A não, isso ela se recusava a ouvir “Capitã, você não pode fazer isso...” contestou Beckett “Claro que posso. Como você mesma disse eu sou a capitã, e não acho que caso ira fazer bem a você” “Não ia fazer bem a mim? O que não fez bem a mim foi ficar 14 anos, tentando descobrir quem foi o desgraçado responsável pela morte da minha mãe, você tem ideia do que é isso? Não, eu não acho que você tenha. Você não sabe como é ter que se contentar a ficar sentada em um chão duro e úmido nos dias das mães com apenas um buquê de rosas, sem poder abraça-la, toca-la ou ao menos falar com ela porque algum filho da mãe tirou sua vida por nada, nada, Capitã. É isso que não faz bem a ninguém, então, por favor, deixe com que eu consiga obter justiça por ela, pela sua família, deixe-me pegar o responsável por isso, deixe-me fazer algo pelo qual ninguém jamais fez pela minha mãe.” Assim que terminou de falar todos a encaravam novamente, Espo colocou a mão no seu ombro em um gesto de consolo. Ninguém jamais havia escutado ela falar da mãe daquele jeito, não com tanta dor. “Bom...” começou Gates “Seja como for, só tenha cuidado...” Beckett sussurrou um obrigado e Gates assentiu.

                “E então, quem é ela?” perguntou Beckett ao Ryan enquanto secava o resto das lágrimas que tinham escorrido “Katelyn Houston, 48 anos, sua identidade diz que nasceu aqui em NY” respondeu Ryan “Filhos?” perguntou Beckett “Uma filha, 17 anos...” respondeu Ryan medindo as palavras “Trabalho?” “Hm... Advogada, ela trabalhava na Big Ocean” Uma lágrima escapuliu do rosto de Beckett “Hm, meninos vão até a Empresa e verifiquem se ela havia algum tipo de inimigo e chequem as câmeras da vizinhança, Castle e eu falamos com a família” “ok”.

                Assim que chegaram à casa de Katelyn, um homem alto nas fachas dos 50, mas ainda sim bonito atendeu a porta. “Pois não?” Beckett mostrou o distintivo e falou “NYPD, o senhor é Luke Houston?” “Sim senhora, aconteceu algo?” “Pai, o que está acontecendo?” perguntou uma menina aparecendo por trás de Luke. “Liza querida, porque não volta para o seu quarto?” “Não, eu quero saber o que está acontecendo...” disse ela dirigindo seu olhar a Beckett e Castle “Hm...” por um momento Beckett perdeu a fala, aquela menina estava prestes a receber a pior noticia da vida dela, há 15 anos era ela quem estava ali, atrás do seu pai um tanto assustada com os policiais a sua espera na porta de sua casa. Agora ela era um desses policias indo dar uma noticia que provavelmente seria a pior da vida dessa garota, Beckett sentiu o olho arder, um aviso prévio que lágrimas logo, logo viriam. Sr. Houston e Liza a encaravam curiosos, mas antes que Beckett pudesse se recuperar Castle disse “Receio ter más noticias...”.

                Após contarem exatamente o que tinha acontecido, Liza desabou em lágrimas “Não, por favor, me digam que isso tudo não passa de uma brincadeira maldosa” “Eu sinto muito, muito mesmo...” disse Beckett com a mão no joelho dela “Não você não sente, você só diz isso porque faz parte do seu trabalho!” disse ela “Liza!” repreendeu Sr. Houston “Me desculpe...” disse Liza em meio aos soluços “Não, está tudo bem.” Beckett não podia culpa-la, sabia como era esse sentimento “Hey, escuta aqui, eu já estive no seu lugar ok? Já recebi essa mesma notícia que você, sei exatamente como você está se sentindo e sei também que eu não vou desistir, vou dar o meu máximo pra achar quem fez isso com a sua mãe, eu prometo...” Seus olhos encheram de lágrimas novamente, droga, ela odiava esses casos super-hiper emocionais “Você perdeu sua mãe?” Beckett assentiu “Acharam que fez isso?” Beckett olhou pra Castle “Sim, eu achei...” respondeu ela, Liza sorriu “Fico feliz por isso...” Beckett sentiu uma lágrima escorrer na lateral de sua bochecha e Liza a abraçou “Obrigada...” sussurrou ela no ouvido de Beckett “Por nada...”.