O garoto correu até Bárbara. –Você está bem?

Ela não respondeu de imediato, mas após algum tempo fez um gesto de negação quase imperceptível com a cabeça.

–Que idiotice perguntar isso, é óbvio que você não está bem... –Ele falou, e um sorriso fraco surgiu no rosto da garota, mas ao mesmo tempo ele viu uma lágrima escorrer no rosto dela. Ela passou a mão removendo a lágrima o mais rápido que pôde. –Por que você está chorando?

Seus lábios começaram a tremer e balançou a cabeça negativamente. O que foi interpretado como um: “Não quero falar sobre isso”.

A respiração da menina continuava ofegante, mais aos poucos estava desacelerando. –Qual é o seu nome?

–Draco... Draco Malfoy. –Ele falou com um quê de superioridade em sua voz. –E o seu?

–Bárbara Carter. –Ela disse, da mesma forma que ele. –Bom, eu já perdi uma boa parte da festa, que pelo que eu sei, é raro de acontecer no dia em que os alunos retornam a Hogwarts. Portanto, vou indo.

–Tudo bem. –Ele disse já indo em direção ao castelo.

–Ah, Malfoy! –Ela o chamou rapidamente. –Obrigada por salvar minha vida.

Ele simplesmente assentiu e ambos foram para o castelo, porém a garota foi arrumar-se novamente.

Bárbara tomou um banho rápido para limpar seu corpo (já que estava sujo de terra) e colocou outro vestido, agora na altura dos joelhos. Penteou seus cabelos, fez um penteado diferente e olhou-se no espelho. Percebeu marcas de mãos em seu pescoço e braços, e como não queria que ninguém soubesse sobre o acontecido aproveitou quando estava se maquiando para disfarçar as marcas com alguns produtos.

Por fim a garota colocou algumas jóias, sapatos de salto e se olhou novamente no espelho. O momento que ela havia vivido minutos atrás voltou aos seus pensamentos, mas ela os impediu de permanecerem, ergueu a cabeça e desceu para o salão.

–Eric... –Disse ela ao seu aproximar do garoto.

–Ah, oi Bárbara. –Ele disse virando-se. –Olha, sobre o David: E-eu não sabia que ele...

Ela olhou para os lados para certifica-se de que ninguém estava ouvindo e o interrompeu. –Não quero falar sobre isso, o.k? Eu estou bem, e é isso que importa.

Ele sorriu.

–É, o seu bem-estar... É o que importa. –Ele repetiu e a abraçou.

Eric havia apresentado Bárbara a David no ano anterior, e por isso se sentia culpado por ela ser perseguida pelo garoto desde que pediu para que ele a esquecesse.

–Caros alunos, é um prazer recebê-los para mais um ano em Hogwarts. E é um prazer maior ainda alunos de outras escolas de magia e bruxaria virem para cá. Sobre as casas de cada um: Sonserina receberá: Bárbara Carter e Owen Wristh; Grifinória receberá: Samantha Wristh; Lufa-Lufa receberá: Eric Green; e por fim, Corvinal receberá: Anne Lewis. –Anuncio Dumbledore e os alunos aplaudiram os alunos transferidos.

O diretor fez mais um discurso e depois foi a vez dos primeiristas colocarem o chapéu seletor e descobrirem qual seriam suas casas. Mais uma vez, a maioria foi para a Grifinória.

Quando a cerimônia acabou a maioria dos estudantes foi para a pista de dança, outra porcentagem era casais se beijando em algum corredor de castelo e o resto desanimado conversando sobre um assunto qualquer em grupinhos espalhados pelo salão. Exceto uma das alunas transferidas, Anne Lewis estava sozinha sentada em um banco próximo à pista de dança, apenas observando as pessoas que estavam dançando.

Samantha notou a garota e se aproximou dela. –Oi, meu nome é Samantha.

–Prazer, sou Anne. –Ela respondeu tímida.

Sam sorriu. –Eu vou lá conversar com eles, quer vir comigo? –Ela perguntou apontando para Bárbara, Eric e Owen que pareciam estar conversando sobre algo extremamente engraçado, já que todos estavam rindo.

–Acho que eles não gostariam da minha presença lá...

Samantha puxou uma cadeira, colocou ao lado da de Anne e sentou-se. –E você se importa? Qual será a diferença se eles gostarem ou não?

–Eu não sei, mas eles se parecem com aqueles grupos que comandam as escolas em filmes trouxas, sabe? –Ela falou e depois riu. –Posso estar enganada. Mas na minha opinião: eles parecem.

–Sei. –Samantha respondeu rindo. –Mas eles são novos aqui, assim como eu e você... Portanto não comandam nada. Que tal irmos lá? Quem sabe assim você mude seu ponto de vista sobre eles...

–Acho melhor não, estou bem aqui... Obrigada!

Sam se despediu de Anne e juntou-se novamente com Barbára, Owen e Eric. Não demorou muito e os quatro foram dançar também, porém continuaram conversando.

–O “trio de ouro” está tão quieto. –Disse Owen. –Pelo que dizem, Potter adora chamar atenção...

Todos concordaram.

–O que é isso no seu pescoço? –Perguntou Sam a Bárbara. –São chupões?!

Bárbara a olhou confusa. –Como assim?

–Tem marcas vermelhas no seu pescoço... –Ela respondeu.

–Ah, deve ser alergia a algum perfume. –Bárbara mentiu.

Quando o salão estava começando a ficar vazio Dumbledore pediu a atenção de todos e depois anunciou: “Ainda essa semana informarem vocês sobre um teste que será preparado para todos os alunos transferidos e para um aluno de cada casa, estes serão: Draco Malfoy, Hermione Granger, Cedrico Diggory e Cho Chang. Vamos ver se vocês são realmente bons...”.

Os nove alunos trocaram olhares assustados.

–Por que isso agora? –Perguntou Owen irritado.

–Ele ainda tem duvida de que somos bons? Patético. –Reclamou Bárbara, e Samantha concordou.

–Estranho escolherem a Granger e não o Potter... –Disse Eric. –Acho que alguma coisa está acontecendo com ele.

–A Granger é mais inteligente que ele, pelo que eu sei. –Comentou Sam.

Bárbara e Draco se olharam por alguns segundos e depois ambos continuaram a conversa com seus amigos.

–Mais uma vez todos se aproveitaram da sabedoria da Hermione para se salvarem. –Disse Ronald.

–Normal... –Falou Harry.

Os olhos de Hermione rapidamente se encheram de lágrimas, ela sabia que isso era verdade, sabia que muita gente recorria a ela apenas quando estava em perigo pelo fato de ela ser “uma bruxa muito inteligente para a sua idade”, mas não era a primeira vez que Harry e Rony falavam isso na frente dela, mesmo eles sabendo muito bem que isso a deixava triste.

Ela se levantou e foi para o dormitório, sem ao menos se despedir dos dois.