Quanto Tudo Começou A Mudar. escrita por Lina Pond


Capítulo 22
Nada vai ser como isso.




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Eu estava vestindo a camisa de Aaron, deitada ao seu lado sobre a toalha quadriculada, sentindo seu cheiro e desejando que o tempo parasse.

- Me responde uma coisa? – Aaron falou com seus braços em torno de mim.

- Qualquer coisa – eu disse sorrindo.

- Você não transou comigo só porque eu estou indo para a faculdade, né?

Eu sorri.

- Eu transei com você porque eu amo você. E porque eu queria que você fosse o primeiro.

- E único – ele disse beijando minha cabeça.

- E único – eu repeti.

Nos sentamos e Aaron ficou me encarando enquanto eu puxava a cesta de piquenique que ele tinha arrumado.

- Sabe – Aaron disse – Em todo esse tempo em que nos conhecemos, você nunca esteve tão bonita como nesse momento. Descabelada, sem maquiagem e usando uma camisa minha. Eu queria poder ver você assim o tempo todo. Mas só eu.

- Ah, você é um egoísta – eu disse me ajoelhando e o beijando novamente.

Ele me puxou para o seu colo e acabei deixando a cesta de piquenique de lado.

- Sabe, eu estou faminta – eu disse enquanto ele me segurava.

Aaron me beijou do nada e foi parecido com o beijo que ganhei quando voltei de viagem. Desesperado. Sua mão deslizava pelas minhas pernas nuas enquanto a outra bagunçava meu cabelo e eu fiquei sem folego.

- Uau – eu respirei fundo – O que foi isso?

- Eu não quero te deixar – ele disse com os olhos tristes.

- Você não vai.

- E se você conhecer outra pessoa?

- Eu acho que a única pessoa que tem motivos para ser insegura aqui, sou eu. Quer dizer, ninguém pode beijar como você.

Deslizei minhas mãos pelo abdômen de Aaron e o beijei por muito, muito tempo, dando pequenas pausas para respirar.

- Nada – eu respirei fundo e sussurrei em seu ouvido – Nada vai ser como isso.

- Eu te amo tanto – ele disse beijando minha clavícula – Muito, muito, muito.

Ele distribuiu beijos em meu pescoço enquanto eu tentava alcançar a cesta.

E por um segundo, só por um segundo eu fiquei triste, porque sabia que Lizzie não tinha tido aquilo. Não tinha sido bonito ou bom como aquilo. E eu tive uma vontade de nunca mais soltar Aaron. Nunca mais.

***

- Olha só – Aaron estava na porta da escola, me esperando sair – Eu tinha me esquecido de como você se parece com roupas.

- Ah, engraçadinho. Já arrumou suas coisas?

- Meu beijo primeiro – ele me puxou e me beijou – E não, ainda não. É difícil guardar todas aquelas fotos.

- Ops – eu disse sorrindo – acho que isso é culpa minha.

Mariana passou por nós e me deu um olhar de desdenho.

- E como estão as coisas na escola?

- Na verdade, ótimas. Hoje eu e a Carol começamos um abaixo assinado para que tenhamos mais espaço para lidar com jovens que sofrem de depressão e coisas assim, sabe?

- Incrível – Aaron sorriu – Você vai me enviar suas matérias todos os dias né?

- Até meus anúncios sobre a merenda?

- Sim, todos.

Aaron tinha uma BMW agora. Era preta e muito bonita. Obviamente chamava a atenção e ele odiava, mas eu adorava.

- Quer dirigir? – ele disse jogando a chave para mim.

- Com certeza – corri e entrei do lado do motorista. – Então, como você não vai estar aqui eu peguei meu trabalho na creche novamente. Quer dizer, vai ser bom né?

- Claro, claro – Aaron disse meio desanimado.

- Pois é, o único problema é que talvez eu tenha que trabalhar alguns sábados e vai ficar complicado de te ver.

- Ah sim, eu entendo – ele disse meio desinteressado.

- E de domingo eu vou precisar usar heroína com uns amigos, sabe como é.

- Não, é claro eu... Espera, o que?

- Olha só, alguém acordou. – eu disse rindo.

- Desculpa amor, eu só estou nervoso. Meu pai ligou hoje pedindo para que eu vá cursar a faculdade na cidade.

- E o que você acha?

- Não, eu não vou fazer isso. Eu vou estudar aqui.

Estacionei o carro em uma rua qualquer.

- Aaron, você não pode me deixar te prender aqui.

- O que? – ele parecia ofendido.

- Se você está deixando essas oportunidades passarem por minha causa...

- Não é Emma. Eu só... Eu gosto daqui.

- Ok – eu disse e liguei o carro novamente.

- E gosto de você.

- Aaron – desliguei o carro – Eu não quero ser o motivo pelo qual você deixa de fazer o que quer fazer.

- Ok, agora é errado eu querer ficar perto da minha namorada?

- Se isso for te atrapalhar, sim.

- Emma, não é assim que as coisas funcionam. Nós temos que abrir mão de algumas coisas por amor. – Aaron parecia decepcionado.

- Você não vai abrir mão de nada por mim. Eu te proíbo. Se você fizer isso...

- O que acontece se eu fizer isso Emma? – Aaron perguntou bravo.

- Se você começar a jogar suas oportunidades fora por minha causa Aaron, a gente termina.

- Você só pode estar brincando comigo – ele disse fazendo uma careta.

- Não estou... – liguei o carro novamente e fui em direção a casa de Aaron.

- Eu gosto da minha faculdade.

- O caramba. Você quer ir para essa faculdade, mas quer contrariar seu pai. Não me use de desculpa.

Aaron ia dizer algo, mas ficou quieto.

- Só porque você está cheia de problemas, não precisa descontar em mim.

Estacionei o carro na porta da sua super casa, tirei a chave da ignição e a joguei no seu colo. Sai do carro batendo o pé.

- Emma – Aaron saiu atrás de mim – Sinto te dizer, mas não é assim que se resolve uma discussão. Você já devia ter entendido isso.

- Ah me desculpa se esse é meu primeiro relacionamento e você já é muito bom nisso.

- Isso de novo?

- Quer saber Aaron, me deixa. Se tem uma coisa que eu sei é que de nada adianta discutir quando duas pessoas estão nervosas.

- Eu não estou nervoso – ele disse segurando meu braço.

- Eu estou – eu praticamente gritei e puxei meu braço.

- Você realmente vai brigar comigo um dia antes de eu ir embora?

- Poxa – eu disse fazendo bico – Por que só você está sofrendo com isso né?

- Não foi o que eu disse Emma.

- Eu não vou discutir com você no meio da rua. Eu vou para casa.

- Não, não vai – Aaron disse entrando na minha frente – Você está usando sua casa para não falar comigo. Porque você sabe que eu não posso ir lá.

- Meu Deus, você pode me deixar em paz por um segundo?

Me virei e comecei a chorar. Engoli o choro o máximo que pude quando senti os braços de Aaron em volta de mim.

- Não – eu disse olhando pra ele, chorando meu mundo para fora – Eu preciso ficar sozinha.

Sai correndo e nas duas vezes que olhei para trás, Aaron olhava para mim em pânico.


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Notas finais do capítulo

Primeiro, quero pedir desculpa pela demora em postar. Essa semana foi meu aniversário e as coisas foram corridas. Outra coisa é que acabei não respondendo as reviews de todo mundo, mas como eram coisas pequenas, espero que entendam. Respondo toda review grande e qualquer dúvida ok? Por fim, me digam o que acharam. OBS: O Aaron vai sofrer uma mudança drástica logo. Não me odeiem. Beijos!