Not A Bit Easy escrita por MandyLove


Capítulo 6
06 – Ele Sempre Esta Comigo


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, me desculpem por demorar a postar, os motivos eu já “contei” em TaL, além de mais um que se acrescentou, recomendações médicas, eu tenho que pegar leve até eu melhorar, então posso demorar a atualizar qualquer fic minha.
LEIAM AS NOTAS FINAIS É MUITO IMPORTANTE.
Espero que gostem do capitulo... Enjoy ^-^



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Estranho era a palavra perfeita para esse momento. Eu nunca teria previsto um momento como esse e claramente Percy também não. O choque em seu rosto mostrava que ele estava mais abalroado do que eu, muito mais, o que me deixou um pouco confusa.

Não nós víamos haviam há uns oito meses e apesar de tudo o que eu disse sobre já o ter superado eu tenho que dar créditos a minha mãe, como sempre a Deusa da Sabedoria tinha um ponto.

Eu achava que tinha superado Percy. Agora vendo ele tão perto de mim, a forma como meu coração começou a bater um pouco mais rápido, o sorriso que tomou conta dos meus lábios sem eu me dar conta, ansiedade e nervosismo crescendo em meu ser com cada nova batida do meu coração...

Não tinha como eu negar, Percy ainda mexia comigo e minha mãe sabia disso perfeitamente.

Mas não deixei me abalar muito com isso. E dai que eu ainda sentia isso por ele? Todos temos que seguir em frente e esse nosso encontro só me mostra que eu não estava preparada como eu achei que estava.

Respirei fundo e deixei somente um sorriso de canto em meus lábios. Eu segui em frente e ele também, só estávamos surpresos de nós encontrarmos repentinamente assim.

– Que surpresa te encontrar aqui. – falei soando o mais naturalmente possível.

Percy que ainda estava em estado de choque, me olhando como se eu fosse uma alienígena de um planeta distante que tinha acabado de aterrissar em sua nave espacial bem na sua frente e mesmo assim não acreditava no que via, piscou os olhos varias vezes antes de recobrar a compostura depois de me ouvir falar.

– É-É-É verdade. – gaguejou ele e engoliu em seco. – Isso é uma grande surpresa. – sua voz tinha um leve tom de desconforto. – Uma surpresa. – murmurou olhando um pouco nervoso para a entrada do banheiro.

– Não me diga que esta aqui para espionar? – perguntei me fingindo de incrédula olhando na mesma direção que ele. – Você não era assim, Percy.

– Oque? – se sobressaltou Percy, sua voz saindo alta. Seu rosto ganhou uma tonalidade mais avermelhada. – É claro que não. – sem conseguir me controlar eu comecei a rir de sua vergonha, exatamente como eu tinha pensado que ele ficaria.

– Relaxa, eu sei. – vi seu rosto ficar mais vermelho enquanto ele me encarava rir.

– Percy! – uma voz feminina soou atrás de mim desesperada.

Dei um passo para trás olhando novamente para a porta do banheiro feminino vendo uma garota sair de lá claramente preocupada carregando duas sai – sai é uma arma que tem a forma básica de uma adaga cega, com duas longas, cegas projeções (tsuba) acopladas à empunhadura – uma em cada mão.

Eu conhecia aquela garota, um pouco diferente agora, mas era ela. A garota que mudou minha vida de um jeito que alguns meses atrás eu a amaldiçoaria e mostraria o caminho mais rápido para ir no reino de Hades.

No entanto, no momento eu estava me segurando para não rir em ver como esse momento tinha ficado mais estranho.

A preocupação no rosto da garota logo se transformou em surpresa para depois descrença, ganhando também uma tonalidade avermelhada que eu tinha certeza que não era de vergonha como a de Percy, ao se dar conta do que realmente estava acontecendo.

– Ele esta inteiro, não foi nem um monstro, só um comentário brincalhão, Dona. – falei tranquilamente vendo que Percy estava mudo, com os olhos arregalados e a boca cerrada, não sei por quê.

– Ah. – foi tudo que ela conseguiu falar enquanto ela transformava suas sai em dois pingentes presos em suas pulseiras, uma em cada pulso.

Essa garota é a garota por qual Percy tinha se interessado e atualmente namorando segundo meus informantes, que claramente falam mais do que a boca já que eu nunca perguntei algo desse tipo para eles. Dona é filha de Dionísio – eu sei, é estranho saber que o Percy esta namorando uma filha justo do S.D., fez o choque em mim parecer ainda maior naquela época.

