- Amor – ele sorriu e me dei um beijo – e Mariana?

- Isso. Acho que eu sou o motivo de vocês dois se conhecerem né?

- Ah sim – Aaron sorriu – Muito obrigado por isso.

- Agora nós precisamos ir – eu disse colocando Aaron para dentro e fechando a porta – Nós conversamos quando der Mariana.

- Ok – a ouvi murmurar quando fechei a porta.

- O que foi isso? – Aaron perguntou levantando a caixa.

- Umas coisas minhas que ficaram na casa dela. Acho que foi uma desculpa.

- É claro que foi.

Lizzie passou pela sala desfilando com sua barriga e um pote de nutella.

- Oi Aaron – ela gritou subindo as escadas.

- Oi gordinha – e sorriu.

Aaron subiu as escadas comigo enquanto minha mãe tentava fechar a mala.

- Ok mãe, eu vou me livrar de algumas coisas.

- Ótimo, desvalorize meu trabalho – minha mãe deu um beijo estralado em Aaron e abriu a porta do quarto – Vou assistir “E o vento levou” com Lizzie, mulheres grávidas têm desejos até com filmes.

- Ok mãe.

Fechei a porta e olhei para Aaron.

- Amor, você está tão bonito.

- Você está meio cega. Eu estou descabelado e cansado. Preciso dormir... Ou acordar.

Sorri e fui em sua direção. Beijei Aaron enquanto a mão dele passeava dentro da minha blusa. Ele me empurrou até a porta e quando nossos corpos bateram e fizeram um estrondo, nós rimos.

- Faz silêncio garoto – eu disse rindo.

- Desculpa.

Aaron me pegou no colo e me colocou sobre a escrivaninha. Arrancou minha blusa e ficou beijando meu colo enquanto eu o abraçava. Começou a desabotoar meu shorts quando eu o parei.

- Sério, meu pai pode chegar a qualquer momento.

- Ok, isso foi uma ideia estupida – Aaron puxou minha blusa e a entregou pra mim.

Eu lhe dei um último beijo e coloquei minha blusa.

- Malas prontas – Aaron disse e tirou algo do bolso. Um pingente de caderninho.

- Isso é um?

- Passaporte.

- Ah claro, passaporte – eu disse rindo – Logo não vou mais ter espaço na minha pulseira.

- Esse é o objetivo.

Aaron e eu nos deitamos e dormimos apertados e agarrados na minha cama de solteiro, ansiosos para o dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Ok, a tal viagem que eu prometi está ai. Agora se ela será uma boa coisa para o relacionamento de Emmaron (inventei agora ahaha), isso já não sei. Beijos!