Como todos os filhos de Deuses, Dona tem um corpo atlético, ela é um pouco mais baixa que eu, seus cabelos são castanhos curtos e encaracolados, olhos cor de violeta – marca registrada da maioria dos filhos do Deus do vinho que eu conheci.

– Hurum... – pigarreou Dona indo para perto do namorado que só agora, ao sentir ela segurar em sua mão, saiu do transe em que estava. Um Cabeça de Alga sempre um Cabeça de Alga. – Que surpresa em vê-la, Annabeth. – Dona disse meu nome de uma forma estranha.

– Pois é, o dia de hoje esta sendo surpreendente para mim. – falei e um flash passou pela minha mente, os acontecimentos de minutos atrás contra o lestrigão passaram em minha cabeça como um alerta.

Pensando bem o lestrigão claramente havia me dito que eu era um “cheiro fraco”, geralmente monstros não diriam, pela minha experiência, isso há não ser que tenham encontrado algo mais forte.

Franzi o cenho olhando para Percy. O lestrigão que Robert e eu encontramos tinha lutado com algum meio-sangue de cheiro forte, tenho certeza, e esse semideus lutou contra os outros lestrigões que estavam com aquele lestrigão.

Não parecia ser o Percy esse meio-sangue já que ele estava bem arrumado e não tinham nem um sinal que tivesse tido uma luta há pouco tempo. Os únicos que eu conheço que tem o cheiro forte são Percy, Nico e Thalia pelos três serem filhos dos três grandes.

Thalia era impossível de ser o semideus que o lestrigão havia encontrado já que ela estava do outro lado do pais no momento. E como já disse antes, não podia ser o Percy vendo como ele estava. Será que foi o Nico?

Balancei a cabeça em negativa e bati a mão na testa. Eu estava tendo ideias doidas. Talvez ele tenha dito cheiro fraco só por dizer, porque eu sempre tenho que ficar pensando de mais em uma coisa e chegar a conclusões tão malucas assim?

– O mundo da lua não é tão distante assim já que alguém já está até perdido nele. – o comentário bobo de Percy me trousse de volta a realidade.

Olhei para eles, mas acabei vendo outra coisa que fez minha boca se abrir levemente em surpresa, mas uma vez, e um sentimento de culpa e medo começou a crescer em meu peito.

– Pega no flagra. – comentou Dona sorrindo ao ver minha reação.

– Robert. – disse eu olhando além de Percy e Dona. Robert estava encostado na parede, no começou do caminho para ir aos banheiros. Engoli em seco antes de continuar. – Desculpa, acho que demorei de mais.

Percy e Dona se viraram para trás enquanto Robert desencostava da parede. Ele começou a caminhar em nossa direção com um sorriso de canto que apesar de o deixar bonito me incomodou um pouco.

Robert claramente estava chateado com alguma coisa, sentia que isso era culpa minha, e além do mais, faz quanto tempo que ele esta ali? Não precisa ser um gênio para entender a situação e Robert é bem esperto e inteligente, não é atoa que o apelido dele é Bragi.

As coisas ficaram mais estranhas do que já estavam.

– Ahhhhhhhhhhh! – o grito desesperado soou perto de nós assustando nós quatro.

O choro alto de uma criança começou a ser ouvido logo após o grito ter cessado e qualquer clima tenso em que estávamos se dissipou. Um mau pressentimento se sobressaltou sobre qualquer sentimento que eu estava sentindo no momento.

Olhei em direção da parte de trás do posto a onde a escuridão predominava e se eu me lembrava bem havia uma campina atrás do posto antes de uma floresta começar a se estender a vários metros.

A adrenalina tomou conta novamente de mim e sem entender bem o que os três estavam falando, já que cada um começou com suas suposições creio eu, na verdade eu não estava ligando muito para eles no momento, eu peguei meu celular e liguei a lanterna dele correndo em direção de onde vinha o choro.

Escutei passos atrás de mim e chamarem meu nome, mas eu ainda não estava ligando. Alguma coisa me dizia para correr o mais rápido possível em direção ao choro e a cada passo o mau pressentimento somente aumentava.

Não precisei correr muito até que a luz do celular “pegou” algo. Uma criança, não mais do que três anos, de joelhos no chão sacudindo algo negro falando coisas desconexas, mas assim que ela viu a luz ela pegou algo ao lado da forma negra e apontou para mim com muita dificuldade e muita força de vontade.

Parei imediatamente sentindo meu coração bater na boca ao ver o que a criança, um menino, estava segurando com todas as suas forças. Uma espada de lamina negra que me era muito familiar.

– Firri londi. – gritou a criança e a ponta da espada foi direto ao chão, a criança não aguentando mais o peso da arma.

Com a mão tremendo mirei a luz do celular na forma negra ao lado do menino. Senti o sangue sumir do meu rosto ao ver o que era aquela forma.

– Annabeth, espera. Não corra assim. – a voz de Percy estava bem perto de mim, sempre corri mais rápido do que ele.

– Nico! – gritei desesperada vendo meu amigo coberto de sangue.

Passando pelo menino sem dificuldades me ajoelhei ao lado de Nico passando a luz do celular sobre ele. Prendi a respiração ao ver como ele estava cheio de machucados por todo o corpo, o que explica da pior forma o porquê ele esta coberto de sangue e sua respiração estava fraca.

Mas o pior não era isso. Nas feridas de Nico além de sangue havia vestígio de alguma coisa viscosa, que eu amargamente suponho ser veneno, em suas feridas.

Toquei no pulso de Nico e soltei uma praga em grego antigo ao sentir seu pulso mais fraco que sua respiração e mais gelado do que alguém nessas condições deveria ficar. Lagrimas começaram a escorrer pelos meus olhos, Nico estava morrendo.

– Santo Poseidon! Nico. – a voz de Percy também soou alarmada.

Olhei para o lado e vi Percy ajoelhado segurando o garotinho impedindo que ele viesse para cima de mim, seus olhos arregalados em total descrença. Robert e Dona estavam atrás dele olhando em choque para o corpo de Nico.

– Percy, você ou Dona tem alguma ambrosia, ou néctar com vocês? –perguntei desesperada.

– Não. – quem me respondeu foi Dona, ela e Robert já despertos enquanto que Percy não tinha voz para falar ao ver Nico nesse estado e eu o entendia perfeitamente. – Não temos.

– Precisamos levar ele a um hospital imediatamente. – falou Robert vindo para perto de mim.

– Não. – gritei rapidamente o que assustou a todos e fez Percy me encarar com um pouco de raiva. – Precisamos levar ele para a minha casa, lá tem tudo o que ele precisa e é o lugar mais perto para conseguir a ajuda que ele necessita.

– Annabeth... –começou ele se ajoelhando ao meu lado. – Você nã...

– Robert, ele é um semideus assim como eu sou. – falei agarrando Robert pelos ombros. As lagrimas não paravam de transbordar do meu rosto. – Tudo sobre os Deuses gregos é verdade, eles são reais e Nico precisa urgentemente de néctar e ambrosia para sobreviver.

– Mais o que... – Robert estava em choque e descrente, mas não tínhamos tempo para isso e graças aos Deuses, somente eles mesmo, Percy teve uma solução.

– Estamos de carro com minha mãe e Paul. – falou Percy apressadamente segurando o menino em um de seus braços ao ficar de pé. – Volto aqui em alguns segundos. – prometeu antes de sair correndo em direção ao estacionamento levando o menino que se debatia em seu braço.

Passei as mãos sobre os olhos tirando as lagrimas de meu rosto. Bati algumas vezes no meu rosto e forcei a mim mesma a me concentrar no que estava acontecendo. Nico precisava de mim urgentemente, não era hora de ficar chorando ou pensar em algo para fazer, eu tinha que agir rapidamente.

– Robert, acreditando ou não no momento eu preciso de sua ajuda. – pedi jogando o kit de primeiro socorros que eu tinha entre nós dois e comecei a tirar as poucas bandagens, gazes e o soro fisiológico que ainda tinha. – Preciso limpar esses ferimentos rapidamente.

– Cer-certo. – disse ele ainda abalado. Suas mãos tremiam enquanto ele pegava nas gazes.

– Me desculpa. – pedi segurando suas mãos. A tristeza me abatendo com força. – Sei que é tudo confuso, mas imploro por sua ajuda.

Ele assentiu antes de soltar suas mãos das minhas e começar a limpar algumas feridas de Nico usando o soro fisiológico e eu fiz o mesmo, engolindo o choro que novamente queria se fazer presente.

– Eu vou ajudar vocês. – falou Dona se ajoelhando do outro lado de Nico estendendo sua mão para mim ao qual eu coloquei bandagens embebedadas pelo soro.

Com esse trabalho silencioso por alguns segundos ficamos assim, cada um limpando o que podia das feridas de Nico, até que o som do motor e as luzes ofuscantes de um carro surgiram.

O Prius de Paul derrapou na grama e parou há pouco metro de nós. Sem precisar falar nada, Robert pegou Nico no colo e se dirigiu para o carro com Dona e eu atrás dele.

Percy saiu do carro do lado do passageiro. Sua mãe – Sally parecia estar sentindo um mal estar ao ver o estado de Nico – sentada no banco do carona e Paul no do motorista, ambos mostrando preocupações em seus rostos.

– Desculpa demorar. – pediu Percy abrindo bem a porta para Robert.

– Espera. – falei passando rapidamente por Robert. – Eu vou primeiro e você coloca ele no meu colo, depois nós segue com a moto.

– Rafido. – a voz do menino surgiu do nada assim como a sua cabeça pela janela do lado do carona. Ele estava no colo de Sally com os olhos vermelhos cheios de lagrimas.

Entrei no carro e Robert colocou Nico com a cabeça apoiada no meu colo. Dona jogou o que sobrou das gazes, bandagens e soro fisiológico para mim. Aporta do carro se fechou com força e Paul acelerou o carro.

Com uma pequena derrapagem no começo o Pris saiu cantando da campina passando pela parte de trás do posto indo direto em direção a autoestrada.

– E Percy e Dona? – perguntei enquanto embebedava as gazes e bandagens com o resto do soro fisiológico ao ouvir Percy resmungar ao longe.

– Eles conseguem uma carona. – respondeu-me Sally. – O mais importante é o pequeno Nico. Meus Deuses, o que foi acontecer ao pobre garoto. – disse melancólica.

– Pise fundo Paul. – pedi continuando a cuidar dos ferimentos de Nico. Ele sabia a onde eu morava, eu havia lhes contado quando os encontrei no supermercado.

Nico começou a se mexer, seu rosto se contorceu em uma careta de dor como se estivesse tendo o pior pesadelo. Suor começou a escorrer de sua testa – ao qual eu toquei e constatei estar começando a ficar quente assim como o seu corpo –, seus dentes cerraram-se enquanto resmungos de dor começaram a sair por entre seus lábios.

Fechei os olhos e deixei a minha mente clarear – consequentemente não ouvi mais o que Sally, Paul ou o menino começaram a dizer no banco da frente.

“Apolo, preciso de sua ajuda, por favor, eu lhe imploro” pedi mentalmente com força.

“Eu estou sempre com você, Annie” respondeu-me ele em minha mente e senti um calor percorrer o meu corpo. “Pode cantarolar aquele hino, eu vou lhe dar forças o suficiente para isso e para que possa cuidar dele depois, quando chegar em seu apartamento.”

Eu havia pensado em fazer aquele hino para ajudar nas feridas de Nico, mas como não sou filha de Apolo fazer algo assim custaria muito da minha energia e não poderia ajudar mais Nico porque somente o hino não seria o suficiente para ajuda-lo no estado em que se encontrava.

“Isso é o máximo que eu posso fazer por vocês dois, me desculpe” pediu Apolo sua voz soando um pouco fria, como se ele estivesse com raiva de algo.

– É mais do que eu podia querer. Obrigada, Apolo. – murmurei colocando uma mão sobre a testa de Nico e a outra em cima de seu abdômen a onde tinha um grande corte e comecei cantarolar em grego antigo o hino que Apolo havia me ensinado.


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Notas finais do capítulo

Espero muito que tenham gostado do capitulo.
A noticia que eu tenho para dar é, eu sinto muito por isso, mas infelizmente tem que ser assim, como eu havia contado em TaL também algumas de minhas fic iriam sofrer um “mal”, o mal nessa fic vai ser que eu vou fazer o possível para terminar ela o mais rápido que puder, sem enrolações, acreditem eu já tenho o capitulo final dessa fic pronto, só tenho que seguir um rumo que me deixe satisfeita, o que vai demorar já que essa fic esta só no começo, mas deixo logo avisado.
Muito obrigada a todos que leram o capitulo. Bjs ^.^



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